sábado, 2 de maio de 2015

Pesquisa mineral: chilenos na frente se preparam para abrir bolsa para junior companies em Santiago

Pesquisa mineral: chilenos na frente se preparam para abrir bolsa para junior companies em Santiago





A melhor forma de desenvolver a pesquisa mineral de um país é financiando as junior companies. São essas as empresas que farão as descobertas minerais necessárias ao desenvolvimento do país.

Aqui no Brasil não existem financiamentos disponíveis para as juniors da mineração.

Nenhum banco, incluindo o BNDES, financia empresas de pesquisa mineral. Aqui, mesmo os jazimentos com certificação internacional (Jorc ou NI-43101) não são reconhecidos como ativos que possam lastrear os financiamentos.

Obviamente isso não ocorre lá fora.

Qualquer empresa com uma jazida que tenha um “bankable feasibility study (BFS)” certificado consegue levantar financiamentos bancários que irão transformá-la em uma mineradora.

O problema, no entanto, é como se consegue o dinheiro para fazer a pesquisa e chegar a um BFS.

A melhor e mais objetiva forma é através do lançamento de ações em uma bolsa de valores: o IPO. Isso infelizmente não é possível no Brasil pois a Bovespa exige que qualquer IPO tenha, no mínimo, o equivalente a R$300 milhões. Ou seja, o lançamento de ações no Brasil é coisa para empresas de porte médio a grande e nunca de uma empresa junior. 

Foi essa insensibilidade estratégica que fez com que todas as empresas juniors do planeta, inclusive as brasileiras, buscassem os financiamentos via IPO nas bolsas de Toronto, Londres e Sidney ou onde isso é possível.

A bolsa de Toronto, a maior neste segmento, atraiu dezenas de milhares de empresas de pesquisa mineral ao longo dos anos e literalmente financiou a pesquisa mineral mundial.

Em contrapartida a Bolsa de Toronto tornou-se uma das maiores do mundo exclusivamente pelo capital que as junior companies injetaram.

Bom para os canadenses que contabilizam a maioria das descobertas como ativos do próprio país, afinal a junior listada em Toronto é uma empresa canadense e todas as descobertas dela são, também, do Canadá.

É uma fuga de riqueza imensa, não contabilizada pelos países como o Brasil.

É exatamente isso que os chilenos querem acabar.

Eles estão se preparando para que a Bolsa de Santiago possa operar com as junior companies da mineração. Quando isso ocorrer veremos que um grande número de empresas de todos os cantos, inclusive brasileiras, irão buscar os financiamentos no Chile.

Será mais uma grande oportunidade perdida pelo Brasil sem contar, mais uma vez, na fuga de capital e de riquezas. 

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