Se você, por um acaso, ganhou na Mega-Sena da Virada e não sabe mais como gastar o seu dinheiro, temos duas palavrinhas que podem fazer tudo que tem no seu banco desaparecer em uma só compra: fulereno endohedral.
O material mais caro do mundo custa US$145 milhões por grama (aproximadamente R$ 584 milhões). O que significa que com os R$ 246 milhões entregues no prêmio do sorteio de Reveillon, seria possível comprar 0,42 grama - o peso aproximado de um grão de milho.
O preço foi divulgado pela Designer Carbon Materials uma empresa que surgiu na Universidade de Oxford ano passado. Eles anunciaram ter vendido a primeira amostra do produto desenvolvido por seus pesquisadores.
Mesmo com enorme custo, o fulereno pode mudar o mundo.
Sua estrutura molecular, composta por 60 átomos de carbono e um de nitrogênio, consegue deixar suas propriedades mais rápidas em relação à outras moléculas, o que, na prática, garante uma precisão muito maior em algumas medições tecnológicas atuais.
Relógios atômicos, por exemplo, passariam do tamanho de uma sala para algo que poderia ser incluído dentro de um chip de celular. Com uma precisão desse nível em tamanho portátil, diversas indústrias seriam revolucionadas.
"Haverá muitos usos para essa tecnologia. A mais óbvia é o controle de veículos autônomos. Se dois carros estão indo um contra o outro, dentro de uma rodovia, saber que eles estão em algum lugar dentro de dois metros não é o suficiente, mas dentro de um milímetro é", afirma Lucius Cary, diretor de fundos na incubadora para iniciativas tecnológicas de Oxford.
No horizonte, há outro produto que um dia talvez possa custar mais caro do que o fulereno: a antimatéria. A Nasa estima que para produzir a substância seriam necessários US$61 trilhões por grama (aproximadamente R$245 trilhões), mas ninguém ainda se dedicou a tentar fazer disso uma indústria. Ainda.