quinta-feira, 5 de maio de 2016

Os símbolos ligados ao ouro

Os símbolos ligados ao ouro



Considerado na tradição como o mais precioso dos metais, o ouro é o metal per­feito. Em chinês, o mesmo caracter kin de­signa ouro e metal. Tem o brilho da luz; o ouro, diz-se na índia, é a luz mineral. Tem o caráter ígneo, solar e real, até mes­mo divino. Em certos países a carne dos deuses é feita de ouro, o que também se verifica com os Faraós egípcios. Os ícones de Buda são dourados, signo da iluminação e da perfeição absoluta. O fundo dos íco­nes bizantinos — às vezes também o das imagens budistas — é dourado, reflexo da luz celeste.
Em diversas regiões e especialmente no Extremo-Oriente, acredita-se que o ouro nasça da terra. O caracter kin primitivo evoca pepitas subterrâneas. Seria o produto da gestação lenta de um embrião, ou da trans­formação, do aperfeiçoamento de metal» vulgares. É o filho dos desejos da natureza. A alquimia se contenta em acabar, acelerar a transmutação natural; ela não cria a ma­téria original. Não é preciso dizer que a obtenção do metal precioso não é o objetivo buscado pelos verdadeiros alquimistas, porque, se a argila pode ser, segundo Nagarjuna, transmutada em ouro, Shri Ramakrishna sabe perfeitamente que o ouro e a argila são uma coisa só. A cor simbólica chinesa do ouro é o branco, e não o ama­relo, que corresponde, por sua vez, à terra. A transmutação é uma redenção; a do chumbo em ouro, diria Silesius, é a transformação do homem, por meio de Deus, em Deus. Esse é o alvo místico da alqui­mia espiritual.
O ouro-luz é, em geral, o símbolo do conhecimento, é o yang essencial. O ouro, dizem os brâmanes, é a imortalidade. Outro literalismo em conseqüência disso: tanto na China como na índia, preparam-se drogas de imortalidade à base de ouro. Os cabelos voltam a ser negros e os dentes crescem de novo... mas, sobretudo, o homem que segue esse regime torna-se che-jen (ho­mem verdadeiro). É, pois, pelo conheci­mento — e não pela droga, que não passa de seu símbolo ativo —, que ele atinge a imortalidade terrestre.
A propósito de perfeição, é preciso lem­brar, além disso, a primordialidade da Idade de ouro tradicional, ao passo que ai idades seguintes (de prata, bronze e ferro) marcam as etapas descendentes do ciclo,
Entre os astecas, o ouro é associado à pele nova da terra, no começo da estação das chuvas, antes que ela volte a verdejar. É um símbolo da renovação periódica da natureza. Por esta razão, Xipe Totec, Nosso Senhor Esfolado, divindade, da chuva, da primavera e da renovação, é igualmente o deus dos ourives. As vítimas oferecidas a esse deus sanguinário eram esfoladas, e os sacerdotes cobriam-se com sua pele, tingida de amarelo como a folha de ouro.
Segundo a crônica de Guarnan Poma de Ayala, os habitantes de Chincha-Suyu, a parte noroeste do Império dos Inçai, colocavam na boca de seus mortos folhas de coca, de prata e de ouro. Sem dúvida, reencontram-se aí os valores simbólicos Yin c Yang do ouro e da prata.
Uma associação ouro-serpente mítica re­vela-se no Ural. A Grande Serpente da Terra, o Grande Rastejador, é o senhor do ouro. Aparece às vezes sob a forma de um ofídio coroado de ouro, às vezes sob a de um homem com olhos e cabelos pretos, de pele bem morena e vestido de amarelo. Diz-se que, por onde passa, o ouro se deposita; que se ele se zanga, pode levá-lo para outro lugar. Tudo gela à sua passagem, até o fogo, a não ser no inverno, quando ameniza o tempo e faz a neve derreter. Essa associação, de caráter ctônico, ilustra a crença muito difundida, segundo a qual o ouro, metal precioso por excelência, constitui o segredo mais íntimo da terra.
Em toda a África ocidental, o ouro é o metal régio, um dos mitos de base. . . muito antes de lhe ser atribuído um valor monetário. Diversos provérbios indicam as razões para isso: ele não enferruja, não fica manchado; o único metal que se torna como o algodão, sem deixar de ser ferro; com um grama de ouro pode-se jazer um fio fino como um cabelo para cercar toda uma aldeia; o ouro é o pedestal do saber, o trono da sabedoria; mas se confundis o pedestal com o saber, ele cai sobre vós e vos esmaga; sede o cavaleiro da fortuna, não o seu cavalo; metal esotérico por excelência, por causa de sua pureza e de sua inalterabilidade. É encontrado sob onze* camadas de terras e minerais diferentes. Ele propicia a felicidade, se bem utilizado, isto é, se empregado para a busca do saber; caso contrário, acelera a perdição de seu proprietário. Metal ambíguo, comportando o dualismo original: chave que pode abrir muitas portas, massa ou fardo que pode quebrar os ossos e o pescoço. É tão difícil fazer bom uso dele quando obtê-lo.
Para os dogons e os bambaras, o ouro é a quintessência do cobre vermelho, a vi­bração original materializada do Espírito de Deus, palavra e água, verbo fecundante.
Esta significação espiritual, de princípio c cosmológica do metal amarelo, reaparece e se explicita com o mito da serpente-arco-íris. Com efeito, a serpente* que morde a própria cauda, símbolo de continuidade, enrolada ao redor da terra para que esta não se desintegre, Dan, que é espiral* e primeiro movimento da criação, geradora dos astros, vem a ser também o senhor do ouro e o próprio ouro. É a Serpente-Arco-Íris-Sol, este servidor universal, para reto­mar a expressão de Paul Mercier, que nada faz por si próprio, mas sem o qual nada se faz. Aqui o pensamento dos fons volta a se encontrar com o dos dogons, e Dan espiral de ouro, movimento do Sol e dos astros, torna-se um alter ego da espiral de cobre vermelho, expressão da primeira vi­bração, enrolada ao redor do Sol dos dogons. Mas, como quintessência do cobre vermelho, o ouro torna-se o princípio ori­ginal da construção cósmica, da solidez, da segurança humana e, por extensão, o prin­cípio da felicidade. É nessa qualificação, por seu valor espiritual e solar, que Damballa se torna, no Haiti, o Deus da riqueza, e o ouro passa a ser o símbolo da riqueza material, que é, por sua vez, o princípio simbólico da riqueza espiritual. Reaparece, assim, no meio do pensamento dos povos africanos, o sentido alquímico e esotérico do ouro, tal como é concebido no pensa­mento tradicional europeu e asiático.
Para os bambaras, o ouro simboliza tam­bém o fogo purificador, a iluminação. A palavra sanuya, que se pode traduzir por pureza, é construída sobre sanu, que signi­fica ouro. Ainda entre os bam­baras, o monitor Faro, divindade essencial, organizador do mundo e senhor do verbo, é representado com dois colares, um de cobre vermelho, o outro de ouro; eles o mantêm informado de todas as palavras humanas) o colar de cobre lhe transmite as conversações correntes, o colar de ouro, as palavras secretas e poderosas. Esta função noturna do ouro, símbolo do co­nhecimento esotérico, liga-se à significação alquímica deste metal, produto da digestão dos valores diurnos ou aparentes, e resume a ambivalência da noção de sagrado, ao consagrar os resíduos da digestão, os ex­crementos* , e as imundícies. Sublinhemos, a esse respeito, que os iniciados bambaras da classe dos Koré Dugaw (sociedade Koré) ou abutres, que se entregam publicamente a demonstrações de coprofagia, são tidos como os possuidores do ouro verdadeiro, os homens mais ricos do mundo. Radioestesistas julgam que o ouro e os excrementos determinam as mesmas oscilações pendulares.
Na tradição grega, o ouro evoca o Sol e toda a sua simbólica fecundidade-riqueza-dominação, centro de calor-amor-dom, fo­co de luz-conhecimento-brilho. O tosão ou velocino de ouro acrescenta um coeficiente desse simbolismo solar ao animal que o possui; ao carneiro*, por exemplo, que re­presenta já por si a força geradora de ordem corporal e, por transposição simbólica, de ordem espiritual. O tosão de ouro torna-se a insígnia do mestre e do inicia­dor.
O ouro é uma arma de luz. Usavam-se unicamente facas de ouro para os sacrifí­cios às divindades uranianas. Da mesma forma, os druidas só cortavam o visgo com uma pequena foice de ouro. Apoio, deus-sol, era coberto e armado com ouro: tú­nica, fivelas, lira, arco, aljava, borzeguins.
Hermes, o iniciado, o condutor de almas, o mensageiro divino e o deus do comércio, é também o deus dos ladrões, significando assim a ambivalência do ouro. Mas os anti­gos viam neste último título do deus um símbolo dos mistérios subtraídos ao conhe­cimento do vulgo: os sacerdotes furtavam o ouro, símbolo da luz, ao olhar dos profanos.
Entre os egípcios, como já se observou. o ouro era a carne do Sol e, por extensão, dos deuses e dos faraós. A deusa Hator era o ouro encarnado. .. O ouro conferia uma sobrevida divina. . . como conseqüência, o amarelo tornou-se primordial no sim­bolismo funerário.
Enfim, sempre em virtude dessa identi­ficação com a luz solar, o ouro foi um dos símbolos de Jesus, Luz, Sol, Oriente. Deve-se compreender por que artistas cris­tãos deram a Jesus Cristo cabelos louros dourados como os de Apoio e colocaram uma auréola sobre sua cabeça.
Mas o ouro é um tesouro ambivalente. Se o ouro-cor e o ouro-metal puro são sím­bolos solares, o ouro-moeda é um símbolo de perversão e de exaltação impura dos desejos, uma materialização do espiritual   e   do estético,   uma degradação do imortal em mortal.

 

Mãe primária rica pode formar filhos secundários pobres e mãe pobre filhos ricos.

Mãe primária rica pode formar filhos secundários pobres e mãe pobre filhos ricos.


O ouro das aluviões vem dos primários (filões ou outros tipos), mas não há relação direta de teores, volumes e granulometria entre mãe primária e filhos aluvionares

A maior parte do ouro produzido no Brasil foi de aluvião. Quanto a este tipo de jazida há uma discussão a respeito da origem do ouro. Axell de Ferran verificou que na região do Lourenço, no Amapá, as drenagens que circundam o morro do Salamangone, eram auríferas. Ele pesquisou na biblioteca de Cayenne e observou que os aluviões foram trabalhadas por três vezes no período de 1894 a 1900. Nos anos 1930 ocorreu nova extração e nos anos 1980 com o boom do preço do ouro foram garimpados de novo. Os dados mostram que a mesma área foi trabalhada por três vezes em um século.
O autor destaca ainda que o ouro eluvial do salamangone tinha 50% ou mais de ouro finíssimo, de poucas micras, que não foi aproveitado mesmo que muitos processos tenham sido tentado. O ouro devido a forma lamelar das partículas flutua na lama nos equipamentos usados. Os outros 50% se referem a ouro de concentração residual, que foi aproveitado por jigagem e posteriormente por centrifugas Knelson.
O ouro que chega as drenagens deve ser oriundo em grande parte da fonte finíssima que forma um halo de dispersão no morro, pois, o ouro mas grosseiro está limitado às proximidades dos veios ( devido sua grande densidade ouro grosso não caminha muito).
Já o ouro dos aluviões é grosseiro, a parte finíssima representando menos de 30% do total.
A conclusão que se pode tirar é de que o ouro finíssimo alcança as drenagens e sofre aglutinação ( recristalização) em ouro  mais grosseiro, capturavel na bateia.
De acordo com Ziegers (comunicação verbal), haveriam áreas na África Equatorial onde o mesmo reconheceu o mesmo fenômeno de recristalização e regeneração de ouro em aluviões.
A observação do Salamangone permite se idealizar um modelo para aluviões, que pode ser descrito como, decomposição da jazida primaria, formação de ouro finíssimo no saprolito, carriamento em suspensão (ou dissolução) para os aluviões, e por fim nucleação ( recristalização, aglutinação) do ouro no aluvião.
Uma observação interessante referente ao modelo, é o caso das aluviões diamantíferas e auríferas no sul da Venezuela, próximo a Roraima. Há ouro junto com diamante na drenagem atual, porem, o diamante está concentrado apenas no cascalho da base do aluvião, diferente do comportamento do ouro que se distribui em toda a seção, embora a base seja mais rica, justamente por ser mais permeável. È de se admitir que se o ouro tivesse origem detritica, ele deveria apresentar comportamento de mineral pesado e se concentraria, junto com os diamantes, apenas na base do pacote, no cascalho.
Da mesma maneira, se observarmos os aluviões de grandes rios auríferos, como por exemplo, o Madeira, que atravessa regiões estéreis em ouro por centenas de quilômetros, não tem como não admitir que o ouro é transportado na forma finíssima em suspensão, ou na forma dissolvida na água do rio.
Quando comparado o ouro com minerais pesados como a cassiterita, por exemplo, vemos que enquanto a cassiterita anda na drenagem por centenas de metros até no máximo cerca de quatro quilômetros a partir da fonte, o ouro migra dezenas a centenas de quilômetros. Por este motivo não é raro no Brasil termos aluviões auríferos sem o menor vestígios de fonte primaria, como no caso do rio Piranga-MG, do Rio Madeira RO, Apuí AM.
A formação de pepitas é outra evidencia de precipitação química do ouro em condições físico-químicas favoráveis, principalmente em presença de manganês, como no caso das jacutingas de Minas Gerais e no caso de Serra Pelada. A formação de pepitas nos lateritos é também um fenômeno de concentração química, muito comum, por exemplo, na região do Gurupi, limite do Pará com o Maranhão.
Em conclusão, é defendido um transporte em suspensão/dissolução do ouro, com posterior precipitação e nucleação em pequenas pepitas, de preferência nas partes mais permeáveis do aluvião.
No caso dos aluviões, a formação de pepitas pode estar relacionada muitas vezes à presença de matéria orgânica, por esse motivo ocorrem pepitas junto às raízes da arvores. 
Porque estamos observando aluviões riquíssimas como o de Rosa de Maio no Tapajós e as pesquisas não encontram primários condizentes? Porque se o ouro primário for largamente distribuído e em teores baixíssimos na massa da rocha da bacia fonte das aluviões, não haverá primários econômicos, mas haverá imensa fonte para a drenagem do ouro ate as aluviões e se os primários mesmo ricos estiverem afastados dos cursos d´água, não levarão o ouro ate as aluviões 
e portanto não há relação direta entre mãe primária e filhos aluvionares

O Ouro sumiu, mas a empresa canadense não enganou o garimpeiro,

O Ouro sumiu, mas a empresa canadense não enganou o garimpeiro,


A mineralogia do ouro

Quando uma empresa pesquisa no Tapajós e desiste, ela tem que entregar o relatório das pesquisas para o dono do garimpo conforme clausula contratual; baseada neste relatório, o dono procura um geólogo em Itaituba e baixa um poço na direção do bamburro (teor alto) detectado nas sondagens da empresa, e as vezes, o ouro não aparece na caixa. Nada, mesmo onde o teor é altíssimo. A empresa não enganou o garimpeiro e nem o geólogo errou o cálculo, o ouro foi analisado e esta lá, no local exato citado no relatório, mas dentro da pirita como vimos num artigo anterior, ou em outros minerais que não conseguem ser separados nas caixas garimpeiras; a análise totaliza todo o ouro contido na amostra, livre ou preso, em qualquer mineral; iremos abaixo apresentar as diversas formas com que ele aparece na natureza e as formas são mais complexas do que se imagina:


          O ouro é um elemento pouco abundante na natureza, existindo na crosta terrestre, numa proporção de 0,0035g|t, ou seja, 3,5 partes por bilhão. Assemelha-se, assim, em abundância a elementos químicos como ósmio, irídio, ródio, telúrio e platina.
          A essa pequena abundância corresponde também a um pequeno número de minerais. De fato, até fevereiro do ano de 1983 eram conhecidos apenas 17 minerais de ouro, número bastante inferior ao apresentado por outros metais, como cobre, manganês, berílio, chumbo cobalto, ferro, urânio, vanádio e zinco, todos com várias dezenas e centenas de minerais como no caso do ferro.
          Esse fato tem uma explicação simples: o ouro dificilmente se combina com outros elementos. Se observarmos a composição química de seus minerais, veremos que além do ouro nativo, mais conhecido, há praticamente só teluretos (10), conhecendo-se tão somente um seleneto e um sulfeto (os outros quatro minerais são ligas naturais). Além dessa pequena variação em termos de composição química, convém lembrar que o mais comum dos minerais de ouro é exatamente o ouro não combinado (ouro nativo).
          Todavia apesar de sua abundância relativamente pequena, o ouro tem uma ampla distribuição geográfica, sendo encontrado em inúmeros locais, ainda que em pequenas concentrações. O ouro nativo, o principal dos minerais desse metal, é inclusive considerado um mineral comum dentro dos critérios de Dietrich, o mesmo acontecendo com a silvanita, um dos seus teluretos.
          Na água do mar, o teor do ouro é bastante variável. Conforme a região considerada, vai de 0,001 ppb a 44 ppb, com médias em torno de 0,011 partes por bilhão (Butterman). Segundo Leprevost, existiriam no mar, 15 a 20t de ouro, não recuperáveis no atual estágio de desenvolvimento tecnológico.

MINERAIS DO OURO

Analisando o conjunto dos minerais do ouro do ponto de vista de suas propriedades físicas e químicas, notam-se vários pontos comuns às diversas espécies, quais seja brilho metálico, baixa dureza (sempre inferior a 3,0), cor cinza a amarela, às vezes branca, alto peso específico (em geral em torno de 8,0 ou 9,0), maleabilidade, friabilidade, raridade (exceto ouro nativo e silvanita) e composição química pouco variável.
          São os seguintes os minerais de ouro conhecidos:
          Ouro nativo – Au – é um mineral cúbico, raramente encontrado na forma de cristais. Quando assim aparece, forma geralmente octaedros, menos frequentemente rombododecaedros e raramente cubos. Seus cristais costumam mostrar faces encurvadas e foscas, além de vértices e arestas arredondadas. O mais comum é apresentar-se granular (pepita), dendritico, em fios folas, escamas, palhetas, pó, finas películas, etc. Às dimensões das pepitas variam de poucos milímetros até massas descomunais, como as encontradas em Vitória (Austrália), no século retrasado, que pesaram 59,670kg uma, e outra 68,080kg, outra ou outras de até 153kg encontradas no chile (Leprevost, 1975). A maior pepita brasileira foi encontrada em 1983, em Serra Pelada, e pesou mais de 62kg.
          O ouro nativo tem baixa dureza (2,5 a 3,0) e peso específico muito alto (19,3), inferior apenas de alguns poucos minerais como platina, platinrídio, irídio e ósmio. Tem cor amarela típica, mas, quando pulverizado, pode ser preto, purpura ou vermelho. É extremamente dúctil e maleável fio de 2,000 metros com apenas 1g de metal e lâminas de 0,001mm, tão delgadas a ponto de permitirem  a passagem da luz com determinados comprimentos de onda. Seu traço é amarelo; o brilho, metálico. Não tem clivagem.
          Quimicamente caracteriza-se pela já citada baixa reatividade, o que o torna sobremaneira apreciado para fins gemológicos, já que permanece sempre inalterado, ao contrário da prata, facilmente oxidável. O ouro nativo costuma conter 10% ou mais de outros metais, como paládio, prata ou ródio. O ouro natural mais puro que se conhece é o proveniente de Kalgoorlie (Austália), que possui 99,91% Au e 0,9% Ag.
         O ouro nativo funde facilmente ao maçarico, dando um pequeno botão de ouro.
          Macroscopicamente diferem de sulfetos amarelos (pirita, marcassita, pirrotita) por sua maleabilidade, alta densidade e baixa dureza.
          Ocorre principalmente em filões de quartzo hidrotermais e, em segundo lugar, nos aluviões. Os filões de quartzo são genericamente ligados a intrusões ácidas e neles o ouro nativo aparece com sulfetos (pirita, arsenopirita, tetraedrita, calcopirita; menos frequentemente galena e esfalerita), teluretos de ouro e prata, principalmente. O ouro secundário forma-se na zona de oxidação de depósitos e nos quais o metal está misturado mecanicamente, como é o caso principalmente da pirita, associando-se ai a limonita, azurita, barita, crisocolo, etc. Os processos de oxidação promovem a liberação do ouro que assim se concentra.
          A remoção do ouro de seus minérios é feita usualmente por amalgamação: o ouro de sulfetos, porém exige também cianetação e cloretação ou flotação.
          Na maioria dos filões, o ouro tão finamente dividido e tão uniformemente distribuído que se torna invisível a olho nu.
          Nas areias auríferas, é comum a presença de zircão, aparecendo também cianita, granada, monazita, diamante, topázio, corindon e platina nativa. O ouro e a prata formam uma série isomórfica contínua. O membro intermediário da série é uma variedade com geralmente 30-40% de prata, que recebe o nome deeletro.
          Silvanita (Au, Ag) Te2 – é um telureto de ouro e prata com 25% ou mais de ouro, 11 a 13% de prata e 56 a 61% de telúrio. É um mineral monoclínico, formando cristais pequenos, tabulados, estriados longitudinalmente. Pode ser também laminar, granular ou dentritica. Tem cor cinza-aço a prateada, brilho metálico, dureza de 1,5 a 2,0, peso específico 8,0 a 8,3 e clivagem (010) perfeita. É maleável e friável. Quando pulverizada e misturada a ácido sulfúrico quente e concentrado, dá uma solução de cor violeta-avermelhada. É encontrado usualmente em veios formados a baixas temperaturas, associada a ouro nativo, teluretos de ouro e prata (mais raramente de outros metais), pirita, quartzo, calcopirita, fluorita e outros minerais. Como o ouro nativo, é importante fonte de ouro.
          Calaverita Au Te2 – é um telureto de ouro com 43,5% deste metal. É monoclínica, pseudo-ortorróbica, sendo cristalograficamente completa, com cristais difíceis de orientar a normalmente com profundas estrias ao longo do eixo horizontal, na extremidade do qual aparecem numerosas faces. Muitas vezes é maciça ou granular.
A cavalerita tem cor cinza-esverdeada, alto peso específico (9,1 a 9,4), dureza 2,5, brilho metálico e fratura irregular, estando ausente qualquer clivagem. É muito friável. Ao maçarico dá uma chama azul e funde dando um glóbulo de ouro no carvão, o que se constitui um segundo critério de identificação. (A silvanita também dá esse glóbulo, mas com cor mais branca, por conter mais prata). A cavalerita é encontrada em filões formados a baixa temperatura junta com silvanita, telúrio, quartzo e outros minerais. É rara mas, em alguns locais da Austrália e EUA (Colorado), é importante fonte de ouro e telúrio.
          Krennerita – Au Te2 – telureto de ouro ortorrômbico, formando prismas curtos ou agregados granulados. Tem cor prateada ou amarelo-clara. É rara e ocorre junto com a calaverita, sendo, como esta, usada para obtenção do ouro (contém 40% Au).
          Naguaguita – Pb5 (tTe, sb 4S5-8 – a naguaguita é um sulfotelureto de chumbo e ouro, com até 7% de antimônio. Tem 6 a 13% de ouro. É ortorrômbica, formando cristais foliados (010), geralmente pequenas lâminas entrecruzadas ou agregados disseminados. Tem cor cinza-escuro, brilho metálico, traço preto-acinzentado, dureza 1,0 a 1,5, peso específico 6,85 a 7,20. É opaca e flexível. Costuma ocorrer em veios com a silvanita e calaverita, sendo também um mineral raro.
          Petzita – Ao3AuTe2 – é outro dos teluretos de ouro e prata. É um mineral cúbico,  geralmente maciço ou granular. Tem cor cinza-aço a preta, alterável por oxidação superficial, e brilho metálico. A dureza é 2,5 a 3,0 e o peso 8,7 a 9,02. É levemente sectil e friável. É usada para extração de três metais que compõem: o ouro, a prata e o telúrio.
Só o ouro nativo e livre é recuperado nas caixas dos garimpeiros
O resto fica nos rejeitos e parte deste ouro que sobrou poderá ser separado com a cianetação;
                                                                                               

Avaliado em US$ 70 milhões, o maior diamante bruto do mundo vai a leilão

Avaliado em US$ 70 milhões, o maior diamante bruto do mundo vai a leilão



Pedra, apresentada em Nova York nesta quarta-feira, foi encontrada em Botsuana há nove meses

Leilão do diamante Lesedi La Roma será no dia 29 de junho
Leilão do diamante Lesedi la Rona será no dia 29 de junho(Reprodução/VEJA)
O Lesedi la Rona, o maior diamante bruto do mundo, vai a leilão no dia 29 de junho, anunciou nesta quarta-feira a casa de leilões londrina Sotheby's. A pedra, que foi apresentada hoje em Nova York, tem valor estimado em mais de 70 milhões de dólares.
"É um diamante de 1.109 quilates e o maior descoberto em mais de 100 anos", disse o presidente do departamento de joalheria internacional da Sotheby's, David Bennett. A pedra preciosa foi encontrada há nove meses em Botsuana pela empresa de mineração de diamantes Lucara. Esta será a primeira vez que um diamante bruto desse tamanho vai a leilão, segundo Bennett.
Exibida em Nova York até domingo, a pedra segue para a Europa, passando por Antuérpia, na Bélgica. Será apresentada na Sotheby's de Londres de 18 a 28 de junho.
O recorde histórico de maior diamante bruto do mundo é do lendário Cullinan, de 3.016,75 quilates, descoberto em 1905 na África do Sul. Ele foi transformado em nove diamantes para as joias da Coroa britânica.
No mesmo dia da descoberta de Lesedi la Rona foi encontrado em Botsuana outro diamante, de 830 quilates, o terceiro maior do mundo. A informação é de William Lamb, presidente da empresa Lucara.

Frank o caçador de meteoritos

Frank o caçador de meteoritos






Poucas  pessoas, durante a sua vida, conseguem perseguir objetivos com grande  intensidade, sem perder o foco, amalgamando o conhecimento científico com as  ideias e os dados de uma longa e extenuante pesquisa ao longo do tempo, em uma  cruzada épica, em busca de respostas.
O Frank  Guardia, um geólogo canadense, que morou no Brasil, criador de empresas e  descobridor de jazidas e oportunidades é uma dessas pessoas.
Nestas  últimas décadas, Frank embarcou em uma viagem solo, na busca de dados que possam  comprovar a sua grande convicção: muito do que se vê e se propaga da geologia  nada mais é do que o efeito direto dos impactos de meteoritos.
Frank  está certo!
É só  olharmos para o nosso satélite, a Lua, e veremos uma superfície coberta por  milhões de cicatrizes de impactos de meteoritos. Na Lua essas crateras estão  ainda preservadas, pois lá não existe a erosão química e física que a atmosfera  e as águas aqui na Terra ocasionam. É lógico que a Terra, por ser mais antiga e  muito maior que a Lua, recebeu um número bastante superior de impactos diretos  de meteoritos que devem ter ocasionado imensas modificações geológicas ao longo  dos tempos.
Eu sei  que esse é um assunto por demais conhecido de todos. Afinal, quem não conhece, e  fala, sobre as extinções dos dinossauros causadas, provavelmente, pelo imenso  impacto de um meteorito que atingiu a Terra no Cretáceo, possivelmente onde hoje  é o Golfo do México?
 Esse impacto foi o responsável pela  extinção em massa de quase ¾ de todas as plantas e seres vivos do planeta  incluindo os dinossauros é claro.
O que  não se fala é sobre o efeito cumulativo de milhões de impactos de meteoritos e  sobre as quatrilhões (isso mesmo, números com mais de 15 zeros) de toneladas de  material terrestre que foram pulverizadas e ejetadas na atmosfera cobrindo  enormes regiões adjacentes ao impacto: o ejecta.
Pouco se  fala sobre a formação de imensos mares de lava que cobriram continentes e foram  derivados de grandes impactos, ou sobre enormes pedaços da Terra que foram  lançados ao espaço sideral, após impactos catastróficos, como o que gerou a  própria Lua.
Esta  relação de causa e efeito, entre os impactos e a geologia Terrestre, ainda é uma  das áreas cinza do nosso conhecimento e é onde Frank Guardia excede. Ele  investiu décadas em viagens, pesquisas e reconhecimentos geológicos sempre em  busca das evidências geológicas que possam iluminar essa área. Se um dia o campo  da geologia dos impactos de meteoritos se solidificar não podemos esquecer de  Guardia, que chegou a ser ridicularizado por muitos colegas por estar,  simplesmente, à frente de sua época.
Para que  você possa ter uma ideia sobre a enormidade do problema vamos fazer uma  comparação entre a Terra e a Lua.
A  inspeção da Lua mostra gigantescas crateras, como a Aitken, com 2.500km de  diâmetro e 13km de profundidade. É só calcular e veremos que o impacto da Aitken  deslocou mais de 25 milhões de quilômetros cúbicos de material. É como abrir uma  cratera de 2.900m de profundidade em todo o Brasil. Isso causado por apenas um  meteorito...
Os  números dos grandes impactos são simplesmente enormes e a Terra teve, nos  últimos 4,5 bilhões de anos, incontáveis impactos que ejetaram muitos  quatrilhões de toneladas  que  cobriram praticamente toda a superfície do planeta várias vezes,  que foram processadas pelo intemperismo terrestre, se transformando, aos  poucos, em sedimentos e em rochas metamórficas e ígneas no interminável ciclo  geológico. A real influência desse processo de redistribuição de rochas e de  homogeneização da crosta terrestre nunca será totalmente entendida.
Frank  está certo. A influência dos meteoritos na geologia da Terra é simplesmente  enorme, muito maior do que a geologia ensinada nas Universidades propaga.
Frank se foi neste domingo, dia 02 de maio de 2016. 
A ele o  nosso reconhecimento e respeito.