quarta-feira, 20 de julho de 2016

DIAMANTE DE SANTO INÁCIO- GENTIO DO OURO -BAHIA

RESUMO O projeto localiza-se na região de Santo Inácio, município de Gentio do Ouro, centronoroeste do Estado da Bahia. Teve o objetivo de avaliar o potencial diamantífero relacionado a depósitos tipo placer, formados durante a evolução do Neoterciário ao Pleistoceno, e admitidos como sendo um produto da reciclagem erosiva de paleoplaceres diamantíferos mesoproterozóicos, tendo como metalotecto principal a Formação Tombador, especificamente os seus ní- veis conglomeráticos. Geomorfologicamente, os depósitos se situam na zona da planície aluvionar do Rio São Francisco, imediatamente adjuntos às escarpas de serras que delimitam a parte terminal da Zona da Chapada Diamantina Ocidental. As cinco áreas remanescentes onde se acham inseridos os depósitos têm uma extensão de 2.400 ha, sendo aí delimitadas as zonas portadoras de uma espessa seqüência detrítica, incluindo cascalhos, areias e argilas, em graus variáveis de mistura e com estruturação vertical e lateral controladas pelos regimes de sedimentação, representados por duas fases distintas: uma, para a Zona Basal/N-1, mais rica em diamantes detríticos, e a outra para a Zona Superior/N-2 e N-3, sendo a última mais empobrecida em diamantes detríticos. Nessas cinco áreas foi quantificada, com base num programa de 2.648 m de sondagem rotativa diamantada, uma reserva medida de aluviões de, aproximadamente, 42 milhões de m3 , onde se admite, pelos testes realizados, um teor médio para diamante detrítico de 1,70 pontos/m3 , sendo portadoras de níveis de cascalhos diamantíferos (camadas econômicas) da ordem de 27 milhões de m3 , onde se admite um teor médio de 2,64 pontos/m3 , o que condiciona uma expectativa de conter uma quantidade de diamantes detríticos de cerca de 713 mil quilates. O dimensionamento de um reservatório, com possibilidade de ser mecanicamente lavrado por dragas, com extensão de 2,2 km por 1,2 km, abrangendo os setores Cajueiro, Pega e Pintor, que representam 92% do potencial da área, constituiu a principal conquista das atividades de pesquisa. Neste reservatório, estima-se que seja recuperado um volume de detritos da ordem de 39 milhões de m3 (93% do total de 42 milhões de m3 ), com uma proporção de cascalhos diamantíferos da ordem de 25 milhões de m3 (93% do total de 27 milhões de m3 ). Tem-se uma expectativa de aí se poder recuperar uma quantidade de diamantes detríticos da ordem de 663 mil quilates, considerando o teor médio da aluvião em torno de 1,70 ponto/m3 (39x106 x0,017). A qualidade esperada para os diamantes é a seguinte: 47,67% para o tipo GEMA; 39,78% para o tipo INDUSTRIAL CHIPS e 12,54% para o tipo CARBONADO. A perspectiva de aí se poder viabilizar um projeto econômico de lavra mecanizada por dragas, constitui um desafio a ser alcançado. Os dados obtidos, conforme demonstrados pelos estudos preliminares, mostraram-se animadores, considerando os parâmetros enfocados e relativos ao teor do depósito, preço médio do diamante e aos custos totais de mineração (operacional e de investimento). No entanto, ainda necessita-se de estudo adicionais de pesquisa, que garantam atingir as condições mínimas de segurança a implantação de um projeto mineiro, especificamente no tocante ao teor do depósito, distribuição, tamanho e qualidade dos diamantes, assim como aos problemas básicos de engenharia de lavra e de preservação ambiental.

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