Vale deve anunciar um desinvestimento na próxima semana, diz presidente
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, adiantou nesta quinta-feira, 28, que a companhia deve anunciar dois desinvestimentos ao longo do terceiro trimestre. Segundo ele, o primeiro anúncio deve ser feito já na próxima semana. Em teleconferência com analistas e investidores, o executivo revelou ainda que um terceiro negócio está sendo costurado, mas que ainda está em fase mais inicial e, por isso, só deve ser concluído no último trimestre do ano. O plano da Vale é desinvestir US$ 5 bilhões em 2016.
Em seu balanço do segundo trimestre, a Vale cita que a entrada de caixa da venda de três navios VLOCs (very large ore carriers) para a ICBC Financial Leasing, por US$ 269 milhões, está prevista para agosto próximo.
A Vale espera que seu programa de desinvestimentos seja capaz de angariar US$ 15 bilhões até o fim do próximo ano. A mineradora estima para este ano a conclusão da joint venture de seu negócio de carvão e uma segunda transação de ações preferenciais, além da venda de sete navios e de ativos de energia. Já os potenciais negócios com ativos de mineração serão feitos por meio da avaliação do sentido de algumas dessas operações no longo prazo.
Objetivo
O presidente da Vale ressaltou que a mineradora focou em fortalecer seu balanço financeiro e reduzir a alavancagem ao longo do segundo trimestre. Em teleconferência com analistas, o executivo afirmou que a empresa apresentou um bom desempenho operacional no período e ainda apresentou uma “estupenda” redução de custos e despesas.
Ferreira lembrou ainda que a Vale bateu recordes de produção na produção de minério de ferro em Carajás (36,5 milhões de toneladas), na produção de níquel (78,5 mil toneladas) e produção de cobre (105,6 mil toneladas).
A maior produtora de minério de ferro do mundo apresentou um lucro líquido de US$ 1,106 bilhão de abril a junho deste ano, queda de 34% em relação ao mesmo período do ano passado e recuo de 38% ante o observado nos três primeiros meses do ano. O número foi impactado pela provisão de US$ 1,038 bilhão relativa à Samarco.
Sucata x minério de ferro
Ferreira afirmou que razões econômicas têm levado o mercado a trocar parte da demanda de sucata por minério de ferro, movimento que beneficia os negócios da companhia. O executivo calcula que cerca 100 milhões de toneladas estão migrando nesse processo.
Segundo Ferreira, esse é um movimento “relevante”. O mercado enxerga que faz mais “sentido utilizar o minério de ferro” no atual cenário.
Na teleconferência, o diretor executivo de Ferrosos, Peter Poppinga, lembrou ainda que o prêmio pago pelos consumidores para o insumo com maior teor de minério no mercado internacional vem subindo. Atualmente, o minério produzido pelo complexo de Carajás da Vale recebe um prêmio de US$ 7,00 por tonelada acima do preço médio do insumo.
Fonte: IstoÉDinheiro
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