quarta-feira, 13 de novembro de 2013

No subsolo do território de São José da Safira está a maior mina de turmalina do mundo

O tesouro escondido sob a cidadezinha modorrenta

Por De São José da Safira (MG)
A simplicidade do lugar engana. O município de São José da Safira, a cerca de uma hora de Governador Valadares, no leste de Minas Gerais, tem apenas 4 mil habitantes e casinhas coloridas com telhados de duas águas. Aqui e ali, galinhas ciscam pelas ruas e, na hora do almoço, moradores se acomodam em cadeiras nas calçadas para jogar conversa fora. Mas embaixo dessa cidade há um tesouro.
No subsolo do território de São José da Safira está a maior mina de turmalina do mundo, segundo Carlos Cornejo e Andrea Bartorelli, autores de "Minerais e Pedras Preciosas do Brasil" (Solaris, 2009). A mina é constituída por duas lavras: a lavra do Cruzeiro e a da Aricanga. A primeira, pertencente à família de Douglas e Antônio Neves; a segunda, a Henrique Fernandes. Além de produtores, eles são comerciantes de pedras.
A região de Safira - que compreende ainda Marilac, Santa Maria do Suaçuí e Água Boa, todas nas proximidades da Serra do Cruzeiro - esteve na rota de aventureiros e bandeirantes ainda no século XVI que buscavam esmeraldas. Em 1996, autores franceses do livro "Tourmalines" sustentaram que é essa a Serra das Esmeraldas, um local perseguido por exploradoras nos séculos XVI e XVII, segundo Cornejo e Bartorelli. E que em 1674 atraiu o bandeirante Fernão Dias.
As primeiras incursões daquela época permitiram a descoberta de jazidas de turmalinas, berilos e águas-marinhas - identificados na época erroneamente como esmeraldas, safiras e turquesas.
Os pais de Douglas e Antonio Neves, primos, compraram os direitos da mina em 1982. Dez anos depois, os proprietários morreram em um acidente de avião. Foi quando a segunda geração assumiu o negócio. Dali saem pedras que vão principalmente para a China. São mais de cem trabalhadores todos os dias escavando.
A turmalina vermelha - ou rubelita - da Mina do Cruzeiro é tida como a melhor do mundo, dizem os autores. Dos 10 mil metros de túneis mapeados vieram turmalinas de várias cores entre elas a apelidada de "verde Brasil". 



CONHEÇA UM POUCO DA CORRIDA DO OURO EM MINAS O ciclo do ouro

CONHEÇA UM POUCO DA CORRIDA DO OURO EM MINAS O ciclo do ouro é compreendido como o período em que vigorou a extração e exportação do ouro como principal atividade econômica na fase colonial do país. Ocorrera após o declínio da produção açucareira no Brasil, época em que Portugal buscara novas fontes de renda na colônia.As primeiras minas foram encontradas pelos bandeirantes no atual estado de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. O auge do ciclo do ouro no século XVIII, gerou uma grande corrida em busca do metal precioso.A extração exigia investimentos em mão-de-obra, equipamentos e a aquisição de terrenos auríferos. A extração do ouro ficou nas mãos dos grandes proprietários rurais e comerciantes.A Coroa Portuguesa adquiria lucro por meio da cobrança de taxas e impostos, ou seja , o explorador que encontrasse e extraísse o ouro deveria pagar o quinto à Coroa Portuguesa. O imposto era cobrado pelas Casas de Fundição, onde as pedras eram derretidas e transformadas em barras.O quinto significava 20% (um quinto, daí o nome do imposto) de cada quantidade apresentada e era encaminhada para Portugal. Porém, haviam desvios e sonegações que, quando descobertos, eram penalizados duramente.Além do quinto, havia a derrama que exigia o envio anual de 1500 kg de ouro para Portugal; e a capitação, imposto cobrado por cada escravo utilizado como mão-de-obra na extração das minas. 

Baianos avançam na mineração

Baianos avançam na mineração


Ruy Baron/Valor / Ruy Baron/Valor
Ribeiro Tunes: investimento em pesquisa só perde para o Pará e Minas Gerais
A disparada no preço das commodities no mercado internacional durante a década passada levou empresas brasileiras e estrangeiras a se interessar pela exploração mineral no Nordeste, em especial, na Bahia. Em busca de jazidas fartas, mineradoras encontraram no Estado uma geologia, no mínimo, diversificada o suficiente para valer o investimento. Os aportes já anunciados para o setor na Bahia somam nada menos que R$ 21 bilhões nos próximos anos. "Mais de 40 tipos de minério são extraídos no Estado, onde cerca de 350 empresas do setor atuam", afirma Rafael Avena Neto, diretor técnico da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM).
Com tantos recursos disponíveis para explorar inclusive metais preciosos, a expectativa é de que a Bahia ultrapasse São Paulo e Goiás e se consolide como terceiro maior produtor mineral do país até 2015. Hoje, é o quinto, com uma produção comercializada de quase R$ 3 bilhões por ano, de acordo com o Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM).
Não é difícil entender por que a expectativa é tão alta. O investimento em pesquisa mineral na Bahia só perde para o que é feito no Pará e em Minas Gerais. Equivale a 10% de todos os recursos aplicados com esse fim no Brasil, segundo o DNPM. "Minas nordestinas que tinham produzido 50 anos atrás, e depois foram abandonadas, foram redescobertas e voltaram a ser exploradas agora, com o uso de tecnologias mais avançadas", explica Marcelo Ribeiro Tunes, diretor de assuntos minerários do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Na Bahia, em especial, interessa o fato de que a maior parte da centena de cidades de onde se extrai minério fica na região do semiárido, onde estão também os municípios mais pobres. Lá, a vida está mudando rapidamente. Itagibá, por exemplo, distante 200 quilômetros de Salvador, viu seu PIB duplicar entre 2009 e 2010, depois que foi inaugurada uma mina de níquel da empresa Mirabela, considerada a terceira maior a céu aberto do mundo. "Esse é o melhor momento da história da mineração do Estado", afirma Avena Neto.
Um dos maiores investimentos em mineração feito recentemente na Bahia foi o da Bahia Mineração, já apelidada de Bamin. A empresa, controlada pela Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC), originária do Cazaquistão, está destinando US$ 3 bilhões para desenvolver uma mina de minério de ferro em Caetité. O valor compreende investimentos na mina propriamente, a compra de vagões ferroviários para o transporte e a construção de um terminal privado em Ilhéus, por onde o produto será exportado. Os planos são de extrair 20 milhões de toneladas de minério de ferro por ano quando o projeto estiver com a capacidade plena, a partir de 2016. A título de comparação, a produção brasileira anual ronda os 350 milhões de toneladas. "São 5.000 empregos gerados durante a fase de construção e 2.500 no período de produção", diz José Francisco Viveiros, presidente da Bamin.
Para o governo, o que importa é o fato de que, em média, para cada emprego direto, 13 são criados no restante da cadeia. No Estado, a previsão é de que a geração de postos de trabalho provenientes da mineração alcance mais de 7.000 até o ano que vem.
Estima-se que a mineração corresponda, atualmente, a pouco menos de 3% do PIB baiano. Além de minério de ferro, a exploração compreende ainda cromita, bauxita, cobre e vanádio, além de outros mais nobres como ouro e diamante. Diversas minas de ouro também estão sendo exploradas em Estados como o Maranhão e o Rio Grande do Norte. Do território potiguar está saindo ainda tungstênio e em Sergipe concentram-se diversas reservas de potássio.
"O Nordeste, no passado, não parecia ser um lugar exatamente espetacular para a produção de minério. Não se conheciam grandes jazidas", lembra Tunes. "Mas com o conhecimento que se desenvolveu sobre a geologia da região foi possível perceber que havia ali a possibilidade de produzir uma variedade de minerais, especialmente os industriais."




Pedra laranja por US$ 35,5 milhões

Pedra laranja por US$ 35,5 milhões


Keystone,Martial Trezzini,File/AP
O diamante laranja da África do Sul foi vendido por US$ 2,4 milhões o quilate, um valor recorde para diamantes coloridos
O maior diamante de cor laranja do mundo foi vendido ontem à noite por US$ 35,5 milhões pela Christie's, o que superou de longe a estimativa entre US$ 17 milhões e US$ 20 milhões.
Foi o segundo diamante mais caro vendido até hoje pela casa de leilões Christie's. O Prince, vendido neste ano em Nova York por US$ 39,6 milhões, ultrapassou a gema cor de laranja leiloada ontem.
O diamante laranja, que pesa 14,82 quilates, é do tamanho de uma amêndoa e foi a última peça a ser vendida ontem pela Christie's - o leilão começou às 19hs (hora local) e encerrado por volta das 23hs (20hs em Brasília). A pedra foi encontrada na África do Sul. E o nome do vendedor não foi informado.
Um senhor no fundo da sala, com um boné, que ao longo do leilão não tinha se manifestado, passou a fazer seus lances a partir dos US$ 20 milhões e foi até o fim, ganhando das ofertas apresentados por internet, telefone e na sala repleta de um hotel elegante da cidade suíça.
A Christie's informou que o comprador é um colecionador apaixonado por joias. E ele mesmo deu os lances, em vez de usar um intermediário. O leiloeiro bateu o martelo no lance de US$ 31,5 milhões, mas o prêmio a ser pago pelo comprador de boné eleva o preço final a US$ 35,5 milhões.
A venda ocorreu na véspera de a concorrente Sotheby's colocar em leilão o maior diamante rosa do mundo, o "Pink Star", por um preço estimado três vezes maior, de US$ 60 milhões.
No domingo e segunda-feira, a Christie's realizou o recorde mundial de leilão de relógios de luxo, num total de US$ 43,9 milhões. O único Patek Philippe em ouro rosa foi vendido por US$ 2,1 milhões, ou US$ 400 mil acima da estimativa.
Outro relógio Patek Philippe, de 1947, em ouro, foi vendido por US$ 1,6 milhão.
A Christie's diz que suas vendas no primeiro semestre totalizaram US$ 3,68 bilhões. No ano passado, os leilões globais e as vendas privadas alcançaram US$ 6,27 bilhões, o maior volume na história da empresa.
Na semana passada, em Nova York, a Christie's sofreu uma decepção com a venda de quadros de arte moderna. As vendas alcançaram apenas US$ 144,3 milhões, comparado a uma expectativa de negócios de US$ 277 milhões. De 46 obras colocadas à venda, 11 tiveram que ser retiradas. Foi o caso de um quadro do pintor espanhol Pablo Picasso, que recebeu oferta de "apenas" US$ 23 milhões.
Em contrapartida, a empresa anunciou um recorde por um quadro do suíço Alberto Giacometti, vendido por US$ 43 milhões. Era um retrato de seu irmão Diego Giacometti.
Uma empresa chinesa comprou um quadro de Picasso representando seus filhos Claude e Paloma por US$ 28 milhões.



terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Pleistoceno

O Pleistoceno
  O Pleistoceno
Por Pedro Jacobi 
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A época  geológica chamada Pleistoceno, que começou a 2,58 milhões de anos atrás, é  repleta de histórias interessantes e de mudanças climáticas radicais.Durante esta época, que terminou a 11.700 anos,  o gelo cobriu a maior parte  do planeta. Foi no Pleistoceno que o Homem viu a última idade do gelo e foi  durante o Pleistoceno que o Homo Sapiens surgiu e evoluiu, espalhando-se  inexoravelmente em todos os cantos da Terra mudando a paisagem e até o clima.
O termo Pleistoceno foi cunhado  por Charles Lyell, em 1839, para descrever uma camada que aflora na Itália, cujos  fósseis são de animais ainda não extintos. É a primeira época do Quaternário e a sexta do  Cenozoico.
O estudo do Pleistoceno é fundamental para que possamos entender o  clima de hoje e suas possíveis implicações futuras.
Durante  o Pleistoceno existiram 11 eventos de aquecimento global seguidos por idades do  gelo.  Já fazem 11.700 anos que entramos em um período de  aquecimento global, que muitos cientistas, erroneamente, querem atribuir ao Homem,  que, obviamente, não tinha quase nenhuma influência no clima desta época.
idades do gelo
Estudos dos últimos 500.000 anos mostram os  ciclos de aquecimento e resfriamento que a Terra atravessou e que são  explicados pela teoria de Milankovitch

As  glaciações do Pleistoceno ainda são, para muitos, um mistério. No entanto, para o  cientista sérvio Milankovitch essa alternância de climas radicais é fruto dos movimentos  e variações no ângulo do eixo terrestre ao longo  de grandes ciclos de 41.000 anos ao redor do Sol.
Sabe-se que durante as  glaciações a temperatura média da Terra era apenas 5 graus centígrados abaixo da média atual.  O clima era seco pois a maioria da humidade estava retida na forma de gelo. Os  desertos predominavam e as tempestades de areia assolavam a superfície das áreas  mais quentes. Foi nestas condições adversas que a humanidade se forjou e  evoluiu.
Uma das  melhores formas de estudar o Pleistoceno é através dos fósseis. No entanto, o  estudo das sondagens e dos  testemunhos de gelo da Antártica, que contém bolhas do ar Pleistocênico retidas  na massa gelada, é  a nossa melhor evidência do clima e da atmosfera  Pleistocênica. É através destes  estudos que os geólogos conseguem entender a evolução da temperatura  terrestre e a quantidade dos gases tipo CO2, S, metano e outros na atmosfera, ao longo do  tempo.
testemunho
Milhares de metros de testemunhos de gelo são  guardados para análises e estudos do clima passado

    O gelo fornece  parâmetros científicos de grande interesse mas, infelizmente, graças a  decadência dos gases ao longo do tempo esses dados apresentam uma certa  imprecisão devendo, em alguns casos, ser calibrados pelos ciclos de Milankovich.Acredita-se que o Gelo Antártico deve conter evidências de mais de  1,5 milhões de anos .  No entanto o furo mais profundo, de 3.200m, feito na  Antártica contém dados somente dos últimos 800.000 anos. 

anéis de árvore
Cada anel deste tronco tem uma história a contar


Outro método utilizado para o entendimento do clima Pleistocênico é a estudo dos  anéis dos troncos de árvores. Estes anéis podem informar com precisão as  temperaturas e os ciclos climáticos dos últimos milhares de anos. A comparação  entre vários estudos feitos em árvores de inúmeros locais e continentes nos dá  uma visão bastante precisa do clima dos últimos 1.850 anos. Mesmo assim esse  estudo carrega um grande número de controvésias e acalorados debates entre os  pesquisadores.
 
Várias espécies desapareceram no Pleistoceno. Possivelmente muitos foram extintos  pelos caçadores humanos.
Durante  o Pleistoceno os mamíferos pequenos demonstraram ser mais capazes de sobreviver em climas  gelados não sendo extintos como os mastodontes, tigres  dente-de-sabre, preguiças gigantes e vários outros animais de grande porte.
cavalo
Esta espetacular pintura de cavalo foi feita em uma caverna  em Nyaux, na França no final da última glaciação há 14.000 anos

As  extinções ocorreram mais no hemisfério norte onde as glaciações foram mais  intensas.
É  durante o Pleistoceno que vários hominídeos habitaram a Terra. Muitos foram  extintos. Sobreviveram os Homens Modernos que migraram da África para as  regiões não cobertas pelo gelo, aos poucos conquistando e vivendo em quase todos  os recantos do planeta. Algumas teorias tentam explicar que as espécies de Homo  Sapiens foram os responsáveis pelo desaparecimento da megafauna. Hoje  sabe-se que algumas espécies de mamutes coexistiram com os Egípcios e que o  veado gigante irlandês sobreviveu até 9.600 anos atrás.
Interessante não é?


Saiba mais : estude Geoogia e  conheça mais sobre esse assunto e sobre a história do nosso planeta Terra.