domingo, 13 de julho de 2014

Jóias seguem a moda

Jóias seguem a moda
O processo de produção industrial de uma jóia começa com o trabalho de criação, com a elaboração dos desenhos das peças e a definição de qual mercado se quer alcançar com elas. Ou seja: em primeiro lugar é preciso definir se é uma jóia exclusiva ou se ela será um produto de linha, sempre tendo como base as tendências das cores da moda. O diretor industrial da Manoel Bernardes, Sérgio de Oliveira Bernardes, joalheria mineira especializada na utilização de pedras brasileiras e que tem clientes em todo o Brasil, conta que a criação é feita seis meses antes do lançamento. Normalmente o mercado trabalha com o lançamento de duas linhas por ano. “As pedras brasileiras têm uma infinidade de cores e é preciso estudar as tendências da moda para acertar nos resultados”, explica. Na maior parte dos casos, trabalha-se com pedras como quartzo que, antigamente, eram consideradas menos nobres num universo de pedras preciosas dominado por diamantes, topázios imperiais – encontrados somente em Ouro Preto (MG) -, e turmalinas da Paraíba, existentes apenas neste Estado. Ao lado delas, embora menos caras, esmeraldas e águas marinhas também costumam ser utilizadas na confecção das jóias. “O uso de pedras preciosas nobres encarece muito o produto e o torna inviável no mercado brasileiro. Por isso, geralmente só fabricamos jóias com pedras muito caras (o quilate da turmalina da Paraíba custa R$ 100 mil), sob encomenda”, explica o empresário. De acordo com o diretor, a empresa compra a pedra bruta diretamente da mina e, em seguida, a peça é enviada para o departamento de lapidação. Depois, as gemas são cravadas nas jóias, que seguem para o consumidor final. Em alguns casos, porém, a pedra pode ser adquirida lapidada e seguir direto para a cravação. Quando se trata de gemas de alto valor - água-marinha, rubelita e topázio imperial, por exemplo – elas podem ser aproveitadas ao natural, adaptando-se o design à pedra. Segundo Bernardes, apenas 20% das gemas brutas são aproveitadas para o produto final. “Uma pedra bruta, que segue para a lapidação pesando 100 quilates, chega ao consumidor final com o peso de 20 quilates, em média”, diz. Depois de desenhadas as peças, elas passam ao departamento de modelagem da empresa, no qual trabalham além de duas designers, seis ourives com experiência profissional suficiente para montar as jóias à mão. “A primeira peça é feita em prata e serve como molde para as demais”, diz Sérgio de Oliveira Bernardes. Na opinião dele, diferente de outros setores da economia e até do próprio comércio, o mercado de jóias no Brasil está maduro, o que significa que não há espaço para aumento de vendas, a não ser avançando sobre a concorrência. Lapidário A joalheria Manoel Bernardes surgiu de uma empresa de lapidação fundada em 1944 pelo ex-estudante de medicina Manoel Bernardes, que se apaixonou pelas pedras preciosas brasileiras. A empresa começou como um lapidário – Lapidação Minas Gerais – no qual, dos 20 empregados, 13 eram lapidadores e o restante trabalhava como assistente. Em 1970, surgiu a Manoel Bernardes, instalada numa sede moderníssima para a época, inspirada na arquitetura de Brasília. De lá para cá, passou por muitos percalços até se tornar uma empresa com reconhecimento nacional e internacional. “As pessoas não conheciam as pedras brasileiras, que eram consideradas semi-preciosas. Nessa época, os olhos do mundo estavam voltados para o rubi, a safira e a esmeralda”, conta o atual presidente da empresa, Manoel Bernardes, o filho. Só a partir da década de 1970 foi iniciado o processo de exportação dessas gemas para os Estados Unidos, Inglaterra e Japão, principal comprador das pedras brasileiras daquela época.

Bahia e Pará querem atrair novos recursos

Bahia e Pará querem atrair novos recursos
Enquanto cresce a tendência de alguns países optarem por caminhar na contramão do processo de atrair novos investimentos em mineração, por diversas motivações e interesses, estados brasileiros se antecipam e preparam-se para catalisar positivamente potenciais novos investidores para o setor. São os casos, por exemplo, dos estados da Bahia e do Pará, que estão abrindo novas oportunidades de exploração mineral em seus territórios, oferecendo prospecções viáveis (técnica, econômica e comercialmente), incentivos e estudos preliminares. As oportunidades oferecidas por esses estados são diversificadas e com potencial, o que facilita a atração de investidores e de empresas interessadas. Licitações na Bahia A Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), empresa vinculada à Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SICM), do Estado da Bahia, lançou em junho último um conjunto de editais de licitação para exploração comercial de minérios em diversas regiões do estado. As oportunidades disponibilizadas abrangem depósitos e jazidas de minerais, rochas industriais e minerais metálicos. As descobertas englobam argilas, areia silicosa, ferro, ferro-titânio-vanádio, cobre, ouro, quartzo, feldspato, cianita e esmeralda. Os municípios que abrigam as jazidas são Camacan, Nova Viçosa, Canavieiras, São Sebastião do Passé, Itanagra, Belmonte, Casa Nova, Remanso, Sento Sé e Pilão Arcado. O setor mineral na Bahia, segundo a CBPM, tem assumido importância cada vez maior, representando atualmente 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, considerando-se todas as riquezas geradas. O valor da produção mineral baiana corresponde a cerca de R$ 2,46 bilhões, com a extração de petróleo e gás natural respondendo por 55% e os restantes 45% gerados por uma pauta de 34 bens minerais. A Bahia conta com 350 empresas de mineração operando em mais de uma centena municípios e gerando mais de oito mil empregos diretos e indiretos. Em 2007, houve um recorde em requerimentos de mineração (cinco mil), deixando a Bahia no primeiro lugar entre os estados brasileiros. Em 2008, já se tem informações sobre dois mil requerimentos, o que indica um crescimento ainda maior para o período. O grande potencial da Bahia nesse setor demonstra que o estado se encontra pronto para novos saltos no crescimento da atividade mineral, especialmente por ser, reconhecidamente, o estado que possui a melhor cobertura geológica do Brasil. Um grande exemplo é o investimento que o governo vem fazendo na pesquisa geológica com levantamentos aerogeofísicos. A Bahia possui a melhor cobertura geológica do país, de acordo com a CBPM: 38,5% do território (217 mil km²) já cobertos com aerogeofísica e previsão de mais 52 mil km², em 2008. Auto-sustentabilidade em níquel As ações do governo objetivam principalmente a descoberta de novas jazidas, realização de diagnóstico eficaz da sua potencialidade mineral, desenvolvimento tecnológico e implantação de infra-estrutura viária e energética, de forma a criar condições para atração de investimentos e viabilização dos empreendimentos no setor. As oportunidades minerais reveladas e disponibilizadas pela CBPM aos investidores do setor mineral, através de processo de concorrência pública, garantem a trajetória de elevação no valor da produção mineral baiana. Em 2007, o setor acresceu à economia do estado o montante de R$ 1,2 bilhões. Em 2009, com o início das atividades dos projetos Santa Rita, maior jazida de níquel sulfetado do Brasil, e do Ouro Maria Preta, a CBPM alcançará a auto-sustentabilidade. Os empreendimentos citados localizam-se nos municípios de Itagibá e Santa Luz, respectivamente. “A CBPM transferiu para a iniciativa privada, por meio de licitação, as jazidas descobertas, como o níquel de Itagibá, o vanádio de Maracás, a bentonita de Vitória da Conquista e o ouro de Santa Luz. Esses projetos mínero-industriais estão em fase de implantação. Quando atingirem plena produção, entre a metade de 2009 e o início de 2010, gerarão receitas que irão duplicar o valor da produção mineral do estado da Bahia”, afirma o diretor presidente da CBPM, Nilton Silva Filho. Conduzida pela Mirabela Mineração, subsidiária da australiana Mirabela Nickel, a produção de níquel sulfetado, em Itagibá, recebeu investimentos da ordem de R$ 700 milhões. A geração de recursos através do Imposto Sobre Serviço (ISS) para o município, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o Estado e para a CBPM, através da Compensação Financeira pela Extração de Recursos Minerais (CFEM), reflete o bom momento econômico. Só em royalties, a CBPM arrecadará cerca de R$ 8 milhões mensais. Da CFEM, o município de Itagibá arrecadará 65% e o Estado da Bahia, 23%. Já o ouro da mina Maria Preta, empreendimento conduzido pela Mineração Fazenda Brasileira S.A., do Grupo Yamana Resorces Inc, do Canadá, receberá investimentos da ordem de US$ 51,1 milhões, devendo gerar US$ 2 milhões em royalties, 2% da receita bruta anual. A Votorantim Metais anunciou, no início de julho, que investirá R$ 24 milhões em exploração mineral na Bahia até o final de 2008. A empresa assinou contrato com a CBPM para exploração de zinco nos municípios de Irecê e Mundo Novo, e níquel, em Pedras Altas. “Acreditamos no potencial mineral da Bahia e vamos continuar investindo no estado. O foco do nosso trabalho é a busca por novos depósitos de zinco e níquel”, afirma Jones Belther, diretor de exploração mineral da empresa, área que receberá em 2008 investimentos de R$ 150 milhões, para serem aplicados no Brasil e no exterior. Com a assinatura desses contratos, a Votorantim Metais assume o compromisso de investir R$ 7,8 milhões em pesquisa mineral nos próximos 24 meses, em Irecê, R$ 10 milhões em pesquisa mineral por zinco, em Mundo Novo, e R$ 2,5 milhões em exploração por níquel em Pedras Altas. “Além desses três projetos, temos outras áreas em fase inicial de pesquisa mineral no estado desde 2002,” acrescenta Belther. Com um projeto inovador na Bahia e fortalecendo o Brasil como maior produtor de minério de ferro no mundo, a empresa Bahia Mineração tem intenção de investir R$ 3,7 bilhões na construção de uma mineradora de ferro em Caetité, tornando-se o maior fornecedor da indústria siderúrgica e contribuindo com cerca de 1.000 empregos. A CBPM investirá, em 2008, R$ 12 milhões em pesquisa e desenvolvimento. O objetivo é aproveitar o momento positivo pelo qual vem passando o setor mineral em todo o mundo. De acordo com Nilton Silva Filho, a iniciativa faz parte de uma nova estratégia adotada para atrair recursos e gerar negócios promissores no estado. “Com a chegada do novo governo, foi realizada uma reavaliação das oportunidades minerais que a Bahia possui. Decidimos agir com mais agressividade, disponibilizando para o investidor do setor as oportunidades identificadas. No curso de um ano, colocamos em processo de licitação, através de concorrência pública, cerca de 25 empreendimentos minerais”, revela. Prospectos e depósitos na Bahia Mineralizações de ferro Situadas na área central do extremo-norte da Bahia, as regiões de Sento Sé, Casa Nova, Remanso, Pilão Arcado e Campo Alegre de Lourdes apresentam acervo mineral bastante diversificado. Há ocorrências de mineralizações de ferro, cobre, ouro, chumbo, magnesita, talco, cianita, pedras gemológicas (quartzo cristalino, quartzo esfumaçado, citrino e ametista) e de dolomitos e calcários para corretivo de solos. Entretanto, apenas as jazidas de magnesita, em Sento Sé, são lavradas constantemente. A proximidade com as cidades de Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco, que possuem notável grau de desenvolvimento, garante infra-estrutura urbana às regiões mineradoras. Ferro-titânio-vanádio de Campo Alegre de Lourdes Nos depósitos de ferro-titânio-vanádio do município de Campo Alegre de Lourdes foram quantificados 134 milhões t de minério. Desse total, têm-se 60 milhões de reserva medida, 40 milhões de reserva indicada, 20 milhões de reserva inferida e 14 milhões de minério coluvial. Ouro de Jurema Leste Coberto por nove áreas de pesquisa de titularidade da CBPM, o prospecto possui vocação para a exploração de ouro e de metais-base do tipo sulfetos maciços vulcano-exalativos (VMS). As pesquisas, realizadas nos alvos Arapuá, Jararaca, Mata-Burro e Olho d´Água, indicam uma zona mineralizada com largura útil de 20 m, teor médio de 2 g/t e potencial de recursos de 21,6 t de ouro contido até a profundidade de 50 m. No extremo-sul do prospecto foi identificada uma mineralização de alto teor, com 30 m de comprimento, 2 m de largura e 31 g/t de ouro. O potencial para ouro e cobre-zinco, ao norte do prospecto, deverá ser estudado em investigações posteriores. Ouro Itapicuru Norte – Blocos Deixai e do Tarugão Entre os municípios de Cansanção, Monte Santo, Euclides da Cunha e Quijingue, localizam-se prospectos e mineralizações de ouro, com destaque para o garimpo de Água Branca, que possui extensão de 2 km e largura útil de aproximadamente 30 m. Até a profundidade de 100 m, o potencial de recursos é da ordem de 48 t de ouro. Cobre de Riacho Seco Na região de Riacho Seco, localizado no município de Curaçá, no extremo-norte do Estado, as mineralizações são compostas por disseminações de sulfetos de cobre em rochas gabróicas anfibolitizadas. Após desenvolver atividades de pesquisa e avaliação mineral, a CBPM identificou uma reserva total de 5 milhões de t de minério, com teor médio de 0,8% de cobre. Há possibilidade de existência de reservas de maior porte, uma vez que o depósito se situa numa área com elevado potencial para mineralizações de cobre. Prospectos e depósitos de minerais industriais e gemológicos Quartzo e feldspato de Castro Alves As pesquisas realizadas na região de Castro Alves resultaram na definição de um novo distrito pegmatítico na Bahia. Foram cadastrados, mapeados e avaliados 265 corpos de pegmatitos com recursos totais de 856 mil t de feldspato e 3,23 milhões de quartzo industrial. Observa-se ainda uma faixa de quartzo de alta pureza, com teor de sílica acima de 99,5% e potencial para possuir reservas de quartzo industrial com recursos de 140 milhões de t. Em 2005, as produções de quartzo (130 mil/t) e feldspato (25 mil/t) do distrito de Castro Alves foram consumidas em sua totalidade. Areia silicosa de Santa Maria Eterna O distrito de Santa Maria Eterna, localizado a 200 km de Ilhéus, abriga depósitos de areia silicosa de alta pureza. Os levantamentos feitos pela CBPM identificaram uma reserva com recurso de 69,5 milhões de t, sendo 11 milhões t de reserva medida, 51 milhões t de reserva indicada e 7 milhões t de reserva inferida. Cianita de Anagé A jazida situada no município de Anagé, distante 22 km de Vitória da Conquista, possui 188 mil t de reserva medida. Nessa área, que mede 352,5 ha, há ocorrência de quatro corpos elúvio-coluviais de concentrações residuais de cianita, e com participações subordinadas de granada, estaurolita e quartzo. Os cristais de cianita, com dimensão acima de 5 mm, representam 56% da reserva. Os outros 44% são de cristais de cianita cujo comprimento varia entre 0,6 e 5mm. As características geológicas favoráveis aliadas à simplicidade das operações para a concentração de minério permitem a redução de custos nas atividades de lavra e beneficiamento da jazida. Esmeralda de Carnaíba As zonas com mineralizações de esmeralda estão presentes em três áreas de pesquisa da CBPM, localizadas no distrito de Carnaíba. Recentemente, as investigações apontaram a existência de uma reserva de 18,3 milhões t de biotita xistos, sendo 6,3 milhões t de reserva medida e 12 milhões t de reserva indicada. Estima-se que haja um potencial significativo de xistos hospedeiros de esmeralda-berilo nas demais áreas de titularidade da CBPM. Dados históricos nos garimpos apontam para uma produtividade de 1,11 kg de esmeralda total por tonelada de biotita xisto lavrado. A partir dessa relação, é possível presumir reservas com recursos de 7 mil e 13,4 mil toneladas de esmeraldas gemológica e não gemológica, respectivamente. Argilas e insumos cerâmicos do Recôncavo Baiano Os depósitos de argila descobertos nos municípios de Simões Filho, Mata de São João, Alagoinhas, Entre Rios, Esplanada e Itanagra apresentam características físicas e químicas condizentes com as exigências da indústria cerâmica. Nessa região, foram dimensionadas reservas de 220 milhões de t. As jazidas, que estão localizadas em uma área estratégica, contam com infra-estrutura adequada, permitindo a consolidação do Pólo Cerâmico do Recôncavo. A Região Metropolitana de Salvador (RMS), maior centro consumidor do Estado – com uma demanda anual projetada de 6 milhões de metros quadrados de revestimentos cerâmicos e 800 milhões de peças de cerâmica vermelha – faz parte desse pólo. Argilas e insumos cerâmicos da região sul A CBPM identificou, na região entre os municípios de Santa Luzia e Mucuri, reservas que totalizam 632 milhões de t de materiais argilosos. Dessa quantia, aproximadamente 10 milhões são de reservas medidas. Os levantamentos da CBPM apontaram a existência de 51 ocorrências de depósitos de argilas e 19 ocorrências de depósitos feldspáticos e filíticos. Esses materiais podem ser utilizados no fabrico de porcelanatos, monoporosos, louças sanitárias e de mesa, cerâmica vermelha e telhas brancas. O significativo potencial dos depósitos de matérias-primas cerâmicas presentes no Sul da Bahia e a localização geográfica das reservas em relação ao mercado consumidor criam condições favoráveis ao surgimento de um novo pólo cerâmico no Estado. Oportunidades no Pará A atividade econômica no Estado do Pará, segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect), encontra-se historicamente associada ao modelo primário-exportador, que se constitui no direcionamento da produção, na sua forma bruta, ao mercado externo e às regiões mais desenvolvidas do país. A indústria extrativa mineral não é uma exceção a essa regra. Assim, ainda que a exploração econômica das riquezas minerais do estado apresente algum rebatimento positivo na economia local, a transferência efetiva de benefícios para a sociedade paraense está muito distante do potencial. Esse modelo está calcado nos grandes projetos minerais, intensivos em capital, que geram elevados impactos ambientais e estão associados a resultados socioeconômicos locais incipientes em decorrência da baixa agregação de valor do processo. Para romper a condição extrativista que permeia grande parte da base produtiva do estado e viabilizar a consecução de elevadas taxas de crescimento econômico consorciadas ao enraizamento social do desenvolvimento, o Pará programou uma agenda com o propósito de induzir um novo modelo que favoreça a inclusão social e o respeito ao meio ambiente. Essa iniciativa se orienta no esforço estratégico de modernização, visando a seu transbordamento para todas as cadeias produtivas relevantes da trama produtiva, incorporando ferramentas e processos com vistas a promover ganhos de competitividade pela incorporação de tecnologia e inovação. O governo, segundo a Sedect. vem desempenhando a função de articulador de vários agentes e atores econômicos e sociais com vistas a prover condições favoráveis e seguras à produção de ciência, tecnologia e inovação, principalmente por meio da instituição do SIPI – Sistema Paraense de Inovação. Busca-se também eliminar os gargalos do desenvolvimento produtivo, com a instalação do Fórum Paraense de Competitividade (FPC), garantindo a efetivação de investimentos em energia, logística e infra-estrutura social e urbana alinhada às necessidades das cadeias produtivas. Entre as iniciativas governamentais, vêm sendo utilizadas algumas ferramentas como: criação e revitalização de distritos industriais, que oferecem áreas com total infra-estrutura a baixos preços; promoção de incentivos financeiros e tributários com recursos a baixos custos e condições favoráveis para amortização; instituição de programas de capacitação de mão-de-obra, que antecipam as necessidades do investidor e geram economias; programa de extensionismo industrial para pequenos e médios empresários; ampliação do programa de qualidade de fornecedores, contribuindo para reduzir custos empresariais nas fases de implantação e manutenção. Na busca do desenvolvimento sustentável e integrado das cadeias produtivas, o governo dá prioridade aos investimentos voltados às atividades que permitam o encadeamento dos processos de exploração e transformação primária. Com relação às atividades de base mineral, há especial interesse nas atividades associadas aos insumos industriais do segmento dos metais ferrosos (hematita, ferro gusa, ferros liga e aço), dos metais não ferrosos (alumina, alumínio, zinco, cobre, manganês, níquel, silício metálico e ouro) e dos minerais não metálicos (caulim, gemas preciosas e semipreciosas). O setor mineral paraense O Estado do Pará se mantém em destaque no cenário nacional como importante província mineral, congregando parcela substancial das reservas brasileiras de importantes commodities. Detém cerca de 75% das reservas nacionais do cobre, 33% da gipsita, 53% do caulim e mais de 80% da bauxita, 35% do manganês e 30% do ferro. O ferro, com elevado teor de óxido de ferro (Fe2O3) provém de Carajás, que é a maior concentração de ferro do planeta, garantindo condições diferenciadas de competitividade ao ferro brasileiro no mercado mundial. Nos últimos anos, os investimentos no setor, realizados por empresas mineradoras da iniciativa privada, controladas por capitais nacional e transnacional, alcançaram US$ 20 bilhões, resultando na ampliação das reservas conhecidas e nos sucessivos recordes da produção mineral do estado. As maiores inversões financeiras são da Vale, que investiu cerca de US$ 15 bilhões na prospecção e exploração de ferro, bauxita/alumínio, caulim, cobre, manganês e ouro; seguida pela Mineração Onça Puma Ltda., que se tornou subsidiária da Vale, com US$ 854,7 milhões na exploração do níquel; a Alcoa, com cerca de US$ 660 milhões em bauxita/alumínio, a Imerys – Rio Capim Caulim S.A., com cerca de US$ 290 milhões; as siderúrgicas, exportadoras de ferro gusa, com perto de US$ 975 milhões, o Grupo João Santos, US$ 200 milhões na produção de cimento e calcário e, a Globe Metals, produtora de silício metálico, com US$ 16 milhões. O vulto desses investimentos para a economia paraense contribuiu para a predominância do setor mineral na base econômica do estado, tornando a atividade da mineração um dos pilares do atual modelo de aproveitamento dos seus recursos minerais. O valor da produção mineral do Pará, em 2007, alcançou R$ 8,3 bilhões, crescendo 7% em relação ao ano anterior e representando 19% do PIB e 28% do Produto Industrial do Estado. Nas exportações, os produtos minerais paraenses representaram aproximadamente 80% da pauta, atingindo US$ 6,4 bilhões, em 2007. Conforme pode ser observado na tabela, sete dos dez itens mais significativos provêm do setor mineral. Esses resultados, de acordo com a Sedect, colocam o Pará como o segundo maior produtor mineral do País. Entretanto, novos projetos se encontram em estudo para serem instalados: na produção do cobre, o 118, no município de Canaã dos Carajás, o Cristalino, em Curionópolis e o Alemão, em Parauapebas; na bauxita, o Juruti, na localidade do mesmo nome e o Vera Cruz, em Paragominas. Além desses, o Vermelho, voltado para o níquel, em Canaã dos Carajás e o ABC, de alumina, em Barcarena. Faz parte também dessa cadeia produtiva o segmento de gemas, jóias e artesanato mineral, que vem se destacando no estado. Já foram catalogadas mais de 200 ocorrências de depósitos e garimpos, e mais de 60 variedades de rochas com caráter gemológico, principalmente nas regiões sul e sudeste. Dentre estes se destacam: o diamante, o cristal de rocha, a ametista, o citrino, a malaquita, a turmalina, o topázio, a opala, entre outras, que colocam o estado como um importante produtor de gemas.

Terra de oportunidades

Terra de oportunidades
Em meados deste ano, a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) colocou mais duas oportunidades no mercado, por solicitação dos próprios interessados, informa o geólogo José Cunha, com prazo de conclusão ainda na 1ª quinzena de março. “Tratam-se de jazidas localizadas no canto Noroeste do Estado, em região em que já opera a Galvani, com elevado potencial de manganês e ferro”, informa. O edital dá continuidade à política de atração de investimentos, iniciada pela CBPM em 2007 e  ampliada em 2008. Segundo Cunha, alguns contratos ainda estão em fase de assinatura, mas todas as licitações foram encerradas com sucesso.

Por conta dos investimentos feitos na área de pesquisa, o Estado vem dando um relativo salto para a consolidação do setor minerário. Em 2007, o setor da mineração acrescentou à economia baiana R$ 1,2 bilhão. Em 2009, com o início das atividades dos projetos Santa Rita, grande jazida de níquel sulfetado do Brasil, e Ouro Maria Preta, a CBPM alcançará a auto-sustentabilidade financeira, por conta dos royalties recebidos. Os empreendimentos ficam nos municípios de Itagibá e Santa Luz, respectivamente.

“A CBPM transferiu para a iniciativa privada, por meio de licitação, as jazidas descobertas, como o níquel de Itagibá, o vanádio de Maracás, a bentonita de Vitória da Conquista e o ouro de Santa Luz. Esses projetos minero-industriais estão em fase de implantação. Quando atingirem plena produção, entre a metade de 2009 e o início de 2010, vão gerar receitas que irão duplicar o valor da produção mineral do Estado”, afirmou o presidente da empresa, Nilton Silva Filho.

Até 2010 deverão estar em operação os empreendimentos de Vanádio de Maracás, Ouro do Itapicurú, Fosfato de Irecê e Bentonita de Vitória da Conquista. As jazidas privatizadas já levantaram investimentos de R$ 600 milhões e a estimativa é que esses três projetos injetem uma receita bruta de US$ 800 milhões na economia baiana quando entrar em operação.

Conduzida pela Mirabela Mineração, subsidiária da australiana Mirabela Nickel, a produção de níquel sulfetado, em Itagibá, recebeu investimentos de R$ 700 milhões. A geração de recursos por meio do Imposto sobre Serviço (ISS) para o município, do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o governo estadual e para a CBPM, através da Compensação Financeira pela Extração de Recursos Minerais (CFEM), é bastante promissora. Só em royalties, a CBPM arrecadará cerca de R$ 8 milhões mensais. Da CFEM, o município de Itagibá arrecadará 65% e o Estado, 23%.

Já o ouro da mina Maria Preta, empreendimento conduzido pela Mineração Fazenda Brasileiro, do grupo Yamana, receberá investimentos de US$ 51,1 milhões, devendo gerar US$ 2 milhões em royalties (2% da receita bruta anual).

Outros projetos e pesquisas que compõem o patrimônio da CBPM e estão em andamento também constituem oportunidades de investimento em empreendimentos produtivos – a exemplo do Ferro do Norte, do ferro-titânio e vanádio, em Campo Alegre de Lourdes; do ferro, em Campo Largo; do zinco, em Irecê e Mundo Novo; do cobre, em Riacho Seco; da areia silicosa de alta pureza, em Santa Maria Eterna; da barita, em Contendas do Sincorá; da cianita, em Anagé; do fosfato primário, em Irecê; além de jazidas de granito ornamental e jazidas de argilas cerâmicas.

A previsão da empresa é investir neste ano R$ 12 milhões em pesquisa e desenvolvimento, como parte da estratégia de atrair recursos e gerar negócios promissores no Estado, destaca o presidente da companhia Nilton Silva Filho. “Com a chegada do novo governo, foi realizada uma reavaliação das oportunidades minerais que a Bahia possui. Decidimos atuar com mais agressividade, disponibilizando para o investidor do setor as oportunidades identificadas. Em um ano, colocamos em processo de licitação, via concorrência pública, 25 empreendimentos minerais”, disse o presidente da CBPM.

A Bahia é um dos Estados mais bem estudados e conhecidos geologicamente do País, com 38,5% do seu território (217 mil km2) cobertos por levantamentos aerogeofísicos. Em julho deste ano, outros 12.964 km2 serão mapeados. O uso dessa tecnologia representa a diminuição de riscos para o investidor e confere maior segurança às informações oferecidas para o desenvolvimento dos projetos. Os programas de levantamento aerogeofísico realizados pela CBPM desde 1975 totalizam 523 mil km de linhas de vôo, em 30 áreas potenciais do território baiano.

“A CBPM continuará investindo em pesquisas geológicas básicas, como mapeamentos geológicos e levantamentos aerogeofísicos. Há uma crescente demanda das empresas mineradoras. Apostamos que esse momento vai durar. As jazidas descobertas pela empresa e transferidas para o setor privado são evidências dessa perspectiva. Quando elas atingirem a sua plena capacidade de produção, vão gerar receitas que dobrarão o valor da produção mineral da Bahia”, afirmou Silva Filho.

As oportunidades minerais reveladas permitiram a  considerável elevação no valor da produção baiana. As áreas das 20 oportunidades já licitadas englobam um conjunto de 269 requerimentos de pesquisa da CBPM, abrangendo cerca de 280 mil ha, distribuídos por 26 municípios baianos, a maior parte no semi-árido.

Duas rodadas de licitações
Segundo o geólogo José Cunha, da CBPM, alguns empreendimentos ainda estão em fase de assinatura de contrato. “Mas todas as oportunidades serão devidamente desenvolvidas pelas empresas, mesmo nesse atual cenário mundial. Algumas empresas poderão dilatar os prazos, mas nada que prejudique os projetos, que têm se comprovado bastante promissores. Tanto que a empresa já colocou neste ano mais duas oportunidades em licitação, por solicitação dos próprios investidores. São depósitos promissores na área de manganês/ferro e potássio”, informa.

A primeira fase de licitações permitiu a celebração dos contratos entre CBPM e as empresas vencedoras - Votorantim Metais, Galvani Indústria Comércio e Serviços e Risa Refratários e Isolantes, com oportunidades nas áreas de extração e produção de concentrados dos minérios de zinco, níquel, fosfato e talco. Os concentrados dos minérios deverão alimentar futuras metalúrgicas, indústrias de produção de fertilizantes e de produção de refratários, cerâmica, papel, tintas, plásticos, borrachas e cosméticos, entre outros.

O segundo pacote de oportunidades, lançado em 2008, compreende  áreas de ouro, cobre e ferro-titânio-vanádio associados, além de minerais e rochas industriais como feldspato, quartzo, barita, areia silicosa de alta pureza, argilas cerâmicas e granitos ornamentais, incluindo uma jazida de esmeralda.

A estatal mantém atualmente outros projetos de pesquisa promissores: ferro, titânio e vanádio, em Campo Alegre de Lourdes; estuda os depósitos de ferro, em Campo Largo; o zinco, em Irecê e Mundo Novo; cobre, em Riacho Seco; areia silicosa de alta pureza, em Santa Maria Eterna; barita, em Contendas do Sincorá; Cianita, em Anagé; do fosfato Primário, em Irecê; além de jazidas de granito ornamental e argilas cerâmicas.

Atualmente, a Codelco está desenvolvendo o Projeto Novo Nível de Mineração

Atualmente, a Codelco está desenvolvendo o Projeto Novo Nível de Mineração (PNNM) em El Teniente, para alcançar  reservas de cerca de 2 milhões t de cobre, localizadas abaixo do atual nível de  extração. Matéria cedida com exclusividade pela revista
IM-International Mining
 
A extração desse  bloco de minério irá começar em 2017, utilizando o processo de panel caving e um método de aprofundamento progressivo. A Codelco e a SKM Minmetal (SKM) conduziram conjuntamente o estudo de pré-viabilidade do projeto, concluído em março de 2008. A alimentação atual do concentrador de Cólon em El Teniente é de 137.000 t/d e a meta do projeto PNNM é alcançar 180.000 t/d até o ano de 2026.
Uma mudança importante do sistema de transporte subterrâneo está sendo proposta – substituir o atual sistema sobre trilhos por caminhões e um sistema de correia transportadora.
Um dos focos do projeto tem sido maximizar a contribuição de novas tecnologias, tanto para as fases de construção quanto operacional do PNNM, juntamente com a escolha da melhor infraestrutura disponível para manter a produtividade de El Teniente pelos próximos 50 anos. Isto inclui a melhoria dos processos e das práticas de gerenciamento atuais.
A meta é reduzir os atuais riscos operacionais da mina e aproveitar as novas oportunidades oferecidas pelo projeto. Todos os aspectos relacionados a recursos humanos, manutenção e gestão, manuseio de materiais, estruturando operações e acessos centralizados, automação e controle remoto das operações e otimização do consumo de energia serão avaliados.
A mina El Teniente fica a 80 km ao sul de Santiago, em uma altitude de 2.500 m acima do nível do mar (manm). É uma das maiores minas subterrâneas do mundo, com mais de 2.400 km de galerias subterrâneas desde o início da mineração, em 1905. A mina produz cerca de 430.000 t/a de cobre fino e 4.750 t/a de molibdênio. A operação atual inclui seis blocos de mineração subterrânea, localizados em diferentes profundidades. Os mais importantes são Esmeralda, Reservas Norte, Diablo Regimiento e Pipa Norte. As várias operações são realizadas de uma formação vulcânica não mineral intrusiva, chamada Braden, onde está localizada a infraestrutura de produção de cada bloco.
O minério é inicialmente transportado até a superfície através de um sistema sobre trilhos, localizado no Nível 8 de El Teniente, a 1.980 manm. Após passar pelas unidades de britagem de Colón, é encaminhado para o concentrador. No final da década de 1960, um importante projeto de expansão definiu o sistema sobre trilhos do Nível 8 como o principal sistema de manuseio de material, o que dificultou a realização de outros projetos posteriores. A expansão de 36.000 t/d para 63.000 t/d, e as etapas seguintes para 130.000 t/d, ocorreram durante um período de 40 anos, e todos utilizaram o transporte sobre trilhos.
Este projeto – “talvez o maior projeto de mineração subterrânea no mundo atualmente,” disse Fernando Reyes, da SKM – tem um investimento total estimado em mais de $3 bilhões. O PNNM irá também influenciar o escopo dos projetos futuros, provavelmente pelos próximos 40 anos.
O PNNM está localizado em um nível abaixo das operações existentes e também ao redor da formação de Braden (ver figuras). Os trabalhos de lavra vão se aprofundar, em média, 350 m abaixo do nível de produção atual, ou seja, 100 m abaixo do principal nível de transporte existente. O panel caving será empregado. Desta forma, os novos níveis de lavra, em ordem descendente, serão:
- Nível inferior – 1.880 manm;
- Nível de produção – 1.860 manm, com o layout padrão de El Teniente, com a extração de minério feito por LHDs de 7.6 m3;
- Nível de Transporte – 1.800 manm, utilizando caminhões diesel de 80 t de capacidade*;
- Nível da Britagem – 1.760 manm, onde haverá três britadores giratórios de 1.5-2.3 m;
- Nível de Transporte – 1.700 manm, onde fica o sistema principal de esteira transportadora de 12 km de comprimento, operando com uma correia de 2.134 mm de largura.
Haverá um estoque de superfície – a 1.910 manm – com capacidade de 240.000 t. O início da produção irá ocorrer em 2017, seguido de ramp up ao longo de mais de 13 anos para alcançar o nível máximo  de 180.000 t/d.
A Codelco e a SKM lembram que “a natureza do projeto em termos de profundidade, tamanho e método de lavra cria riscos significativos para suas instalações e processos – muitos deles associados à integridade física e à saúde de seus trabalhadores. No entanto, eles podem ser enfrentados principalmente através das soluções tecnológicas, considerando a automação e/ou a inovação dos conceitos nos processos a serem adotados. Apesar da exigência do projeto em sustentar os níveis atuais de produção, o PNNM pode ser quase considerado como um novo projeto. Ele cria grandes oportunidades para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e a lucratividade e continuidade do negócio.”
A equipe do PNNM considera que os principais riscos estão associados ao aprofundamento da mina, através do aumento da pressão litostática (estéril), com o subsequente aumento das tensões do maciço rochoso. O projeto tentará mitigar os riscos em relação a fatores como:
- Sismicidade e explosões das rochas, fenômenos que se tornam importantes na medida em que a mina se aprofunda;
- Colapsos;
- Queda de rochas de locais altos, por exemplo, nos pontos de extração ou nas galerias de avanço;
- Deslizamento de lama nos pontos de extração;
- O risco do trafego dos equipamentos móveis, tais como LHDs e caminhões; 
- Incêndios causados por equipamentos móveis a diesel ou em esteiras transportadoras;
- Operações a grandes altitudes.
Esses riscos serão mitigados através do uso de novas tecnologias, e a otimização de outras já em uso, minimizando a exposição dos trabalhadores aos riscos, e monitoramento em tempo real do comportamento do maciço rochoso.
As oportunidades do projeto derivam principalmente da localização do novo nível de produção, que torna a infraestrutura independente das instalações atuais da mina. Além disso, o longo tempo que a equipe do projeto conta para avaliar a tecnologia e as práticas antes da implementação efetiva dos trabalhos representa uma oportunidade única para um planejamento cuidadoso. Essa situação, a equipe diz, permite “a introdução de uma série de melhorias e inovações, tanto na lavra quanto na concepção do manuseio de materiais e também na gestão da mina”.
“Um nível inferior único permite a centralização de todos os serviços e da logística da mina, localizados na formação Braden. Além disso, o projeto considera a melhoria e integração de sistemas atuais. Por exemplo, a água de infiltração será manuseada através de um novo nível de drenagem, que coleta todo o volume de água subterrânea antes de enviá-la à superfície, e um sistema de ventilação racionalizado, que pode ser dimensionado de acordo com os requisitos individuais de cada setor de lavra.”
Talvez tão importante quanto a mudança do sistema sobre trilhos para a correia transportadora seja a construção de uma nova via de acesso dentro da mina, reduzindo o tempo de percurso dos trabalhadores até as frentes de lavra de duas para uma hora, em cada sentido. Isso irá gerar importantes melhorias na gestão do pessoal, que basicamente significa um aumento do tempo efetivo de trabalho e de produtividade, comparando-se à situação atual. Outros ganhos virão das inovações na gestão da manutenção.
O PNNM irá implementar o conceito de consumo inteligente de energia em todos os processos, especialmente na ventilação, drenagem e transporte do minério. Os principais sistemas, inovações de projeto e melhorias são:
- Automação e controle remoto do processo;
- Monitoramento do comportamento do maciço rochoso em tempo real;
- Aplicação do conceito de consumo inteligente de energia.
 
Automação/controle remoto
Será possível implantar a operação e o controle remoto dos diferentes processos. As salas de controle ficarão localizadas em um novo prédio da empresa, em um vale próximo da cidade de Rancagua, a 50 km da mina. A revista IM tem frequentemente divulgado as vantagens de se operar sem operador, por controle remoto, um equipamento de mineração subterrânea, mas vale a pena repeti-las:
- Melhoria da segurança pessoal, diminuindo a exposição dos funcionários aos riscos dentro da mina;
- Melhoria das condições de trabalho, que aumentam a qualidade de vida e diminuem as doenças relacionadas ao trabalho pela menor exposição dos funcionários aos gases de exaustão, poeira, ruídos e vibrações que podem afetar a saúde;
- Aumento na produtividade da equipe e do uso de equipamentos, com mais horas de trabalho efetivo;
- Melhoria no controle dos cronogramas de produção, e no controle adequado dos equipamentos;
- Operação mais eficiente do equipamento;
- Operação mais suave significa menos danos e desgaste das máquinas;
- Otimização do processo com ajuda da informação em tempo real e on-line;
- Menor gasto com combustível e energia (ambos inclusos no conceito de consumo inteligente de energia);
- Redução do tempo necessário para reagir a eventos não previstos, graças à disponibilidade da informação em tempo real. 
Os processos e equipamentos que podem ser remotamente operados e controlados são os seguintes:
LHD semi-automatizada - a extração de minério com LHDs semiautomáticas tem sido utilizada na El Teniente desde 2004. No início da operação, havia dois sistemas Sandvik AutoMine em El Teniente - controlando três LHDs na área de Pipa Norte e outras três em Diablo Regimiento. Os motivos pelos quais as expectativas não foram totalmente atendidas nesses casos serão considerados pelo PNNM como lições a serem aprendidas, visando a alcançar os resultados esperados nas novas aplicações. A Sandvik está engajada nesse processo.
No início do uso do sistema AutoMine (em 2005), Martín Pierola, chefe de operações de Pipa Norte, definiu bem o sistema: “AutoMine trouxe um aumento das horas produtivas. Este é também o quarto ano sem acidentes com perda de tempo graças à operação do sistema. A disciplina de trabalho dentro da mina tem resultado em melhoria da produção”.
A frota responsável pela produção de 10.000 t/d em Pipa Norte inclui três LHD Sandvik 0010C, semi-autônomas, com capacidade nominal de 17.5 t. Para integrar totalmente o sistema AutoMine com a estrutura geral de produção, as máquinas precisam operar em zonas de exclusão com acesso estritamente controlado. Naquela época, um operador remoto, localizado na sala de controle central a 10 km da parte externa da mina, supervisionava cada equipe de três LHDs. Além do papel de supervisão geral, o operador controla o processo de enchimento das caçambas (que exige tomadas de decisões em tempo real) através de controle tele-remoto. Com suas caçambas cheias, mas sem derramar nas vias de serviço, as LHDs então se dirigem automaticamente para uma britagem subterrânea, despejam a carga, e se deslocam automaticamente para o próximo ponto de extração alocado.
Na medida em que a LHD se aproxima do ponto de extração, o sistema alerta o operador de que a caçamba precisa ser enchida novamente, e o ciclo recomeça. Operando no regime 24/7 em El Teniente, com três turnos, quatro operadores tele-remotos, cada três equipes de LHDs efetuam o trabalho de 16 operadores de LHD convencionais – em total segurança. Devido ao alto nível tecnológico, um grande número de trabalhadores especializados em manutenção é necessário. Esse custo é compensado pela redução do consumo de peças sobressalentes e uma vida mais longa dos pneus. A Codelco continuou a expandir as áreas onde o sistema AutoMine opera. 
“Os efeitos positivos do sistema AutoMine nos trabalhadores e na utilização da frota são substanciais em termos de segurança, bem como proporcionam maior produtividade e continuidade. A multifuncionalidade tem amadurecido em cada um dos operadores, permitindo a otimização dos resultados”, explicou Oscar Salinas, Operador do Sistema Automine.
Fragmentação secundária utilizando jumbos remotamente controlados – irá evitar a exposição dos trabalhadores e centralizar as atividades de perfuração e detonação na mesma máquina, evitando dessa forma a exposição direta dos trabalhadores a quedas de rochas, o manuseio de explosivos e acidentes.
Operação remota de rompedores instalados nos pontos de despejo da LHD – atualmente há um bom sistema de rompedores para quebrar blocos de minério operado remotamente na mina. O PNNM vai utilizar essa tecnologia e incorporar melhorias.   
Transporte feito por caminhões automatizados no nível intermediário de transporte - a área de Reservas Norte utiliza os caminhões Sandvik de 80 t para o transporte intermediário de minério, com operadores a bordo. Este sistema representa entretanto uma oportunidade para o uso da automatização nos caminhões do PNNM. 
Operação remota em calhas de carregamento – esta tecnologia já é utilizada na mina e será melhorada no PNNM.
Operação remota da britagem – o contínuo monitoramento das operações da britagem, incluindo a remoção de metais e madeira do fluxo do minério, proveniente dos níveis antigos da mina, e a redução dos blocos grandes por rompedores, serão feitos por controle remoto usando as informações recebidas em tempo real.
Sistema de transporte de minério – é baseado no sistema de correias transportadoras de alta capacidade (10.000 t/h), e terá um sistema de instrumentação que fornece dados operacionais em tempo real. A equipe do PNNM diz que “se estuda a incorporação de motores síncronos de baixa velocidade para evitar o uso de caixa de engrenagem para reduzir a velocidade.” Além disso, o sistema terá um processo de partida sofisticado e um sistema de controle de frenagem baseado na tecnologia de conversor de frequência, que irão permitir uma partida suave das correias transportadoras até alcançar a velocidade de operação e um procedimento semelhante ao contrário para a parada. “No entanto, é importante destacar que o sistema de transporte já se encontra no limite máximo da tecnologia existente. Torna-se necessário identificar com precisão e remover completamente todos os materiais estranhos, como aço e madeira provenientes de velhas estruturas de apoio da galeria, dos alimentadores de esteira que alimentam as britagens e as correias transportadoras localizadas abaixo das caixas de descarga da britagem. A garantia da disponibilidade da correia transportadora principal e do subsequente nível de produção depende disso.”
Ventilação através de um sistema inteligente – o projeto prevê uma discreta ventilação através dos diferentes setores da mina, baseada nos requisitos estabelecidos pela quantidade de operários e equipamentos, identificados através de tags. Isto ajudará no cálculo dos volumes de ar, juntamente com os sensores de gás e calor dentro das galerias. O conceito de ventilação sob demanda permite uso mais eficiente da energia.
 Instrumentação geomecânica – será instalada dentro do corpo mineralizado para fornecer monitoramento em tempo real do comportamento do maciço rochoso, registrando a sismicidade por setores, e ajudando a estabelecer um melhor planejamento da produção e índices de consumo. Ela também auxiliará na prevenção de eventos de explosões potenciais das rochas.
O projeto prevê uma melhoria radical no layout da mina, quebrando todos os velhos paradigmas.
Drenagem da mina – atualmente, a drenagem da água do degelo da mina da El Teniente e outras fontes originárias se faz através dos diversos sistemas, passagens e poços, em direção à ventilação de exaustão de subnível do setor correspondente. Dali a água é bombeada até a superfície, juntamente com o ar de exaustão da mina. O PNNM considerou a infraestrutura exigida para a captação, limpeza e transporte dessa água através de um nível de drenagem adicional, para coletar a água oriunda dos níveis superiores da mina. A razão do fluxo volumétrico é sazonalmente variável. Dessa forma o sistema tem que ser capaz de coletar de 550 a 1.960 l/s.
A coleta de água começa no nível de produção onde a água infiltrada da chuva e o gelo derretido são recebidos. A água é coletada e o fluxo sob gravidade através de calhas instaladas na base das galerias é transferido para os diferentes níveis através dos poços de drenagem, para finalmente atingir o nível de drenagem. Ali os lagos de depósito de areia irão separar os elementos sólidos e de lá a água limpa é conduzida até a superfície através de dois dutos localizados no túnel da correia transportadora principal.
 
Serviços centralizados
O PNNM será projetado e operado como um grande e único nível – ao contrário da lavra de blocos pequenos localizados em diferentes níveis, como ocorre atualmente. Isto permite uma centralização das operações na área de Braden, equidistante da nova mina. As instalações de gerenciamento, oficinas de manutenção subterrâneas, reabastecimento, abrigo para troca de operários e armazenagem de explosivos estarão todos centralizados.
Esta simplificação dos serviços irá gerar economia de tempo, redução de pessoal associado aos serviços, manutenção mais eficiente, simplificação dos acessos às instalações e outros benefícios.
O sistema de manuseio de materiais na mina El Teniente consiste basicamente de passagens de minérios que conectam as diferentes áreas de lavra com um sistema de transporte sobre trilhos. O manuseio dos materiais do PNNM se dará através de um sistema de esteira transportadora de 2.134 mm de largura, que irá retirar o minério de dentro da mina para um estoque localizado na superfície, próximo ao concentrador de Colón. As vantagens são maior disponibilidade, equipe de trabalho reduzida, maior flexibilidade para alimentar o estoque, considerando o nível mais baixo de partida do projeto PNNM e o potencial para futura expansão até 240.000 t/d.
É previsto que as máquinas de perfuração de túnel (TBMs) irão escavar o acesso e os principais túneis da correia transportadora para o PNNM. Ambos terão 8 m de diâmetro. Além disso, galerias de ventilação serão abertas utilizando esta tecnologia, tendo a vantagem adicional de reduzir as perdas por fricção do ar nas paredes da galeria.
Entre as vantagens da TBM, comparada com a perfuração e o desmonte com explosivos, destaca-se a habilidade de simultaneamente se escavar e dar suporte à seção aberta. O avanço varia de 12 a 15 m/d e elimina os riscos associados ao manuseio de explosivos.
A estratégia de manutenção do projeto irá incorporar a tecnologia de logística, que terá um alto impacto no gerenciamento da manutenção. Neste contexto, a tecnologia de identificação através da radiofrequência deve ser adotada para o acompanhamento e controle dos principais componentes da mina e um sistema de posicionamento global (GPS) para os mesmos serviços fora da mesma. Isto será complementado pelo uso de tecnologia biométrica.
 
Futuras Tecnologias
Considerando o período de implantação de longo prazo (a partida está prevista para meados de 2017 e há muitos investimentos programados nos próximos 16 anos), o projeto deve estar aberto para adotar tecnologias que atualmente ainda não são comprovadas. Um grande número de fornecedores de equipamentos de mineração e centros de desenvolvimento de tecnologia tem encorajado os esforços nessa direção.
Considera-se que é importante desenvolver caminhões elétricos com preços mais competitivos do que os caminhões a diesel. O aumento constante do preço do petróleo promete custos operacionais futuros mais altos, enquanto as emissões de gases poluentes exigem a provisão de mais ar de ventilação. Além disso, a logística de abastecimento de combustível em altas altitudes torna a operação dos caminhões movidos à eletricidade atrativa. A equipe acredita que “o uso de caminhões movido à energia mista – sistema de alimentação de bateria e rede trolley – parece ser a melhor alternativa.”
Por razões semelhantes, o uso de energia elétrica para as LHDs também é atraente. O uso de cabos de alimentação para esse tipo de equipamento está sendo testado em El Teniente com resultados considerados insatisfatórios. No entanto, a Sandvik destaca que os testes foram feitos nos anos 1980, mas “o equipamento atual é muito mais confiável. A concepção da mina tem que ser considerada ao utilizar LHDs elétricas.” Espera-se que baterias recarregáveis sejam mais eficientes no futuro. Elas deverão ser menores e ter maior capacidade para permitir uma maior autonomia do equipamento.
Para evitar a exposição dos operários aos explosivos do desmonte secundário e atividades de liberação de “chocos”, a automação dessas atividades com a ajuda de jumbos controlados remotamente é considerada necessária nas operações futuras. 
A equipe também observa que “TBMs ou as máquinas de mineração contínua estão se tornando cada vez mais atraentes para a mineração subterrânea, como uma forma de eliminar os explosivos, com consequentes vantagens de segurança e falta de emissões de gás. Este equipamento também promete um andamento mais rápido dos trabalhos, e a construção de túneis com melhores seções do ponto de vista geomecânico, menos aspereza da superfície interior das galerias para fins de ventilação”.
O projeto possui alguns aspectos importantes que precisam ter uma melhoria tecnológica para a otimização dos processos. Dois exemplos são os detectores de metais e processos de tratamento de água. 
O entulho originário de operações antigas nos níveis superiores da mina existente irá aparecer nos pontos de extração de nível de produção do PNNM. Itens como as estruturas de metal, chumbadores de rocha, cabos, vigas, suportes de vigas e pedaços de madeira precisam ser logo detectados e removidos para evitar paradas na linha de produção, especialmente da britagem, ou cortes nas correias transportadoras. Considerando que toda a produção da El Teniente será manuseada por um sistema de esteira transportadora de linha única, qualquer melhoria para reduzir o perfil de risco será muito bem-vinda.
A equipe sugere “o processamento de imagens de raios-X do entulho enterrado e das madeiras no equipamento de transporte do minério para identificar seus tamanhos e a localização, que poderá ser muito útil na remoção por controle automático ou remoto com a ajuda de robôs industriais.
“Qualquer melhoria na qualidade dos processos e redução dos custos operacionais do tratamento de água será bem-vinda.”
A equipe conclui que a incorporação de novos acessos e túneis de transporte permitem a construção do PNNM praticamente sem interferência da operação existente. “A concepção do PNNM irá trazer uma melhoria óbvia na qualidade de vida dos operários, reduzindo o tempo de deslocamento dos mesmos para o trabalho e para casa. Para evitar a exposição dos operários a qualquer possível ambiente hostil dentro da mina e desta forma melhorar as condições de saúde e segurança, o sistema de ventilação é realimentado com o ‘Sistema de Localização por Tags’ para o fornecimento de ar na quantidade e extensão exigida. Isto também reduz o consumo de energia. “O consumo inteligente de energia é um conceito que deve estar presente na concepção de todos os sistemas e escolha dos equipamentos. IM

US$ 6 bilhões em expansão de minas de ouro, níquel e diamantes

US$ 6 bilhões em expansão de minas de ouro, níquel e diamantes


Uma das principais mineradoras no Canadá, Vale investe na extração de cobre em Ontário

Ontário planeja abertura de oito novas minas em dez anos e extração de cromita no extremo norte
Além de abrigar a população de 34.300.083 pessoas em seus mais de 9 milhões de m² e deter o 14º maior PIB do mundo (cerca de US$ 1,446 trilhões em 2012), o Canadá também concentra um leque amplo de recursos minerais, sendo um dos maiores produtores do mundo em alumínio, cobre, ferro, nióbio, níquel, ouro, cromita, zinco e urânio - com as maiores reservas conhecidas localizadas em Saskatchewan.

Em Ontário, principal província mineral do país, há reservas expressivas em alumínio, titânio e cromita, sendo um dos dez maiores produtores de níquel, platina e cobalto, e entre os 20 maiores em ouro, cobre, prata e zinco, em um total de 42 minas na região. A província também é responsável por 21% da produção de minerais não combustíveis, com uma geração de renda de cerca de US$ 10,7 bilhões.

Somente em 2011, foi investido pelo governo aproximadamente US$ 1 bilhão em exploração geológica no Canadá, onde 26% se destinaram à província de Ontário, que nos próximos dez anos projeta a abertura de oito minas, três delas para produção de ouro ainda em 2013. Nos próximos anos, as mineradoras devem gastar cerca de US$ 6 bilhões em expansão e modernização das operações de ouro, níquel e diamantes existentes na região, incluindo a Detour Gold, que iniciará a operação da maior mina de ouro da história do Canadá, uma mina a céu aberto próxima à cidade de Cochrane, para produzir cerca de 657.000 onças (18,626 t) por ano durante ao menos duas décadas.


George Ross, ministro de Minas e de Desenvolvimento da Região Norte de Ontário

A indústria mineral em Ontário gera mais de 27 mil postos de trabalho diretos e outros 50 mil indiretos, dispendendo mais de US$ 1 bilhão por ano em bens e serviços - cerca de 45% nas cidades próximas as minas e mais de 75% no interior da província - e é responsável por 21% da produção de minerais não combustíveis no país. Ontário, que abriga mais de 600 projetos de exploração ativos no Canadá, até o momento em sua história produziu cerca de US$ 380 bilhões em metais, sendo o níquel responsável por US$ 140 bilhões (12 milhões t), o ouro por US$ 88 bilhões (176 milhões onças), o cobre por US$ 74 bilhões (16 milhões t), e o zinco por 22 bilhões (11 milhões t).

Responsável em 2012 por gerar receita de US$ 10,7 bilhões, US$ 2,6 a mais que em 2011, principalmente em função da melhora no preço das commodities e das operações de níquel e cobre em Sudbury, o setor mineral ontariano, por ainda ter no total 70 milhões de hectares de terras disponíveis para exploração e pelo fácil acesso de capital de risco para novas pesquisas, atrai muitas empresas juniores, que já são responsáveis por cerca de metade dos investimentos com exploração geológica em toda a província.

Para as mineradores interessadas em novos negócios, a Ontário oferece taxas fiscais competitivas, com alíquota geral total de imposto de renda em 26,5%, índice menor do que a média dos países do G8 e do G20 e inferior que a taxa média federal e estadual nos Estados Unidos. Os incentivos fiscais para pesquisa e desenvolvimento também são um ponto importante para novos investidores. Na região, para cada US$ 100 aplicados em pesquisa, os incentivos fiscais reduzem seu valor real para US$ 56, ou U$ 38 para pequenas empresas.


Instalações da Detour Lake, mina de ouro no Canadá que acaba de produzir, em fevereiro, sua primeira barra

A oferta de serviços na província, que possui 63% da população com algum curso de graduação ou profissionalizante e ao todo 20 universidades e 24 faculdades, é bastante ampla. Por volta de 500 empresas, 45% do total do Canadá, atendem à mineração local, empregando 23 mil pessoas.

Nos próximos quatro anos, as mineradoras devem começar a investir em peso (cerca de US$ 4 bilhões) no extremo norte para desenvolver operações no Ring of Fire, região que em agosto de 2007 teve pelas pesquisas de exploração da Noront Resources a descoberta de cobre, níquel, platina, paládio e, recentemente, de uma grande reserva de cromita de 2 km de comprimento a uma profundidade de 200 m, com largura de 40, m contendo cerca de 72 milhões t com teor de 42%, tornando-se uma das mais promissoras áreas de desenvolvimento mineral em Ontário em quase um século. Atualmente, 35 empresas detêm direitos minerários no local que ainda está em fase de exploração, com investimentos até o momento de US$ 278 milhões.

Segundo Christine Kaszycki , ministra adjunta da secretaria do Ring of Fire, do Ministério do Desenvolvimento e das Minas do Norte de Ontário, a descoberta de cromita é a maior da América do Norte e uma das maiores do mundo. No entanto, muito ainda precisa ser feito. “Temos que levar a infraestrutura necessária para a região e são necessários por volta de 320 km de novas rodovias. Esses projetos são muito esperados pela comunidade local que, com a criação do corredor viário Norte-Sul, terá acesso a Toronto e ao sul em todas as estações do ano, e não só em estações mais quentes, como acontece hoje”, conta.

A Cliffs Natural Resources planeja investir US$ 3,3 bilhões em um projeto de cromita no local, onde serão criados 1.200 empregos em uma mina com expectativa de vida de 15 anos, em mina a céu aberto, e mais 20 anos em lavra subterrânea. Para isso, a empresa também dispenderá US$ 600 mil em estradas para começar a produção de 2,3 milhões t de concentrado de cromo já em 2016. Já a Noront Resources investirá em um projeto de níquel US$ 609 milhões, destinados à infraestrutura e construção da mina subterrânea e planta, gerando 300 empregos.

Ontário também é sede da Toronto Stock Exchange, que lista metade das mineradores globais com capital aberto, e do Prospectors and Developers of Canada (PDAC), convenção voltada para novos projetos do setor mineral que atrai anualmente mais de 25 mil visitantes.