sexta-feira, 26 de junho de 2015

Mineração: por que devemos investir no diamante do Brasil?

Mineração: por que devemos investir no diamante do Brasil?





O tempo de comprar é “quando houver sangue nas ruas”. Esta é a frase de um banqueiro, o Barão de Rotschild, feita no século 18 após a derrota de Napoleão na Batalha de Waterloo.

Ele estava certo e ganhou fortunas se beneficiando do pânico que seguiu a derrota da França.

Nós hoje estamos chegando a mais um momento de quase pânico entre os investidores que não sabem o que fazer com o seu precioso dinheiro.

De um lado temos a guerra dos preços do minério de ferro que está arrasando, a nível global, projetos, minas e mineradoras. Do outro os preços do petróleo, também em queda, fazem o mesmo com as empresas de energia e com as economias exportadoras.

Empresas como a Petrobras, que já foi uma das três maiores do mundo, podem virar lixo, um penny stock com preços abaixo de US$5 por ação sendo listadas somente em bolsas especiais para as empresas nanicas...

No meio deste tiroteio os investidores correm, atabalhoadamente, para o ouro na expectativa de que as quedas possam ser revertidas em 2016.

Será que isso vai ocorrer?

Entretanto, a maioria esquece que o diamante está se consolidando como um dos melhores investimentos da década e que nós no Brasil temos uma gigantesca região cratônica, favorável, que produziu milhões de quilates onde ainda não existem minas primárias de diamante.

O que faz o diamante tão interessante?

Simples. A produção mundial está caindo (veja o gráfico) e o consumo mundial só faz aumentar criando um descompasso que faz os preços subirem exponencialmente (veja o gráfico do preço do diamante de 1 quilate).

No gráfico de preços por tamanho observa-se que os preços sobem em função da procura por um específico tamanho de pedra. De 2010 para cá as pedras com tamanho entre 3 a 4 quilates foram as que mais subiram. São elas que irão propiciar a lapidação de diamantes de 1 a 2 quilates tão procurados pelas joalherias, cujas pedras atingem, quando excepcionais, até US$33.000 por quilate.

Preço diamante por tamanho

Os diamantes pequenos, que são quase todos lapidados na Índia também estão tendo uma grande procura.

O mais interessante é que esta tendência não está sendo revertida, pois para que isso ocorra, é preciso que as novas descobertas consigam superar a demanda: isso está muito longe de acontecer.

Quando observamos  a localização dos principais produtores do mundo vemos que 70% deles estão na África (Congo,Botswana, Angola, Zimbabwe, África do Sul e Namíbia), o restante no Canadá, Rússia e na Austrália.

Produtores de diamante

No mapa mundi vemos, com clareza, que a produção de diamante mundial está, principalmente associada às regiões cratônicas.

São nessas regiões geologicamente estáveis e frias que ocorrem na África, Canadá, Austrália, Rússia e Brasil que o foco da exploração e pesquisa mundial para diamantes está concentrado. Em todas essas regiões, com exceção do Brasil  existem importantes minas primárias de diamante.

Por que não no Brasil?



É que as empresas que investiram na exploração mineral (De Beers e Rio Tinto) e que descobriram a grande maioria dos mais de 1.500 kimberlitos brasileiros, mesmo tendo encontrado vários pipes com teores econômicos, nunca evidenciaram um depósito que elas considerassem de classe mundial.

Ou seja, o que elas descobriram foi, na época, considerado pequeno.

As grandes multinacionais, é lógico, também não tinham nenhum interesse em colocar em produção novas minas brasileiras que iriam competir com as suas próprias minas já em produção. Era muito mais interessante “sentar em cima” do que desenvolver. Foi o que a Rio Tinto e a De Beers fizeram.

Eventualmente elas foram embora do Brasil deixando para trás inúmeros kimberlitos interessantes sem um bom trabalho de detalhamento. Somente agora, que a crise de 2008 passou,  e os preços subiram, alguns poderão ser lavrados economicamente.

É o caso do kimberlito Braúna descoberto, muitas décadas atrás, pela De Beers na Bahia, em um cluster com outros 21 corpos. O Braúna foi retomado pela junior Lipari e, somente agora, está sendo promovido à mina.

O Braúna deverá produzir em torno de 225.000 quilates de diamantes por ano, por 7 anos e será o primeiro kimberlito a ser lavrado em toda a América do Sul.

Casos similares ocorrem em todas as regiões cratônicas do Brasil, onde são produzidos anualmente grandes quantidades de diamantes, quase todos fora do radar do DNPM. Para o Brasil se tornar um grande produtor de diamantes primários é só uma questão de fomento e investimento.

É óbvio que algumas coisas deverão ser mudadas na legislação, com a aprovação de um novo Código Mineral justo, que fomente e incentive a pesquisa mineral no país, mantendo os direitos de prioridade e protegendo aqueles que investem.

Cometa 67P: robô Philae acorda e se prepara para voltar ao trabalho

Cometa 67P: robô Philae acorda e se prepara para voltar ao trabalho




Depois de sete meses de inatividade a pequena nave Philae teve as suas baterias recarregadas e reiniciou o contato com a nave-mãe Rosetta.

Há dois dias atrás a Philae voltou a contatar a Rosetta e enviou um pequeno relatório de status que demonstra que ela já está em condições de trabalhar mesmo durante a noite, no cometa 67P/ Churyumov-Gerasimenko. Na realidade ela já estava operacional em maio, mas precisava de energia extra para as comunicações.

No momento a nave Rosetta, que está orbitando o 67P, tem a sua órbita reajustada para manter um contato mais prolongado com o robô Philae, pousado em uma zona escura do cometa.

Em decorrência das boas notícias a Agência Espacial Europeia está ampliando a operação até setembro de 2016. Originalmente esta operação deveria ser encerrada em dezembro de 2015.

As observações da Rosetta e da Philae atingirão o ápice quando o cometa estiver mais próximo do sol o que deve ocorrer no dia 13 de agosto.

Os próximos estudos estarão focados no pó, plasma e gases expelidos do núcleo do cometa quando próximo ao sol.

A descoberta mais recente foi feita pela câmara Osiris da nave Rosetta, que identificou gelo embaixo da poeira do 67P. A nave já localizou mais de 120 pontos com gelo na superfície do cometa.

A descoberta é fundamental e comprova a teoria de que cometas são ricos em água e matéria orgânica e, possivelmente, são os responsáveis pela disseminação da vida no universo.

Carpathian Gold atingida pela falta d´água

Carpathian Gold atingida pela falta d´água




A canadense Carpathian, dona da Mina de ouro Riacho dos Machados, estará reduzindo a produção da mina em função da falta de água.

A mineração depende da água da chuva para o processamento do minério, mas a seca que afeta a região, força a empresa a operar nas condições mínimas.

A RDM usa uma planta convencional de britagem-moagem e circuito CIL que tem uma capacidade de 7.100t por dia. A planta necessita de grandes volumes de água, principalmente no processo de lixiviação.

Os problemas com a falta e o excesso de água não são incomuns à Carpathian.

Em janeiro de 2014 a mina foi fechada pela SUPRAM devido as fortes chuvas que poderiam causar um forte impacto ambiental. O fechamento causou perdas estimadas em 9.000 onças de produção e custos de manutenção além da cabeça do CEO Guy Charette.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Garimpo de ouro no Pará


Garimpo de ouro no Pará


O Pará volta a receber atenção devido à sua tradição extrativista. Desta vez, evidencia-se a divisão entre os índios da etnia Kayapó com respeito à dúvida sobre se o território em que eles vivem deve ser explorado para mineração ou preservado para subsistência.
Estima-se que entre 4 e 5 mil garimpeiros revirem a terra em busca de ouro numa região denominada Terra Indígena Kayapó, no sudeste do Pará. A ação tem efeitos desastrosos sobre a natureza, mas uma parte dos índios desta etnia apoia a exploração aurífera desde que um percentual dos ganhos dos exploradores fique na aldeia. O acordo soa estranho se levarmos em consideração que índios não precisavam vincular-se à economia moderna para preservar seu modo de vida. Eles notaram, porém, que o dinheiro lhes traria alguns benefícios a despeito dos danos ambientais.
Por causa desta divergência de opiniões entre os índios, as instituições que zelam pela integridade das florestas, da fauna e dos povos nativos ficam sem saber se devem endurecer a fiscalização ou aceitar os acordos entre as partes. É assim que companhias de mineração como a Vale mantêm seus negócios em regiões longínquas do país onde se supõe que deveria haver preservação ambiental e étnica.
Apesar dos riscos humanos e naturais que as atividades extrativas oferecem ao Pará, o garimpo expande-se no sudeste paraense com poucos empecilhos além da necessidade de negociação. O maior destes é a reprodução da prática de intermediação que encarece e inviabiliza o Brasil. Isto significa que, em vez de geração de riqueza por trabalhadores brasileiros, estes não fazem mais que extrair e repassar várias vezes um produto até o consumidor final sem que haja desenvolvimento tecnológico.
Quando me referi à tradição extrativista do país, inspirei-me na lembrança de Serra Pelada. Durante os anos 1980, e com seu ápice em 1983, aproximadamente 100 mil garimpeiros foram tentar a sorte no sudeste paraense atrás de dinheiro fácil. Eles extraíram 42 toneladas de ouro neste período através de mineração a céu aberto, enquanto uma cidade pequena se fundava no meio da selva pelos familiares destes garimpeiros, já que mulheres e crianças estavam proibidas de entrar nas áreas mineradoras.
O Pará teve o ciclo da borracha, mais tarde teve o do ouro, e hoje continua sendo caracterizado como uma terra extrativista onde há riquezas a desbravar pelo homem moderno. Esta aposta gerou controvérsia quando se propôs a divisão do Pará em três estados para que supostamente se aproveitasse melhor seu potencial econômico e se o administrasse com maior eficiência. É possível desconfiar de tais medidas porque haveria gastos públicos maiores com burocracia e individualização dos lucros.
Quando o negócio é grande no Brasil, o rabo que se prende é longo. Por isso as punições de instituições fiscalizadoras a miúdo incidem sobre pessoas comuns – penso nos milhares de garimpeiros – que precisam de renda para sustentar suas famílias. No entanto, o chefe que controla todo o negócio estará bem protegido, possivelmente sob o guarda-chuva da burocracia que emperra o progresso do Brasil.
Na mesma tacada, reitero que nosso país é povoado por intermediários que agregam custo, mas não fazem o mesmo com valor através de pesquisa e desenvolvimento. Deste modo, o ouro que muitos garimpeiros tiram com suas unhas traz poucos benefícios a estes trabalhadores carentes e ao Brasil, mas faz a vida de uma casta de pessoas que mantêm o país na periferia produtiva e na brutalidade educativa.
Portanto, o corolário deste modo de produção extrativista é desastroso para o Brasil. Alivia a vida de poucos, mas condena a de muitos que beiram o sacrifício para sobreviver. Até os índios caem nessa armadilha, ludibriados pelo Estado brasileiro.
Aponte as feridas do Brasil se quiser dignificá-lo.
Não deixe que elas se transformem num câncer.

Energia Brasil: investimentos chineses superam US$35 bilhões

Energia Brasil: investimentos chineses superam US$35 bilhões




Quando se trata de energia os chineses não brincam.

Os números discutidos nesta matéria refletem uma parceria extraordinária entre Brasil e China que corresponde ao equivalente a 577.5 milhões de barris de petróleo a preço atualizado de US$61/barril: quase um ano da produção total de petróleo brasileira.

Somente nos primeiros cinco meses de 2015 o Brasil exportou três vezes mais petróleo para a China que o mesmo período de 2014.

A China não se tornou a maior consumidora de petróleo do Brasil da noite para o dia.

Assim como a Shell, recentemente, os chineses adotaram uma estratégia de flanqueamento e entraram, literalmente pela porta dos fundos no pré-sal, consolidando uma fortíssima presença:

Vejam só como os chineses conseguiram investir um tsunami de US$35,23 bilhões, no petróleo brasileiro:

1-Em 2010 a Sinopec investiu US$7,1 bilhões nas áreas que a espanhola Repsol YPF SA tinha no pré-sal.

2-No mesmo ano a Sinopec comprou 30% da portuguesa Galp Energia no Brasil por US$5.2 bilhões.

3-Ainda em 2010 a Sinochem comprou a participação de 40% do campo Peregrino da norueguesa Statoil, por US$3,1 bilhões.

4-Em 2009 o Banco da China emprestou para a Petrobras US$10 bilhões. Parte do pagamento será feito à Sinopec em óleo.

5-Em 2013 a Sinochem comprou 35% do Bloco BC-10, da Petrobras por US$1,43 bilhões.

6- Em 2013 a China National Petroleum Corp (10%) e a China National Offshore Oil Corp (10%) ganharam, em um consórcio com a Petrobras (40%) , Shell (20%) e Total (20%), 35 anos de produção do megacampo de Libra. Os chineses entraram com US$1,4 bilhões a vista.

7-Em 2015 o Banco de Desenvolvimento da China já assinou com a Petrobras dois contratos de investimento que totalizam US$5 bilhões.

8-Ainda em 2015 o mesmo banco chinês assinou um contrato de empréstimo para a Petrobras de US$2 bilhões.

Não é sonho, a participação da China no setor energético brasileiro é concreta.

E isso é apenas a ponta do iceberg. Vários grupos chineses estão, ainda, negociando com a Petrobras e até com as grandes empresas brasileiras a entrada em negócios de energia, sondagens, plantas, refinarias e infraestrutura.