domingo, 4 de agosto de 2013

GEOLOGIA DA BAHIA

Como resultado de um trabalho sério e contínuo desenvolvido pelo governo estadual atráves da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, a Bahia posiciona-se entre os estados que possuem o mais avançado conhecimento de sua geologia e potencial de recursos minerais.
O Estado é, na quase totalidade, coberto por mapeamento geológico, na escala 1:250.000 e parcelas expressivas do seu território foram cobertas por mapeamentos em escala 1:100.000 e escalas maiores (mais detalhadas). A natureza foi bastante pródiga com a Bahia em termos de ambiências geológicas com possibilidades de deter alto potencial mineral sendo um dos principais produtores de bens minerais do Brasil. É o primeiro produtor de urânio, barita, cromo, magnesita, talco e salgema, segundo de bentonita, níquel e gemas, e terceiro de cobre e ouro, manganês, calcário dolomita. Também é importante produtor de petróleo, rochas ornamentais, fosfato, manganês e calcário dolomítico. Recentemente, foram descobertas concentrações significativas de minérios de zinco, níquel, ouro, fosfato, titânio, vanádio, nefelinassienito, calcário calcítico, argilas cerâmicas e areia silicosa de alta pureza.
O território do Estado da Bahia abrange ambientes geológicos que variam, em idade, do Arqueano ao Fanerozóico. As associações litológicas de baixo a alto graus metamórficos, do Arqueano e Proterozóico Inferior (Paleoproterozóico), incluem terrenos granítico-gnáissicos, seqüências vulcanossedimentares do tipo greenstone-belt, ou similares, e sedimentos depositados em rifts, tal como o Grupo Jacobina. No Proterozóico Médio predominam espessas seqüências vulcanossedimentares acumuladas em estruturas do tipo aulacógeno, enquanto que no Proterozóico Superior prevalecem sedimentos carbonáticos a pelíticos terrígenos, procedentes de paraplataforma epicontinental (Bacia de Irecê-Bambuí). Os terrenos fanerozóicos compreendem rochas sedimentares mesozóicas depositadas em bacias do tipo rift-valley, assim como rochas de coberturas terciárias e quaternárias fracamente litificadas ou inconsolidadas. A vocação metalogenética do Arqueano e Proterozóico Inferior no Estado da Bahia é realçada por um espectro diversificado de depósitos e ocorrências de minerais metálicos alinhados a seguir:
·  Depósitos de ouro relacionados com zonas de cisalhamento em rochas vulcânicas e formações ferríferas, de baixo grau;
·  Depósitos metamórficos do Arqueano - Proterozóico Inferior (ex.: depósitos Fazenda Brasileiro e Maria Preta);
·  Depósitos de ouro hospedados em camadas ou reefs de conglomerados quartzíticos e oligomíticos de baixo grau metamórfico em seqüências paraplataformais do Proterozóico Inferior (ex.: depósitos do tipo Jacobina); Depósitos de ouro-cobre-prata em seqüências vulcanossedimentares de baixo a médio graus metamórficos do Arqueano - Proterozóico Inferior (ex.: Ibiajara);
·  Depósitos de ferro-titânio-vanádio associados a suítes gabro-anortosíticas encaixadas em terrenos de médio a alto graus metamórficos do Arqueano (ex.: Campo Alegre de Lourdes);
·  Depósitos de ferro-titânio-vanádio-elementos do grupo da platina associados a intrusivas estratificadas máfico-ultramáficas, encaixadas em terrenos de baixo a médio grau metamórfico do Arqueano - Proterozóico Inferior (ex.: Maracás);
·  Depósitos de ferro-titânio associados com suítes gabro-anortosíticas encaixadas em terrenos de alto grau do Arqueano (ex: Rio Piau, Itamari);
·  Depósitos de cromita (Campo Formoso e Andorinhas), bem como ocorrências de mineralizações de níquel-cobre-elementos do grupo da platina (Ipiaú), associados com intrusivas máficas a máfico-ultramáficas estratificadas em terrenos de alto grau metamórfico do Arqueano-Proterozóico Inferior;
·  Depósitos de cobre associados com rochas máfico-ultramáficas de médio a alto grau metamórfico do Arqueano ao Proterozóico (ex.: Caraíba);
·  Depósitos de sulfetos maciços a pirita-pirrotita em seqüências vulcânicas máficas a félsicas de baixo grau metamórfico, do Arqueano-Proterozóico Inferior (ex.: Fazenda Sabiá/Juazeiro);
·  Depósitos de chumbo-zinco-prata em seqüências de sedimentos químicos (BIF) e carbonatos de baixo a médio grau metamórfico do Arqueano-Proterozóico Inferior (ex.: Boquira);
·  Depósitos de chumbo-zinco e de fosfato, hospedados em seqüências carbonáticas do Proterozóicos superior (Irecê);
  • Depósitos de zinco-cobre-ouro encaixados em rochas vulcânicas e sedimentos químicos associados ao Greenstone Belt de Mundo Novo.
  • Depósitos de níquel laterítico e sulfetado hospedados no interior de uma intrusão máfica-ultramáfica (Itagibá).
  • Depósitos de Vanádio-Ferro-Titânio, tipificados como corpos maciços de Magnesita títano-vanadífera (Maracás).
·  Depósitos de rochas ornamentais, alocados principalmente em charnockitos, granulitos, granitos, gnaisses e migmatitos, em terrenos de alto grau de metamorfismo do Arqueano.

Geologia para Apoio aos Arranjos Produtivos de Gemas do Rio Grande do Sul

Geologia para Apoio aos Arranjos Produtivos de Gemas do Rio Grande do Sul

Objetivo e Justificativas

O objetivo deste projeto é fomentar o desenvolvimento de redes produtivas no setor de gemas, ametista, ágata e citrino no estado do Rio Grande do Sul. As justificativas residem nas condições características do setor de gemas no Rio Grande do Sul, que apresenta:

  • mercado dominado por micro, pequena e médias empresas;
  • a maioria dos minerais-gemas encontrando-se espacialmente concentrados;
  • atividade com elevada capacidade de geração de emprego por unidade de investimento;
  • atividade com grande potencial para exportação;
  • elevada taxa de extração predatória;
  • significante cadeia produtiva, representada por atividades de mineração e setor de serviços - fabricação de joias, equipamentos e mercado varejista.


Localização e Acesso

O projeto é desenvolvido em duas áreas (Folha de Sobradinho e Folha Frederico Westphalen), distantes cerca de 350 km, onde estão presentes jazidas de ametista e de ágata.


Os acessos às áreas podem ser feitos a partir de Porto Alegre, pela BR-290, até Pântano Grande, Santa Cruz, Candelária e até Salto do Jacuí para a Folha de Sobradinho, onde toma-se estradas vicinais até a área estudada. Para a Folha de Frederico Westphalen, a partir da BR-386, na cidade de Frederico Westphalen, segue-se até a localidade de Castelinho e daí até o município de Ametista do Sul e, então, segue-se para a área estudada por estradas vicinais.


Geologia Regional

As rochas associadas às mineralizações estão inseridas na Formação Serra Geral, da Bacia do Paraná (fig.02). Os derrames e intrusões toleíticos desta unidade datam do eocretáceo (idades 40Ar-39Ar entre 138 e 127Ma, Garland et al., 1996), sendo imediatamente anteriores à abertura do Oceano Atlântico Sul. As maiores espessuras da unidade são verificadas ao longo do eixo dos rios Paraná e Uruguai (Leinz et al., 1968). A província vulcânica da Bacia do Paraná foi dividida por Bellieni et al. (1986) em três regiões separadas por lineamentos, Bacia do Paraná Central, Norte e Sul, estando a região estudada inserida nesta última. Peate et al. (1992) identificaram seis principais grupos baseados na composição litogeoquímica: Formação Serra Geral, Urubici, Pitanga, Paranapanema (alto titânio), Ribeira, Esmeralda e Gramado (baixo titânio). Esses autores propuseram uma compartimentação estratigráfica baseada nos resultados litogeoquímicos, sugerindo o empilhamento de quatro unidades, da base para o topo: Gramado, Esmeralda, Pitanga e Paranapanema.


Resultados Esperados

Espera-se, portanto, o mapeamento geológico regional das áreas mineralizadas, apresentado na forma de mapa com legenda explicativa.

Gemas e Pegmatitos do Estado do Ceará

Gemas e Pegmatitos do Estado do Ceará

Objetivo e Justificativas

A meta principal da primeira etapa do projeto Gemas e Minerais de Pegmatitos do Ceará é fornecer um diagnóstico atualizado do setor de gemas no estado do Ceará.

O Ceará é portador de um contexto geológico extremamente favorável à ocorrência de corpos pegmatíticos. Os trabalhos de cadastramento mineral anteriormente executados indicam a existência de mais de uma centena de corpos pegmatíticos, muitos deles com viabilidade de explotação econômica. Este setor agrega, em sua maioria, pequenas e médias empresas, responsáveis pelo emprego de considerável contingente de mão de obra desqualificada, notadamente nos períodos de seca.

Sabe-se, também, da existência de centros de artesanato mineral, no município de Quixeramobim, cujo funcionamento depende da regularidade do fornecimento de matéria-prima. A despeito do panorama descrito acima, a região carece de estudos criteriosos e atualizados relacionados à prospecção mineral desses jazimentos, com vistas ao estabelecimento de sua real potencialidade e seleção das áreas mais favoráveis de conter mineralizações de interesse econômico. Com isso, espera-se fornecer subsídios aos órgãos governamentais para um melhor estabelecimento das diretrizes políticas para o setor mineral do estado.


Localização e Acesso

A distribuição dos corpos pegmatíticos no Ceará evidencia uma maior concentração em duas regiões principais, localizadas nas porções nordeste (subprovíncia Pegmatítica de Cristais) e centro-leste (subprovíncia Pegmatítica de Solonópole) do estado. A subprovíncia de Cristais abrange porções dos municípios de Aracoiaba, Cascavel, Morada Nova, Russas e Beberibe. A subprovíncia de Solonópole compreende partes dos municípios de Quixadá, Quixeramobim, Solonópole e Jaguaribe. As atividades propostas neste anteprojeto serão concentradas nas duas regiões citadas acima. Elas possuem boas condições de acessibilidade, partindo de Fortaleza, através de rodovias asfaltadas. Dispõem, também, em seu interior, de densa rede de estradas secundárias, que dão acesso à grande maioria dos corpos mineralizados, transitáveis na maior parte do ano.


 Gemas e Pegmatitos
Gemas e Pegmatitos


Geologia Regional

A maioria dos corpos pegmatíticos presentes na área de atuação do projeto Gemas e Minerais de Pegmatitos do Estado do Ceará acha-se, aparentemente, relacionada a intrusões graníticas de idade brasiliana. Esses corpos intrusivos seccionam litotipos dos complexos Ceará, unidade Canindé, nas porções mais a norte; e Acopiara, nas regiões de Solonópole e Jaguaribe. Essas unidades são constituídas essencialmente por rochas paraderivadas de médio a alto grau metamórfico; e por corpos granitoides, de dimensões variadas, de idades neo e paleoproterozoicas.


Resultados Esperados

  • Relatório técnico com a descrição da potencialidade do Ceará para minerais pegmatíticos e que indiquem e delimitem as áreas mais favoráveis de conter mineralizações de interesse econômico.
  • SIG com todos os documentos cartográficos e informações a serem geradas durante a execução do projeto.

As Gemas Tratadas

As Gemas Tratadas

Pércio de Moraes Branco
O consumidor que compra uma jóia com uma pedra preciosa sabe que a gema nela contida passou por um processo de lapidação e que a forma que ela exibe não é a forma que tinha na natureza. Sabe também que o brilho foi melhorado com o processo de lapidação e provavelmente está ciente de que se aproveitou uma porção da gema que não continha impurezas ou que as tinha em quantidade e tamanho aceitáveis. O que o consumidor não sabe, a menos que lhe seja informado pelo vendedor, é se a gema foi tratada ou não.
Gema tratada é aquela em que uma propriedade física, geralmente a cor, foi modificada para lhe dar mais valor. Uma modificação na cor não significa necessariamente troca por outra, pois pode ser apenas uma melhoria na cor natural. Nos casos em que a gema tem uma propriedade apenas melhorada, pode-se dizer que ela é uma gema realçada, um caso particular de gema tratada.
São considerados aceitáveis os tratamentos que não alteram a composição química da gema. Eles são de vários tipos e têm diferentes objetivos.




Tingimento
O tingimento visa a mudar a cor da gema. É muito usado, em todo o mundo, para gemas como a ágata (Fig. 1). Também a howlita (Fig. 2), costuma ser tingida.
Fig. 1 - Ágata tingida
Fig. 1 - Ágata tingida
Fig. 2 - Howlita de cor natural (branca) e tingida
Fig. 2 - Howlita de cor natural (branca) e tingida
As belas cores que se veem na ágata podem ser naturais, mas muitas vezes são obtidas por adição de produtos químicos. As ágatas do Rio Grande do Sul. maior produtor mundial dessa gema, se têm cor rosa, roxa, verde ou azul, são tingidas. As cores vermelha e preta podem ser tanto naturais quanto provenientes de tingimento.
Estima-se que pelo menos 90% das ágatas vendidas no mundo são tingidas, mas daquelas procedentes do Rio Grande do Sul, consideradas as mais belas do mundo, cerca de 40% apenas passam pelo tingimento.
A mudança de cor da ágata é possível porque ela é porosa e, além disso, resistente ao calor e aos ácidos. Se as cores naturais são visualmente agradáveis, não se usa tingimento; caso contrário, a ágata é colocada numa solução que pode conter ferrocianeto de potássio, ácido crômico com cloreto de amônio, açúcar ou percloreto de ferro com ácido nítrico e sucata de ferro, dependendo da cor desejada. O tingimento pode ser feito a frio (bem mais lento) ou com aquecimento. Em qualquer um dos casos, porém, demora geralmente vários dias.
A porosidade das faixas é variável, de modo que algumas absorvem mais o corante do que outras, aumentando assim o contraste entre as cores.
Como a solução tingidora penetra pouco na gema, o tingimento costuma ser feito após a peça ser cortada e desbastada, mas antes de ser polida, pois o polimento obstruiu os poros, dificultando a penetração do corante.
O preço final é o mesmo para peças tingidas e para as não tingidas.
Se os corantes usados forem inorgânicos, a cor será estável; com corantes orgânicos (usados, por exemplo, para obter cor rosa ou verde), ela poderá enfraquecer com o tempo. O Museu de Geologia da CPRM possui chapas de ágata nessas cores em que um lado é hoje bem mais claro que o outro porque ficou voltado para cima no expositor, sujeito, portanto, à ação da luz e, por conseqüência, ao enfraquecimento da cor.
O tingimento de uma gema pode ser seletivo. Lápis-lazúli, por exemplo, pode receber tingimento azul apenas nas porções brancas, formadas por calcita.


Tratamento térmico
Fig. 3 - Citrino obtido por tratamento térmico de ametista
Fig. 3 - Citrino obtido por tratamento térmico de ametista
Muitas gemas podem mudar de cor quando aquecidas e são, por isso, submetidas a tratamento térmico para obtenção de cores diferentes ou para melhorar a cor original. São assim tratados rubi, safira, âmbar, água-marinha, ametista, citrino, tanzanita, zircão, topázio e turmalinas.
Um exemplo de tratamento térmico muito conhecido é o aplicado à ametista. Esta variedade de quartzo tem cor roxa, mas, aquecida a cerca de 475 ºC, transforma-se em citrino (Fig. 3), outra variedade do mesmo mineral, de cor amarela ou alaranjada. É um tratamento que dá cor estável e que é intensamente usado no Rio Grande do Sul para as ametistas de cor fraca ou irregular.
Algumas vezes, também o quartzo incolor e o quartzo enfumaçado dão esse resultado.
A prasiolita é um quartzo de cor verde obtido por tratamento térmico a 500 oC de ametistas provenientes de Four Peaks, Arizona (EUA) ou de Montezuma, Minas Gerais (Brasil).
Outra gema que costuma ser submetida a tratamento térmico é o topázio amarelo, que fica vermelho (a 300-350 ºC), rosa ou azul. Essas cores podem ser encontradas também em gemas naturais, mas os topázios de cores rosa e vermelha encontrados no comércio são quase sempre produto de tratamento térmico.
Águas-marinhas azuis de cor fraca podem ficar mais escuras e, portanto, mais valiosas por tratamento térmico. Mais de 90% das águas-marinhas dessa cor encontradas no mercado internacional são gemas amareladas ou verdes que foram tratadas termicamente. Não se conhecem meios de distinguir as águas-marinhas assim tratadas daquelas naturalmente azuis.
Rubis opacos aquecidos a 1.200 ºC ficam transparentes ou pelo menos translúcidos.


Impregnação
Algumas gemas porosas ou com fissuras podem ter sua cor ou transparência melhoradas pela adição de óleos incolores, cera, resina natural ou produtos sintéticos.
É costume tratar a esmeralda com óleos de índice de refração semelhante ao seu. Normalmente, essa gema é cheia de fissuras e, além disso, é normal haver nelas impurezas. Por isso, a esmeralda costuma ser lavada com ácidos, que removem as impurezas das fraturas que se comunica com o exterior, e, a seguir, é imersa em óleos naturais (como óleo de amêndoa a quente) ou artificiais. Outra opção é o emprego de resinas, que também melhoram a aparência, tanto das esmeraldas brutas quanto das lapidadas. É muito usado o Opticon, resina tipo epóxi, após a qual se aplica uma substância que promove sua polimerização.
Para introduzir o óleo, pode-se antes submeter a gema ao vácuo, visando a remover ar e impurezas. Feito isso, ela é submetida a pressão, com temperatura moderada (até 100 ºC).
Com o tempo, o óleo pode sair, sendo necessário fazer nova aplicação.


Irradiação
É a exposição de uma gema aos efeitos de uma radiação para alterar a cor. Há várias fontes de radiação usadas para esse fim.
O uso de raios X exige equipamento que é de fácil obtenção, mas proporciona baixa uniformidade de cor, pouca penetração na gema e, por isso, não é um processo comercialmente viável. Safiras incolores ou amarelo-claras, sob ação de raios X ficam amarelas, semelhantes a topázios.
A radiação mais usada são os raios gama. Eles têm boa penetração na gema, dão cor com boa uniformidade e não deixam resíduo radioativo. A estabilidade da cor final depende da gema tratada.
A irradiação por nêutrons penetra mais que as anteriores, dá colorido mais intenso, mas deixa a gema radioativa. Desse modo, é preciso esperar que essa radioatividade se dissipe para poder comercializar o produto. Diamantes assim tratados ficam verdes e, se a irradiação for seguida de tratamento, adquirem cor amarelo-canário. Tanto esta cor quanto o verde não podem ser distinguidos das mesmas cores de origem natural.
Fig. 4 - Quartzo incolor após irradiação
Fig. 4 - Quartzo incolor após irradiação
Por fim, há os aceleradores de partículas, mas estes penetram menos que a radiação gama e são pouco usados.
O quartzo incolor, submetido a radiação gama, pode adquirir várias cores, inclusive duas cores na mesma gema. Atualmente há uma grande produção de pedras preciosas tratadas dessa maneira, cujas cores recebem nomes comerciais como whisky, cognac, champagne e green gold (Fig. 4). O mesmo tipo de quartzo, procedente de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e do Uruguai, pode ser transformado em prasiolita, a variedade que obtida por tratamento térmico de ametistas, mas só das procedentes de Montezuma (MG) e Four Peaks (EUA).
Ametista que perdeu a cor por exposição prolongada ao Sol pode tê-la de volta por ação de raios X.
Topázio incolor, por efeito da radiação gama, pode ficar amarelo e se, após isso, sofrer tratamento térmico, passará à cor azul. O volume de topázio azuis assim obtidos é de várias toneladas por ano.


Difusão
Este processo consiste em introduzir impurezas na gema por difusão de óxidos a altas temperaturas (1.600 ºC a 1.900 ºC). A gema é colocada em um cadinho, misturada a óxidos metálicos em pó e aquecida a alta temperatura e em atmosfera adequada, por um tempo variável. O resultado é uma fina camada muito colorida, de cor estável.
O processo é usado para rubis, safiras e topázios.


Preenchimento de fraturas
O preenchimento de fraturas e fissuras é feito com resinas e colas do tipo epóxi. Elas tornam esses defeitos menos visíveis ou mesmo invisíveis. O processo valoriza a gema, mas o tratamento não é estável. O diamante é uma das gemas que recebe preenchimento de fraturas. Esmeraldas também recebem esse tratamento, com substâncias que têm índice de refração semelhante ao dela.


Remoção de inclusões
Raios laser e produtos químicos podem ser usados para remover impurezas de gemas, principalmente do diamante.


Clareamento
É o uso de produtos químicos ou outros processos para clarear a gema ou para remover cores indesejáveis. Na grande maioria dos casos, quanto mais escura a gema, mais valiosa ela é, mas há exceções. A turmalina verde vale mais quando é clara, por se assemelhar mais à esmeralda. Assim, usa-se tratamento térmico para deixa-la menos escura.
Safiras também podem ficar mais claras quando aquecidas.


HPHT(high pressure high temperature)
Centros de cor indesejáveis em diamantes podem ser removidos por tratamento que envolve alta pressão e altas temperaturas.

Cristal de turqueza

turqueza

Fórmula Química - CuAl6(PO4)4 (OH)8.5H2O

Composição - 
Fosfato de alumínio e cobre hidratado. 34,9% P2O5 , 37,6% Al2O3 , 9,7% CuO , 17,7% H2O. 

Cristalografia -
Triclínico
        Classe -
Pinacoídal

Propriedades Ópticas -
Biaxial positivo

Hábito -
Amorfo a criptocristalino.
Foto do Mineral
Cristal de turqueza
Clivagem - Em duas direções, imperfeitas
Dureza -
5 - 6
Densidade relativa -
2,6 - 2,8
Fratura -
Subconchoídal
Brilho -
Céreo a opaco.
Cor -
A
zul celeste, verde azulado a verde maça.

Associação -
Associada a apatita, minerais aluminosos e feldspáticos. 

Propriedades Diagnósticas -
Solúvel em ácido apenas após a queima, dureza baixa e brilho. 
Ocorrência -
Mineral de origem secundária encontado em veios e pequenas massas em rochas vulcânicas parcialmente decompostas por processos hidrotermais de baixa temperatura.
Usos - Pedra preciosa.