A saga do garimpo
Peças do Museu da Galeria Arte e Memória em Igatu
Muitas das cidades da Chapada guardam, em seu casario, a lembrança daqueles tempos áureos. Por quase todo o século 19, a Bahia foi a maior produtora de diamantes do mundo. Quando foram encontradas as minas da África do Sul, em 1870, a produção decaiu e só foi salva por causa do carbonado, o chamado "diamante negro", uma raríssima variedade do diamante usada na indústria.
Peças do Museu da Galeria Arte e Memória em Igatu
A Chapada concentrava praticamente toda a produção mundial do carbonado, e foi nos arredores de Lençóis que se encontrou uma pedra de nada menos que 3 167 quilates, batizada de "Sérgio" - até hoje o maior diamante já visto no planeta. No século 20, a chegada do diamante sintético levou à extinção do garimpo de carbonado. Mas não o ouro e o diamante, que continuam brotando do chão da Chapada, embora de forma artesanal, já que o Ibama proibiu o uso de dragas para mineração no ano de 1998.
O ouro ainda dá as caras em Rio de Contas, e o diamante costuma aparecer próximo a Mucugê e a Igatu. Aguinaldo Leite dos Santos, o Guina, passa três dias da semana garimpando em Igatu. "Já cheguei a pegar 140 pedras numa semana", conta. Ele as guarda na carteira e sai para vendê-las em Andaraí, onde o garimpo movimenta cerca de 300 mil reais por mês. "Ainda dá para viver de diamante por aqui. A gente faz um acordo com um patrão, que dá comida em troca de metade do lucro. Então quase não tem gasto. Enricar é que fica difícil."
Peças do Museu da Galeria Arte e Memória em Igatu
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