sábado, 28 de junho de 2014

Estudo de inclusões fluidas em veio de quartzo aurífero do prospecto patinhas

Estudo de inclusões fluidas em veio de quartzo aurífero do prospecto patinhas, Província Aurífera do Tapajós, Cráton Amazônico

O prospecto Patinhas, na porção sudeste da província Tapajós, é caracterizado por um veio de quartzo aurífero comespessura média de 70 cm hospedado em zona de cisalhamento rúptil-dúctil, transcorrente, subvertical, orientada segundo NE-SW, que corta gnaisse granodiorítico do Complexo Cuiú-Cuiú (~2,0 Ga). O quartzo é leitoso, maciço e rico em pirita em sua porção central e foliado no contato com a rocha encaixante. Esse contato é também marcado por estreito halo de alteração hidrotermal que contém sulfetos disseminados e pela deformação dúctil imposta à rocha encaixante pelo cisalhamento. O caráter estrutural é sugestivo de posicionamento do veio em profundidade moderada, em estrutura ativa, cuja atividade estendeu-se por algum tempo após a formação do veio. O ouro é microscópico e preenche microfraturas em cristais de pirita. Ao microscópio, cristais de quartzo de dimensões variadas são envoltos por matriz recristalizada, em mosaico. São observados efeitos variáveis de deformação dúctil, fraca a intensa, devido à deformação que acompanhou e sucedeu a formação do veio de quartzo. Inclusões fluidas (IF) ocorrem em trilhas intra- e transgranulares, em bordas de cristais recristalizados, ou são encontradas em áreas menos deformadas e/ou reliquiares do quartzo, de forma isolada ou em pequenos grupamentos aleatórios. São descritas inclusões carbônicas (tipo 1) mono- e bifásicas, geralmente associadas com inclusões aquo-carbônicas (tipo 2) bi- ou trifásicas em temperatura ambiente, com o volume de CO2 variando entre 20e 70%. Inclusões aquosas (tipo 3) bifásicas dividem-se em dois subtipos, um associado espacialmente aos tipos 1 e 2 e um outro posterior a todos os demais tipos. A temperatura de fusão da fase carbônica das IF dos tipos 1 e 2 mostra forte concentração de valores próximo ao ponto de fusão do CO2 puro. Com base no conjunto de dados estruturais, petrográficos e microtermométricos, interpretase a origem das IF como uma combinação entre separação de fases e re-equilibrio durante e após o aprisionamento. Parâmetros físicoquímicos estimados a partir dos dados microtermométricos indicam que: a mineralização ocorreu entre 307ºC e 389ºC, sob pressão variável (média de 2,1 kb, correspondendo a 7 km de profundidade); o fluido aquo-carbônico possui densidade global entre 0,73 e 0,97 g/cm3, salinidade média de 6,6 % em peso equivalente de NaCl; e que a fração molar do CO2 (XCO2) varia entre 6 e 16 moles %. Essas características são compatíveis com as de depósitos auríferos mesotermais / mesozonais estruturalmente controlados.

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