Opala nobre - Um Arco-íris ao seu alcance
A opala nobre ou opala
preciosa é uma gema de aspecto sem igual. Diferindo de outras gemas, as
opalas nobres podem exibir todas as cores do arco-íris, que aparecem
como reflexos de vários tamanhos e formas, com distribuição única na
superfície de cada opala e que são realçados pelo contraste com a
coloração de fundo da gema. Ao movimentar uma opala nobre, inclinando-a
em várias direções, os reflexos visíveis vão se modificando
gradativamente (em tipo de cor e distribuição), parecendo “caminhar”
pela gema. Esta característica, que ocorre unicamente na opala, é
denominada jogo de cores ou opalização.
DESCRIÇÃO DAS OPALAS NOBRES E ORIGEM DE SEU JOGO DE CORES
As opalas são compostas por dióxido de silício (sílica) hidratado,
com fórmula química SiO2.nH2O. Nessa fórmula, “n” traduz um número
variável de moléculas de água, que geralmente oscila entre 6 e 10% do
peso do material, mas pode chegar excepcionalmente até 30%. As opalas
são gemas mais frágeis que o quartzo, apresentando dureza de 5,5 a 6,5
na escala de Mohs (a dureza de uma gema reflete sua resistência a ser
riscada), e fraca tenacidade (característica que reflete a resistência à
torção, pressão ou a ser dobrado).
Diferindo da maior parte das gemas inorgânicas, a opala classifica-se
como mineralóide e não, mineral, uma vez que tem estrutura interna
amorfa e não-cristalina de seus átomos. Por outro lado, a opala nobre
apresenta, sim, um tipo de organização tridimensional interna, na forma
de múltiplas pequenas esferas de sílica de diâmetro uniforme,
estreitamente empilhadas em camadas paralelas sobrepostas. Essa
estrutura foi descoberta em 1964 com o auxílio do microscópio eletrônico
e nela reside a origem do jogo de cores observado nas opalas. A
inter-relação entre as esferas de sílica e os espaços entre as esferas
provoca os fenômenos de difração, dispersão, interferência e reflexão da
luz, resultando na visualização na superfície da gema das diversas
cores do arco-íris (cores espectrais puras, cada uma composta de
comprimentos de onda com variação mínima – vermelho, laranja, amarelo,
verde, azul e roxo). Eventualmente, ocorre a observação de cores
intermediárias entre as cores fundamentais. A regularidade da
distribuição espacial das esferas influencia o brilho das cores da gema.
Figura 01 Fotomicrografia de esferas de sílica em opalas:
Opala comum Opala nobre
Nas opalas nobres, as esferas com diâmetro entre 150 e 400 nm
(nanômetros, onde 1 nanômetro equivale a 0,000000001 metro) são as que
têm jogo de cores. O tamanho das esferas e, conseqüentemente, dos
espaços entre elas, tem relação direta com as cores que podem ser vistas
em cada opala. As opalas com esferas menores (de aproximadamente 150
nm) geralmente produzem reflexos de cor azul e roxo. Esferas pouco
maiores refletem roxo, azul e verde. A seguir, temos esferas que
refletem roxo, azul, verde e amarelo. Com diâmetro pouco maior
observam-se roxo, azul, verde, amarelo e laranja. Finalmente, com as
esferas de maior diâmetro (350 a 400 nm) torna-se possível observar
todas as cores do arco-íris – roxo, azul, verde, amarelo, laranja e
vermelho. Em opalas com esferas grandes, mesmo quando não estão todas as
cores aparentes ao observar a gema numa posição fixa, basta inclinar ou
girar a gema gradativamente que a mudança no ângulo de incidência da
luz permitirá a observação de todas as cores espectrais numa determinada
região, passando sucessivamente de uma para outra (e respeitando a
ordem, do vermelho para o azul ou o inverso). Na natureza, as opalas com
reflexos vermelhos são as mais raras.
Adicionalmente, a coloração de fundo da gema influencia a qualidade
das cores refletidas. Sempre que uma opala recebe iluminação, uma parte
da luz (que denominaremos aqui de “A”) que nela penetra passa por todos
os fenômenos ópticos descritos anteriormente e, em última instância, é
refletida na superfície da gema como cores espectrais puras, produzindo o
jogo de cores próprio. O restante da luz (que denominaremos de parte
“B) é transmitida, chegando mais profundamente na gema. Idealmente, as
melhores opalas manifestam suas cores expressando apenas a parte A e
essa situação se verifica nas opalas de fundo negro, que absorvem toda a
luz B – isto resulta em cores espectrais mais nítidas. Já as opalas de
fundo claro, por outro lado, refletem a luz B de volta para a gema
(totalmente nas brancas e parcialmente nas de outras cores), onde pode
se espalhar e ser refletida para a superfície da gema em conjunto com as
cores originadas de A, diluindo-as.
O jogo de cores observado em cada gema apresenta uma combinação única
e exclusiva (não existem duas opalas que sejam idênticas). As cores
distribuem-se em faixas, pontos, linhas ou figuras geométricas, sejam
isolados ou combinados na superfície da opala, às vezes distribuídos
aleatoriamente e outras vezes harmonizando-se em padrões belíssimos
(vide seção de Avaliação de opalas nobres, abaixo).
TIPOS DE OPALAS NOBRES
As opalas nobres são classificadas de acordo com a coloração de seu
fundo (ou “corpo” da gema) e de sua estrutura (apenas opala ou opala
combinada a rocha matriz) em vários tipos:
A) Opala negra: entram
neste patamar as opalas opacas que apresentam coloração negra, cinza
escura, azul escura, verde escura ou marrom escura. Como visto
anteriormente, as opalas negras realçam os reflexos coloridos em sua
superfície, dando-lhes mais definição. Comparando-se opalas com outras
características semelhantes, as de fundo negro são mais valiosas que as
demais. Na atualidade, o único país com produção comercial de opalas
negras é a Austrália.
Cabochão de opala negra (figura 04, 05, 06, 07, 08)
figura 04 figura 05 figura 06 figura 07 figura 08
B) Opala semi-negra: é a gema opaca de coloração cinza, com
tonalidade média. Essas gemas são produzidas principalmente na
Austrália, com achados eventuais em outros países, inclusive o Brasil.
C) Opala branca: corresponde à opala opaca de coloração branca ou com
outras cores em tonalidades claras (como amarelo, laranja ou cinza). É a
mais encontrada no mercado mundialmente, originando-se da Austrália, do
Brasil e dos Estados Unidos, principalmente. Por serem menos raras e
apresentarem em geral coloração menos chamativa que as opalas negras ou
cinzas, costumam ter menor valor e serem mais acessíveis, mas existem
exemplares excepcionais que atingem elevado valor.
Opala branca bruta (figura 11) Cabochão de opala branca (figura 12 e 13)
figura 11 figura 12 figura 13
D) Opala cristal: é a opala transparente a translúcida, com coloração
clara de fundo. Por sua transparência podem ser vistas várias camadas
de reflexos coloridos no interior da gema. Ocorrem nos mesmos depósitos
descritos anteriormente para as opalas brancas.
E) Opala cristal negra: é a opala transparente a translúcida, com
coloração escura de fundo. Ocorrem nos mesmos depósitos descritos
anteriormente para as opalas negras.
Opala cristal bruta (figura 14) Cabochão de opala cristal (figura 15)
figura 14 figura 15
F) Opala matacão: é a opala que ocorre em cavidades e fissuras muito
estreitas de rocha matriz porosa (um conglomerado ferruginoso laranja
escuro a marrom). Pelo intercrescimento entre a opala e a rocha matriz,
constituindo belos desenhos e padrões, ou pela reduzida proporção de
opala em relação à quantidade de rocha matriz, esse material na
atualidade é lapidado preservando-se a rocha matriz em conjunto com a
opala. A rocha matriz que se mistura com e cobre a opala no fundo da
gema praticamente se comporta como o fundo escuro das opalas negras e
realça intensamente os reflexos de cores. Além disso, a matriz
acrescenta resistência à peça. Estas opalas são encontradas apenas na
Austrália. Existem vários subtipos de opala matacão e, para permitir
melhor padronização em sua descrição, a Associação Gemológica
Australiana sugere a seguinte distinção:
F.1. opala matacão negra:
estas gemas são as preparadas a partir de peças brutas em que a opala se
manifesta como fina camada intimamente aderida a sua matriz. Na
lapidação das gemas, toma-se o cuidado de polir adequadamente a opala e
manter a matriz como fundo, que constitui praticamente toda a espessura
do corpo da gema. Assim, a gema final tem duas camadas: uma superior, de
opala opaca negra, e outra inferior (fundo) de matriz;
F.2. opala
matacão cristal: preparadas a partir de material como o descrito em
F.1., as gemas resultantes têm duas camadas – uma superior de opala
translúcida a transparente clara e outra inferior de rocha matriz. As
gemas têm aspecto escuro devido à coloração da rocha matriz, que se
torna visível através da opala;
F.3. opala matacão clara: preparadas a
partir de material como o descrito em F.1., as gemas resultantes têm
duas camadas – uma superior de opala opaca clara (cinza ou
esbranquiçada) e outra inferior de rocha matriz;
F.4. “noz de Yowah”
(Yowah nut): é o subtipo de opala matacão que se forma como pequenos
nódulos arredondados ou ovóides de rocha matriz, geralmente com diâmetro
máximo de 5 cm, contendo pequena cavidade central parcial, preenchida
por opala nobre. Esses nódulos são clivados, expondo a opala entrelaçada
à rocha matriz e então são polidos, formando belos e incomuns
exemplares.
F.5. opala matacão na matriz ou opala na matriz: trata-se
de opala que se formou preenchendo pequenas cavidades ou como uma rede
de finos veios envoltos por rocha matriz porosa, ou ainda entre os grãos
da rocha matriz. Uma vez lapidada, diferencia-se dos demais tipos por
apresentar menor proporção de opala em relação à quantidade de rocha
matriz. As gemas prontas demonstram rocha matriz evidente tanto no fundo
quanto na face anterior, salpicada por pontos, linhas ou bandas de
opala nobre.
Opala matacão bruta (figura 16) Noz de Yowah bruta
(figura 17) Cabochão de opala matacão (figura 18) Cabochão de opala na
matriz (figura 19) Cabochão de noz de Yowah (figura 20)
figura 16 figura 17 figura 18
figura 19 figura 20
A ORIGEM DAS OPALAS NOBRES
As opalas nobres requerem condições muito especiais para sua formação
e, curiosamente, apesar de seu elevado teor de água, a opala encontra
essas condições geralmente em regiões áridas e semi-áridas, com chuvas
sazonais.
Há milhões de anos, soluções de água e dióxido de silício (SiO2) se
infiltraram para o interior de fendas e rachaduras de rochas vulcânicas
ou espaços e cavidades desenvolvidos em rochas sedimentares, tornando-se
ali aprisionadas pela baixa permeabilidade de seu envoltório. Com o
passar do tempo, parte da água da suspensão sofreu evaporação e isso
resultou no aumento gradativo da concentração de sílica. Quando essa
concentração atingiu um nível crítico, as moléculas de sílica começaram a
se agrupar, formando esferas sólidas. Com o surgimento de grande
quantidade de esferas, a solução passou a se transformar em um gel e
então ocorreu a deposição gravitacional das esferas em camadas
(estima-se que cada 1 cm de espessura depositada levou um período de
aproximadamente 5 milhões de anos para se processar). O tamanho das
esferas é diretamente proporcional ao período de tempo que decorre entre
sua formação e a deposição final (ou seja, quanto mais tempo levar sua
deposição, maiores são as esferas). Se a evaporação de água ocorre em
velocidade constante, formam-se esferas de diâmetro uniforme e que por
sua vez se depositam em camadas sucessivas organizadas. A evaporação
adicional de água levou à solidificação do material, constituindo então a
opala nobre (após a deposição das esferas, estima-se um período
adicional de 1 a 2 milhões de anos para a completa solidificação dos
depósitos). Opala também se deposita entre grãos de argila e areia em
arenitos, cimentando-os e constituindo rocha matriz.
Dentre os depósitos de opala nobre conhecidos mundialmente,
praticamente todos os de origem sedimentar ocorrem apenas na Austrália.
Sítios de extração das demais localidades e algumas poucas exceções
localizadas também na Austrália são de origem vulcânica (inclusive os
sítios brasileiros, que ocorrem em meio a formações de basalto).
EXTRAÇÃO E PRODUÇÃO MUNDIAL DE OPALAS NOBRES
Comprovando a raridade da opala nobre, do total de opalas extraídas
mundialmente na atualidade, 95% consiste em opala comum, sem opalização e
geralmente de cor única e monótona (negra, cinza, branca, azulada,
esverdeada, amarelada ou alaranjada, conforme o sítio de origem), com
aspecto leitoso a opaco. Dentre os 5% restantes que apresentam jogo de
cores, aproximadamente 80% (ou 4% da produção mundial) são gemas de
qualidade intermediária, acessíveis e as mais comuns no mercado.
Finalmente, os outros 20% de opalas nobres (ou 1% da produção mundial)
são os exemplares de qualidade excepcional, que muitas vezes alcançam
valor por quilate superior ao de belos diamantes.
O país que mais se destaca na produção de opalas nobres no momento é a
Austrália, responsável por 90 a 95% da produção mundial (único produtor
comercial de opala negra e também produtor de opala branca, opala na
matriz e opala matacão). Outros países também apresentam sítios de
extração de opalas nobres, destacando-se o Brasil (produtor de opalas
brancas, com achados eventuais de opalas negras ou cinzas), os Estados
Unidos, Honduras, Japão, Etiópia e México.
LAPIDANDO A OPALA NOBRE
As opalas nobres usualmente são lapidadas em cabochão para realçar
seu jogo de cores (vide comentários sobre Lapidação em Cabochão na seção
“Dúvidas” do site). O formato mais popular e o mais utilizado é o oval,
seguindo-se o redondo, mas os demais formatos tradicionais de cabochões
também podem ser aplicados ao material. Pela raridade e valor das
opalas, lapidários experientes avaliam com cuidado o formato das pedras
brutas e a distribuição da barra de cor (a camada de onde se originam os
desejados reflexos de cores) para melhor aproveitá-los na confecção da
gema. Um cuidado especial é deixar o cabochão com espessura adequada
para torná-lo mais resistente. Opalas de boa qualidade também podem ser
lapidadas em formas livres (cabochões fantasia ou mesmo
mini-esculturas).
TRATAMENTO DE OPALAS NOBRES
Algumas opalas podem ser tratadas para melhorar sua aparência:
-
opalas com fissuras: resinas sintéticas, muito utilizadas em gemas
transparentes com inclusões (como as esmeraldas), têm aplicação para
opalas com fissuras, podendo diminuir sua visibilidade e oferecendo um
tratamento duradouro. Óleos e ceras podem ser utilizados com o mesmo
propósito, mas são tratamentos de pequena durabilidade;
- opalas na matriz: um processo muito utilizado e que tira proveito
da característica porosa da matriz argilosa de opalas de algumas regiões
consiste em mergulhar essas opalas primeiro em solução açucarada e
depois em ácido sulfúrico. Com a reação química entre o açúcar e o
ácido, partículas de carbono se depositam na superfície da matriz,
escurecendo-a e realçando o jogo de cores das lâminas de opala.
DOUBLETS E TRIPLETS
Opalas nobres também são encontradas em gemas compostas, onde
geralmente duas ou mais camadas de diferentes materiais são unidos para a
composição da gema final:
- doublets (gemas duplas): nestas gemas,
uma fina camada de opala nobre (branca ou negra) é cimentada sobre uma
opala comum de coloração escura, com uso de cola transparente, ou sobre
uma opala comum de cor clara, uma calcedônia ou vidro, porém com uso de
cola escura.
- triplets (gemas triplas): são gemas formadas por uma camada de
opala entre um fundo escuro (geralmente opala comum escura ou ônix
negro, com cola transparente ou opala comum clara, calcedônia ou vidro,
com cola escura) e uma camada frontal transparente (de cristal de rocha
ou vidro). Os propósitos da camada frontal nestas gemas são dar maior
proteção à camada de opala e obter um acabamento convexo,
assemelhando-se à abóbada de um cabochão.
A principal vantagem das gemas compostas é seu preço em relação ao
valor das gemas naturais (e doublets são geralmente mais valiosos que
triplets porque suas camadas de opala são mais espessas). Por outro
lado, sua desvantagem é que devem ser protegidas de exposição prolongada
à água, pois pode ocorrer infiltração líquida entre as diversas camadas
e prejudicar sua aparência.
OPALAS SINTÉTICAS
Existem no mercado opalas sintetizadas em laboratório. As primeiras
opalas fabricadas pelo homem datam de 1964, através de método
desenvolvido por John Slocum. Outros métodos foram desenvolvidos com o
passar dos anos e os avanços tecnológicos têm permitido aprimorar o
aspecto das gemas. Nesse material se produzem esferas de óxido de
silício hidratado que são circundadas por substância (geralmente não
presente nas opalas naturais e com origem que pode ser orgânica ou não)
que dê estabilidade ao conjunto e permita que seja trabalhado nos
formatos requeridos para peças de joalheria. No momento, existem vários
tipos de opalas sintéticas, que estão sendo produzidas no Japão, na
Austrália, na Rússia e na China.
Cabochão de opala sintetica (figura 21)
figura 21
DESCREVENDO E AVALIANDO UMA OPALA NOBRE
Apesar de não existir sistema padronizado que permita qualificar as
opalas nobres de modo objetivo, os seguintes parâmetros servem de
referência em sua avaliação:
a) Origem: as opalas são classificadas
em naturais (esta categoria inclui as opalas matacão), compostas e
sintéticas. Em ordem decrescente, as naturais são as mais valiosas,
seguindo-se as compostas e depois as sintéticas.
b) Coloração, composição e opacidade do corpo da gema: determina-se
se a gema é formada apenas por opala ou por opala e rocha matriz; se é
opaca, translúcida ou transparente; e qual é a coloração de fundo da
opala (branco, negro ou semi-negro). Respeitadas as outras
características, como regra geral, as opalas negras são as mais
valiosas. Seguem-se as opalas matacão (negra, cristal e clara) e as
cristais. Finalmente, tem-se as semi-negras, as brancas, as nozes Yowah e
as opalas na matriz.
c) Opalização – quantidade de cores: observam-se quais são as cores
refletidas pela opala. Para efeito de descrição, citam-se as cores em
ordem decrescente de proeminência na gema (da que é mais evidente em
toda a superfície da opala até a que menos aparece). Recordando, a
depender do tamanho das esferas na composição de uma opala, as possíveis
combinações de cores que podem ser refletidas são: vermelho – laranja –
amarelo – verde – azul – roxo (todas as cores, em opalas com as maiores
esferas), ou laranja – amarelo – verde – azul – roxo, ou amarelo –
verde – azul – roxo, ou verde – azul – roxo, ou azul – roxo (poucas
cores e geralmente com predomínio do azul, em opalas com as menores
esferas). As opalas mais desejáveis são as que têm a reflexão de todas
as cores espectrais, pois apresentam esferas maiores, mais raras. Dentre
estas, ainda, as opalas que refletem predominantemente a cor vermelha
(como cor praticamente única ou predominando sobre as outras cores que
também aparecem) são mais raras e, portanto, mais valiosas. A ordem
decrescente de valor para a cor que predomina é vermelho, laranja,
amarelo, verde, azul/roxo.
d) Opalização – uniformidade das cores: idealmente, as cores
refletidas devem ser visíveis por toda a superfície da gema e também
quando a gema é observada por vários ângulos.
e) Opalização – brilho das cores: preferem-se gemas com intenso
brilho das cores, que mantenham cores evidentes mesmo quando vistas à
distância. Gemas com cores mais apagadas, pouco brilhantes, têm menor
valor.
f) Opalização – padrão das cores: descreve o arranjo da cor pela
gema, que pode ser indistinto ou organizado, constituindo desenhos e/ou
formas geométricas. Os principais padrões reconhecidos são: arlequim
(extremamente raro, é constituído por várias figuras geométricas de
dimensões e formatos semelhantes, como losangos, quadrados, retângulos
ou triângulos, agrupados e parecendo formar um mosaico); escrita chinesa
(onde finas linhas retas e curvas se entrecruzam, assemelhando-se aos
símbolos de idiomas orientais); palha (com várias linhas finas próximas
entre si); em ladrilhos ou blocos (definem-se vários segmentos grandes
de cores observados simultaneamente na superfície da gema); em lampejos
(observam-se áreas evidentes e de tamanhos variáveis de cores que
cintilam subitamente à medida que a gema é inclinada ou girada); floral
(é um dos mais comuns, onde vários reflexos de tamanhos e cores diversos
estão presentes na gema); pontilhado (onde vários pontinhos de cor se
distribuem por toda a superfície da gema). O tipo, a precisão e as cores
do padrão determinam sua qualidade e, conseqüentemente, influenciam o
valor da gema.
Escrita chinesa Floral Em ladrilhos
Lampejo Pontilhado Arlequim
g) Dimensões: gemas maiores são mais raras, e portanto, mais
valiosas. Idealmente, não devem ser nem muito finas e nem muito
espessas.
h) Lapidação e formato: avalia-se a regularidade do acabamento da lapidação e o tipo de formato.
i) Inclusões: observação da presença, quantidade e distribuição de
inclusões (geralmente de opala comum, rocha matriz ou gipso) em meio à
superfície da opala. Esses achados podem tornar menos chamativos os
reflexos coloridos ou interferir em determinado padrão das cores. Opalas
sem inclusões são menos valiosas.
j) Imperfeições: nesta categoria entram as fraturas e fissuras, sejam acidentais ou por desidratação do material.
l) Tratamento: também deve ser considerado qualquer tratamento realizado na opala. Gemas sem tratamento são mais valiosas.
As opalas são gemas de avaliação muito difícil, particularmente
porque cada gema é única. Os comentários apresentados acima não têm a
pretensão de definirem regras absolutas de avaliação destas gemas, mas
apenas de servir como orientações gerais de detalhes que devem ser
levados em consideração. Ao escolher uma opala, busque sempre uma gema
que seja cativante para você. Não necessariamente as opalas mais caras
são as de seu agrado. Muitas pessoas preferem opalas com reflexos azuis e
roxos às gemas com reflexos avermelhados.
Ainda, não se esqueça que, pelo complexo jogo de suas cores, as
opalas são muito difíceis de fotografar. A gema real é sempre muito mais
bela do que o aspecto revelado em suas fotos. Nosso olhos conseguem
captar nuances impressionantes que os atuais equipamentos de fotografia
ainda não expressam.
CUIDADOS COM A OPALA
As opalas são gemas delicadas. Conhecendo suas características e
usando o bom senso é fácil cuidá-las, preservando sua beleza. Algumas
medidas que são aconselháveis no cuidado das opalas incluem:
- limpeza com pano suave seco ou discretamente molhado. Não são necessários produtos químicos para sua limpeza.
- manter as opalas e jóias com opalas que estão em desuso sempre
limpas e guardadas em invólucros individuais (como saquinhos plásticos
ou de tecido). Opalas expostas ao ambiente recebem a deposição de pó em
sua superfície e, como partículas de quartzo (de maior dureza que a
opala) são o componente principal do pó comum, essas gemas podem ser
riscadas quando são submetidas a atrito nessas condições. Com o tempo, o
polimento da gema perde qualidade, diminuindo o brilho da gema e a
nitidez de seu jogo de cores. Procure um especialista, pois um simples
re-polimento pode deixar sua gema como nova mais uma vez.
- evitar exposição a calor excessivo, pois esta condição pode
desidratá-las e resultar em fissuras espontâneas em sua estrutura,
diminuindo sua opalização dramaticamente;
- evitar armazenamento sem proteção em ambientes secos (como os
refrigerados com ar condicionado ou no interior de cofres bancários,
onde o nível de umidade é controlado a níveis reduzidos), condição em
que também podem sofrer desidratação e fissuras. Aconselha-se para
armazenamentos prolongados guardar a opala em saquinho plástico lacrado
com pequena quantidade de água para manter certa umidade ambiente;
- no dia-a-dia, evitar situações que exponham as gemas a impactos
(como exercícios, ou atividades que exijam movimentos bruscos);
- no design e preparo de jóias com opalas deve-se sempre buscar a
montagem com metais de modo a proteger a gema. Também é importante
evitar transmitir-lhe calor durante a cravação.
MITOS
Alguns mitos falsos a respeito das opalas nobres que merecem discussão são os seguintes:
- essas gemas não são porosas, portanto não absorvem água (é desnecessário mantê-las em imersão para “reidratação”) ou óleos;
- as fissuras que ocorrem em uma opala são irreversíveis. O aspecto
das gemas melhora quando são molhadas ou cobertas por óleos, mas esses
tratamentos são apenas paliativos, pois as fissuras ficam mascaradas a
olho nu, mas permanecem inalteradas em número e tamanho. Assim que a
água secar ou que o óleo for removido, elas voltarão a estar bem
aparentes. A tendência de uma opala em desenvolver fissuras depende
principalmente de seu sítio de origem. Várias opalas originadas no
México e em algumas localidades dos Estados Unidos são particulamente
suscetíveis a estes problemas. As opalas brasileiras, por outro lado,
são bem resistentes. Para evitar o desenvolvimento posterior de fissuras
em gemas já prontas para comercialização, muitos lapidários tomam o
cuidado de guardar o material bruto seco por extenso prazo de tempo (3 a
6 meses), às vezes até em condições adversas (como ao ar livre, no
sol), para permitir que a exposição ao ambiente teste sua estabilidade.
Após esse período de tempo, as gemas podem ser lapidadas com segurança,
uma vez que a possibilidade de surgimento de fissuras em pedras assim
testadas passa a ser muito reduzida.
Olá. Encontrei uma pedra dessas a cor leitosa-trasparente e com uma intensa cor azul brilhante. Gostaria de saber se vale alguma coisa l?
ResponderExcluirPor que minha opala que tinha uma linda iridescência está ficando leitosa?
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