PANORAMA DO SETOR DE DIAMANTES
A PARTIR DOS ANOS 90 - 2 ª Parte Sistema de Certificação do Processo de Kimberley III - AMÉRICA DO SUL A - VENEZUELA E GUIANA |
|
Três
países sul-americanos são participantes do Sistema de Certificação do
Processo de Kimberley: Brasil, cuja participação foi abordada no artigo
anterior, Venezuela e Guiana.
Os depósitos diamantíferos desses três países são todos de origem secundária e, principalmente, aluvionar. São explorados na Guiana desde os anos 1880, na região do Rio Mazaruni e, na Venezuela, no Estado de Bolívar, ao sul do Rio Orinoco, em regiões adjacentes ao Estado brasileiro de Roraima.
Assim
como o Brasil, esses dois paises fronteiriços aderiram ao SCPK durante
a 2ª Conferência Anual, realizada na África do Sul em 2003.
Atendendo
a um convite do governo da Guiana, uma missão do Processo de Kimberley
esteve no país em maio de 2006 com o objetivo de averiguar a
implementação do Sistema. Durante esta visita técnica, a comissão
constatou que a Guiana atendia aos requisitos mínimos recomendados pelo
SCPK de forma satisfatória, possuindo um eficaz sistema de
certificação de diamantes destinados à exportação. Por outro lado,
observou que o país não dispõe de regulamentação ou legislação
específica que impeça importações de diamantes brutos realizadas em
desacordo com os requisitos do SCPK.
A
comissão sugeriu medidas que possibilitassem às autoridades locais
efetivamente controlar áreas extensas e frequentemente inacessíveis no
interior do país, bem como impedir a importação de diamantes brutos
potencialmente ilícitos para a Guiana.
No
relatório da visita à Guiana, o SCPK recomendou que houvesse um
convite por parte da Venezuela para uma visita da comissão ao país,
estimulou um diálogo regional entre os 3 participantes do continente e
se propôs a examinar a abrangência do comércio ilícito entre Venezuela,
Guiana e Brasil. Como medida a ser implementada a longo prazo, sugeriu
um regime de exportação de diamantes brutos comum aos 3 países e
idênticas tarifas alfandegárias para a exportação.
Região de Roraima próxima à fronteira com Venezuela e Guiana Foto: Florian (www.jungleadventures.com.br)
Durante
a 4ª Conferência Anual do Processo de Kimberley, ocorrida em novembro
de 2006, Venezuela e Brasil se dispuseram a cooperar mutuamente no
sentido de fortalecer seus monitoramentos e elevar os níveis de
controles internos de produção e comercialização. Na ocasião, a Guiana
também demonstrou interesse em participar do esforço regional.
Determinou-se, ainda, que haveria uma missão à Venezuela com o intuito
de averiguar o cumprimento das obrigações com o Processo de Kimberley, a
ser realizada no primeiro trimestre de 2008.
Na
5ª Conferência Anual do Processo de Kimberley, ocorrida em novembro do
ano seguinte na Bélgica, o plenário fez constar o desenvolvimento da
implementação do Processo de Kimberley na Venezuela, notadamente a
submissão de seus relatórios anual e de estatísticas. O plenário
salientou o progresso realizado pelo Sub-Grupo Sul-Americano de Produção
Aluvial-Artesanal e reconheceu seus esforços no sentido de fortalecer
uma abordagem regional para implementação do Processo de Kimberley.
Durante
o evento, a delegação venezuelana repudiou as acusações imputadas à
Venezuela pela ONG “Parceria África Canadá”, de que estaria fazendo um
simulacro do Processo de Kimberley, ratificou seu compromisso com o
SCPK e comprometeu-se a permitir a visita da missão internacional
durante o período anteriormente acordado.
Apesar
das tratativas, não houve missão do Processo de Kimberley à Venezuela
na data combinada, nem tampouco posteriormente. Segundo a ONG PAC, o
não cumprimento de exigências com o SCPK e a inexistência de qualquer
exportação oficial desde janeiro de 2005 motivaram o pedido de
desligamento da Venezuela do Processo de Kimberley por alguns de seus
participantes, além de organizações da sociedade civil.
A
PAC recomendou à época que o Processo de Kimberley estabelecesse e
presidisse uma comissão tripartide de inquérito e adjudicação para
coordenar um processo de diálogo entre Brasil, Venezuela e Guiana sobre
a produção de diamantes e seus métodos de controle nestes países.
De
acordo com a PAC, o governo da Venezuela parecia indiferente e incapaz
de resolver a questão do seu setor diamantário; ainda segundo a
referida ONG, uma combinação de altos impostos, controles de divisas
ineficazes e incompetência burocrática obrigaram os comerciantes de
diamantes venezuelanos a operar ilegalmente. Atualmente não há qualquer
empresa de grande ou médio porte prospectando ou lavrando diamantes no
país.
Em
1º de janeiro de 2008, a Índia assumiu a presidência do Sistema de
Certificação do Processo de Kimberley para o período de 01/01/08 a
31/12/08. Nesta condição, o país recebeu o 5º Encontro Intersessional
do Processo de Kimberley, ocorrido entre 17 e 19 de junho, em Nova
Delhi.
Diamante Bruto do Estado de Bolivar (Venezuela) c/ 0,74 ct Foto: Devonian Depot (www.devoniandepot.com)
De
acordo com nota divulgada pela Embaixada da Venezuela em Nova Delh e
dirigida ao SCPK, em junho de 2008, este país decidiu separar-se
voluntariamente do Processo de Kimberley por um período de 2 anos, com o
intuito de reorganizar seus procedimentos internos de certificação de
diamantes para exportação. Na oportunidade, a Venezuela reiterou seu
comprometimento com os objetivos do SCPK e convidou o líder da entidade
a visitar o país ainda durante o ano de 2008.
Após
a divulgação da nota, o SCPK anunciou que a Venezuela não exportará
diamantes brutos neste período e haverá uma missão a este país com
intuito de averiguar a situação e preparar um relatório antes da
Conferência Anual a ser realizada em novembro de 2008. Durante o
período de ajustes internos, a Venezuela permanecerá como membro
participante do SCPK e desenvolverá um plano de ação a ser apresentado à
missão do SCPK quando de sua visita à Venezuela, que deverá ser
implementado durante os próximos 2 anos.
Espera-se
que a separação voluntária da Venezuela do Processo de Kimberley e a
reorganização interna de seus procedimentos de exportação ponham termo a
um longa campanha de algumas organizações não-governamentais em prol
de punição a este país, bem como à Guiana e ao Brasil, sob acusação do
não-cumprimento de suas obrigações como signatários do SCPK.
| |
No Blog Gemas Do Brasil, você encontra tudo sobre pedras preciosas, Curso de Gemologia Online, Outros cursos online na promoção e com garantia Hotmart. Garimpo de ouro, Garimpo de Diamante, Garimpo de Esmeralda, Garimpo de opala em PedroII e Feira de Pedras Preciosas no Brasil e no Mundo, enfim tudo para vc ganhar muito dinheiro com pedras preciosas, pois o Brasil é o País mais rico em Gemas.
domingo, 7 de junho de 2015
PANORAMA DO SETOR DE DIAMANTES A PARTIR DOS ANOS 90 - 2 ª Parte Sistema de Certificação do Processo de Kimberley III - AMÉRICA DO SUL
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário