A Vale vai mesmo diminuir a produção de minério de ferro?
Parece-nos que o mercado não entendeu, exatamente, a estratégia da Vale.
Na realidade a mineradora não está pensando em cortar a produção para, com isso, arrefecer a queda do preço do minério de ferro.
O que a Vale está verdadeiramente fazendo é aumentar a qualidade do produto exportado e, consequentemente, a sua margem de lucro. É mais uma estratégia de tornar os seus produtos mais competitivos em um mercado altamente seletivo.
As 25 milhões de toneladas que deixarão de ser produzidas correspondem ao minério de mais baixa qualidade que é vendido a preços inferiores a clientes cada vez mais exigentes. Este minério da Vale, até certo ponto, dava sustentação aos australianos de baixo teor.
Sem o minério de baixo teor da Vale no mercado os australianos terão que competir com verdadeiros “blockbusters” como o Brazilian Blend ( 63% Fe) ou o minério do S11D, cuja produção se aproxima, que terá teores médios ainda maiores.
É um cheque à rainha dado pela Vale.
Os australianos não conseguirão competir com a qualidade e só terão o custo final, como boia de salvação. Mas, infelizmente para eles, a vantagem do custo está com os dias contados.
Tudo leva a crer que o minério de qualidade imbatível do S11D terá, também, um custo operacional baixíssimo o que vai colocar a Vale no topo da pirâmide do minério de ferro e muitas minas australianas, com baixo teor e qualidade, no sal...
É neste cenário que a Vale pensa crescer e é esse cenário que tira o sono dos grandes produtores australianos.
A empresa não pretende diminuir a produção, mas sim substituir um minério de baixa qualidade por outro de altíssima qualidade, aumentando a margem e atingindo em 2018 a marca de 450 milhões de toneladas.
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