sábado, 17 de maio de 2014

Geólogos brasileiros encontram Atlântida!

Geólogos brasileiros encontram Atlântida!

Atlântida do médium Frederick S. Oliver
Atlântida do médium Frederick S. Oliver
Já ouviu falar de um país perdido após ser supostamente engolido pelo mar?? Pois é, isto é Atlântida e hoje a história pode não soar tão estranha assim. É que geólogos da CPRM (Serviço Geológico do Brasil) anunciaram nesta última segunda feira,  que foi descoberto a ocorrência de rochas continentais em meio ao oceano atlântico na Elevação do Rio Grande – uma formação geológica de cordilheiras entre o Brasil e a África – que fica a cerca de 1500km lineares da costa do Rio de Janeiro.
Elevação do Rio Grande
Segundo o diretor de geologia de recursos minerais do Serviço Geológico do Brasil, Roberto Ventura Santos, há dois anos durante uma dragagem de solo oceânico na região da Elevação do Rio Grande foram encontrados fragmentos de granito e, no primeiro momento, pensou-se em engano ou amostras coletadas por acidente, porém, através de uma parceria entre Brasil e Japão, foi realizada no último mês uma observação da formação geológica a bordo do equipamento submersível Shinkai 6.500. Com isto foi possível observar que pode sim haver um fragmento continental perdido durante a separação de Brasil e África, há milhões de anos.
Apesar de não haver datação das rochas, para determinar sua idade exata, Ventura afirma que estão muito perto de confirmar a ‘Atlântida’ brasileira pois ainda este ano pretendem realizar perfurações para coletar um maior número de amostras.
Fragmentos de rocha continental encontrados no Atlântico pelo CPRM
Fragmentos de rocha continental encontrados no Atlântico pelo CPRM
O Brasil deverá requerer a área  junto à Autoridade Internacional de Fundos Marítimos (ISBA, na sigla em inglês) para que seja possível continuar as pesquisas, pois ela se encontra fora da jurisdição brasileira.
Parece que o médium norte americano Frederick S. Oliver não estava tão errado assim não é mesmo? Que tal o mapa lá de cima, confeccionado no fim do século X1X ??

Salário de geólogos podem chegar a 80mil !

Salário de geólogos podem chegar a 80mil !

Geólogos com salários de até 80mil?
Geólogos com salários de até 80mil?
 “Déficit de geólogos empurra pico de salário para R$ 80 mil”. Geólogo ou não muitos devem ter ouvido falar desta notícia que rodou a internet.
Se você é geólogo, alguma vez ou outra já deve ter sido questionado sobre os ‘salários iniciais’ ou sobre os famosos ‘bônus’ ou ‘PL!s’.
Infelizmente a geologia e a mineração ainda não são tão difundidas na sociedade brasileira, porém, estes questionamentos não são exclusivos do Brasil. A divergência entre ‘salários iniciais’, ou seja, a valorização entre diferentes ramos e profissões ocorre em muitos outros países, o que também tem contribuído para o nascimento de novas instituições de ensino ou cursos de graduação, generalizados ou específicos, em todo o mundo.
Para os curiosos ou interessados em ‘abocanhar’ uma fatia das boas remunerações oferecidas ao ramo da pesquisa e exploração mineral, saibam que o pico salarial pode chegar – em alguns casos – a mais do que os R$80 mil descritos na matéria, especialmente em cargos que envolvam gerências, diretorias ou presidências. Mas isto são casos isolados e que ocorrem em qualquer ramo de atuação profissional.

De qualquer forma, como isto é assunto recorrente nos últimos anos, decidimos inserir aqui um infográfico mostrando as remunerações de diferentes cargos dentro do ramo de petróleo e gás, publicado pelo jornal em maio deste ano.
Infográfico de salários no ramo de petróleo e gás.
Como se vê, nem sempre os geólogos tem os melhores salários, mas geólogo ou não o que vale ser mencionado é que sempre é necessário investir em contínua capacitação, pois apesar do mercado estar realmente aquecido é também muito exigente!

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Água mais velha do mundo pode conter vida

Água mais velha do mundo pode conter vida

Colônia de Volvox - organismo unicelular em colônia (Imagem de Walker/Science Photo Library)
Colônia de Volvox – organismo unicelular (Imagem de Walker/Science Photo Library)
A imagem acima é apenas uma ilustração da forma básica da vida, que retrata um grande passo na evolução da vida na Terra em seus tempos mais remotos, seres unicelulares convivendo em colônias. Porque falamos disto neste Post? Porque ele é justamente sobre a vida e também sobre tempo, ou melhor, muito tempo atrás!
Neste dia 15 de maio, cientistas do Canadá e do Reino Unido encontraram a água mais velha do mundo! Isto mesmo, a água foi encontrada em rochas do escudo pré-cambriano do Canadá com idades de até 2,6 bilhões de anos e os estudiosos pretendem confirmar a existência de micro organismos! Análises confirmaram uma idade mínima para a água de 1,5bilhões de anos, mas segundo os cientistas pode ser muito mais velha. O grande achado ocorreu a 2,4km da superfície, em uma mina de ouro subterrânea na cidade de Timmins, norte da província de Ontario, no Canadá.
Fluídos podem penetrar na crosta terrestre e ficar presos de modo especial, como uma ‘cápsula do tempo’, onde podem preservar características do meio ambiente da época em que foram aprisionadas. Os cientistas afirmam que a água é rica em gases dissolvidos, como hidrogênio, metano e gases nobres – como hélio, neônio, argônio e xenônio. Na África do Sul houve uma descoberta semelhante em outra mina subterrânea a 2,8km de profundidade e também com vida, porém, apresentava apenas algumas dezenas de milhões de anos, muito mais nova do que a água anciã encontrada no Canadá. Descobertas similares, com grandes idades, também já haviam ocorrido, porém, sem presença de vida. De fato, a nova descoberta surpreendeu toda ciência e seus admiradores.
B. Sherwood Lollar et al. - Cientista coleta amostra de água mais antiga já conhecida - Timmins, Canadá.
Cientista coleta amostra de água mais antiga já conhecida – Timmins, Canadá.
Com a descoberta, estudiosos esperam obter maior conhecimento sobre a evolução da vida em ambientes tão inóspitos, pois o assunto realmente coloca uma ‘pulga atrás da orelha’ de cientistas já que a descoberta pode também contribuir muito para achados semelhantes na superfície de Marte ou de outros planetas, que apesar de hoje apresentarem um ambiente extremamente inadequado à vida que conhecemos, em algum lugar pode haver uma pequena surpresa, como a cápsula do tempo encontrada no Canadá.

Metadiamictito e filito do Grupo Cuiabá – Cuiabá, MT

Metadiamictito e filito do Grupo Cuiabá – Cuiabá, MT

Detalhe do filito sericítico do Grupo Cuiabá com dois padrões de fraturamento, Cuiabá - MT
Filito sericítico do Grupo Cuiabá com dois padrões de fraturamento cortando sua foliação, Cuiabá – MT
Compartilho com vocês um belo afloramento do Grupo Cuiabá, encontrado no antigo Aterro Sanitário da Capital do estado de Mato Grosso. O local não é muito agradável de visitar, porém, o visual dos afloramentos ‘artificais’ (devido aos cortes feitos com máquinas) não deixa a desejar.
Trata-se da exposição de metadiamictitos cortados por uma sequência de filitos sericíticos, rochas possivelmente relacionadas as unidades 6 e 5 do Grupo Cuiabá, respectivamente (Luz et. al., 1980).
Estas rochas, por sua vez, apresentam-se cortadas por duas famílias de veios de quartzo popularmente conhecidos como  travessões e filões, o primeiro por apresentar geometria sub-horizontal e o último por apresentar padrão subverticalizado.
Metadiamictitos, filitos e veios de quartzo do Grupo Cuiabá, Cuiabá - MT
Metadiamictitos, filitos e veios de quartzo do Grupo Cuiabá, Cuiabá – MT

Uso do cupim na exploração mineral?

Uso do cupim na exploração mineral?

Região de relevo arrasado com cupinzeiros
Região de relevo arrasado com cupinzeiros
Isto mesmo leitores!
Há muito é cogitado a amostragem de cupinzeiros (em inglês: termite nests) na exploração mineral e tem gente levando a questão bem a sério!  Os pesquisadores Aaron D. Stewart, Ravi R. Anand e Jens Balkau realizaram um estudo aprofundado da ‘bio-prospecção’, quando resolveram fazer um estudo sistemático de amostras de solo e do ninho de nossos garimpeiros milimétricos, os cupins. (Link para o artigo)
O estudo contou com uma série de análises multi elementares de solo no contorno de vários ninhos e também dos próprios cupinzeiros e os métodos de análise utilizados foram ICP-MS (com espectrômetro de massa) e ICP-AES (com espectrômetro atômico de massa). A pesquisa foi realizada na porção oeste da Austrália, mais precisamente na mina de Moolart Weel, no projeto de ouro Duketon da mineradora australiana Regis Resources (ouro e níquel). O minério da mina está localizado em um perfil laterítico com espessura média de 20 metros que recobre o minério primário em filões de quartzo associado a alterações hidrotermais em rochas arqueanas máficas-ultramáficas mas em perfil saprolítico de até 70 metros de profundidade.
A iniciativa dos pesquisadores é ampliar o conhecimento de mineralizações na regional que podem facilmente estar mascaradas pelo grande perfil de intemperismo que ocorre na região se utilizando de pesquisas de baixo custo como a amostragem de solo, neste caso cupins
O ponto extra é que este tipo de amostragem pode ter grande utilidade em zonas com perfil de solo pouco desenvolvido (cambissolo por exemplo), platôs lateríticos muitas vezes intransponíveis e também em regiões de relevo arrasado como alagados, onde é comum muito solo alóctone (originado de outro local). O melhor é que um geólogo faça a análise em campo para enfim escolher um método amostral adequado para cada região, porém, em alguns casos os cupins podem ser mais representativos que o solo propriamente.
Segundo Aaron D. Stewart, no estudo eles conseguiram provar que o cupim concentra certos elementos em seu sistema excretor e chega a compará-los com cálculos renais em humanos, neste caso uma pedra mineralizada seja em Ouro, Cobre, Zinco e o que mais ele ‘garimpar’ em subsuperfície!
Cupim mineralizado
Cupim mineralizado