Petróleo sobe com incertezas sobre efetividade dos cortes de produção da OPEP
Por Investing.com – A volatilidade está retornando ao mercado petrolífero, com oscilações diárias de 2% a 3%, à medida que traders e investidores se envolvem em temas contrários, como cortes de produção e outras interrupções no fornecimento versus o medo de desaceleração econômica e diminuição da demanda de energia.
Depois de subir 2% na sexta-feira (07) na esteira dos cortes de produção anunciados pela Opep e seus aliados e, em seguida, perdendo 3% na segunda-feira (10) devido às renovadas ansiedades em relação à guerra comercial EUA-China e Brexit, os preços do petróleo subiram mais de 1% na terça-feira, apoiados por interrupções na oferta da Líbia.
O petróleo bruto West Texas Intermediate aumentou 65 centavos, ou 1,3%, a US$ 51,65 por barril, após subir quase 3% no início do dia. Com apenas três semanas até o final de 2018, o WTI permanece em queda de cerca de 15% no ano e cerca de 32% abaixo das maiores altas de quatro anos do início de outubro, quando foi negociado quase a US$ 77 por barril..
O petróleo Brent, a referência mundial para o petróleo bruto, subiu 20 centavos, ou 0,3%, para US$ 60,17 por barril 15:45 (horário de Brasília). O Brent caiu quase 10% no ano e está 30% abaixo do maior preço em quatro anos, de quase US$ 87 por barril atingido dois meses atrás.
“No geral, os fluxos permanecem limitados em nossa visão, pois a negociação discricionária está no mínimo à medida que nos aproximamos do final do ano, pois o mercado não tem certeza se deve prestar atenção ao conceito de menos petróleo da OPEP e do Canadá ou a uma desaceleração global “, disse Scott Shelton, corretor e analista da ( ICAP).
Na frente líbia, as autoridades citaram uma perda de produção de 315.000 barris por dia (bpd) do campo de El Sharara, que foi apreendido no fim de semana por um grupo de milícia local. Paralelamente, a Companhia Nacional de Petróleo da Líbia (NOC) relatou uma perda adicional de 73.000 bpd do campo de El Feel.
Para compensar os fatores altistas, o ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, disse que Moscou só poderá reduzir de 50.000 a 60.000 bpd em janeiro em relação à sua promessa, na reunião da semana passada da Opep, de cortar cerca de 228.000 bpd nos próximos seis meses.
Mais interessante do que isso foi a última previsão para a produção de petróleo dos EUA em 2019 da Energy Information Administration (EIA). A Perspectiva de Energia de Curto Prazo do EIA colocou a produção norte-americana para o próximo ano em um recorde de alta de 12,1 milhões de bpd na média, contra a média de 10,9 milhões esperada este ano. O aumento líquido de 1,2 milhão de bpd seria o equivalente ao corte do fornecimento que a Opep e seus aliados planejam no próximo ano, com o objetivo de conter os preços em alta.
Os preços do petróleo subiram na sexta-feira passada depois que a Rússia e outros produtores de petróleo não-OPEP se ofereceram para cortar 400.000 bpd, completando os 800.000 bpd que a Arábia Saudita e o resto da OPEP planejam retirar do mercado até junho. Mas o rali diminuiu na segunda-feira com a noção de que os cortes não respondem pela onda de oferta dos EUA que poderá ocorrer nos próximos seis meses se os preços se recuperarem.
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