Minério de ferro: a era dos minidepósitos?
Quando se fala em jazimentos de minério de ferro
sempre pensamos em tamanhos fora da escala, em bilhões de toneladas. Ou,
mais raramente, em pequenos depósitos de altíssimo teor com minério
saindo direto do britador para o forno.
Nunca, até hoje, havíamos visto no Brasil um projeto baseado em um
depósito de pouco mais de 100 milhões de toneladas de minério, um
minidepósito se comparado aos gigantescos da Vale, CSN, Minas-Rio,
O2iron , Caetité e outros que estão em fase de construção. O mais
interessante é que este minidepósito tem os teores de ferro bem abaixo
dos teores de outros jazimentos brasileiros.
Estamos falando de Jambreiro, uma jazida controlada pela australiana
Centaurus Metals que tem 128Mt e um teor médio de apenas 27,2%.
O que faz Jambreiro interessante do ponto de vista econômico?
O pulo do gato nesse jazimento está nos baixos custos de lavra e
processamento. O minério é friável e pode ser cominuído em moinho de
bolas, com baixíssimo custo. O undersize terá um processo simples e
barato de beneficiamento com jigs, espirais de concentração e separação
magnética que fará um produto, de baixo custo, com 65% Fe.
Desta forma serão concentrados, durante a vida útil da mina, 18 milhões
de toneladas a 65% de Fe. O all-in cash cost sera baixo: US$22/t FOB
mina. O CAPEX total é de US$53 milhões o que deve gerar um lucro de
algumas centenas de milhões de dólares ao longo de 18 anos e uma TIR de
33%.
Tudo isso com uma produção anual de apenas 1Mt de concentrado... Já com o
relatório aprovado e com as licenças em dia a produção deverá iniciar
no primeiro trimestre de 2015.
Será uma nova tendência na mineração de ferro? Um caso de Davi contra Golias?
O que conta em um caso desses, são as margens de lucro. No caso de
Jambreiro o minério concentrado deve ser vendido no Brasil, mas, na pior
das hipóteses, chegará a qualquer porto Chinês com um custo ainda bem
abaixo dos US$60/t. Ou seja, com um preço altamente competitivo.
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