quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Pegmatitos: saiba quais seus tipos e qual a sua importância econômica.

 


Pegmatitos são rochas ígneas, normalmente granitoides que ocorrem emveios e/ou diques ou em massas de contatos irregulares, com minerais que tendem a ocorrer em grandes dimensões, sendo elas centimétricas a decimétricas.

Outra definição possível, segundo Jahns (1955), é que pegmatitos são rochas holocristalinas que apresentam, em pelo menos uma parte, granulação muito grosseira, contendo como principais minerais aqueles encontrados em rochas ígneas comuns, mas com extremas variações em relação ao tamanho dos grãos.

Em relação a sua morfologia, eles são encontrados numa faixa relativamente ampla de profundidade, sendo mais comuns em terrenos erodidos de alto a moderado grau metamórfico, muitos sendo encontrados nas margens de grandesi intrusões graníticas.

pegmatitos
pegmatito dos tonhos (Ceará)

Tipos de pegmatito

Os pegmatitos podem ser dividiso em três tipos, sendo eles o homogêneo, o heterogêneo e o misto.

  • pegmatito homogêneo apresenta minerais essenciais como o quartzo, o feldspato e a mica, possui forma tabular ou dômica e com a granulometria variando entre centimétrica e decimétrica.
  • pegmatito heterogêneo possui variação na sua forma, podendo ser lenticular, arredondado ou em forma de disco achatado. Ele comumemente apresenta 4 zonas dispostas de forma concêntrica, sendo elas: Zona 1: com espessura inferior a 1 metro e presença de muscovita ; Zona 2: tem a mesma composição do pegmatito homogêneo e corresponde a maior parte do pegmatito heterogêneo ; Zona 3: presença de turmalina, granada, microclina pertitica, berilo e espodumênio ; Zona 4: constituída de um núcleo de quartzo maciço, com minerais acessórios ocorrendo junto com ele. A origem dessas quatro zonas são atribuidas a cristalização essencial de um único fluido com injeções repetidas de fluidos com diferentes composições ou cristalização do melt silicático e fluído aquoso formado posteriormente. Alguns dos principais depósitos do mundo desse tipo de pegmatito são: Kings Mountain Pegmatite (EUA), Greenbushes (Australia), Bikita (Zimbábue), Fregeneda-Almenda (Portugal), Jiajika (China).
  • Pegmatitos mistos: são intermediários, entre homogêneo e heterogêno e apresentam bolsões de quartzo ao invés de núcleos individualizados.
tipos de pegmatito

Em relação a morfologia dos pegmatitos de uma maneira geral, sua espessura pode ir de centímetros até centenas de metros, ficando a maioria restrita até os 30 metros, seu comprimento é muito variável e a maioria possui uma relação de comprimento até mil vezes maior que a largura e sua profundidade pode ir até 700 metros, mas a maioria é lavrado apenas até os 80 metros.

Cabe ressaltar que a rocha encaixante vai influenciar diretamente na sua forma, havendo um predôminio na ocorrência de maneira tabular dos pegmatitos, sendo eles:

  • Quando associados a granitos podem ocorrer como corpos tabulares, irregulares ou ramificados;
  • Quando associados a mica xistos ocorrem de maneira lenticular ao longo da xistosidade;
  • Quando associados a quartzitos e gnaisses ocorrem como corpos tabulares e ramificados.

Modelos de evolução de pegmatitos

Os modelos de evolução de pegmatitos segundo Cerny 1982 são:

  • Pegmatitos abissais: se apresentando como corpos autótecnes derivados de zonas metamórficas de alto grau, geralmente enriquecidos em U, Th, Nb, Ti, Zr e ETR;
  • Pegmatitos moscovíticos: se apresentam encaixados em mica xisotos originados por anetexia ou fraturamento restrito de granitos, podendo ter berilo, columbita, ETR, U e Th.
  • Pegmatitos portadores de elementos raros: são gerados a partir do fracionamento de granitos alóctones, encaixados em metamorfismos de médio grau. Apresenta diversos elementos, como Li, Rb, Be, Nb, Ta, entre outros
  • Pegmatitos miarolíticos: são gerados confinados em cúpulas de granitos alóctones, sendo sub vulcânicos e preenchendo fraturas e bolsões do próprio granito.

Importância econômica dos pegmatitos

Os pegmatitos possuem uma elevada importância economica, principalmente devido a variedade de minerais que podem ser gerados nesse tipo de depósito, sendo eles:

  • Minerais industriais: como feldspato, caulim, mica, minerais de lítio;
  • Minerais minério: principalmente elementos raros, como nióbio, tantalo, estanho, urânio, césio, ETRs, entre outros;
  • Minerais gemológicos: como turmalina, berilo, espodumênio, etc.

Prospecção de pegmatitos

A prospecção de pegmatitos geralmente ocorre da seguinte forma

  1. Definição da zonalidade
    É feita a petrografia detalhada das zonas, a composição mineral percentual de cada zona, usando malhas e trena e é estimado o volume.
  2. Amostragem
    São coletadas até 10 amostras de cada mineral para cada zona em locais representativos. São selecionadas frações monominerálicas sob lupa binocular, é feita a análise dos metais raros e alcalinos em cada fração monominerálica
  3. Análises químicas
    As análises químicas que podem ser feitas são: fluorescência RX, Espectofotometria, para Li, Na, K, Rb, Cs, Ca, Mn, Mg, Be, Sr, Pb, Cs. E ensaio de queima para minerais cerâmicos.
  4. Mineralogia
    Realiza-se a descrição e o mapeamento da mineralogia de cada zona
  5. Mapeamento de detalhe
    Podem ser realizadas as seguintes investigações: poços, trincheiras, galerias, sondagem, geofísica e topografia.



Fonte: Geólogo.com

Depósitos de magnesita: Entenda mais sobre

 

Os depósitos de magnesita encontram-se dentro de uma grande variedade de ambiente geológico, cuja idade varia do Arqueano ao Fanerozóico. Nos ambientes atuais ela está associada a alguns depósitos lacustres de clima árido e a depósitos parálicos salinos e hipersalinos. Todavia, os maiores depósitos de magnesita são encaixados em terrenos proterozóicos e paleozóicos. Os maiores depósitos podem ser subdivididos em dois tipos: Tipo Krabauth e Tipo Veitsch.

Se você quer entender mais sobre a mineralogia, a utilização e outras caracteristícas desse tipo de depósito mineral, leia este conteúdo até o final!

Características gerais da magnesita

A magnesita é um mineral industrial que apresenta uma série de aplicações em diversos segmentos da indútria, no Brasil uma de suas principais aplicações está na produção de refratários. Ela pertence à família dos carbonatos do grupo da calcita e contém em média cerca de 48% de MgO e 52% de CO2.

Depósitos de magnesita do Tipo Krabauth

Os depósitos de magnesita do tipo Kraubath costumam estar localizados no interior de complexos ultramáficos sob forma de veios ou stockworks, a corpos irregulares associados a fraturas e falhas. A espessura de veios varia de alguns cm à 45m, enquanto seu comprimento varia de alguns metros a centenas de metros. A magnesita apresenta uma granulação fina, de cor branca leitosa e em geral maciça.

Sua origem é discutida entre 2 possibilidades:

  1. De origem hidrotermal ligada a fluídos ascendentes, onde soluções aquosas de temperatura moderada e baixa salinidade, ricas em CO2, alteram rochas ultramáficas por reações de hidratação e carbonatização.
  2. De origem supergênica ligada a soluções descendentes ricas em CO2 atmosférico em condições de baixa temperatura (mais aceita).
magnesita
Amostra de magnesita

Depósitos de Magnesita do Tipo Veitsch

Os depósitos de magnesita do tipo Veitsch correspondem aos maiores depósitos de magnesita do mundo e respondem por mais de 90% da produção mundial. Suas principais características são:

  • Ambiente deposicional geralmente marinho, confinado ou parálico, caracterizados por corpos lenticulares de magnesita estratiforme no seio de seqüência clasto-carbonática de plataforma marinha ou de bacia continental. A seqüência clasto-carbonatada é composta por xistos escuros, dolomitos calcários, arenitos conglomerados associados ou não a metabasitos.
  • a dimensão e forma dos corpos de minério varia de algumas dezenas a várias centenas de metros. Encontram-se, sobretudo sob forma de corpos lenticulares intercalados aos dolomitos ou no fim da seqüência carbonática magnesiana.
  • o aspecto textural varia de micrítica a espática.
  • o aspecto estrutural em geral apresenta estruturas tipicamente sedimentares.
  • a composição mineralógica vai além de magnesita, podendo ser encontrados o talco, clorita, calcita, pirita e dolomita como minerais acessórios.  

Parâmetros formadores da seqüência carbonática-magnesiana: 

  1. Composição e a concentração de solução: a composição da solução seria sobretudo aquela da água do mar. Mesmo no ambiente marinho, esta varia geograficamente quanto a profundidade. Ela também varia seja em função de contribuição eventual de fontes hidrotermais durante as erupções vulcânicas, seja em função de águas doces oriundas de rios.
  2. evolução da razão Mg2+/Ca2+: nos ambientes atuais, de salinidade não muito alta em que se verifica a formação da série calcário-dolomito-magnesita, a razão Mg/Ca varia indo de calcário na região de mar aberto aos termos magnesianos em ambiente confinado. A diminuição do cálcio pode está ligada com a cristalização precoce dos carbonatos de cálcio, com a cristalização dos sulfetos, ou aos dois.
  3. pressão CO2: varia durante o tempo geológico. A pressão foi bastante elevada na Atmosfera Arqueana e diminuiu paralelamente com o aumento do oxigênio. O produto da solubilidade dos carbonatos cálcicos cresce também com o pCO2, enquanto o da dolomita e da magnesita diminui.
  4. compostos orgânicos: a precipitação dos carbonatos é, em geral, ligada ao aumento do pH do meio aquático sob a ação de alguns fenômenos bioquímicos.




Fonte: Geoscan

Gossan: depósitos também chamados de chapéu de ferro.

 

O depósito de gossan ou, chapéu de ferro é comumente chamado pelos geólogos para caracterizar as porções mais superficiais de um depósito de minério que contém sulfetos, principalmente aqueles que possuem ferro em sua composição.

Se você quer saber mais sobre esse tipo de depósito mineral, leia este conteúdo até o final!

O que significa gossan?

A palavra gossan, significa sangue em um dialeto celta e se referencia à cor da ferrugem que resulta da oxidação dos sulfetos comentados anteriormente. Segundo Lapidus, 1987, ele consiste basicamente de óxidos de ferro hidratados em que o enxofre e outros elementos foram “lavados” por águas percolantes.

Como se forma o gossan?

Os depósitos maciços de sulfeto geralmente possuem grandes quantidades de sulfetos de ferro e carbonatos, que ao oxidarem vão produzir um ambiente ácido no lençol freático acima do solo e induzir a formação do gossan.

Dessa forma, os minerais que compõe o gossan geralmente são formados a partir da decomposição de sulfetos com formação de ácido sulfúrico, o ácido acelera a decomposição dos minerais qe vai lixiviar parcialmente ou totalmente os elementos solúveis.

Portanto, em alguns casos podem sobrar somente óxidos de ferro e quartzo e todos os outros materiais podem ter sido lixiviados. Geralmente, os principais minerais encontrados são a goethita e a hematita.

Textura e aspectos

Em geral, um gossan é poroso e pulverulento e comumente pode estar associado a zonas que possuem um relevo mais elevado, devido a sua resistência, já que ele é formado basicamente por óxidos de ferro e quartzo.

Por que ocorrências de gossan são importantes?

Ocorrências de gossan são importante, porque elas indicam uma boa probabilidade de existir minério (sulfeto) em profundidade. Além disso, neles podem ser encontrados moldes limoníticos (boxworks) de sulfetos e outros minerais solúveis em suas formas externas que podem indicar a indicação de antigas clivagens e fraturas.

A partir da visualização de gossans, foram encontradas grandes jazidas de níquels ulfetado na Austrália.

Estudos geoquímicos

Alguns estudos geoquímicos foram utilizados com sucesso na exploração de Molibidênio, Níquel e Cobre em um depósito na Indía, a figura abaixo mostra o perfil de alteração e enriquecimento completo para formar o que chamamos de gossan característico.

Seu perfil pode ser descrito da seguinte forma:

gossan
  • Uma capa fina oxidada (gossan), representado por limonita com manchas de malaquita, azurita e cobre nativo.
  • Uma zona de enriquecimento de sulfeto secundário nas partes central e partes sul do corpo de minério com predominância de covelita, bornita, calcocita e calcopirita, sendo o horizonte mais rico em cobre do depósito.
  • Os graus de enriquecimento secundário em corpo de minério primário com diminuição gradual em minerais secundários com predominância de calcopirita e pirita.


Fonte: Geoscan

Ceará pode ter sua primeira exploração de ouro

 



A empresa canadense South Atlantic Gold está investindo R$ 13 milhões em pesquisa mineral para verificar se há viabilidade econômica para explorar ouro em algumas localidades de Pedra Branca e Tauá, no Sertão Central cearense. Um grupo de 15 geólogos e técnicos está em campo, realizando estudos em uma área de 40.000 hectares, o equivalente a 56 mil campos de futebol. As informações são do jornal Diário do Nordeste.

Os estudos iniciais devem ser concluídos até a metade de 2022 e, a depender dos resultados, o projeto pode ser o início de um marco histórico para o Ceará, onde o ouro nunca foi comercialmente explorado.

Imagem do Projeto de ouro Pedra Branca, retirada do site da mineradora

Análise da viabilidade do ouro no Ceará

Somente após a conclusão da análise, será possível identificar se a exploração de ouro na região é continuadamente exequível para a mineradora. Para que o empreendimento se concretize, não basta haver ouro na região. O projeto precisa preencher uma série de requisitos para se tornar viável, explica Eduardo Leão, diretor de relações institucionais da mineradora.

Especificamente naquela região, no semiárido do Ceará, a escassez de água é um provável gargalo. Caso o projeto avance à fase de extração, por exemplo, seriam estimados entre 500 e 1.000 metros cúbicos de água por dia na extração do ouro, o que demandaria alto investimento na captação de água de maneira sustentável.

Segundo o mesmo diretor citado acima, o minério ocorre junto com o mineral quartzo a 300-400 metros abaixo da superfície. No cenário mais otimista, podem ser gerados de 300 a até mais de 1.000 empregos diretos e indiretos.

A South Atlantic Gold, que possui o projeto de Pedra Branca, tem apenas ele no Brasil. A empresa, listada na Bolsa de Toronto, dedica-se à aquisição e promoção de propriedades minerais localizadas nas Américas e tem também um projeto de cobre e ouro no Canadá, o Big Kidd Project, na província de British Columbia.


Fonte: Geoscan

Aprenda o passo a passo de como encontrar diamante.

 

Como o diamante é formado?

O diamante é um mineral composto de carbono, formado sobre alta pressão e temperatura. Já o kimberlito é uma rocha vulcânica formado em grande profundidade e ele é a rocha onde o diamante está presente como fonte primária.

Com a erosão, a rocha (kimberlito) vai se desagregando e diminui de tamanho, com isso, o diamante é jogado no sistema de intemperismo e pode ser transportado, principalmente pela água. Neste texto, vamos focar nos diamantes como depósitos primários e não para os secundários. Portanto, não falaremos sobre aluviões.

O passo a passo que vai ser abordado é:

1. Seleção de alvos

2. Exploração

3. Desobertas

4. Pré Avaliação

5. Avaliação de recursos minerais

A medida que a prospecção mineral vai obtendo sucesso e são necessários os trabalhos de detalhe, os custos aumentam bastante. No começo, eles são muito pequenos, no final, muito grandes e o risco é muito grande no começo e vai diminuindo ao longo das etapas.

diamante

Seleção de Alvos para encontrar diamantes

A primeira parte é a análise da geologia regional, dessa forma, você deve entender quais são as formações geológicas que se fazem presentes naquela determinada área. Essa seleção de alvos se dá basicamente nos cratons que são áreas tectonicamente estáveis que se mantiveram preservadas ao longo do tempo (de acordo com determinado evento geológico).

Nessa fase, você precisa entender sobre os dispersores e as fontes secundárias, para tentar mapear as fontes primárias. Dessa forma, você vai conseguir ter uma análise das possíveis fontes. Existem ocorrências de diamantes secundários nos estados do Amapá, Roraima, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, São Paulo, entre outros.

Além disso, você pode procurar livros históricos e anotações sobre diamantes. A partir disso, você faz o planejamento estratégico, alinhando a análise de geologia regional com dados geofísicos em uma base de dados. Com todas as informações juntas, você monta seu modelo geológico primário e define o que está procurando para encontrar diamantes.

Você pode definir as etapas de campo a partir das áreas e da análise, em alguns pontos fazendo levantamentos aerogeofisicos, em outros amostragens em campanhas de campo, tudo depende do seu modelo. Além do diamante, você pode buscar minerais indicadores e pode tentar entender em quais possíveis formações pode ocorrer diamante como fonte secundária.

Ainda nesta fase é muito importante definir os protocolos e padrões de amostragem, procedimentos de coleta em relação a todos os parâmetros e todos os processos necessários para a pesquisa mineral.

Pesquisa Mineral para diamante

Quando o resultado de amostragem é ruim, dificilmente você avança, então a fase de exploração inicial é a que traz sucesso para o empreendimento. Nesta fase você vai definir o alvo, vai começar de um bem maior e vai diminuindo. Comumente, primeiro você faz o levantamento geofísico aereo.

Em alguns casos, os kimberlitos pequenos não vão aparecer no aerolevantamento, pois, outras rochas vão mascarar aquela anomalia. Quando se possuem muitas rochas magnéticas, você as vezes não consegue ver o kimberlito.

Outra etapa importante é a descrição de garimpos, você deve entender qual o tipo de diamante, quais os minerais que estão associados a eles. A partir disso, você consegue pegar as informações e os indicadores. Nessa parte, você começa a amostragem. Para o diamante o recomendado é fazer amostragem aluvionar de sedimento de corrente.

Você deve procurar as melhores armadilhas de cursos de água, coletar o material e realizar o tratamento, no campo ou numa central de tratamento para pegar os concentrados. Esse tratamento geralmente é com peneira e bateia, as frações geralmente de 1mm, 2mm e abaixo de 0,5mm. Nesta parte, você vai tentar identificar os indicadores kimberliticos.

As etapas de amostragem de química mineral iniciam com a coleta de amostra, normalmente amostragem aluvionar. Se tiver um pequeno sucesso, você pode aumentar a densidade de amostragem e tentar descobrir se os grãos estão frescos, qual o fracionamento deles e outras características.

Você deve tentar amostrar em afluentes se as rochas possuem muitos minerais pesados, pois eles tendem a retirar os minerais indicadores de diamantes. Ao final disso, você envolve amostra de rocha, solo, tenta analisar no cascalho qual a proveniência e identificar para onde está a fonte daqueles determinados sedimentos.

Minerais indicadores de diamante

Os minerais indicadores são granada, espinélio, ilmenitas, diopsidios e também o diamante. É mais raro encontrar diamantes, mas por vezes isso pode acontecer. Esses concentrados minerais são acidificados em laboratório, é realizada uma análise microscópica, são feitas também análises com a lupa binocular ou até análise de grãos em campo, a depender da logística. Essa última atividade citada é comum somente em fases mais avançadas.

Quando os grãos são separados, eles são contados, classificados e é feito a química mineral dos grãos kimberliticos. A partir da química mineral, você pode identificar melhores indicadores para encontrar diamantes. Ainda nesta fase, é muito importante seguir todos os procedimentos da maneira mais correta possível, seguir os procedimentos QA/QC e amostragem.

A geofísica terrestre usando a magnetometria, gravimetria, EM, VLF, entre outras pode ser muito importante ainda nessa etapa e se torna bem mais fácil identificar os corpos. Você pode também usar sondagens de trado manual, mecânico e outras maiores, dependendo da profundidade que você quer alcançar.

Etapa 3: Descoberta

Após descobrir seu corpo kimberlítico, você deve analisar qual o potencial mineral dele. Cabe ressaltar que a única mina ativa no Brasil é a Braúna 3. Nesta fase você define o potencial diamantífero, pois, a grande maioria dos kimberlitos encontrados é não diamantifero. Apenas 1% dos kimberlitos descobertos viram mina e 10% são diamantiferos. Com a Geofísica de detalhe com malha menor espaçada a anomalia geofísica define muito melhor os contornos kimberlíticos. Para fazer esse detalhamento, a gravimetria é muito importante.

Se o kimberlito está raso, você pode usar poços e trincheiras para analisar o material e também a sondagem para delimitar contatos entre kimberlitos e rocha encaixante. Com os testemunhos de sondagem você pode fazer a petrografia, para analisar se o kimberlito é diamantifero, qual rocha amostrou melhor o diamante e outras possíveis análises.

Nesta fase, você pode fazer a análise isotópica, datação, entre outros paramêtros. Além disso, você pode tentar recuperar o microdiamante e fazer curvas de progressão para tentar encontrar os diamantes maiores. É muito importante volume para a amostragem para a diamante, existem exemplos de teores de 44 partes por bilhão. Ou seja, amostras de 10-20 kg dão uma chance muito pequena de ter qualquer teor de diamante.

Quando começa a amostrar o kimberlito, seus custos aumentam por conta desses estudos mais detalhados. Na fase final é até mil toneladas ou mais.

Etapa 4: Pré Avaliação

Você faz diversas sondagens para definir geometria e volume do corpo kimberlitico. Você deve entender muito bem o modelo geológico, pois ele vai ajudar a fazer o planejamento de lavra. Você tem que ter uma planta para fazer a amostragem na etapa final de maneira bem feita.

Etapa 5: Definição das Reservas

Por fim, você vai pegar bastante diamante para ter a definição de qual a estimativa do quantitativo de diamantes naquela determinada área e realiza os estudos finais da pesquisa mineral, para analisar se há viabilidade.

Você vai analisar preço médio, teor, entre outros parâmetros para definir a viabilidade. Por fim, você tem que ter uma sondagem de largo diâmetro para não “destruir” seu diamante. O metro da sondagem é caro, mas você consegue muitas amostras para utilizar na sua planta.

Além disso, você pode fazer em um modelo mais raso shafts e poços para começar a testar na planta. A partir dos testes nas plantas, você vai ter uma noção do preço médio do diamante (custo) e a partir disso você vai aplicar todos os custos que vai ter e analisar se há viabilidade para a instalação ou não de uma mina.

Com tudo isso, você tem a vida útil da mina, produção, profundidade do open pit, qual sua receita por tonelada, qual o custo operacional, entre outros e depois você vai para a próxima fase que é implementar a mina.

Cabe ressaltar que todo o procedimento citado aqui é para fontes primárias de diamante, existem também os chamados garimpos onde os diamantes são retirados como fontes secundárias a partir do regime de permissão de lavra garimpeira. Para estes casos, são utilizados outros métodos de prospecção mineral.

Agora que você já sabe quais as etapas necessárias para a prospecção de diamante e como encontrar diamante.




Fonte: Geoscan