quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Enquanto no Brasil as juniors são ameaçadas com a perda do direito de prioridade, no Canadá..

Enquanto no Brasil as juniors são ameaçadas com a perda do direito de prioridade, no Canadá o governo cria fundos para incentivar novos investimentos




Além dos financiamentos via bolsa de valores o Canadá tem também outros mecanismos que visam atrair investimentos das junior companies nos seus territórios.

O governo dos territórios do noroeste do Canadá (NTW), por exemplo, acaba de criar um programa de incentivos para atrair novos investimentos em pesquisa. Nesta primeira fase seis junior companies já estão recebendo US$400.000 para investimento em seus programas de pesquisa mineral.

Estas juniors estão trabalhando em projetos de pesquisa mineral para ouro, diamantes e metais básicos no Território.

O programa de incentivos do NTW não é o único.

Vários territórios e Províncias do Canadá costumam, também, financiar a pesquisa mineral através de programas de incentivo à mineração.

No Território do Yukon, por exemplo, existe um programa de incentivos à pesquisa mineral que já distribuiu 1,4 milhões de dólares em 2014.

Este programa de Yukon criou 300 novos pedidos de pesquisa mineral somente em 2013, acelerando e fomentando a pesquisa no território.

Através dele qualquer prospector mineral pode receber até noventa mil dólares para pagar despesas operacionais, trabalhos de exploração mineral e de avaliação de jazidas.

As coisas não param por aí. Existem isenções de impostos, de royalties e até de taxas sobre combustíveis que o Governo de Yukon oferece às junior companies que investem em seu território.

Não é a toa que o Canadá é um dos países com a geologia e a mineração mais desenvolvidos do mundo.

Enquanto isso, aqui no Brasil, as junior companies estão sendo ameaçadas, por um governo xenófobo, com a perda do direito de prioridade na pesquisa mineral.

Se o governo vencer veremos a pesquisa mineral no país se desintegrar. As juniors, que lá no Canadá são bem vindas e até recebem incentivos para operar, serão banidas do Brasil.

Pense nisso!!

Chineses compraram “abacaxis” e agora tem que descascar...

Chineses compraram “abacaxis” e agora tem que descascar...




Na corrida pelo minério de ferro as empresas chinesas saíram, atabalhoadamente, em busca de minas.

Sem fazer o “dever de casa” compraram, na última década, inúmeros jazimentos de minério de ferro ao redor do mundo.

Talvez por que as modernas ferramentas da economia mineral ainda sejam pouco usuais no sistema chinês, estes grupos compraram várias “jazidas” que jamais passariam no crivo de empresas ocidentais de alto nível. Estes verdadeiros “abacaxis mineiros” nunca progrediram.

No entanto, muitas daquelas jazidas que conseguiram virar mina, foram adquiridas quando os preços do minério de ferro estavam acima de US$120/t.

Ou seja: o que já era marginal no passado fica no prejuízo hoje com as pronunciadas quedas do preço do minério de ferro. Os lucros estão desaparecendo, se é que ainda existem, nesses empreendimentos.

Segundo o China Metallurgical Industry Planning and Research Institute poucos destes projetos conseguirão cortar os custos da lavra para patamares abaixo de US$100/t.  Some-se aos custos os outros riscos dos projetos comprados e veremos um verdadeiro pesadelo.

Algumas empresa já estão desvalorizando os seus ativos como a Pangang que comprou a mina de magnetita de Karara na Austrália.

Após o início da mina, em 2013, percebeu-se que o projeto era muito mais complicado que os chineses estimaram. Desde então, entre várias paralisações, o projeto vem se desvalorizando até atingir a reavaliação de AU$640 milhões em agosto: os investimentos chineses em Karara atingiram AU$2,57 bilhões...

Prejuízos como os de Karara fazem parte da história atual da mineração mundial, principalmente quando a compra foi feita por um grupo chinês.

Mesmo assim, escaldados por sucessivos erros, os chineses continuam na ofensiva.

O megagrupo liderado pela chinesa Ansteel ainda quer comprar o equivalente a 50% do minério que é produzido, a alto custo, na China.

Talvez agora eles façam estudos de avaliação econômica mais rigorosos evitando repetir os erros do passado.

domingo, 28 de setembro de 2014

RUÍNAS DE GONGO SÔCO

RUÍNAS DE GONGO SÔCO

Durante todo o século XVIII e parte do XIX, a região de Barão de Cocais teve sua atividade baseada na mineração. Um fascinante testemunho desta época é o sítio arqueológico de Gongo Sôco. Comprada pelos ingleses no século XIX, a localidade da mina de ouro do Gongo Sôco se transformou em uma vila britânica nos trópicos, possuindo hospital, capela e cemitério particular. O conjunto das ruínas de Gongo Sôco é tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico desde 1995.

A origem do nome é incerta, mas, diz-se originar do significado de “gongo” (tocar, soar) “sôco” (seco), pois quando havia roubo na exploração de ouro, o gongo era tocado, mas ninguém o ouvia.

Em 1826, o local recebeu os primeiros mineradores ingleses. A produção no primeiro ano de atividade atingiu uma tonelada do metal. No cemitério ainda se pode ler nas lápides de ardósia poemas em inglês arcaico. Em 1856 a tecnologia adotada na mina não era suficiente para continuar a exploração. As atividades foram encerradas e a vila abandonada.

Hoje, na fazenda do Gongo Sôco, uma propriedade particular, a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) extrai minério de ferro.



Passado reluzente

Passado reluzente
 Mina Velha e Mina Grande são ícones da mineração de ouro
A história da Anglo Gold Ashanti no Brasil começa com a mina Morro Velho, em Nova Lima (MG), explorada desde
1725 com métodos rudimentares e mão de obra escrava, até que, com a chegada dos ingleses, deu-se início a fase
industrial das operações.
A história da mina começou a mudar em 1934, quando, depois de uma série de acidentes, afetando a produção, a inglesa Saint John Del Rey ficou responsável pela extração.
A mina de Morro Velho, que passou a ser controlada em 1960 pela Mineração Morro Velho e em 1975, associada com a Anglo American Corporation, era constituída por duas operações, mina Velha e mina Grande, que trabalharam continuadamente por mais 30 anos, até que, em 1989, as atividades foram interrompidas por medida de segurança, em razão de um grande abalo ocorrido dois anos antes.
A partir dessa data, a mina Grande foi rigorosamente monitorada até seu fechamento, em agosto de 1995. Quatro anos depois, a Mineração Morro Velho passou para as mãos da AngloGold South America, até que, em 31 de outubro 2003, houve a desativação por completo da mina Velha, considerada à época a mais antiga de ouro em atividade no mundo. Em 2004, com a fusão entre a AngloGold e a Ashanti Goldfields, a empresa finalmente passou a ser conhecida como AngloGold Ashanti.
No Brasil, a mineradora opera atualmente nos Estados de Minas Gerais e Goiás, sendo que no primeiro conta com as minas Cuiabá e Lamego, em Sabará (MG); com as minas Córrego do Sítio I e II, em Santa Bárbara (MG) e em Nova Lima (MG), estão os escritórios administrativos, o complexo hidrelétrico Rio de Peixe, a planta metalúrgica do Queiroz, o Centro de Educação Ambiental (CEA), o Centro de Memória Morro Velho e os negócios imobiliários da empresa, além de outros projetos de exploração. Em Goiás, a AngloGold Ashanti opera a Mineração Serra Grande, uma joint venture com a canadense Kinross na cidade de Crixás (GO), em três minas subterrâneas e uma a céu aberto, bem como em uma planta de tratamento de minério.
 
Engenharia precisa
Na cidade de Sabará (MG), a mina Cuiabá teve momentos marcantes, como a varação do distrito do nível 9 com a estação do poço no mesmo nível, como lembra Denis Dinardi, Especialista em Mineração da AngloGold.A meu ver, foi um dos mais precisos trabalhos de engenharia e topografia realizados na empresa. Além disso, a mecanização da mina Cuiabá, em 1992 foi também significativa sob vários horizontes como a melhoria de produtividade, segurança, aumento de produção, quebra de paradigmas, melhoria da ventilação, mudança do perfil de nossos trabalhadores, treinamentos específicos, entre outros”, ressalta.
Edvaldo Santos Barbosa, consultor de Geotecnia da mineradora, recorda outras passagens marcantes:“alguns momentos importantes foram a construção do salão de britagem no nível 11 e os furos de 5 m de diâmetro feitos da superfície até o nível 11, com cerca de 700 m de profundidade”.
 
Em expansão
Além da extração do minério de ouro, a empresa realiza todo o processo de beneficiamento, refino e fundição, e produz barras do METAL com padrão internacional de pureza e em 2010, as operações brasileiras geraram, aproximadamente, 13 t de ouro, e no mundo foram 140,6 t.
Em 2011, a mineradora firmou protocolo de intenções com o governo mineiro para investimento de R$ 2,24 bilhões na implantação das minas Lamego e Córrego do Sítio com o objetivo de produzir ouro para exportação e ácido sulfúrico, usado em fertilizantes. Do total do investimento, R$ 160 milhões serão para a mina Lamego e o objetivo é a produção de 1,5 t de ouro e 20.000 t de ácido sulfúrico por ano.
Já a mina Córrego do Sítio receberá R$ 2,07 bilhões para preparo de infraestrutura de subsolo e superfície, compra de equipamentos e reforma da unidade metalúrgica que pertencia à empresa São Bento Mineração, adquirida pela AngloGold. A empresa também investe atualmente R$ 1,9 bilhão na expansão da mina de Cuiabá e na planta metalúrgica de Queiroz.

Um País por construir

Um País por construir
Nesse período de eleições, como tem sido nas décadas recentes, o que se reclama, acusa, e critica é a precária infraestrutura desse País continental, onde as estradas pavimentadas estão esburacadas, exceto aquelas sob gestão de concessionárias privadas que, para tanto, precisam cobrar pedágio. A escassez de água na Região Metropolitana de São Paulo é resultado da carência de novas fontes quando a população cresceu 10 milhões de habitantes, a universalização de esgoto tratado está muito longe de ser alcançada.
 
Lavra de calcário na mina Corgão, da Caltins
 
A habitação social começa a diminuir o déficit de moradias - o programa Minha Casa Minha Vida entregou 1,4 milhão de unidades residenciais de 2009 até o final do ano passado, mas precisaria manter este ritmo nos próximo anos.

O fornecimento de energia - até recentemente autossuficiente - teve seu mercado desequilibrado por uma redução das contas de luz em 2012, decretada por conta das eleições municipais, e que foi em seguida inteiramente consumida por aumentos substanciais de tarifa provados pela operação das termelétricas. Novas hidrelétricas na Amazônia precisam ser erguidas, além de fontes alternativas como biomassa e geração eólica.

Nas cidades brasileiras, temos hospitais públicos superlotados, escolas de lata onde faltam professores, delegacias entupidas de presos, corredores viários quase sempre congestionados por conta de uma política insana de se estimular a compra de automóveis sem a contrapartida de investimentos em transporte público.

Independente de como os governantes nas sucessivas gestões recentes, nos três níveis de governo, poderiam ter reduzido essas carências, a verdade chocante e irrefutável é que existe uma infraestrutura precária que precisa ser reabilitada e ampliada de forma substancial. E isso se faz com obras de pequeno a grande porte em todos os setores e regiões do País.

Para tanto, é preciso dispor de agregados, cimento, blocos, aço para as armaduras das estruturas brutas, fora a fase de acabamento que demanda argamassa, gesso, tintas, e uma infinidade de materiais - todos eles produzidos pela mineração de não metálicos, explotando depósitos espalhados por todo o território brasileiro.

O Estado de São Paulo produziu 67,48 milhões t de brita em 2012, praticamente 10% das 665 milhões t de agregados produzidos no País. A título de comparação, o minério de ferro somou 400 milhões t, mais 59 milhões t de pelotas neste ano. Estima-se que em 2016 a produção brasileira de agregados chegue à 849 milhões t, enquanto que a de minério de ferro terá atingido 820 milhões t.

As fábricas de cimento no País produziram 68,78 milhões t de produto em 2012 (dado preliminar do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento). São 81 fábricas de cimento, pertencentes a 15 grupos industriais nacionais e globais, com capacidade instalada de 78 milhões t/ano.

Esses números mostram as verdadeiras dimensões da mineração de agregados e da indústria do cimento no País - muitas vezes esquecidas porque a atenção da economia e do próprio setor está voltada quase sempre para o minério de ferro, que bateu recentemente o recorde de baixa ao atingir US$ 85,24 /t, ao lado do ouro cuja preço estagnou teimosamente em US$ 1270 a onça há muitos meses.

Sem desmerecer a importância crucial da mineração de ferro e de ouro no País, desde os tempos coloniais, precisamos atentar para as demandas inadiáveis da população em prol de obras de infraestrutura - que exigem uma produção sempre crescente de agregados para construção, cimento e aço. As prefeituras municipais precisam mudar a sua postura ambígua com relação às pedreiras e produtores de areia, porque o custo de transporte já é um dos componentes de maior peso desses materiais. E a burocracia legal e ambiental precisa ser agilizada, pois ainda se leva cerca de um ano inteiro para colocar um depósito de areia em produção, com as licenças apropriadas.