Nova equipe assume na Serra Verde
A Serra Verde Pesquisa e Mineração Ltda., o empreendimento de maior êxito da Mining Ventures Brasil, um projeto controlado pela Denham Capital, deu início aos primeiros passos para o desenvolvimento e construção de seu projeto de Terras Raras em argilas iônicas, o primeiro depósito deste tipo descoberto nas Américas.
Localizado no tradicional distrito mineiro de Minaçu, situado no extremo no Norte de Goiás, o Projeto Serra verde possui um gigantesco depósito de classe mundial de terras raras em argila iônica, similar aos depósitos conhecidos no sul da China, os quais respondem por mais de 65% do suprimento mundial de terras raras.
O Projeto Serra verde compreende cerca de 60 mil hectares de direitos minerários, onde apenas em sua porção sul (cerca de 18% da área total), já foram confirmados recursos de mais de 1,3 bilhão de toneladas de minério com teor médio de 0,15% de óxido de terras raras totais (TREO) dos quais 911 milhões de toneladas estão certificadas segundo as normas internacionalmente aceitas (NI 43-101).
Como os trabalhos exploratórios já permitem assegurar recursos econômicos suficientes para sustentar a implantação e um projeto de classe mundial — o qual, inclusive, já recebeu a Licença Prévia ambiental, em setembro de 2017 — a companhia resolveu reestruturar sua equipe de gestão, reforçando o seu bem-sucedido time de exploração e desenvolvimento de processo com profissionais alto nível, com expertise internacionalmente conhecida no desenvolvimento de projetos e na comercialização de terras raras.
A nova equipe é liderada pelo engenheiro Eric Noyrez, ex-CEO da Lynas e ex-diretor de terras Raras da Rhodia. Na condição de novo CEO da Serra Verde, Eric é responsável pela estratégia de negócios, além da administração geral da companhia. A implementação do projeto está a cargo do novo diretor de operações (COO), o engenheiro José Carlos Guedes Rosado, um experiente profissional brasileiro, que foi responsável pela construção das unidades da segunda fase do projeto da Lynas, na Austrália e na Malásia, além de vários projetos da Rhodia em diversos países, incluindo a China. A área comercial foi reforçada com a vinda de Michael Zhu (CCO- Diretor Comercial), ex-gerente geral da Rhodia na China e membro honorário da Associação Nacional de Terras Raras da China, instituição que coordena a política de terras raras daquele país. O ex-CEO Luciano Borges assumiu a vice-presidência executiva, respondendo pelas relações institucionais, além da supervisão administrativa e dos processos de licenciamento ambiental e mineral.
Da mesma forma que a Serra Verde representa uma nova fase para a indústria brasileira de Terras Raras, que praticamente desapareceu em meados da década de 1980, esse novo time representa uma nova fase para o Projeto Serra Verde, como explica seu presidente, na entrevista a seguir.
BRASIL MINERAL – Quais foram os principais motivos que levaram a empresa a apostar no projeto?
ERIC NOYREZ – Em primeiro lugar, a qualidade do depósito mineral e a facilidade de se extrair as Terras Raras, por meio de um processo totalmente comprovado e ambientalmente sustentável.
BM – Como está o cronograma de implantação do empreendimento?
NOYREZ – O cronograma inicial previa o início da produção para 2017. A extensão dos estudos ambientais, a par da delegação de competência do licenciamento ambiental do IBAMA para a Secretaria de Meio Ambiente de Goiás- SECIMA, deu-nos segurança para atualizarmos nosso novo cronograma, que prevê iniciar a produção até, pelo menos, o início de 2021. Atualmente, nossos esforços estão concentrados no atendimento das exigências da Licença (ambiental) Prévia, assim como no desenvolvimento da Engenharia do Projeto, para o que contratamos o suporte de uma companhia de internacional, de classe mundial, que atua no Brasil.
BM – Quais são os principais diferenciais do projeto no segmento de terras raras?
NOYREZ – Nossos principais diferenciais são o tipo de mineralização e qualidade do minério (volume, teor e alta concentração de Terras Raras críticas e pesadas); a localização em um distrito mineiro tradicional, com boa infraestrutura e suporte da comunidade local e estadual; processo de tratamento em circuito fechado, com reciclagem total da água e dos reagentes empregados no processo, assegurando um baixíssimo impacto ambiental; e o suporte da comunidade; além da excelente qualidade do minério e da ausência de resíduos radioativos, comumente associados aos outros tipos de depósitos e minérios de terras raras. Tudo isso coroado por uma melhoria de processo, que resultou em um processo inovador e eficiente, desenvolvido e testado dentro da própria empresa, por nossa equipe.
BM – Qual o volume de investimentos previstos, onde se darão os principais aportes e como a empresa está fazendo o funding?
NOYREZ – Até aqui, foram investidos em pesquisa mineral, estudos ambientais e desenvolvimento de processo cerca de US$ 72 milhões. Para a fase de desenvolvimento e implantação, até o início da produção, estão programados mais US$ 150 milhões. Todo o investimento se deu por meio de um fundo de investimento, sem endividamento, mediante “equity”, através de um fundo de investimentos especializado.
BM – Como a empresa pretende atuar no mercado de terras raras e quais são suas vantagens competitivas?
NOYREZ – O mercado vem crescendo em um ritmo superior à capacidade de oferta dos recursos disponíveis. As Terras Raras são usadas para suprir as necessidades de demandas tecnológicas tradicionais (limpeza de emissões automotivas, crackeamento e refino de petróleo, equipamentos de imageamento médico etc.), porém muito mais intensamente nas principais tecnologias avançadas em ascensão, como motorização de veículos híbridos e elétricos, smartphones, turbinas eólicas para produção de energia elétrica, produção de super-imãs para aplicações diversas, etc). A estratégia da companhia inclui a celebração de contratos de off-take, de longo prazo, com alguns clientes estratégicos, selecionados entre os principais provedores de soluções tecnológicas e produtos que compõe o segmento “downstream” da cadeia econômica global de terras raras.
Nosso depósito mineral e nosso processo nos permitem competir, em pé de igualdade, com os custos dos melhores e mais competitivos fornecedores do mercado atual, e mantermos um projeto sustentável tanto em termos da produção inicial, quanto sob ponto de vista de todo o ciclo de vida da nossa mina.
BM – Como analisa as condições do Brasil para um projeto desse tipo?
NOYREZ – Primeiramente, o Brasil é o quarto maior produtor mundial de bens minerais e, como tal, possui um elevado nível de compreensão e de práticas de gestão relacionados à indústria mineral. Se de um lado há um elevado nível de exigências legais e regulatórias, de outro há um forte suporte político-social aos projetos de alta qualidade, como, por exemplo, clareza e estabilidade das regras aplicadas à gestão dos direitos minerários, características que representam uma barreira de entrada significativa, mas que nós apreciamos e valorizamos, em razão dos valores e das práticas que norteiam nossa filosofia empresarial.
Nossa equipe, bastante experiente tanto no desenvolvimento e implementação quanto na operação de empreendimentos mineiros, sempre construiu projetos melhores e maiores do que o padrão médio mundial, empregando os melhores processos disponíveis e as técnicas de produção mais “limpas” e sustentáveis. E essa tem sido a principal razão do nosso sucesso no segmento em que operamos, já há algumas décadas.
Fonte: Brasil Mineral
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