sábado, 12 de março de 2016

Topázio imperial

Topázio As ocorrências de topázio no QF são limitadas ao município de Ouro Preto. Elas encontram-se tanto ao Norte como ao Sul da anticlinal de Mariana. Geralmente relacionadas com mármores calcíticos ou dolomíticos, elas se apresentam em veios que possuem de alguns cm até dm em zonas de desdobramento. Tais zonas estão muito provavelmente relacionadas com um magmatismo rico em sílica conectado com eventos tectônicos terciáriocretáceos. Tanto as rochas vulcânicas primárias como as rochas metassedimentares, geradores dos topázios, se apresentam hoje intensamente intemperisadas. Os minerais quartzo, hematita, xenotima e topázio resistiram aos processos de alteração, permitindo que se realize nos dias atuais a lavagem das pedras preciosas dos solos. O topázio de Ouro Preto apresenta-se geralmente em cristais prismáticos. Cristais de terminação dupla entretanto são muito raros. A cor tipicamente amarela que pode variar até o vinho-vermelho, já foi objetivo de numerosas investigações. Alguns trabalhos explicam a coloração como resultado de centro de cores em conexão com íons de cromo. Outros discutem teores de ferro e outros elementos cromóforos como vanádio, germânio e titânio. Mas uma indicação inequívoca falta até hoje. Dentre as minas produtoras de topázio, que atuam paralelamente aos garimpos, estão a Vermelhão no bairro de Saramenha e a mina de Capão em Rodrigo Silva. A história da última é muito interessante. Três graduados da Escola de Minas da UFOP estudaram no começo da década de setenta do último século o relatório de viagem do cientista natural inglês MAWE de 1812. Seguindo em campo os detalhes descritos no relato encontraram a ocorrência de topázio no mencionado distrito ouropretano onde se fundou posteriormente a mina de Capão. Ela retira aproximadamente 400 m3 de material por dia do qual se ganha cerca de 40 g de topázio lapidável. As reservas calculadas da mina de Capão estimam-se uma produção futura para mais do que dez anos. As maiores peças encontradas até hoje são um topázio imperial de Rodrigo Silva, que pesou 504g e provavelmente é assim o maior topázio desta área. Em Antônio Pereira foi encontrado um topázio de 180g e 13 cm de comprimento, que hoje se encontra no museu mineralógico da Escola de Minas da UFOP. Há cerca de quinze anos outra peça de 150g foi encontrada no distrito de Antônio Pereira. Conhecendo-se a história do mineral topázio na área de Ouro Preto, em especial os altos e baixos de sua produção, pode-se dizer que a última palavra relacionada ao mineral ainda não foi dita. Os solos e montanhas em torno de Ouro Preto reservam certamente ainda muitas surpresas em relação ao topázio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário