domingo, 7 de junho de 2015

FLUORESCÊNCIA

FLUORESCÊNCIA




A observação da propriedade conhecida como fluorescência é um ensaio complementar eficaz na identificação de materiais gemológicos e na distinção entre algumas gemas naturais, sintéticas e tratadas.

Define-se fluorescência como a emissão de luz visível por determinados minerais, quando expostos às radiações de comprimentos de onda muito curtos e menores que os da luz visível, tais como a luz ultravioleta e os raios X.
Em gemologia, a fluorescência à luz ultravioleta é a mais amplamente utilizada e para observá-la, requer-se apenas uma fonte simples e de custo acessível. Estas fontes de luz ultravioleta normalmente constam de duas lâmpadas, uma de ondas curtas (253,7 nanômetros, de abreviatura nm) e outra de ondas longas (365 nm), pois há gemas que respondem apenas às radiações de determinados comprimentos.
A fluorescência é mais bem observada na escuridão e com a visão do observador já adaptada a estas condições. Para tanto, as fontes de luz ultravioleta são geralmente acompanhadas de cabines de visão que simulam um ambiente completamente escuro. Como a luz ultravioleta, sobretudo de ondas curtas, é nociva à retina do olho humano, deve-se ter o cuidado de utilizar óculos protetores ao realizar o exame.

Exame de fluorescência à luz ultravioleta em fonte com cabine de visão
(Foto: Luiz Antônio Gomes da Silveira)
A fluorescência não é uma propriedade que se possa sempre predizer, pois alguns espécimes de um dado mineral a exibirão, ao passo que outros, semelhantes na aparência, não o farão, razão pela qual se trata de uma propriedade complementar, mas não diagnóstica por si só.
As cores de fluorescência também podem diferir entre exemplares da mesma espécie mineral e não guardam relação com a cor natural dos minerais. Assim sendo, o diamante, por exemplo, caso possua fluorescência, geralmente a exibe na cor azul, com intensidade muito variável, embora também possa apresentá-la em outros matizes.
Alguns dos principais materiais gemológicos que costumam exibir fluorescência são diamante, rubi, esmeralda, alexandrita, fluorita (que deu o nome à propriedade), scheelita, kunzita e vidros artificiais. Nos quatro primeiros casos (diamante, rubi, esmeralda e alexandrita), a fluorescência dos equivalentes sintéticos costuma ser diferente da dos naturais, mas deve-se ter muita cautela para evitar conclusões precipitadas, baseadas somente neste ensaio.
Como regra geral, as gemas cuja cor deve-se à presença de cromo, como são os casos do rubi, da esmeralda, da alexandrita e do espinélio vermelho, em tese deveriam apresentar fluorescência vermelha sob luz ultravioleta, mais intensa sob ondas longas. No entanto, a presença de ferro como impureza nestas gemas, mesmo em proporções diminutas, atua inibindo, em parte, esta propriedade.

Fluorescência azul, de intensidade forte, à luz ultravioleta
de ondas longas, em diamante natural bruto.
(
Foto: Luiz Antônio Gomes da Silveira)
A fluorescência difere da propriedade conhecida como fosforescência. Na primeira, o mineral emite luz apenas enquanto está sob efeito da radiação que a provocou, enquanto no caso da fosforescência a emissão de luz persiste durante algum tempo após cessar a radiação.
Luminiscência é o termo genérico utilizado para designar a propriedade de emissão de luz, sem combustão, por determinadas substâncias quando estimuladas por radiação, calor, eletricidade ou outras formas de energia. A fluorescência é, portanto, um dos tipos de luminiscência existentes.

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