A
ideia de que uma joia pode conter as características inventivas de um
criador, ou que, a pedido, se desenhe um objeto de beleza único e
particular, é uma marca do início do século XX. Tradicionalmente, as
peças mais fabulosas pertenciam às aristocracias que passavam suas joias
de família de geração em geração. Com a chegada de uma nova alta
burguesia com muito dinheiro e o gosto por símbolos de status, as joias
tornaram-se objeto de desejo, não apenas pelas pedras que levavam, mas
também, pelo mágico nome do criador que as assinava e modelava:
Cartier,Fabergé,Tiffany &Co,Boucheron, Willian Morris… Nomes
fabulosos que, no início do século, renovaram o cenário, trazendo novas
técnicas e pensamentos sobre a arte nas joias do novo século.
Durante a Belle Époque (período também conhecido como Eduardiano, nome do entusiasta príncipe galês Eduardo VII e também uma referência à aproximação de alguns artistas da estética do rococó francês do século XVIII), Paris havia se convertido na cidade das extravagâncias, um centro de prazeres sensuais. Tornara-se o cenário das celebridades internacionais e das rainhas do demi-monde, como a Bella Otero, Liane de Pougy e Émilienne d’Alençon, mulheres que usaram sua astúcia e sensualidade para levar seus pretendentes à loucura e viver em grande luxo.
Uma estória famosa se deu com o extraordinário adorno peitoral criado por Cartier para a bailarina Carolina Otero(1868-1965). A peça, que levava o nome da dançarina, era um enorme colar que cobria todo o torso com desenhos de reluzentes flores. OOteroconsistia em um conjunto de pedras preciosas com o valor de 10 milhões de francos. Na base, trinta enormes diamantes suspensos assemelhavam-se, como à época disse um observador, a “grandes lágrimas” e, no centro, pesados colares de diamantes que se seguravam através de um grande broche, também de diamante. Tudo isso engastado numa grande base em ouro puro. Esta peça de estrutura e beleza colossais ficava trancada em um banco e, toda vez que Carolina desejava usá-la, era-lhe enviada através de uma carruagem blindada acompanhada por soldados bem armados.
As preferências de Otero mostram as particularidades desta época, onde havia mais interesse nas próprias pedras. A avidez por grandes diamantes coincidia com os avanços da tecnologia para talhar, o que melhorou as qualidades prismáticas das pedras, conferindo-lhes, assim, um brilho mais ostentoso.
Porém, com a revolução industrial surgiu um grupo de artistas, liderado por Willian Morris, que valorizava o trabalho artesanal. Eles temiam que a produção mecânica fizesse desaparecer o trabalho artesanal, levando o mercado a criar peças pobres e de má qualidade estética.
Desde o Renascimento onde reinava a ideia de que os produtos relacionados com a moda eram inferiores do ponto de vista artístico e este movimento, e seu inevitável subsequente, a Art Nouveau negava-se este pressuposto. A arte poderia ser feita em pequena escala, a serviço da moda, e ser igualmente bela. Para estes desenhistas, a estética do objeto era mais importante que o valor intrínseco dos materiais usados, de forma que começaram a ser utilizadas pedras semipreciosas, como a ametista e as pedras de água doce, nas peças desses artistas. Desta forma, o joalheiro deixava de ser um mero engastador de pedras a gosto do cliente para converter-se em um verdadeiro artista capaz de criar joias segundo sua visão pessoal dos metais preciosos e das gemas.
Durante a Belle Époque, as curvas e os arabescos próprios da Art Nouveau foram aplicadas no desenho de joias. A arte nova era sinuosa e sedutora, e se inspirava em uma fauna e flora exóticas, com motivos recorrentes como as libélulas, os pavões reais e as mariposas, combinados com os alucinantes experimentos do simbolismo francês, a embriagante sedução da obra do artista checo AubreyBeardsleye as femmesfatales do artista checo Alphonse Mucha.
Este, que foi o primeiro movimento estético internacional e autêntico do século XX, no tocante à produção de joias, conquistou a possibilidade de se distanciar dos estilos anteriores do século XIX e da “tirania do diamante”. A natureza passou a ser a grande referência dos artistas, assim como a assimetria, a simplicidade na composição e a economia de linhas, inspiração vinda do descobrimento da arte japonesa no século XIX. Quando combinados com os mistérios decadentes do simbolismo de Baudelaire, nasceu uma nova estética.
Muitas peças dessa época incorporaram formas orgânicas, combinadas com o uso de pequenas pedras incrustadas, ao invés dos ostentosos solitários da era vitoriana. Uma vasta combinação de natureza e simbolismo francês.
Durante a Belle Époque (período também conhecido como Eduardiano, nome do entusiasta príncipe galês Eduardo VII e também uma referência à aproximação de alguns artistas da estética do rococó francês do século XVIII), Paris havia se convertido na cidade das extravagâncias, um centro de prazeres sensuais. Tornara-se o cenário das celebridades internacionais e das rainhas do demi-monde, como a Bella Otero, Liane de Pougy e Émilienne d’Alençon, mulheres que usaram sua astúcia e sensualidade para levar seus pretendentes à loucura e viver em grande luxo.
Uma estória famosa se deu com o extraordinário adorno peitoral criado por Cartier para a bailarina Carolina Otero(1868-1965). A peça, que levava o nome da dançarina, era um enorme colar que cobria todo o torso com desenhos de reluzentes flores. OOteroconsistia em um conjunto de pedras preciosas com o valor de 10 milhões de francos. Na base, trinta enormes diamantes suspensos assemelhavam-se, como à época disse um observador, a “grandes lágrimas” e, no centro, pesados colares de diamantes que se seguravam através de um grande broche, também de diamante. Tudo isso engastado numa grande base em ouro puro. Esta peça de estrutura e beleza colossais ficava trancada em um banco e, toda vez que Carolina desejava usá-la, era-lhe enviada através de uma carruagem blindada acompanhada por soldados bem armados.
As preferências de Otero mostram as particularidades desta época, onde havia mais interesse nas próprias pedras. A avidez por grandes diamantes coincidia com os avanços da tecnologia para talhar, o que melhorou as qualidades prismáticas das pedras, conferindo-lhes, assim, um brilho mais ostentoso.
Porém, com a revolução industrial surgiu um grupo de artistas, liderado por Willian Morris, que valorizava o trabalho artesanal. Eles temiam que a produção mecânica fizesse desaparecer o trabalho artesanal, levando o mercado a criar peças pobres e de má qualidade estética.
Desde o Renascimento onde reinava a ideia de que os produtos relacionados com a moda eram inferiores do ponto de vista artístico e este movimento, e seu inevitável subsequente, a Art Nouveau negava-se este pressuposto. A arte poderia ser feita em pequena escala, a serviço da moda, e ser igualmente bela. Para estes desenhistas, a estética do objeto era mais importante que o valor intrínseco dos materiais usados, de forma que começaram a ser utilizadas pedras semipreciosas, como a ametista e as pedras de água doce, nas peças desses artistas. Desta forma, o joalheiro deixava de ser um mero engastador de pedras a gosto do cliente para converter-se em um verdadeiro artista capaz de criar joias segundo sua visão pessoal dos metais preciosos e das gemas.
Durante a Belle Époque, as curvas e os arabescos próprios da Art Nouveau foram aplicadas no desenho de joias. A arte nova era sinuosa e sedutora, e se inspirava em uma fauna e flora exóticas, com motivos recorrentes como as libélulas, os pavões reais e as mariposas, combinados com os alucinantes experimentos do simbolismo francês, a embriagante sedução da obra do artista checo AubreyBeardsleye as femmesfatales do artista checo Alphonse Mucha.
Este, que foi o primeiro movimento estético internacional e autêntico do século XX, no tocante à produção de joias, conquistou a possibilidade de se distanciar dos estilos anteriores do século XIX e da “tirania do diamante”. A natureza passou a ser a grande referência dos artistas, assim como a assimetria, a simplicidade na composição e a economia de linhas, inspiração vinda do descobrimento da arte japonesa no século XIX. Quando combinados com os mistérios decadentes do simbolismo de Baudelaire, nasceu uma nova estética.
Muitas peças dessa época incorporaram formas orgânicas, combinadas com o uso de pequenas pedras incrustadas, ao invés dos ostentosos solitários da era vitoriana. Uma vasta combinação de natureza e simbolismo francês.
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