quinta-feira, 10 de julho de 2014

Mineração: Goiás é terceiro

Mineração: Goiás é terceiro  
A influência da mineração é fundamental à economia da região onde ela ocorre. É assim em todos os países onde a mineração é importante, mesmo os desenvolvidos como o Canadá e a Austrália. No Brasil não é diferente. Estados como o Pará e Minas Gerais, onde se encontram as grandes minas do país conhecem muito bem a influência benéfica da mineração na economia.
A novidade no setor é que o terceiro maior produtor mineral do país é o Estado de Goiás. Em Goiás a influência da mineração na vida das pessoas é enorme. A pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),  mostra que as cidades que sediam mineradoras no Estado de Goiás são aquelas que apresentaram o maior crescimento no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Nestes locais a mineração é a mola propulsora da economia e do desenvolvimento socioeconômico. A melhora no IDH de alguns municípios é marcante, graças a extração dos bens minerais pelas mineradoras. É o caso de Alto Horizonte,  Campinorte e Nova Iguaçu de Goiás que tiveram um aumento do IDH de 27%. Alto Horizonte teve um crescimento extraordinário saindo da posição 136 para a 55. Pilar de Goiás viu o seu IDH crescer 42% atingindo o nível de desenvolvimento humano de médio a alto, graças à mineração.
Já Catalão, cidade progressista de 100.000 habitantes, alimentada por uma mineração forte, tem o terceiro IDH de todo o Goiás e um dos mais altos do Brasil. Catalão é a terceira maior economia de Goiás  com um PIB de mais de 5 bilhões de reais.
Tudo o que foi visto até agora em Goiás será ampliado com o recolhimento da nova CFEM que vai multiplicar por mais de 5 vezes a arrecadação vinda das mineradoras. Isso, naturalmente, quando o Código Mineral for aprovado.

Glencore e Vedanta lutam por mina de zinco na Namíbia

Glencore e Vedanta lutam por mina de zinco na Namíbia
No mundo corporativo um contrato tem valor. Certo?

Essa frase parece não retratar muito bem o que a Vedanta acredita sobre o assunto.

As duas gigantes da mineração a Vedanta e a Glencore estão em batalha judicial pelo depósito de sulfeto de zinco Gergarub na Namíbia. As duas mineradoras já tem jazimentos de zinco e chumbo na região assim como as refinarias para o processamento do minério.

A briga das mineradoras é pelo controle de Gergarub. Uma arbitragem deste ano deu à Vedanta 51% de Gergarub o que a Glencore acredita ser seu, recorrendo desta decisão e continuando a briga judicial que pode se alongar.

Tudo começou em 2004 quando as duas empresas assinaram um MOU para um projeto conjunto de exploração mineral. Segundo esse memorando a Vedanta deveria pesquisar óxidos de zinco que é o minério existente em sua mina Skorpion, que é processado em sua planta. Segundo o MOU a Glencore pesquisaria esfalerita o sulfeto de zinco que é o minério de sua mina Rosh Pinah.

A empresa que achasse o minério especificado pelo documento poderia lavrá-lo e processá-lo.

O plano, que era bom no papel, deu errado.

A Vedanta descobriu um jazimento de sulfeto de zinco dentro de área da Glencore: Gergarub. Pelo acordo essa jazida deveria ser da Glencore, mas a Vedanta esqueceu o MOU e se apoderou da jazida.

Desde então as empresas brigam na justiça por aquilo que deveria estar perfeitamente entendido e sacramentado.

O CEO da Vedanta, Tom Albanese (ex-CEO da Rio Tinto e considerado o pior CEO da história da RIO) já informou em Londres que pensa desenvolver um projeto integrado de chumbo e zinco nas suas minas da Namíbia e África do Sul. Ou seja, Albanese não vai devolver à Glencore o que deveria ser dela.

Essa atitude da indiana Vedanta mostra que no mundo dos negócios internacionais até mesmo os contratos sólidos podem não ser respeitados quando o assunto é muito dinheiro...

Vamos ver quais serão os próximos passos...

MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS FILONEANAS DO TERRENO GRANITO-GREENSTONE

MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS FILONEANAS DO TERRENO GRANITO-GREENSTONE DO TOCANTINS

O terreno granito-greenstone do Tocantins faz parte do embasamento da zona externa da Faixa Brasília, no setor central da Província Tocantins. Esse terreno é constituído por amplos complexos granito-gnáissicos intrusivos em estreitos greenstone belts. O greenstone belt, denominado de Grupo Riachão do Ouro, compreende os metabasaltos de alto-Fe e alto-Mg da Formação Córrego Paiol, unidade basal, e uma sequência monótona de filitos sericíticos com camadas ricas em matéria carbonosa e intercalações de formações ferríferas, quartzitos, meíacherts, rochas vulcânicas ácidas e metaconglomerados, agrupados na Formação Morro do Carneiro, unidade de topo. Os complexos granito-gnáissicos são constituídos por granitóides do tipo TTG de alto e baixo Al. O primeiro evento deformacional (Dn) foi acompanhado da intrusão dos complexos granito-gnáissicos e de metamorfismo de alta razão T/P variando do fácies xisto verde ao anfibolito. O segundo evento deformacional (Dn+i) é caracterizado por zonas de cisalhamento destrais de direção N20-30°E, NO-10°E e N10-20°W. As zonas de cisalhamento N40-65°E (destrais) e N35-50°W (sinistrais) formam um par conjugado cuja idade relativa é ainda incerta. As mineralizações de ouro filoneanas, encaixadas em zonas de cisalhamento Dn+i, são hospedadas em metabasaltos, formações ferríferas e complexos granito-gnáissicos. Os halos de alteração hidrotermal são marcados por cloritização, carbonatação, sericitização e sulfetação, principalmente pirita. As paragêneses de alteração são típicas do fácies xisto verde. O fluido mineralizante foi provavelmente rico em CO2 e S. Idades Sm-Nd em torno de 2,5Ga representam as idades máximas para dos complexos granito-gnáissicos e mineralizações de ouro.

Revolução do xisto: Estados Unidos é o grande ganhador do momento. E amanhã?

Revolução do xisto: Estados Unidos é o grande ganhador do momento. E amanhã? 
Quem diria que os Estados Unidos, o maior importador de combustíveis do mundo, um país dependente de energia, iria virar a mesa e se tornar um grande exportador?
Vários conflitos internacionais e até mesmo guerras foram feitas devido a essa dependência americana.

Mas, graças a uma geologia privilegiada tudo mudou. Foi quando os Estados Unidos descobriram o gás e o óleo dos folhelhos que abundam no seu subsolo e o fracking, o método para extrair o precioso combustível aprisionado nestas rochas.

É a revolução do xisto americano.

Com essa revolução a produção americana de gás e hidrocarbonetos, que estava diminuindo, acelerou. Em poucos anos o país viu os preços da energia e dos combustíveis caírem permitindo a expansão e a revitalização das indústrias siderúrgicas, plantas termoelétricas, combustíveis e indústrias químicas.

Trata-se, possivelmente, da maior revolução energética do século. A produção interna dos Estados Unidos não para de bater novos recordes. Junho não foi exceção: a produção bateu novo recorde atingindo 68,1 bilhões de pés cúbicos ao dia, um aumento de 5,4% em relação a 2013.

O interessante é que em 2005 as empresas americanas acreditavam piamente que os Estados Unidos seriam o maior importador de gás (LNG) do mundo superando o Japão. Consequentemente elas investiram bilhões de dólares em terminais de importação do gás que viria de países exportadores como o Catar.

O tiro saiu pela culatra. Hoje os Estados Unidos produzem mais do que o país queima e passaram a ser grandes exportadores se ressentindo da falta de terminais de exportação. As coisas mudaram...

As vantagens do gás do xisto não ficam no âmbito econômico, mas se propagaram ao político. É graças ao gás do xisto que os americanos estão consolidando os laços político-econômicos com a Europa e com o Japão.

A Europa ameaçada pela Rússia de ter o seu suprimento de gás cortado, correu para o big daddy, os Estados Unidos, e esses corresponderam. Grandes contratos foram fechados envolvendo o gás americano e até o carvão, uma indústria que ameaçava fechar nos Estados Unidos.

No novo cenário o carvão americano passa a ser exportado à Europa para suprir as deficiências energéticas do velho continente, onde quase todas as jazidas de carvão foram exauridas. Regras foram mudadas e o carvão americano já está sendo aceito no continente europeu que se torna, a cada dia que passa, um grande importador de carvão. Em parte, a necessidade energética da Europa, vem do fechamento das plantas nucleares da Alemanha, que busca uma nova matriz energética, mais limpa e menos agressiva. Mas enquanto isso não ocorre os americanos vendem o gás, o carvão e a segurança...

No outro lado do mundo, o Japão, que simplesmente fechou todas as suas plantas nucleares após o desastre de Fukushima, torna-se, também, um grande cliente do gás do xisto americano.

Ironicamente o gás do xisto passa a ser o maior embaixador geopolítico dos Estados Unidos.

O gás do xisto tornou os americanos mais fortes, mais ricos e mais palatáveis. Hoje eles não só vendem os hidrocarbonetos extraídos, mas também a tecnologia para extraí-los. Esta vantagem técnica na exploração dos folhelhos está sendo altamente precificada por todos aqueles países com potencial geológico similar. É o caso da China que já entrou em joint venture com a gigante americana Weatherford International cujo know how na exploração e extração do gás do xisto é muito valioso.


custo óleo

custo gás
Nos gráficos acima observa-se que para um empreendimento de óleo ou gás em xisto nos Estados Unidos apresentar uma taxa interna de retorno mínimo (TIR) de 10% ele deve estar localizado em uma geologia favorável. Ou, em outras palavras, somente agora é que se sabe que algumas bacias sedimentares têm custos operacionais proibitivos que acabam com a economicidade do projeto. 

É claro que esses estudos econômicos estão considerando os preços americanos do gás natural, que é muito baixo, e um custo do barril de petróleo de US$95 (hoje está acima de US$105).

Os americanos aprenderam muito sobre o processo e sobre a exploração e extração do gás e óleo dos xistos.

 Eles foram os verdadeiros “boi de piranha” e, como tal, fizeram uma enorme quantidade de erros que não serão necessariamente, repetidos. No início, os preços das concessões explodiram em uma inflação avassaladora. O fenômeno chegou a inviabilizar bacias inteiras que ficaram caras demais, chegando a quebrar as empresas que pagaram demais para explorá-las. Na fase inicial, por falta de know how, algumas empresas chegaram a contaminar o nível freático superior o que está, até hoje, repercutindo na mídia pelos grupos ambientalistas.

O maior erro, no entanto, foi não entender que os poços tinham a produção reduzida a menos de 10% da inicial em apenas quatro anos (veja o gráfico abaixo).

gas


Este fato obriga as empresas produtoras a permanecer furando para manter a produção. É um efeito perverso que está revolucionando as empresas de sondagem americanas. Hoje sabe-se que são necessários milhares de furos horizontais (gráfico abaixo) para explorar uma camada de xisto e isso não havia sido contabilizado por muitas empresas iniciantes.

furos horizontais
Mesmo assim, com todos os percalços inerentes a uma revolução industrial deste porte, o país está lucrando em todos os sentidos e os investimentos continuam fluindo para o xisto americano.

Trata-se de um processo que está, apenas, no início.

O que estamos vendo é menor do que a ponta do iceberg, pois imensas reservas de xistos betuminosos estão abandonadas no subsolo de todos os continentes, esperando pela exploração que mal está começando.

Países como a China, Argentina, Rússia, Congo e Brasil, onde as reservas são simplesmente imensas serão os próximos alvos.

Com o amadurecimento do processo as empresas tenderão a ficar mais eficientes, produzindo a custos mais baixos sem os erros e problemas enfrentados pelos americanos no início da exploração do xisto.

O que vai ocorrer quando essa geologia não convencional começar a produzir gás e óleo em imensas quantidades como está hoje ocorrendo nos Estados Unidos???

O mundo verá um fortalecimento das indústrias baseadas em combustíveis fósseis. O gás natural e o petróleo continuarão a preponderar e só aqueles que conseguirem produzir a baixos custos sobreviverão.

Será que o óleo do pré-sal, de alto custo, programado para jorrar nas próximas décadas irá sobreviver essa revolução do xisto mundial?

Simandou: nem tudo está perdido para a Vale

Simandou: nem tudo está perdido para a Vale
Simandou é um dos maiores jazimentos de minério de ferro de alta qualidade ainda não desenvolvido do mundo. Esse depósito irá ditar qual a empresa que terá “bala na agulha” daqui a 20 anos, quando os minérios de alto teor australianos minguarem e a Vale for soberana com o minério de Carajás.

Simandou é o sonho de consumo de Sam Walsh, o CEO da Rio Tinto, que já projetou que a sua empresa será a maior produtora de minério de ferro em algumas décadas: graças a Simandou.

No entanto as coisas não estão tão simples quanto o Sam quer fazer.

O Governo da Guiné ainda está criando as regras do leilão da parte norte de Simandou, aquela que já foi da Vale, e que tem aproximadamente 50% de todas as reservas da megajazida. Este leilão irá ditar o destino de Simandou e, possivelmente, será o mais agressivo e caro da história recente da mineração.

Empresas como a própria Rio Tinto, Vale, ArcelorMittal, Glencore a a gigante BHP irão se digladiar em um leilão de bilhões que terá uma única ganhadora: a Guiné.