quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Para onde estão indo os navios de commodities?

Para onde estão indo os navios de commodities?
O ciclo  de commodities tem um subproduto de grande peso econômico: o frete marítimo. As  empresas produtoras e exportadoras de commodities tem que transportar os seus  produtos até os grandes consumidores: isto é o chamado seaborne trading. Esse  comércio marítimo é tão gigantesco que foi criado um índice chamado Baltic Dry  Shipping, que monitora mais de 50 rotas marítimas.
Pois é  esse índice que está confirmando para onde a maioria dos navios de commodities  está indo. Você deve estar falando China e você está absolutamente certo.
A China  praticamente controla o mercado marítimo mundial importando e consumindo quase  tudo que é produzido no mundo, ou seja:
·         60% do minério de ferro
·         42% do cobre
·         47% do carvão
·         36% do níquel
·         44% do chumbo
·         41% do zinco
Um dos  efeitos do seaborne trading são os Valemax, navios da Vale capazes de  transportar 400.000t de minério de uma só vez. Com os Valemax a Vale está  aumentando a competitividade e baixando o custo do frete de minério.
A  princípio os donos de navios chineses se opuseram violentamente à entrada dos  super-navios na China e somente agora o Governo Chinês deverá permitir a  descarga dos imensos Valemax em todos os portos de grande calado da China.
A Vale  terá, em breve 35 Valemax operando entre o Brasil e a Chiina.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Mineração espacial: o futuro está mesmo chegando?

Mineração espacial: o futuro está mesmo chegando?

A lavra de minério em planetas, luas e  asteroides foi um componente de muitos  contos de ficção. Hoje, a nova empresa chamada Deep Space Industries foi montada  com vistas à lavra de meteoritos e  asteroides que orbitam o nosso sistema solar.
É um projeto ambicioso, mas plenamente factível com a tecnologia de hoje. O  maior problema, como em todos os projetos mineiros será o dos custos  operacionais. Uma lavra espacial precisa, obviamente, ser mais econômica do que  as similares na Terra ou os acionistas da Deep Space ficarão no deep loss... A  DSI se alia a Planetary Resources Inc que foi a primeira empresa a cogitar a  lavra de objetos espaciais.
Como na Terra o projeto vai começar com a prospecção e pesquisa de   asteroides. Para tal serão usadas sondas que não só detectarão os alvos como  trarão amostras a serem analisadas em laboratórios terrestres. Sabemos que isso  é possível pois a sonda Japonesa Hayabusa já  retornou de uma jornada de 5 anos após ter pousado e amostrado um  asteroide em  2005.
Os problemas a serem enfrentados são inúmeros:
  • Custos: os custos atuais para o lançamento de sondas da  NASA é de mais de 1 bilhão de dólares por lançamento. CAPEX acima de 1  bilhão na mineração implica em retornos também bilionários, com um grau de  certeza infinitamente maior do que o projeto de  asteroides. Os custos da DSI  deverão ser muito inferiores aos da NASA. Conseguirão essa proeza?
  • Tecnologia: nova tecnologias deverão ser inventadas só  para viabilizar esse projeto. Será factível?
  • Tempo para viabilidade econômica: na Terra entre a  descoberta de um jazimento até um estudo de viabilidade econômica se vão 3 a  5 anos. E no espaço? Com certeza o projeto não poderá depender de vários  lançamentos e várias novas sondas ou o orçamento vai literalmente para o  espaço...
  • Tempo para a Lavra:  os  asteroides tem uma órbita,  geralmente, em torno do sol. O tempo de uma revolução completa pode ser de  várias décadas. Será que após descobrir um  asteroide interessante a DSI vai  ter que esperar por décadas para iniciar a lavra?
  • Baixa densidade:  existem mais de 750.000  asteroides conhecidos com tamanhos em torno de 1 km de diâmetro. No entanto  menos de 8% desses terão algum conteúdo econômico. Os demais são  asteroides  carbonáceos ou rochosos sem valor econômico. Ou seja, encontrar um  asteroide  que tenha valor econômico não será tão fácil. Os mais comuns serão os  metálicos a base de ferro-níquel. Os mais raros e possivelmente os mais  valiosos serão os de diamantes que se encontrados poderão fazer a diferença  entre o sucesso e o insucesso.
 Asteroides já foram lavrados, mas nunca no espaço. Eles  foram trabalhados, após o impacto, como o  asteroide de níquel-ferro que atingiu a  região de Barbeton na África do Sul.
A história da mineração espacial é pioneira, criativa e bonita, mas provavelmente, não terá nenhum  retorno econômico enquanto os pontos acima não forem melhor equacionados. Até lá muitos perderão o seu dinheiro na compra das ações dessas "mineradoras".

Ações da Belo Sun fecham em 70c após mercado reagir mal ao estudo de viabilidade econômica

Ações da Belo Sun fecham em 70c após mercado reagir mal ao estudo de viabilidade econômica
Por Pedro Jacobi
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Após um dia conturbado com quedas de até 40% de suas ações a junior canadense Belo Sun viu um fechamento de 70c. Uma queda de mais de 60% no ano. O motivo desta acentuada queda foi uma forte reação antagônica do mercado ao relatório de  viabilidade econômica publicado.
Belo Sun-7maio2013
Para entender os principais motivos da aversão dos investidores é preciso rever alguns pontos do relatório e da história do distrito aurífero de Volta Grande.
 Segundo a  mineradora o jazimento de ouro tem uma reserva total, provada e indicada de 2,8 milhões de onças de ouro (veja abaixo)
Proven Reserve 40,185 1.47 1,903 1,789
Probable Reserve 19,081 1.49 911 856
Total Reserve 59,266 1.48 2,814 2,645
As reservas da Belo Sun estão entre as maiores para projeto de ouro não desenvolvido no Brasil . Este é um ponto que vem alavancando as vendas da mineradora na bolsa de Toronto onde suas ações são negociadas.
A empresa parte da premissa que será possível fazer uma lavra a céu aberto que irá englobar inúmeros veios e ore shoots parcialmente garimpados por uma população de garimpeiros que habita a região da Ilha da Fazenda, na Volta Grande do Xingu, há muitas décadas. Esta situação  causou vários atritos, alguns muito sérios, entre a mineradora original, Oca Mineração e os Garimpeiros. Os problemas foram parcialmente arrefecidos mas nunca definitivamente resolvidos pela Verena Minerals que adquiriu a propriedade da Oca e depois a vendeu para a  Belo Sun.
Estima-se que ainda existam milhares de garimpeiros em atividade nas áreas da Belo Sun. Trata-se de uma enorme responsabilidade que ameaça a integridade dos investimentos da junior na região. A mineradora sofre, também, com os problemas  relativos à barragem de Belo Monte que deverá afetar parte de suas terras juntamente com notícias de garimpeiros, moradores e índios da região. Essas notícias atingem a mídia mundial lançando dúvidas sobre o projeto.
Os custos operacionais da Belo Sun traduzidos em onças de ouro, incluindo royalties, segundo o relatório, será de US$711.50/oz. Não é um custo baixo, a  prova de crises, mas pode ser gerenciável, afinal ele é 16% melhor do que o OPEX  de uma grande empresa mineradora de ouro como a Yamana que é de US$856/oz.
O que não é nada espetacular é a análise financeira a partir de um estudo de  cash flow (abaixo) que mostra um NPV5% de US474,2 milhões. Este NPV se baseia em  um preço de ouro bastante salgado de US$1.450/oz. Este preço é basicamente o preço de hoje para um ouro que poucos dias atrás batia os US$1.350/oz.
Faltou sensibilidade à Belo Sun ao usar esse preço para o seu estudo de cash  flow. Veja o sumário financeiro abaixo.
Volta Grande Project  Financial Analysis Summary
Economics @  US$1,450 Au After Tax
Net Present Value @ 0% Discount Rate US$934.9 million
Net Present Value @ 5% Discount Rate US$474.2 million
Internal Rate of Return After Tax 15.2%
Assumptions: BRL/USD 2.077, Diesel US$1.0/l, Power US$0.88/kWh

sensitivity
Quando o preço do ouro flutua para baixo, coisa natural em uma economia globalizada, o estudo de sensibilidade (veja acima)  mostra que para um NPV5%  a taxa interna de retorno vai à zero assim que o ouro atingir US$1.200/oz (veja a linha vermelha).  Ou seja, o  projeto deixa de ter retorno econômico com uma pequena flutuação de 10% para baixo no preço do ouro.
Considere que para colocar esse projeto em produção serão necessários investimentos de 749 milhões de dólares e que a Belo Sun é uma  empresa com valor de mercado abaixo de US$180 milhões...Ou seja a empresa estará muito endividada no início de sua produção não tendo cacife  para aguentar qualquer queda nos preços do metal.
Esse pode ser o beijo da morte no projeto, nos olhos de muitos investidores que veem esses pontos tão claramente expostos no estudo de viabilidade econômica  da Belo Sun. 
De nada adianta ter quase 3 milhões de onças no chão se os custos operacionais são  elevados e o projeto não resiste a tempos difíceis com ouro em baixa e custos em  alta.
Para reverter esse processo a Belo Sun deverá tentar explicar melhor o  assunto e mostrar que existem alternativas e soluções que farão o projeto  resistir um cenário negativo. Será que ela consegue?

Belo Sun publica resultados de Volta Grande

Belo Sun publica resultados de Volta Grande


Mais resultados do projeto de ouro Paraense de Volta Grande do Xingu foram  publicados pela junior canadense Belo Sun Mining Corp.
As melhores intersecções foram:
  • 12,07m @ 11,08g/tAu
  • 13,34m@4,60g/tAu
  • 9,02m@5,68g/tAu
Estes novos furos irão ser utilizados nos novos cálculos de reservas. O  jazimento de ouro  tem 4,1 milhões de onças de ouro medidas e indicadas com  teores médios de 1,73g/t e 2,8 milhões de onças inferidas com um teor médio de  1,96g/t. O total de 6,9 milhões de onças faz de Volta Grande um dos maiores  depósitos de ouro da Amazônia.

China: importações de cobre sobem 9% em agosto

China: importações de cobre sobem 9% em agosto
Em agosto as importações de cobre pela China, subiram 9%. No mês a potência importou 387.564 toneladas do metal e seus produtos. Com esses números as importações de cobre já totalizam 2,8 milhões de toneladas somente em 2013. Este volume de importações ainda é inferior ao do mesmo período de 2012, mas com a subida de agosto o maior importador de cobre do mundo parece estar em franca recuperação ainda em 2013.