terça-feira, 2 de junho de 2015

Cooperativa de garimpeiros vai negociar diamantes em Israel

Cooperativa de garimpeiros vai negociar diamantes em Israel

Coromandel – Depois de fazer sua primeira exportação de diamantes para a Bélgica, a Cooperativa de Garimpeiros de Coromandel (Coopergac) tem planos ambiciosos. Um deles é entrar na Bolsa de Diamantes de Israel, a segunda maior do mundo (só perde para a belga), com movimentação de US$ 10 bilhões anuais. “E estamos negociando também com um grupo suíço, que tem interesse em diamantes menores”, revela Darío Machado Rocha, fundador da entidade e considerado seu comandante de fato.

Os planos de voo da Coopergac têm o aval do governo mineiro, que, segundo Darío, foi fundamental nas vendas para a Bélgica, por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Central ExportaMinas. “Foi um processo complexo, pois, além de ter toda a documentação para exportar, os garimpeiros precisaram cumprir as exigência do Certificado Kimberley”, diz o subsecretário de Desenvolvimento Minerometalúrgico e Política Energética, Paulo Sérgio Ribeiro. “O governador Aécio Neves ficou impressionado com Israel”, reforça Darío, lembrando que o país não produz um quilate sequer de diamante.

O governo mineiro está, neste momento, negociando um acordo com a bolsa israelense para intensificar a negociação entre os dois países. O acordo prevê, inicialmente, a organização da cadeia produtiva, formalização das exportações de diamantes brutos e a internacionalização de pequenas cooperativas e médias empresas, além do aumento do fluxo de investimentos internacionais e intercâmbio tecnológico, com treinamento de mão de obra e modernização do parque industrial lapidário de Minas. Segundo o DNPM, em 2007, a Coopergac foi responsável por 22% de toda a arrecadação proveniente da comercialização legal de diamantes no Brasil.

Coromandel abriga cerca de 3 mil garimpeiros, ou quase 10% da população da cidade. E a cooperativa espera que agora, com a crise mundial e a queda nas vendas e preços de diamantes, empresas estrangeiras abram mão do direito de lavra na região, que seriam arrematados pela entidade. Dessa forma, a Coopergac poderia ampliar o número de cooperados. “Hoje, temos uma área útil de 100 hectares. Não há como abrigar novos cooperados”, explica Darío. “Além do mais, nem todo garimpeiro quer trabalhar nessa área. Garimpeiro não é boi, que você coloca no curral e ele fica lá. Ele trabalha onde seu sonho diz é que melhor”, compara.

Entra aí um aspecto curioso. A Operação Carbono, deflagrada pela Polícia Federal em 2006, afugentou parte dos atravessadores e comerciantes estrangeiros da região. A economia de Coromandel sofreu um baque. As banheiras de hidromassagem do Hotel Alemão, um dos principais da cidade, estão fechadas desde então. “Hoje, temos 1,5 mil garimpeiros desempregados em Coromandel, 400 em Abadia, 700 em Estrela do Sul, 2 mil em São Gonçalo do Abaeté (cidades da região) e 5 mil em Diamantina”, diz Darío, para justificar seu projeto mais ousado: a criação de uma federação de garimpeiros no estado. “Não vejo outra instância capaz de organizar a categoria. Estamos fechando um acordo com a cooperativa de Diamantina. A ideia é que eles possam se filiar conosco para exportamos em conjunto”, garante.

Investimentos recentes podem mudar situação do Brasil no setor de diamantes

Investimentos recentes podem mudar situação do Brasil no setor de diamantes

País já foi o maior produtor do mundo e hoje é insignificante no mercado. Especialista diz que Brasil tem imenso potencial ainda inexplorado

Stephane de Sakutin/AFP
 Brasília – Diamantes dão brilho ao roteiro de um filme ou de uma telenovela. E também podem se destacar nos relatos da formação de um país. Quando se descobriram os primeiros exemplares desse mineral na região onde hoje fica Diamantina (Vale do Jequitinhonha), em 1725, só se tinha visto algo semelhante extraído de minas da Índia.

As pedras foram levadas por um padre para a corte portuguesa, que tratou de regulamentar e incentivar as lavras no Brasil. “A história dos diamantes se confunde com a do país”, resume Francisco Valdir Silveira, chefe do departamento de recursos minerais da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).

Surgiram garimpos nas Gerais, na Chapada Diamantina, da Bahia, e em tantos outros lugares. O Brasil foi, durante muito tempo, o maior produtor mundial. Até que se descobriu o minério na África. Primeiro, no leito dos rios, como aqui, depois, no início do século passado, em depósitos primários subterrâneos.

Diamante deixou de ser apenas algo que se consegue peneirando cascalho. E o peso do país foi encolhendo. De acordo com os dados mais recentes, respondemos por apenas 0,04% da produção global, apesar de termos a sexta maior indústria de mineração do mundo quando se levam em conta o ferro, a bauxita e outros itens. “Para um geólogo de diamantes, o Brasil é o país mais frustrante do mundo”, relata Mark Van Bockstael, chefe de inteligência de mercado da Antwerp World Diamond Center (AWDC), uma fundação na cidade belga que concentra 50% do mercado de diamantes brutos do mundo e 84% dos lapidados.

Ele se refere ao imenso potencial ainda inexplorado no país. Segundo a CPRM, há 1.325 depósitos de kimberlitos ou minerais associados, onde podem ser descobertos os depósitos primários de diamantes — de onde são levados para os rios pela erosão. “Desses, provavelmente 20 são economicamente viáveis”, afirma Silveira.

A primeira mina do país em um depósito primário, a Braúna, vai começar a operar em Nordestina (BA) no começo de 2016.  Em outubro, ela deverá estar funcionando experimentalmente. É um processo bem diferente da coleta de cascalho dos rios, o garimpo de aluvião, que também pode ser mecanizado. As lavras subterrâneas serão exploradas por explosões.

As rochas trituradas mergulham em ferro-silício, em que partículas mais densas, incluindo diamantes, decantam. Dali, seguem para uma câmara onde recebem laser, que destaca os diamantes. Funcionários que estão fora do compartimento enfiam a mão em luvas semelhantes às de laboratórios de doenças altamente contagiosas, acessando o interior do compartimento blindado para separar os diamantes. Não serão usados produtos químicos e 98% da água será reciclada.

A mina de diamantes baiana, a primeira na América Latina, é resultado de um investimento de R$ 80 milhões de belgas e chineses, comerciantes de gemas que criaram uma mineradora, a Lipari, ao decidir enveredar por esse ramo. O total de recursos empregados no projeto deve chegar a R$ 200 milhões.

BARREIRA
O alto custo é um grande obstáculo para o aumento da exploração, explica Silveira, da CPRM. “Mas, duas ou três pedras grandes, se forem encontradas, pagam tudo isso”, diz. No mercado de diamantes, não há padrões tão rígidos quanto no do ouro. Um quilate (medida de peso padrão nesse setor, equivalente a 0,2 gramas) pode valer US$ 200, no caso de uma pedra pequena. Mas chega a US$ 5 mil, no caso de uma pedra grande e de qualidade — ou muito mais. Cores valorizam: os diamantes rosas estão entre os mais caros do mundo.

Fábio Borges, diretor financeiro da Lipari, está entre os que apostam que a exploração de diamantes subterrâneos no Brasil pode crescer muito. “O Canadá não tinha nenhuma mina no início dos anos 1990. Hoje, tem nove. E lá é muito mais difícil de implantá-las porque as reservas estão em locais remotos, no meio do gelo”, compara. Em sete anos, a Braúna poderá atingir a produção de 360 mil quilates, 7,5 vezes a produção total do país no ano passado.

Para o diretor de fiscalização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Walter Arcoverde, o câmbio poderá impulsionar investimentos em novas lavras subterrâneas de diamantes. “A valorização da moeda nacional frente às estrangeiras faz diminuir o garimpo”, analisa.
COMÉRCIO EM EVOLUÇÃO

Além dos investimentos em mineração, a ideia é sofisticar também o comércio e os serviços relacionados a essa indústria. “Queremos ter mais gente nesse mercado, no Brasil e em todo o mundo”, afirma Van Bockstael, da AWDC. No mês que vem, a fundação vai promover o GMB Brasil, no hotel Copacabana Palace, versão nacional de um evento global do setor, que vai envolver especialistas e empresários — haverá até um desfile de modelos usando joias.

Dados da AWDC mostram que há um grande potencial de crescimento das vendas de diamantes. Das famílas chineses, 40% têm alguma joia com diamante, uma proporção muito menor do que as dos países europeus e dos Estados Unidos.

Para o ex-garimpeiro Dario Machado Rosa, hoje funcionário público, a sofisticação do setor é bem-vinda. “Uma das dificuldades que temos no Brasil é o número reduzido de compradores, o que diminui muito o valor que conseguimos”, relata. Ele é presidente de honra de uma cooperativa que reúne 130 garimpeiros em Coromandel (Alto Paranaíba). Filho e neto de garimpeiros, conta que a cidade já teve 3 mil pessoas trabalhando nesse setor, hoje secundário.

A região do município, próxima do Triângulo Mineiro, tem grandes depósitos de diamantes nos rios — o que sugere potencial de uma mina subterrânea, caso se descubra o local do depósito primário. O Getulio Vargas, maior diamante encontrado no Brasil, foi lavrada ali. Com 726 quilates, deu origem a 29 pedras. Hoje, as técnicas de lapidação com laser permitiriam mantê-la em uma só peça, ou então reduzir o número de divisões. “Não valeria menos do que US$ 50 milhões”, estima Rosa.

Uma das dificuldades de negócios está no processo de certificação Kimberley, implantado no Brasil em 2002, que garante que a pedra não tem origem ilícita ou em áreas de conflito. Silveira, da CPRM, levanta a hipótese de que muitos garimpeiros prefiram a informalidade a passar pelo processo, o que pode acabar jogando a produção no contrabando. “Ele está devendo dinheiro na mercearia e acaba entregando a pedra por muito menos do que ela vale.” Isso ajudaria a explicar a queda de produção do país, ao menos de acordo com os números oficiais, nos últimos anos.

Rosa acha que o processo de certificação é benéfico para os garimpeiros. Mas queixa-se da lentidão. “Às vezes demoram até 40 dias. Ninguém compra uma pedra e espera todo esse tempo para receber”, queixa-se. Arcoverde, do DNPM, contesta a informação. “Pode ter sido algum caso por falha processual do interessado. Se ele estiver cumprindo todas as normas, o prazo médio é de 10 dias, podendo ser menor”, afirma.

RARIDADES

Diamantes são formados a 2 mil metros de profundidade, sob alta pressão. E chegam à superfície carregados a velocidade supersônica pelo magma em uma erupção. O processo tem de ser rápido, se não as pedras viram carvão. Mas também é necessário que elas sejam preservadas na subida. Tantas restrições explicam por que são raros. Os diamantes explorados no Brasil foram formados há cerca de 120 milhões de anos.

Mesmo não utilizando o mercúrio, como é o caso dos garimpos de ouro, a extração de diamantes compromete o meio ambiente

Coromandel, cidade dos diamantes, sofre com a exploração do solo e dos rios

Mesmo não utilizando o mercúrio, como é o caso dos garimpos de ouro, a extração de diamantes compromete o meio ambiente




Jigue - um equipamento para separar produtos de densidades
diferentes, mediante movimento alternado, que faz boiar
o material mais leve e submergir o mais pesado
  - operando próximo ao rio Paranaíba

O diamante e o barro se transformaram em grandes vilões do meio ambiente em Coromandel. Cravado no Alto Paranaíba - região noroeste do estado de Minas Gerais - o município não vem reluzindo o brilho das pedras que são extraídas de suas jazidas e que lhe renderam a fama de "cidade dos diamantes". Da mesma forma, a extração do barro (argila e taguá) também vem estragando a paisagem da região e ameaçando a micro-bacia Buriti, responsável pelo abastecimento de água local. Situada a 480 Km de Belo Horizonte, com 27 mil habitantes (IBGE), Coromandel vive o paradoxo de possuir nos garimpos e mineradoras uma das principais atividades econômicas e de conviver com a degradação ambiental resultante dessa exploração.
Atualmente estima-se que existam 4 mil pessoas (entre garimpeiros e mineradores) trabalhando nas proximidades dos rios Santo Antônio, Santo Inácio, Buriti, Douradinho e Paranaíba, próximos ao município. Esse contingente de trabalhadores é responsável pela extração diária de toneladas de cascalho das proximidades dos rios formando uma sequência de buracos que chegam a uma profundidade de 20 metros, dependendo da capacidade do equipamento de escavação e do nível de investimento do empreendedor, se garimpeiro ou minerador.
Garimpeiros
São visíveis as diferenças entre os garimpeiros e mineradores que trabalham ao longo dos rios. Os garimpeiros, aqueles que utilizam técnicas rudimentares como peneira, pá e picareta, arrancam aproximadamente 20 carrinhos de mão por dia de cascalho das proximidades dos rios. Na mesma categoria estão os garimpeiros, às vezes empresas, que dispõem de caminhão e da tecnologia do "jigue", máquina que depura o cascalho, e da draga, que suga o cascalho do leito do rio. Estes chegam a extrair diariamente 10 caminhões de cascalho.
"A maioria das empresas que operam aqui não possui licenciamento. E as que possuem não são fiscalizadas", argumentou o Promotor de Justiça, Jadir Ciqueira de Souza. O promotor ressalta que já foram ajuizadas várias ações civis públicas, ações penais, execuções de multas contra garimpeiros, mas que o problema está longe de ser resolvido.

Buracos e montes de cascalhos são abandonados
 por garimpeiros e mineradores
Atualmente os "jigues" estão proibidos de operar às margens dos rios. "O que não resolveu o problema pois os buracos não são tapados e o cascalho arrancado das margens dos rios fica acumulado em outras áreas prejudicando o meio ambiente", disse o presidente da Associação dos Amigos do Rio Paranaíba e Afluente (ARPAA), Arnaldo Machado.
Mineradores
No patamar mais elevado da extração de diamantes estão os "mineradores", como gostam de ser chamados. São grandes empresas, muitas delas multinacionais que chegaram nos últimos anos em Coromandel apostando na pesquisa dos "kimberlitos", depósitos de diamantes protegidos por vários séculos por uma espécie de crosta.

Multinacionais remexem o solo,
levam a riqueza e deixam a degradação

A tolerância da população de Coromandel com a atividade mineradora está chegando ao fim

Esquerda, buraco feito pela mineradora SAM. À
acima, os equipamentos sofisticados instalados
pela mineradora à margem do rio Paranaíba
A reportagem da Folha do Meio Ambiente conseguiu ultrapassar a barreira de segurança de uma dessas empresas, a Sul América Mineração (SAM), a subsidiária nacional da Black Swam Resources, que instalou moderníssimos equipamentos na fazenda Marques, nas proximidades do rio Paranaíba, bem na divisa com o estado de Goiás.
De acordo com o engenheiro da mineradora, Wagner, são retirados 30 caminhões de cascalho por dia para a pesquisa. "Não somos garimpeiros, somos mineradores. O garimpeiro retira o cascalho da margem do rio, depredando o meio ambiente. Nós respeitamos a margem dos 100 metros estabelecidos em lei e cumprimos o compromisso de tapar os buracos", compara.
Não é o que pensa o dono da fazenda, Braz Faria de Lima, que assinou um contrato com a mineradora, uma espécie de arrendamento, no qual recebe 2 mil reais mensais para a permanência da empresa em suas terras. "Esse dinheiro não paga o estrago que estão fazendo aqui", explica o fazendeiro. O contrato com a mineradora também prevê para o fazendeiro um percentual de 1,5% sobre cada diamante acima de 10 quilates. "Em seis meses que eles estão aqui nunca me mostraram nada acima de 4,5 quilates", mas a região é muito rica, deve ter milhões de reais em diamantes grandes e puros, questiona o fazendeiro, ele mesmo já viu 2 grandes em 1966, de 20 kilates, deve valer hoje muito dinheiro diz.
Instalada naquela região há seis meses, a SAM planeja pesquisar mais três pontos próximos às margens do Paranaíba, escolher o melhor local para efetivamente traçar o seu objetivo. "Se a empresa aprovar a pesquisa aí sim ela vai investir aqui com equipamentos 100 vezes maiores e mais potentes", disse Wagner.
Visivelmente contrariado com o contrato assinado com a mineradora, Braz Faria de Lima questiona a legislação em vigor. "Eles chegaram aqui com a autorização da prefeitura e dos órgãos dizendo que mesmo se eu não autorizasse eles iam explorar que então era melhor eu negociar um contrato".
Mesmo não rendendo dividendos para o município - a maioria das pedras extraídas é vendida clandestinamente - o garimpo gera recursos para a cidade. De acordo com o secretário de Meio Ambiente municipal, Luiz Rabelo, cerca de 20% da construção civil local tem recursos oriundos do garimpo.
Se por um lado existe uma tolerância da população de Coromandel com a atividade garimpeira, por outro se encontra preocupada com a extração de argila que vem ocorrendo nas proximidade da bacia hidrográfica do córrego Buriti. "Quando chove o barro vermelho escorre para o córrego que fica todo lamado", disse o morador da região Noé Nunes Valadão. "O povo está falando que se continuar assim a gente vai ficar sem água", completa a esposa de Noé, Maria Ilma Nunes.
De acordo com o relatório da perícia, as cerâmicas que exploram a região "por apresentarem um controle ambiental incipiente e inadequado na sua área de extração, vêm gerando processos erosivos nos taludes de sua áreas de disposição de material estéril, que provocam o carreamento de sedimentos para o córrego Catitu, afluente do córrego Buriti.

O homem, no centro da foto, é o princípio
e o fim de tanta devastação. A riqueza é
para poucos e a poluição é para muitos
Extração de argila preocupa população
O relatório ressalta que o carreamento contribui para o assoreamento do manancial e alterações para a qualidade e quantidade de água. Esse assoreamento, segundo o relatório, "pode inviabilizar a médio e longo prazo, o aproveitamento do córrego para o abastecimento".
A perícia, que investigou nove cerâmicas que operam em Coromandel, subsidiou as ações civis públicas propostas pelo MP e que encontra-se em grau de recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A argila e o taguá (barro de cor acinzentada) encontrados em Coromandel são considerados de alta qualidade para a fabricação de tijolos, telhas e ornamentos. No entanto, a maioria das cerâmicas que opera na região é do município de Monte Carmelo, localizada a 55 quilômetros de Coromandel, conhecida nacionalmente como "cidade das telhas". Segundo o promotor de justiça, o retorno financeiro para o município é ínfimo em virtude da degradação do meio ambiente.

Noé Valadão e Maria Ilma: a preocupação
  dos moradores é a mesma dos técnicos, só
que as autoridades não fazem nada
O secretário de Meio Ambiente reconhece que a maioria das cerâmicas está trabalhando de forma ilegal. Segundo ele, as empresas operam sem os licenciamentos do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM). "O controle hoje está sendo apenas municipal, da Comissão Municipal de Conservação e Defesa do Meio Ambiente de Coromandel (Codema), mas nós pretendemos um sistema com maior participação dos governos estadual e federal", disse o secretário, que assumiu a secretaria há 2 meses.
O secretário disse que vai buscar recursos junto ao Ministério do Meio Ambiente e órgãos governamentais para a recuperação das imensas áreas devastadas tanto pelos garimpos quanto pela extração do barro. Enquanto o dinheiro não vem, a população convive com os buracos e com as consequências que a extração mineral pode trazer a um bem que é de todos: o meio ambiente.

 


Garimpeiros desafiam a polícia em balsas para procurar diamantes em SP

Garimpeiros desafiam a polícia em balsas para procurar diamantes em SP


Em balsas improvisadas, cobertas de lona e movidas a motor de caminhão, garimpeiros clandestinos desafiam a polícia e insistem em procurar diamantes no fundo do rio Grande, no trecho entre Colômbia e Guaraci, no noroeste do Estado de São Paulo.
Diariamente, a cerca de uma hora de barco de uma vila de pescadores em Colômbia (a 467 km de São Paulo), duas barcaças percorrem o rio em busca da "sorte grande".  flagrou dez homens no local.
Anos atrás, o rio já abrigou centenas de balsas, com mais de mil homens. Fiscalizações e dificuldade em encontrar pedras preciosas fizeram cair o número de garimpeiros.



Garimpeiro dorme em balsa no rio Grande, interior de São Paulo
Garimpeiro dorme em balsa no rio Grande, interior de São Paulo
Mas a atividade persiste, sem que os que se aventuram no desafio revelem quanto ganham por ele. Entre as lendas contadas nas margens do rio está a de que já foi encontrado um diamante rosa no valor de mais de R$ 1 milhão.
Para as autoridades, além de ilegal, o sistema de garimpo tem condições de trabalho deficientes.
No tempo em que permanecem no rio -até dois meses-, os homens que praticam a atividade vivem em situação precária.
Em uma das balsas, homens dormem em redes, ao lado de uma barulhenta esteira improvisada por onde passam as pedras.
Para garimpar, eles mergulham no fundo do rio. São mantidos com uma bomba de oxigênio horas debaixo da água. De lá, sugam as pedras que passam pela esteira.
Se encontrar uma pedra preciosa, o garimpeiro leva para casa 35% do valor da venda no mercado ilegal.
A outra parte vai para o dono da balsa, que ninguém diz quem é. "Antigamente aqui era melhor. Muita gente foi para o Norte [do país]", disse um garimpeiro, que já foi levado algemado pela polícia em uma operação. Nenhum dos garimpeiros ouvidos pela Folha quis se identificar.
"É o que sei fazer. Não tenho profissão", afirmou outro que, aos 14 anos, foi em busca de ouro a Serra Pelada, no Pará, no maior garimpo a céu aberto do mundo.
riscos
Segundo o tenente da Polícia Ambiental de Barretos Rodrigo Antonio dos Santos, ao sugar as pedras, os garimpeiros causam assoreamento do rio, danificam a flora e usam substâncias que podem matar peixes. O óleo do motor também polui o rio.
Investigações do Ministério Público Federal resultaram em uma ação em 2007, que espera decisão da Justiça.
Entre os réus, há donos de balsas e garimpeiros. "É muito complicado punir os garimpeiros. São pessoas que vivem disso, não sabem assinar o próprio nome", diz o procurador André de Menezes.
Para a Polícia Federal, o garimpo ilegal deve ser coibido pela Polícia Ambiental. "Não temos condições de ficar 24 h de plantão no rio", diz o delegado Jackson Gonçalves.
Já o agente do Ibama Carlos Egberto Júnior disse que o local é monitorado, "mas existe um ar de impunidade".
Segundo o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), há sete autorizações para pesquisa no rio.
Anos atrás, uma permissão de exploração foi dada a uma cooperativa de garimpeiros, mas ela expirou e não foi renovada posteriormente.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

All Ore (aore) - Fato Relevante - Alteracao De Denominacao Social

All Ore (aore) - Fato Relevante - Alteracao De Denominacao Social


ALL ORE (AORE) - Fato Relevante - Alteracao de Denominacao Social ALL ORE (AORE) Fato Relevante - Alteracao de Denominacao Social
Enviou o seguinte fato relevante:
A All Ore Cosmetics S.A. ("Companhia") informa a seus acionistas e ao mercado em geral que, nesta data, o Conselho de Administracao da Companhia aprovou, por unanimidade, a alteracao da denominacao social da Companhia.
Referida alteracao esta inserida no contexto da aquisicao dos negocios de producao e distribuicao de cosmeticos e produtos de beleza e as atividades de franquia operadas atualmente pela Sweet Distribuidora Importacao e Exportacao de Cosmeticos Ltda. - ME, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 13.406.983/0001-02 e demais empresas afiliadas a ela ("Aquisicao" e "SweetHair"), objeto de avisos de fato relevante divulgados em 27 de janeiro de 2015 e 11 de fevereiro de 2015.
Conforme aprovado, pela totalidade dos acionistas presentes, na Assembleia Geral Extraordinaria da Companhia de 31 de marco de 2015, ficou facultada ao Conselho de Administracao da Companhia a alteracao da denominacao social para "Sweet Cosmetics S.A." ate 31 de marco de 2016, sem a necessidade de nova aprovacao pela Assembleia Geral.
Dessa forma, a nova denominacao social da Companhia, a partir desta data, passa a ser "Sweet Cosmetics S.A.".
Sao Paulo, 1 o. de junho de 2015.