quarta-feira, 14 de maio de 2014

Minério de ferro: mineradoras do Brasil e Austrália irão, literalmente, “matar” minas na China

Minério de ferro: mineradoras do Brasil e Austrália irão, literalmente, “matar” minas na China
A China será forçada a fechar várias minas nos próximos anos, graças à superprodução de minério de ferro brasileiro e australiano.

Este é um ponto que enfatizamos, há anos, aqui no Portal do Geólogo: só sobreviverão as mineradoras com o custo operacional mais baixo.

O momento que separa os homens das crianças está chegando.

As megamineradoras como a Vale, BHP e Rio Tinto, apesar da queda dos preços do minério de ferro, não pensam em reduzir a produção. Muito pelo contrário. A Vale anunciou que irá aumentar a sua produção de minério de ferro em 50% até 2018. Ela está colocando em produção o Projeto Serra Sul com capacidade de 90 milhões de toneladas adicionais por ano.  As demais mineradoras, como a BHP, Rio e Fortescue estão investindo pesadas somas para aumentar a produção.
Somente em 2014 espera-se uma adição de 130 milhões de toneladas de minério de ferro no mercado o que certamente causará um forte efeito.

Neste momento você pode estar se perguntando: como aumentar a produção no momento em que os preços do minério de ferro atingem baixas históricas?
Qual o sentido de criar uma superprodução?
É simples. As grandes mineradoras são, também, aquelas que produzem o minério com o menor custo, em torno de US$37/t. É óbvio que todo o minério que elas produzirem será necessariamente vendido, deslocando aquele minério de mais alto custo.  Trata-se de uma estratégia de dominação que só poderá ser revertida se os chineses baixarem os seus custos operacionais.

Péssima notícia para a maioria das minas chinesas que produzem, hoje, a um custo de US$105/t. Essas minas chinesas já estão no vermelho, pois o preço do minério de ferro despencou para US$102/t. Elas, eventualmente, terão que reduzir os seus custos ou fechar.
Será a extinção natural dos menos aptos.

Essa guinada no mercado ainda poderá ser tratada como um caso de dumping pelos chineses.

PanAust: chineses oferecem US$1 bilhão, mas não levam

PanAust: chineses oferecem US$1 bilhão, mas não levam
A PanAust é um mineradora listada na bolsa de Sidney que controla duas mina de cobre e ouro no Laos, um pobre e pequeno país espremido entre a China, Vietnam, Camboja e Mianmar. A PanAust acaba de recusar uma oferta de 1 bilhão de dólares feita pelo grupo chinês Guangdong Rising Assets Management, pelas suas minas.
Proposta irrecusável para muitos mas não para a mineradora australiana, cujas minas são responsáveis por mais de 8% do PIB de Laos e foram avaliadas em US$1,37B.

Ao mesmo tempo em que recusava a oferta a PanAust convidou o grupo chinês para estudar a sua contabilidade e aumentar a sua oferta de A$2.30 por ação.
Possivelmente o grupo chinês, que já controla 23% da PanAust, vai ceder e aumentar a sua oferta.

Meteorito cai na região de Formosa, no Distrito Federal: de quem é a rocha?

 
Nesta quarta-feira às 5 horas e 26 minutos da manhã, um meteorito, em rumo de colisão com o solo, foi filmado pela câmera da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros/ Bramon. É a primeira vez que isso ocorre e, agora, está declarada a temporada de caça ao meteorito que caiu a oeste da cidade de Formosa, próximo a Brasília.
Normalmente os meteoritos se fragmentam ou pulverizam totalmente antes do contato com o solo. Os especialistas acreditam que esse meteorito possa ter uma massa entre 30 a 100kgs o que o um excelente alvo aos caçadores de meteoritos. Rochas deste tamanho costumam se cair em um leque, permitindo várias descobertas.
Os jornais já noticiam sobre expedições sendo montadas para o mês de junho, quando viriam cientistas locais e estrangeiros ao local do impacto.
O local deve estar sendo refinado e, possivelmente, se houver fragmentos preservados eles serão encontrados.

Se você tem interesse em participar é importante observar que no Brasil não existe uma legislação específica sobre o assunto. Ou seja, o meteorito não é do governo, mas sim de quem achar.
Naturalmente deve ser respeitado o direito do proprietário de terras que pode não permitir que os caçadores de meteoritos entrem em suas terras.

Outro ponto que vai ser frequentemente discutido é o valor do fragmento de meteorito. Os valores são determinados de acordo com o tipo, tamanho, procedência e particularidades do meteorito, variando entre poucos dólares por grama até milhares de dólares por grama. No caso desse meteorito nada sabemos...no momento.

Se você achar algum meteorito e quiser uma opinião profissional sobre o tipo e preço entre em contato através do email geólogo@geologo.com.br

Não se esqueça, que a para a ciência os meteoritos, independente de seu preço tem um valor extraordinário. Portanto se você for um dos afortunados donos de um meteorito de Formosa lembre que em Brasília temos o Instituto de Geociência que adorará receber esse meteorito como doação.

Como salvar a Petrobras do colapso sem o aumento dos combustíveis?

Como salvar a Petrobras do colapso sem o aumento dos combustíveis? 
Desde que assumiu o Governo em 2011 a Presidente Dilma vem subsidiando os preços dos combustíveis, criando um certo alívio no bolso dos consumidores ao mesmo tempo em que as finanças da Petrobras são corroídas. Esta política alimentou e acelerou a perda de grande parte do valor de mercado da petroleira, que já foi, há pouco tempo atrás, uma das maiores empresas do mundo.
Essa estratégia, que visa consolidar o poder e a obtenção de mais votos tem, no entanto, sérias falhas estruturais. Uma delas é a memória curta do nosso povo. Assim que os preços começarem a subir ele irá se voltar contra o Governo esquecendo esses anos de alívio financeiro.
A outra, mais impactante ainda, é a dilapidação da maior empresa brasileira, a Petrobras. A estatal está mergulhada em dívidas gigantescas, compras duvidosas, casos de corrupção, desmandos e má gestão. Infelizmente, todos esses pontos negativos que enlameiam a imagem da Petrobras, tem uma coisa em comum: a mão do Governo.
A Petrobras, orgulho de todos nós, hoje tem o seu nome manchado nas colunas policiais e o seu escritório invadidos pela Polícia Federal. Algo impensável uma década atrás.
Dilma, que até então se beneficiava de uma impecável carreira com foco na administração e gerência já sente na pele os estilhaços das “bombas” deflagradas a cada novo caso escabroso que envolve o nome Petrobras. A sua progressiva queda nas pesquisas de popularidade é a prova inequívoca de que algo está muito errado no seu governo, que não acertou no gerenciamento da Petrobras assim como em outros pontos fundamentais como a educação, saúde e infraestrutura.
E, como se não bastassem todos os problemas que fazem a alegria da oposição e a desgraça do governo, a Petrobras declara um lucro trimestral 30% menor do que o esperado. Nesta equação aparece claramente o efeito do subsídio do governo durante esses últimos anos. Hoje a Petrobras importa combustíveis a preços superiores do que os do mercado interno.

Não há como fechar a conta: é hora de colher os amargos frutos de uma política demagógica mal elaborada.
A única coisa certa, independente do resultado da Copa ou das Eleições, é o aumento dos preços dos combustíveis. Prepare-se, pois essa conta vem aí inflacionada por anos de subsídios.  

Rinorea: prepare-se para uma revolução na mineração

Rinorea: prepare-se para uma revolução na mineração
Cientista filipino descobre planta que absorve altíssimas quantidades de níquel sem se envenenar ou morrer. Trata-se da Rinorea Niccolifera, um nome que nós ainda ouviremos falar muitas vezes.
O professor Edwino Fernando informa algo, que no meu ver, poderá mudar drasticamente a mineração mundial: a rinorea pode ter concentrações de níquel, em suas folhas, de até 18.000ppm. Esse nível de concentração é extraordinariamente elevado: 1,8% de Ni é um teor superior a muito minério econômico sendo explorado pelos mineradores.

Cuidado Vale, cuidado Norilsk, vem aí a rinorea!!

A princípio o professor Fernando está pensando em usar essas plantas para despoluírem ambientes: a fitoremediação.
Na minha visão, de um geólogo de exploração, uma planta com essas propriedades poderá substituir, com imensas vantagens, muitas minas de minérios metálicos.
Neste futuro talvez não tão fictício o “minerador” (ou será “agricultor?) irá desenvolver imensas plantações de rinorea sobre um substrato a base de rochas ultramáficas, que já tem concentrações naturais médias de níquel muito elevadas, > 0,5% Ni. Em pouco tempo ele estará colhendo uma safra de milhares de toneladas de folhas com teores de 1,5% de níquel... Ou seja, a rinorea irá permitir a extração do níquel destes solos a custos baixíssimos, quando comparados à mineração tradicional.
A rinorea não extrai exclusivamente o níquel e poderá ser usada para a extração, também, de outros metais pesados: uma verdadeira revolução se aproxima.