terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Ações do setor educacional devem “ficar de castigo” por um tempo

Ações do setor educacional devem “ficar de castigo” por um tempo





Gustavo Kahil - 19/02/2019 - 
Presidente Jair Bolsonaro e o ministro da educação, Ricardo Vélez (Instagram)
Um ar de suspense paira sobre as ações do setor de educação na bolsa brasileira desde que a Lava Jato da Educação foi lançada na semana passada. As ações da Estácio (ESTC3), Ser (SEER3), Kroton (KROT3) e Ânima (ANIM3) estão sob os holofotes dos investidores e, agora, também dos investigadores. A equipe de análise do Bradesco BBI avalia que ainda é muito cedo para tomar alguma conclusão, mas recomenda cautela.
“Embora não tenhamos encontrado uma situação semelhante em qualquer outro setor para usar como referência, em fevereiro de 2018, o noticiário negativo no setor de rodovias pedagiadas impactou as ações da CCR (CCRO3), que caíram cerca de 10% em um dia. Em seguida, as ações levaram cerca de 11 meses para retomar seu nível anterior, ficando com um desempenho inferior ao do Ibovespa em torno de 14 pontos-base nesse período”, avalia o analista Luiz Mauricio Garcia.
O cenário pode ser amenizado, ao menos, pelos balanços operacionais que poderão revelar uma forte captação de alunos no primeiro trimestre de 2019, diz Garcia.
Rigor
Embora a investigação ainda seja inicial, o analista entende que ela pode levar a um maior escrutínio do MEC em relação à carga horária acadêmica, diferenciações nos níveis de mensalidade nos programas governamentais e cursos híbridos (ensino a distância com atividades presenciais), bem como regulamentações mais rigorosas.
“Esses fatores, juntamente com a investigação em si, podem ser riscos diretos para alguns players listados, suportando uma abordagem mais conservadora por enquanto”, reflete Garcia. Ele indica que, mesmo com a chance de novas quedas, as avaliações no segmento são atraentes. A principal escolha é a Estácio.
Indícios
Segundo nota do MEC enviada à imprensa, a pasta disse já ter identificado favorecimentos indevidos no Programa Universidade para Todos (ProUni), desvios no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), envolvendo o sistema S, concessão ilegal de bolsas de ensino a distância e irregularidades em universidades federais.
O diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, também participou da reunião.
A investigação é uma das principais metas do Ministério da Educação dentro do plano de ações dos 100 primeiros dias do governo. Trata-se ainda do cumprimento de uma orientação de Bolsonaro dada, de acordo com a pasta, para todos os ministérios e instituições federais.

Fonte:  MONEY  TIMES


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