A lavra de minério em planetas, luas e asteroides foi um componente de muitos contos de ficção. Hoje, a nova empresa chamada Deep Space Industries foi montada com vistas à lavra de meteoritos e asteroides que orbitam o nosso sistema solar.
É um projeto ambicioso, mas plenamente factível com a tecnologia de hoje. O maior problema, como em todos os projetos mineiros será o dos custos operacionais. Uma lavra espacial precisa, obviamente, ser mais econômica do que as similares na Terra ou os acionistas da Deep Space ficarão no deep loss... A DSI se alia a Planetary Resources Inc que foi a primeira empresa a cogitar a lavra de objetos espaciais.
Como na Terra o projeto vai começar com a prospecção e pesquisa de asteroides. Para tal serão usadas sondas que não só detectarão os alvos como trarão amostras a serem analisadas em laboratórios terrestres. Sabemos que isso é possível pois a sonda Japonesa Hayabusa já retornou de uma jornada de 5 anos após ter pousado e amostrado um asteroide em 2005.
Os problemas a serem enfrentados são inúmeros:
- Custos: os custos atuais para o lançamento de sondas da NASA é de mais de 1 bilhão de dólares por lançamento. CAPEX acima de 1 bilhão na mineração implica em retornos também bilionários, com um grau de certeza infinitamente maior do que o projeto de asteroides. Os custos da DSI deverão ser muito inferiores aos da NASA. Conseguirão essa proeza?
- Tecnologia: nova tecnologias deverão ser inventadas só para viabilizar esse projeto. Será factível?
- Tempo para viabilidade econômica: na Terra entre a descoberta de um jazimento até um estudo de viabilidade econômica se vão 3 a 5 anos. E no espaço? Com certeza o projeto não poderá depender de vários lançamentos e várias novas sondas ou o orçamento vai literalmente para o espaço...
- Tempo para a Lavra: os asteroides tem uma órbita, geralmente, em torno do sol. O tempo de uma revolução completa pode ser de várias décadas. Será que após descobrir um asteroide interessante a DSI vai ter que esperar por décadas para iniciar a lavra?
- Baixa densidade: existem mais de 750.000 asteroides conhecidos com tamanhos em torno de 1 km de diâmetro. No entanto menos de 8% desses terão algum conteúdo econômico. Os demais são asteroides carbonáceos ou rochosos sem valor econômico. Ou seja, encontrar um asteroide que tenha valor econômico não será tão fácil. Os mais comuns serão os metálicos a base de ferro-níquel. Os mais raros e possivelmente os mais valiosos serão os de diamantes que se encontrados poderão fazer a diferença entre o sucesso e o insucesso.
A história da mineração espacial é pioneira, criativa e bonita, mas provavelmente, não terá nenhum retorno econômico enquanto os pontos acima não forem melhor equacionados. Até lá muitos perderão o seu dinheiro na compra das ações dessas "mineradoras".
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