INCERTEZA E COMBINAÇÃO DE EVIDÊNCIAS: A QUESTÃO DOS DIAMANTES DO RIO TIBAGI-PR (BRASIL)
Como uma ciência da natureza, a geologia é impregnada de
incertezas. Isto está presente nas observações, conceitos e relações
geológicas, definindo três tipos de incertezas no raciocínio geológico:
i) observacional, associada à evidência E, ii) conceituai, associada ao
conceito (P) proposto e iii) relacional, associada à aplicabilidade do
conceito à evidência (dado A, então P). A metodologia apropriada para
avaliar a confiabilidade na conclusão é discutida e exemplificada com o
caso da fonte de diamantes no vale do rio Tibagi, Bacia do Paraná,
Brasil. O método usa evidências qualitativas e atribui valores de
probabilidade básica, como escores para cada comprometimento da
proposição com a evidência usada, tal como na função belief. Vinte e
duas evidências geológicas são consideradas na avaliação de duas
hipóteses alternativas: i) da fonte dos diamantes nos conglomerados
basais do Grupo Itararé (Pensilvaniano); ii) da fonte em rochas
kimberlíticas-lamproíticas. O comprometimento da evidência como
confirmação ou negação de cada proposição é complementada pela
ambiguidade. A combinação das várias evidências consideradas utilizou a
regra de combinação de evidências independentes de Dempster-Schafer. O
resultado aponta para uma confiabilidade (Belief) de 0,73 com uma
ambiguidade de 0,25 para a hipótese da fonte no Grupo Itararé, comparada
a confiabilidade de 0,06 e ambiguidade de O, 86 para a hipótese de
fonte em rochas kimberlíticas-lamproíticas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário