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domingo, 26 de junho de 2016
A ALEXANDRITA A alexandrita de Malacacheta
A ALEXANDRITA A alexandrita de Malacacheta - apresenta-se como
grãos milimétricos, mas raramente atinge alguns
centímetros. Os grãos são angulosos e de arestas agudas.
Faces cristalinas preservadas praticamente inexistem,
devido ao intenso fraturamento. Estas características
evidenciam transporte por distâncias curtas.
As cores da alexandrita de Malacacheta variam do
verde ao azul (conhecida comercialmente como “azul
pavão”), mas pode ocorrer nítido tricroísmo, variando
entre azul, verde intenso e verde amarelado.
A presença do cromo, identificado por microssonda
eletrônica, em substituição a parte do alumínio, está
intimamente relacionada à característica mudança de
cor, que se dá de verde ou azul em luz natural, para
vermelho framboesa ou violeta sob luz incandescente.
Os teores de cromo podem variar desde 0,3% a 1,2%
(Basílio, 1999; Pinheiro et al., 2000).
Inclusões de talco, antofilita e actinolita-tremolita,
minerais comuns na rochas ultramáficas da área, foram
identificadas em grãos de alexandrita do Córrego do
Fogo (Henn, 1987). Basílio (1999) também verificou a
presença de inclusões cristalinas, na forma de um
mineral fibroso (actinolita?) e um mineral placóide
hexagonal (biotita?).
DESCRIÇÃO DOS DEPÓSITOS
Desde 1975 a alexandrita tem sido extraída apenas
de depósitos aluvionares no Distrito de Malacacheta. É
ainda desconhecida a rocha na qual os cristais de
alexandrita se cristalizaram (Basílio, 1999).
Os depósitos mais ricos encontram-se ao longo de
apenas dois cursos d’água: o Córrego do Fogo e o
Ribeirão Soturno. Nos ribeirões Santana e Setubinha
existem aluviões relativamente pobres em alexandrita.
O Ribeirão Setubinha recebe as águas do Córrego do
Fogo (Fig. 1).
Três superfícies erosivas foram identificadas na
região de Malacacheta por Guimarães e Grossi-Sad
(1997). A superfície mais antiga, representada por
chapadas, possui altitudes em torno de 1200 m. As
chapadas são suportadas por quartzito da Formação
Capelinha ou xisto da Formação Salinas.
A segunda superfície tem altitudes em torno de 900
m e suas drenagens mostram vales estreitos e de margens
abruptas, como ocorre com o Ribeirão Setubinha. Este
e outros cursos que se estabeleceram no segundo ciclo
erosivo parecem ter sido herdados do primeiro ciclo.
Estes cursos escavaram seus canais na primeira
superfície e, persistindo em sua ação erosiva, adquiriram
meandros que foram realçados durante o segundo ciclo.
A superfície erosiva mais recente é resultado do
rebaixamento do nível de base local. Como evidência
da erosão provocada por este rebaixamento observa-se
a presença de paleoalúvios em cotas imediatamente
superiores aos cursos d’água atuais e a reincisão dos
aluviões atuais por estes mesmos cursos.
Nestes compartimentos do relevo foram
identificados três tipos de depósitos secundários de
alexandrita, a saber: depósitos em paleoalúvios,
depósitos em alúvios recentes e depósitos em tálus.
Os depósitos paleoaluvionares estão presentes em
grande parte da calha do Ribeirão Setubinha, nos trechos
onde este corre mais encaixado, desde a foz do Córrego
do Fogo até cerca de 5 km antes da cidade de Setubinha
(Fig. 1).
Os depósitos aluvionares recentes situam-se no
Córrego do Fogo e ribeirões Santana, Soturno e
Setubinha, sendo mais desenvolvidos nas cabeceiras do
Córrego do Fogo e ao longo de todo o percurso dos
ribeirões Santana e Soturno.
O único depósito de tálus observado encontra-se
próximo à margem esquerda do Córrego do Fogo, cerca
de 4 km a montante de sua foz.
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