terça-feira, 18 de abril de 2017

ARTISTA OU PROFESSOR PARDAL?

ARTISTA OU PROFESSOR PARDAL?

Pergunta difícil de responder.
Somos tantos e com enormes talentos criativos, reconhecidos e admirados pelos cinco continentes. Temos dezenas de faculdades, devidamente oficializadas pelo MEC, espalhadas por todo o país. Algumas formando profissionais há 40 anos. Mas quando o assunto se refere à nossa profissão surgem certas dificuldades de semântica.
Em nosso país, alguns, com um apurado senso estético, se definem como artistas plásticos, e se prendem na forma, na estética. Outros, apaixonados pelos avanços tecnológicos, procuram reinventar a roda, e só pensam na função, no uso.
E para complicar um pouco mais, temos o mercado empregador, que espera desses profissionais o milagre de aumentar as vendas de seus produtos e arrasar seus concorrentes.
Somos cobrados, intensamente pelo nosso desempenho, pelos outros e por nós mesmos. Mas cobrados do quê? Com certeza todos nós já nos fizemos essa pergunta.
Há cerca de 30 anos, ninguém sabia o que era a profissão Designer ou desenhista industrial. Na letra D dos classificados dos melhores jornais, essa palavra não existia. Hoje todos se intitulam Designers, este termo aparece constantemente na mídia, quer antes de algum nome emergente ou de algum produto, sempre usado para agregar algum valor.
Paradoxalmente, o mercado inflou-se, feito uma bolha, pela semântica. Se hoje temos esta enorme oferta de Designers não é, na maioria das vezes, por mérito mas, por puro requinte da palavra.
Este fato gera um sério problema de segmentação. Pois, como dito anteriormente, as funções do designer se mesclam numa infinita variedade. E já não se pode comparar aquele que desenha para criar – o designer - com quem cria para desenhar – o artista.
Não quero, com isso, dizer que o designer não seja fundamentalmente um artista. Mas que sua tarefa primeira no mercado é usar esse talento criativo com uma finalidade comercial e funcional, marcando através desses objetos a sua época, com seus hábitos e costumes, enfim, a cultura do seu país.

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