Dilma cai nas pesquisas e Petrobras é recomendada por bancos
O mercado já consegue antever um Brasil sem Dilma, e
isso faz as ações da Petrobras se tornarem mais atraentes aos
investidores. Eles acreditam que um novo governo terá uma ingerência
menor na empresa que voltará a ter lucros.
Não há como negar: os últimos meses de escândalos na Petrobras afetaram a
imagem da Presidente Dilma. A metralhadora da mídia apontada ao coração
do governo fez um sério estrago na reputação de gerente de Dilma.
Dilma foi inocentada na sua participação no escândalo de Pasadena.
No entanto o mercado, profundo conhecedor das entranhas das empresas públicas, não comprou esta inocência toda...
Todos nós, que já sentamos nos conselhos de administração de empresas
públicas, sabemos como a coisa realmente funciona. Os conselhos tem
regras e deveres muito rígidos, ditados não só pela empresa como também,
pela bolsa onde essa empresa vende as suas ações.
Quem não ouviu falar de compliance ou de governança corporativa? As regras são muitas e são intensas.
Empresas públicas devem aderir às normas legais e melhores procedimentos de formas a sempre
proteger o interesse de seus acionistas. Cabe, em última análise, ao
Conselho de Acionistas a responsabilidade para que isso ocorra. O
Conselho deve identificar e evitar qualquer falha no processo de
gerenciamento que possa prejudicar a empresa e seus acionistas.
É simples: como dizem os americanos é no conselho de acionistas que o “ bucket stops”.
Tentar se isentar da responsabilidade inerente a uma decisão
fundamental, como o investimento de centenas de milhões de dólares na
compra de um ativo importante, a Refinaria de Pasadena, é, no mínimo,
uma tremenda desfaçatez. É negar o inegável.
Tudo o que o conselho faz é se reunir, ocasionalmente, para decidir
sobre os destinos da empresa que o emprega. Nessas reuniões a pauta é
clara e específica. Ela visa unicamente aprovar, ou não, as decisões de
grande impacto na empresa. O conselho tem a obrigação e a autoridade de
pedir esclarecimentos, sempre que houver a menor dúvida. Minimizar essa
responsabilidade, como se os membros do Conselho fossem meros
espectadores, e deixar a culpa unicamente aos diretores da Petrobras,
nos deixa, como sempre, com o sentimento de que no nosso país as leis
são distorcidas e só favorecem aos mais fortes.
Infelizmente essa percepção já ultrapassa as fronteiras do nosso Brasil e nos enche de vergonha.
À medida que as pesquisas de intenção de votos mostram o enfraquecimento
de Dilma até os bancos como o Barclays, já começam a acreditar em uma
nova Petrobras, longe da influência do atual governo, e a recomendam aos
seus clientes.
Essa nova Petrobras é também, a favorita dos investidores, pois sempre
que Dilma cai as suas ações sobem... Essa correlação é clara e deveria
ser um sinal claro, ao povo brasileiro, sobre o que os empresários
pensam da ingerência do governo nas empresas públicas como é o caso da
Petrobras.
Até o Santander, usualmente conservador, entrou na briga e escreveu nos
extratos, baseado em critérios “exclusivamente” técnicos, que a
reeleição de Dilma é ruim para a economia do Brasil. Uma estratégia
incrivelmente agressiva para um banco. Isso nos faz meditar sobre a
seriedade do assunto e sobre o perigo que , segundo o banco, uma
continuidade pode trazer à economia do país.
Com essas notícias as ações da Petrobras sobem, hoje, 1,3%. A ação está
cotada em R$20,50: um crescimento de 64% desde março deste ano quando as
pesquisas mostraram o declínio de Dilma. Há um ano a presidente tinha
mais de 70% e hoje apenas a metade...
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