sexta-feira, 27 de setembro de 2013

MINERADORA DE FERRO PARA VENDA -165.000.000,00 MILHÕES DE DOLARES

MINERADORA DE FERRO PARA VENDA -165.000.000,00 MILHÕES DE DOLARES

Ofertas de mineradoras...

Segue resumo do Complexo mineraria em torno da Mineradora que está á venda no valor de 165.000.000,00 milhões de dólares

Obs: As distâncias mencionadas abaixo têm como ponto de partida a mineradora de número um que está á venda.

 1. Mineração á Venda:
    -Reserva medida................... 22.000.000 toneladas;
    -Estudo geológico para mais ........... 48.000.000 toneladas;
    -Total................................... 70.000.000 toneladas;
    -Extração atual: 600 ton./dia;
    -Valor.................................................................................. USD 165.000.000

2. Mineração xxxxxx: Distancia á 30 km.
    -Reserva medida/ind/inserida:   70.000.000 toneladas;
    -Extração atual: 600ton./dia
    -Possui a Ferro Gusa com  logística para exportação;
    -Valor............................................................................... USD  180.000.000

  3. Mineração xxxxxxx também á 60 km
    -Reserva estimada.................  20.000.000 toneladas;
    -Não esta produzindo;
    -Valor (a confirmar).............................................................. USD   15.000.000

4. Alvará de Pesquisa do xxxxxxx: á 60 km 
    -Reserva estimada................. 100.000.000 toneladas;
    -Não esta produzindo;
    -Valor (a confirmar).............................................................. USD   45.000.000

5. Mineração  xxxxxxx á 60 Km
    -Reserva medida...................  88.000.000 toneladas;
    -Não esta produzindo;
    -Valor (a confirmar)............................................................. USD    45.000.000

 6. Uma Mina xxxxxxxxxxxxx:  Distancia á 90 km.
    - com relatório final de pesquisa, com 30 milhões de toneladas

    - com guia de utilização para a exploração de 300 mil toneladas por mês

     - Ainda não foi iniciada a exploração
    -Valor..............................................................................  USD   95.000.000

7. Siderúrgica de Gusa em xxxxxxx:  Distancia á 30 km
    -Não esta funcionando;
    -Capacidade para produzir 9.000 ton./mês de ferro gusa;
    -Tem projeto aprovado para instalar segundo forno com capacidade para 12.000 ton./mês de ferro gusa;
    -Tem logística para exportar 50.000 ton./mês de ferro gusa ou outro minério (exceto minério de ferro).
    -Valor............................................................................... USD  25.000.000

Total geral (aproximado)........................................................  + ou _ USD 600.000.000

Tem os alvarás de pesquisa no entorno do decreto de lavra da Mineradora á venda.

Já tenho levantamento deles.

Só falta falar com os proprietários para adquirir. São vários.
O comprador não deve vincular uma compra por outra. Precisamos começar pela Primeira Mineradora
que esta produzindo, depois pela a Segunda, que também esta produzindo, e depois para as demais.

"INVESTIMENTO,

 O  COMPRADOR,TEM COMO FAZER UM COMPLEXOS FERROVIÁRIO PARA ATENDER TODAS ÀS MINERADORAS.

COMO,CARREGAMENTO DE VOGÃO E ESTOQUE DO MINERIO.(UMA ENORME PLATAFORMA DE EMBARCADOURO.)

ALEM É CLARO DE UMA GRANDE RESERVA DE MINERIO DE CADA UMA,QUE SOMADAS JUNTAS DA PARA PRODUZIR POR MUITOS E MUITOS ANOS.ATENDENDO MERCADO INTERNO É EXTERNO.

   TENHO PARCEIRO QUE TEM EMPRESA DE BENEFICIAMENTO MINERARIO QUE MONTA A PLANTA E COBRA EM MINERIO TENDO O MINERADOR OPÇÃO DE CAPITAL DE GIRO.

O MINERIO LOCAL E CONSIDERADO UNS DOS MELHORES DA REGIÃO DE  MG".

OBS:AS MINERADORAS PEQUENAS SÓ VENDE SE COMPRAR AS GRANDES EM VOLTA PRIMEIRO.

 Abaixo relatório da Primeira Mineração

Relatório da Primeira Mineração

.H I S T Ó R I C O:

A área da reserva mineral foi adquirida em 1973. São

aproximadamente 400 hectares. O decreto de lavra de 1963 . Lavra corresponde a 145,56 hectares

 Os 254,44 hectares remanescentes, o subsolo foi requerido por terceiros, inclusive a VALE.

Alguns deles existem forma de recuperar se houver interesse do comprador

 A licença operacional i emitida em 31 de março de 2010 para extração de 300

(trezentas) mil toneladas/ano. A extração começou em dezembro de 2010 após

celebração de contrato de venda de minério para a VALE, de 670.000

(seiscentos e setenta mil) toneladas. Nos próximos 60 (sessenta) dias deverá

ser emitida nova licença de operação (LO) elevando a extração anual para

1.500.000 (hum milhão e quinhentos mil) toneladas.

PRODUÇÃO ATUAL DA MINERADORA:

-800 toneladas/dia.

-Essa produção é resultado do material recolhido da limpeza da jazida que,

pelos cálculos do geólogo, está estimado de 3 (três) a 4(quatro) milhões de

toneladas. Essa reserva de minério,tipo hematita, não faz parte da reserva

medida de 22 (vinte e dois) milhões de toneladas com estudo geológico que

atinge 70 (setenta) milhões de toneladas, dentro da área do decreto.



-O britador primário instalado tem capacidade para produzir 400

toneladas/hora. Os dois britadores secundários hoje instalados não suportam

essa produção. Portanto, será necessário investir em mais dois britadores

secundários. Assim, a produção atinge a capacidade plena do britador, ou seja,

400 toneladas/hora. Com dois turno (10 horas cada) é possível produzir 4.000

toneladas/dia ou 100.000 toneladas/mês (25 dias).

-Essa produção pode ser atingida num prazo de 60 dias.

Como a licença

operacional para extração de 1.500.000 (hum milhão e quinhentas mil)

toneladas/ano será liberada nos próximos 90 dias, a mineradora estará dentro

da extração permitida e, ainda, com espaço para aumento.

-O investimento necessário para os equipamentos (dois britadores

secundários), pá carregadeira, escavadeira é de aproximadamente USD

2.000.000 (dois milhões) de dólares americanos.

-O teor do minério varia de 66 a 69,5%, com baixos teores de sílica (abaixo de

2%) e alumínio.

COM A INSTALAÇÃO DA CONCENTRADORA MAGNÉTICA:

-Data prevista para produção: a partir de janeiro de 2012.

-Produção mensal: 40.000 toneladas/mês.

-Custo: USD 7.000.000 (sete milhões) de dólares americanos.

LOGÍSTICA:

-A estrada e rodovia da região suporta escoamento de aproximadamente

150.000 toneladas/mês. Acima dessa quantidade somente com utilização da ferrovia da VALE que,

conforme contrato em vigor, tem interesse em comprar a produção parcial ou total da mineradora. Além, é claro, de já ter manifestado interesse em reativar o ramal ferroviário

Minério extraído

Na quantidade de 800 toneladas/dia. -Essa produção é resultado do material recolhido da limpeza da jazida que,pelos cálculos do geólogo, está estimado de 3 (três) a 4(quatro) milhões de

toneladas. Essa reserva de minério, tipo hematita, não faz parte da reserva medida de 22 (vinte e dois) milhões de toneladas com estudo geológico que atinge 70 (setenta) milhões de toneladas, dentro da área do decreto.

O teor do minério varia de 66 a 69,5%, com baixos teores de sílica (abaixo de 2%) e alumínio.

SDS,

Maiores informação somente mediante carta de intenção de compra .

Mineração brasileira se desintegra à espera da retirada de urgência constitucional

Mineração brasileira se desintegra à espera da retirada de urgência constitucional



Apesar dos esforços de vários Deputados a Presidenta ainda não aprovou a  retirada da urgência constitucional solicitada.
Em outras palavras tudo continua como antes em um Brasil mineral sem rumos,  empregos e sem perspectivas. O Ministro Lobão, que vem prometendo a mesma coisa  incessantemente, repete como um disco quebrado que o PL 5.807 vai ser votado até  o final do ano com ou sem urgência.
 Lobão parece não estar interessado em fazer um código que adicione valor à pequena mineração, criando empregos, distribuindo rendas e riquezas  através de novas descobertas minerais. Um código que represente todos os  mineradores e não apenas as grandes empresas de mineração como  pode ser entendido de sua entrevista ao Estadão. Nos parece que o Ministro quer é aprovar o texto sem  discussões.
Talvez por que não se interesse pelas pequenas mineradoras a quem, ontem, chamou de  aventureiros e especuladores ou por estar insensível aos milhares de  trabalhadores e profissionais que perderam o emprego e até mesmo a sua empresa  pelos atrasos nas concessões minerais desde 2011, talvez por isso os esforços do  Ministro sejam no sentido de aprovar o mais rápido possível, sem debater e sem  ouvir. Afinal como ele mesmo disse em entrevista o texto foi aprovado pelas  grandes e médias só “os aventureiros não gostaram”.
A fala do Ministro enfureceu os mineradores que investem enormes quantias no  Brasil empregando milhares de funcionários e descobrindo inúmeros jazimentos  minerais extremamente valiosos. A lista das descobertas minerais relevantes é  simplesmente enorme e o valor atinge as centenas de bilhões. Tudo isso sem que o  Governo ou os bancos governamentais investissem um centavo. Essas quantias foram  todas investidas pelos "aventureiros e especuladores" que o Sr. Ministro tanto  abomina.
Veja o desabafo de um desses  que nesta  década vem investindo, empregando e descobrindo jazimentos de ouro na Província  do Tapajós:

O desabafo do minerador:
Senhores, eu me sinto ofendido pela afirmação do ministro.
Nos últimos 10 anos, nós os “aventureiros” e “especuladores”, somente na área  de ouro, mudamos o patamar dos seguintes depósitos:

• Tocantinzinho (Tapajós-PA): Zero toneladas para 80 toneladas de ouro contido.
São Jorge (Tapajós-PA): Zero toneladas para 54 toneladas de ouro contido.
• Cuiu-Cuiu (Tapajós-PA): Zero toneladas para 40 toneladas de ouro contido.
• Coringa (Tapajós-PA): Zero toneladas para 28 toneladas de ouro contido.
• Palito (Tapajós-PA): Zero toneladas para 21 toneladas de ouro contido.
Ouro Roxo (Tapajós-PA): Zero toneladas para 20 toneladas de ouro contido.
Boa Vista (Tapajós-PA): Zero toneladas para 10 toneladas de ouro contido.
• Volta Grande (Xingu-PA): 43 toneladas para 224 toneladas de ouro contido.
• Borborema (RN): Zero toneladas para 75 toneladas de ouro contido.
• Mara Rosa (GO): Zero toneladas para 41 toneladas de ouro contido.
• Lavras do Sul (RS): Zero toneladas para 16 toneladas de ouro contido.

Ou seja, falando apenas de ouro e das pequenas empresas,  tocadas por nós, aventureiros e especuladores, o total de recursos nos depósitos  acima (que exceto Volta Grande, eram meras ocorrências), passou de 43 toneladas  para 609 toneladas de ouro contido!!! Um incremento de 1.316% em 10 anos  apenas! A um custo médio de US$ 25 para cada onça de ouro descoberta,  temos que um total de pelo menos 490 milhões de dólares (1,1 bilhão de reais) foram investidos nos últimos 10 anos nos prospectos acima.
O minerador em questão estava tão enfurecido que esqueceu de adicionar à  lista vários outros jazimentos de ouro no Norte, Centro-Oeste, Nordeste, Centro  e Sudeste do Brasil. A lista é bem maior do que ele colocou acima.
Ele também não falou que esses jazimentos de ouro descobertos pelos   “aventureiros” e “especuladores”  irão produzir o equivalente a 62  bilhões de Reais em vendas diretas.
Imagine só o impacto direto e indireto na economia e nos empregos...nada mal  para um grupo de aventureiros.

Mineração: não adianta ter só carne, tem que ter gordura!

Mineração: não adianta ter só carne, tem que ter gordura!




Nos dias  de hoje uma frase como esta será abominada, se dita à uma mulher moderna. Já na  mineração ela faz todo o sentido.
Um  projeto para ser bom e lucrativo tem que ter “gorduras” que serão queimadas ou  extirpadas em momentos de crise e de dificuldades. Os projetos ganhadores são  aqueles com os menores custos operacionais (OPEX) e os menores investimentos  (CAPEX).  
Quando a  coisa é colocada desta forma tudo parece muito simples e até podemos cair na  armadilha e nos perguntar se essa não deveria ser a percepção de todos os  mineradores...
Parece  que a resposta é bem mais complicada e que nem todos os mineradores, grandes ou  pequenos, comungam dessa visão.
sensitivity
O estudo de sensibilidade de Volta Grande é mortal: com o preço da  onça em US$1.200 o retorno é zero

Veja o  recente caso da Belo Sun Mining, junior canadense controlada pela Forbes &  Manhattan. A Belo Sun costuma promover o seu projeto Volta Grande de ouro,  localizado próximo a Ilha da Fazenda às margens do Xingu, como o maior depósito  de ouro do Brasil em desenvolvimento  apresentando recursos  indicados e inferidos acima de 4,7 milhões de onças de ouro. Uma frase grandiloquente que, do ponto de  vista econômico nada diz.
Recentemente a empresa publicou um estudo de viabilidade econômica que mostra  furos de grandes proporções na economicidade do projeto. Volta Grande tem um  custo operacional bastante elevado de US$711.50 por onça de ouro produzida. A situação de Volta Grande está tão  apertada que a empresa só terá retorno econômico enquanto o preço do ouro  estiver acima de US$1200/oz. 
Um desastre anunciado!
Como  investir quase 800 milhões de dólares em um projeto com margens tão apertadas?  Essa é a pergunta que os investidores estão fazendo hoje. A resposta para muitos é simples: não invista e fuja, o mais rápido possível,  procurando investimentos mais seguros, com mais gorduras... Só “carne” ou seja, só reserva de ouro, não é o  suficiente: é preciso bem mais, muito mais, para que um projeto seja econômico.
A  resposta dos investidores, que não são bobos, foi dada através das bolsas de valores:  as ações da Belo Sun estão em queda  livre já tendo atingido 54c na sexta podendo cair muito mais na semana que vem.  Se a Belo Sun não mostrar uma estratégia alternativa o projeto pode virar pó.
Exemplos como este, infelizmente, são muito mais comuns do que parece.  Posso passar dias enumerando os projetos e minas que foram turbinados, muitas vezes "artificialmente" pelos seus proprietários. Se entrarmos no detalhe veremos que em um grande número de casos, esses projetos marginais que ontem  foram propagados e vendidos como "os melhores do mundo"  não passavam de pura pirâmide especulativa.
Os investidores mais afoitos, em busca do ganho fácil, esquecem de fazer o dever de casa e compram ações do especulador fazendo o valor de mercado da empresa crescer, o que atrai mais investidores criando uma bola de neve que só  para quando o mercado percebe que não existiam os pilares de sustentação da história tão profissionalmente vendida.  Mais uma pirâmide é, então, desmontada e quem fica com o mico, sempre, são os investidores afoitos e pouco  profissionais, ávidos pelo ganho fácil.
Quando eles irão ver que nada é fácil neste mundo?

Investidor, é preciso estudar o seu investimento cuidadosamente.  Substitua a ganância por profissionalismo e você será um ganhador. Procure saber quais as razões dos lucros prometidos e se elas são sustentáveis.
Fale com quem entende.
Veja se a empresa e seus projetos tem solidês, se aguentam dias difíceis,  se existem pessoas competentes capazes de levar o projeto ao sucesso e se  existem gorduras...só carne não basta.

Bamburro!

Bamburro!

É isso que Itzhak Ben-David mais quer ouvir. No interior do Brasil, ele procura uma das maiores minas de diamantes do mundo


Bamburro! Esse grito, que no dialeto dos garimpeiros significa encontrar uma grande fortuna, não tem data marcada para ser emitido. Mas, quando soltá-lo, Itzhak Ben-David, 50 anos, estará comemorando um achado de pelo menos 4 bilhões de dólares em diamantes. Ben-David não é um faiscador. Ele não lava o cascalho em prosaicas peneiras. Seu negócio é a mineração que usa máquinas de raio X, satélites e magnetômetros. Com esses e outros instrumentos, Ben-David está procurando por um kimberlito em Juína, cidade 800 quilômetros a norte de Cuiabá. (O primeiro kimberlito foi achado na fazenda Kimberley, na África do Sul, no século passado. Kimberlito deriva desse nome e hoje é sinônimo de mina de diamantes.) Ben-David é o sócio majoritário da Mineração e Comércio de Diamantes Juína, a CDJ. Sua empresa está associada à Diagem International Resource Co., do Canadá, empresa que tem ações cotadas na Bolsa de Vancouver e da qual ele também é acionista. Juntos, Ben-David e a Diagem já investiram 10 milhões de dólares na procura de minas de diamantes no interior do Mato Grosso. É possível que muito mais dinheiro seja colocado no negócio. É possível também que o kimberlito jamais seja encontrado, embora Ben-David descarte essa possibilidade. "Quando acharmos o kimberlito, minha fortuna, que é de algumas dezenas de milhões de dólares, passará a centenas de milhões", diz ele. Por sua origem e modo de viver, Ben-David é uma figura improvável num cenário como o interior do Brasil. Sua história tem início no século 17, quando quatro famílias judias foram da Rússia para a Pérsia, atual Irã. O xá Nader as colocou sob a sua proteção e nomeou um dos chefes familiares ministro das Finanças. Ao longo dos anos, descendentes dos quatro clãs casaram-se entre si e formaram a família Kelati. (Nada a ver com quilate. Kelati designa quem é originário de um antigo povoado do Mediterrâneo.) Hoje há vários Kelatis espalhados pelo mundo: "Tenho cerca de 4 000 primos", diz Ben-David, o quinto de oito irmãos. O pai deles, David, era rico. "Tínhamos até avião particular", diz Ben-David. Durante a Segunda Guerra Mundial, Ben-David e um irmão revendiam pneus Dunlop, um artigo que na época valia ouro. Com o dinheiro, a família comprava proteção. Influenciado por um consultor alemão, David decidiu explorar uma jazida de mica. O consultor era péssimo engenheiro de minas. Mas tinha boa lábia e sempre convencia David a prosseguir na pesquisa. "Só mais 100 metros e a gente acha o veio", dizia. A mica jamais foi encontrada. "De 100 em 100 metros meu pai quebrou. Tivemos de fugir para Israel em 1961", diz Ben-David. "Chegamos sem nenhum tostão." Na escola, em Tel Aviv, Ben-David tornou-se poliglota. (Fala cerca de dez línguas. Mas ainda escorrega nas sutilezas do português. Falando para um homem, diz: "Por que menina estar preocupado com minha dinheiro?") Em Israel, Ben-David, aos 18 anos, montou uma fábrica de suéteres. Um ano depois, ele já faria seu primeiro milhão de dólares. Depois deixaria a fábrica com a família para tentar a sorte em Londres. Já no final dos anos 60, Ben-David receberia uma carta de um tio-avô, dono de uma joalheria na Itália. Dizia que gostaria de se mudar para Israel e propunha uma associação na fábrica de suéteres. Ben-David disse sim, mas impôs a condição de se tornar sócio no negócio de jóias. O tio-avô lhe ensinou tudo sobre as jóias. Hoje a família tem uma rede de lojas em Israel e na Inglaterra, a SBD. Mas Ben-David queria lucros maiores. Aos 28 anos, ele foi arriscar a sorte em Ciudad Bolivar, Venezuela, um cenário de faroeste em pleno século 20. Comprava e vendia pedras preciosas. Ben-David - que não usa cordões de ouro, anéis ou qualquer outra jóia - utilizou com os índios locais a mesma estratégia dos colonizadores portugueses no Brasil. "Eu trocava espelhos por pedras preciosas", diz ele. "Mas havia muitos concorrentes. Eu queria um lugar para dividir com poucos." Foi então que decidiu vir para o Brasil. Chegou em 1982 e foi morar no Rio de Janeiro, onde se meteu num negócio com ouro e ouviu falar de Juína. Alguém o informou que a sul-africana De Beers, maior mineradora de diamantes do mundo, fizera pesquisas no município. "Pensei que se a De Beers rondou a área era porque lá havia diamantes", diz Ben-David. Em 1986 ele se mudou para Juína, onde se tornou uma espécie de lenda. Ben-David é um homem de pequena estatura: cerca de 1,60 metro. Míope, usa óculos de 8 graus. Não faz cirurgia para redução da miopia e nem coloca lentes de contato por nada deste mundo. "Itzhak sem óculos não é Itzhak. É minha marca registrada", diz. Invariavelmente veste calça azul-marinho e camisa de linho branca, compradas em Londres por 15 dólares. Segundo ele, não há peças coloridas em seu guarda-roupa. "Vestir-se assim é prático. Não preciso perder tempo escolhendo roupas ou combinando cores." Fuma desbragadamente. (Segundo ele, isso já lhe custou uma diretoria na Diagem: as restrições ao fumo nos vôos e no Canadá fizeram-no abrir mão do cargo.) E dorme pouco. "Faz 40 anos que durmo apenas 4 horas por dia." Ben-David troca a noite pelo dia devido aos fusos horários dos mais importantes mercados de diamantes do mundo - Israel, Índia, Bélgica e também o de Diagem, na Costa Oeste do Canadá. Por isso, em Juína ele dorme entre as 13 e as 17 horas. (Para matar o tempo e se distrair, Ben-David joga xadrez contra um computador que não repete aberturas, o que torna o jogo mais instigante. E ocupa 2 horas diárias no estudo da Torá.) Outro de seus hábitos é, ao acordar, sentar-se à calçada para degustar um uísque, olhar o pouco movimento de Juína e namorar as moças de Mato Grosso. Uma serviçal mantém o copo sempre cheio. Não de um scotch importado qualquer. Ben-David bebe o legítimo e brasileiríssimo Natu Nobilis. "É o melhor que existe", afirma com convicção. "E não é falsificado. Nunca tenho dor de cabeça com ele." O uísque não é incompatível com seus costumes ortodoxos. Ben-David e o irmão, Amir, formam a comunidade judaica de uma cidade onde não há sinagogas. Os irmãos penam em Juína: não existe um restaurante que possam freqüentar, pois consomem apenas pratos kosher, preparados de acordo com os preceitos judaicos. "A comida dele é trazida de São Paulo", diz Isaías Fonseca, o Shaia, funcionário e braço direito de Ben-David. Amir é casado e sua mulher também vive em Juína. Ben-David é divorciado de uma francesa, com quem teve dois filhos. Por isso sua vida é um bocado reclusa, monótona e solitária. "Houve um ano em que ele atravessou a rua uma só vez", diz Shaia. Foi olhar, da outra calçada, a decoração de Natal do prédio que mandou erigir para abrigar uma escola de lapidação. São três andares e cerca de 5 000 metros quadrados de área. Custou cerca de 10 milhões de dólares. A meta era competir com a Índia na lapidação de pequenos diamantes. Para ensinar os aprendizes, Ben-David gastou 1,5 milhão de dólares em equipamentos e dilapidou uma fortuna em diamantes. "Ninguém aprende sem estragar gemas", diz ele. Deu tudo errado e hoje a construção é um semi-elefante branco. É que, para baratear os custos, Ben-David fez um acordo com o Senai de Mato Grosso. A entidade ficou responsável pelos encargos sociais. Na eleição de 1994, um candidato a deputado estadual, morador de Juína e ligado à Federação das Indústrias do estado, pediu-lhe dinheiro para a campanha. Ben-David não deu. O candidato retaliou e o convênio foi rompido por fax. No mesmo dia a escola de lapidação para 1 200 alunos fechou. "Se pagarem os custos sociais, eu volto a abrir a escola", diz Ben-David. O edifício também é um bunker. Vigiado por câmeras de vídeo, nele estão também os apartamentos de Ben-David e Gustavo Mendonça, 64 anos, sócio da CDJ e braço direito dos irmãos. No de Ben-David o teto da sala é preto. Objetos de culto judaico e tapetes persas compõem a decoração. No quarto, de 30 metros quadrados, as cortinas e a colcha, de cetim, são em tons de vinho. Há um banheiro imenso, cheio de espelhos e com uma enorme banheira. Uma televisão completa o conforto de que Ben-David dispõe naquele fim de mundo. "Morar em Juína é um sacrifício", diz ele. "Faço isso por minha família. Se encontrar o kimberlito, terei dinheiro para cuidar das futuras gerações. Entre os Kelatis, cada membro rico cuida da educação de 20 pobres." (Ninguém é de ferro: uma vez por ano Ben-David se desintoxica num spa. E periodicamente viaja ao Canadá, Israel e Inglaterra.) Tentar achar o kimberlito é o maior risco já assumido por Ben-David. É preciso pesquisar muito, o que leva tempo e custa um dinheirão. O grupo inglês RTZ, um dos maiores do mundo em mineração, investiu alguns milhões de dólares na região. Encontrou 26 kimberlitos, todos inviáveis. Qualquer mina, para ser viável, deve conter um mínimo de 4 bilhões de dólares em diamantes. São necessários 10% disso - 400 milhões de dólares - em investimentos apenas na fase de prospecção. "Nenhum particular, nem mesmo Bill Gates, arriscaria tanto", diz Ben-David. Por isso ele se associou à Diagem, que tem acesso a capitais baratos. Em 1996, a Diagem comprou um total de 11 000 hectares antes pertencentes a duas subsidiárias da De Beers. Ambas foram expulsas pelos garimpeiros. (Já houve 60 000 faiscadores em Juína. Com a queda dos preços dos diamantes, sobraram apenas 500. A cidade tem atualmente 35 000 habitantes. Com 26 350 quilômetros quadrados, Juína é um dos maiores municípios do país. A maioria das terras pertence aos índios da tribo dos Cinta Larga.) Nem com toda a sorte do mundo um garimpeiro acharia um kimberlito. A pesquisa requer dinheiro e sofisticação tecnológica. Um levantamento aerofotográfico localiza os sítios mais favoráveis. No caso, procura-se por pequenos vulcões extintos. Neles são feitos furos de até 250 metros de profundidade. Cada metro perfurado custa 100 dólares. "Dentro dos vulcões estão os kimberlitos", diz o geólogo Paulo Andreazza, funcionário da Diagem. "Um kimberlito é uma rocha. É preciso quebrá-la para achar os diamantes." O problema é que as crateras dos vulcões, fechadas pela erosão acumulada em milhões de anos, estão invisíveis a olho nu. Andreazza foi o responsável por 7 dos 26 kimberlitos descobertos pelo RTZ e por uma mina de ouro em Paracatu, Minas Gerais. Recentemente, ele se transformou em acionista da Diagem. Recebeu 250 000 ações da empresa. Cada uma delas foi lançada a 2,8 dólares canadenses. Hoje, vale cerca de 10 centavos. Para financiar as pesquisas, a Diagem conta com a venda de diamantes de aluvião. De 1996 para cá a empresa comercializou mais de 7 milhões de dólares. O faturamento deve crescer a partir de agora, pois a empresa espera extrair 20 000 quilates por mês em Juína, contra 9 000 em 1997. "Nenhum lugar já produziu tantos diamantes quanto Juína", garante Ben-David. Em média, no mundo, se acha 0,3 quilate por tonelada de cascalho processado. Em Juína, são 2,8 quilates. Quase dez vezes mais. Ben-David, que nos anos 80 chegou a comprar e vender 500 000 quilates por mês, avalia que foram extraídos 10 milhões de quilates no município. "Isso não corresponde nem a um terço do total que a nossa área contém", diz Andreazza. A empresa calcula a existência de pelo menos 35 milhões de quilates de aluvião. Mas as gemas de qualidade são apenas 15% disso. Num cálculo superficial, a reserva valeria pelo menos 300 milhões de dólares. Extrair esses diamantes custa caro. Numa das áreas de pesquisa da Diagem estão instaladas uma "lavanderia" e duas máquinas Sortex. O cascalho da beira e dos leitos dos rios é levado de caminhão até a lavanderia, que custou cerca de 2 milhões de dólares. (Por enquanto sua enorme capacidade produtiva está subaproveitada, pois não processa nem 10% das 100 toneladas diárias de que é capaz. Mesmo assim andou degradando o meio ambiente. A Diagem já se comprometeu a consertar os estragos.) Da lavanderia, o cascalho vai para as Sortex, máquinas que emitem raio X de forma contínua e custam 500 000 dólares. Cerca de 4 000 pedras estão lá. A separação final é feita a olho nu. "Na média, quatro são diamantes. Não fosse assim eles não seriam raros e nem caros", diz Andreazza. Tão grande quanto a longevidade dos diamantes é a esperança de Ben-David em achar o kimberlito. No começo da segunda quinzena de março, suas expectativas foram reforçadas por um acordo firmado pela Diagem e a Rio Tinto, anunciado no Canadá. Pelo acordo, a Diagem investirá numa área de 20 000 hectares em Juína pertencente à Rio Tinto. Do que for encontrado, 40% caberão à Diagem. Os restantes 60% ficarão com a Rio Tinto. "Fizemos o acordo porque a Diagem tem porte suficiente para bancá-lo", diz Elpídio Reis, diretor de exploração da subsidiária brasileira da Rio Tinto. Bend-David diz que vai gastar o que for preciso para encontrar o kimberlito. Ilusão de fortuna? Itzhak Ben-David garante que não repetirá a história de David, seu pai. Por contrato, cabe a ele decidir qual o tamanho dos 100 metros, isto é, o limite dos gastos. É um assunto sobre o qual Ben-David não quer pensar no momento. "Eu tenho certeza de que acabaremos encontrando o kimberlito", diz ele.

Histórias de blefo e bamburro

Histórias de blefo e bamburro




Aonde vai, o garimpeiro Antônio Lopes tem seguidores. Sua capacidade de enxergar ouro à distância é inigualável. Não é à toa que seu apelido é Olho de Gato. Há dez anos vivendo com a mulher Leonice na província aurífera do Tapajós, no Pará, este maranhense 36 anos descobriu recentemente um filão de ouro em meio à Floresta Amazônica. De pá em punho, abriu uma clareira na mata e começou a garimpar sozinho. A notícia rapidamente se espalhou entre os garimpeiros que viviam na corrutela de São Domingos. Todos partiram em retirada seguindo os rastros de Olho de Gato. Em 15 dias, 200 peões disputavam um pedaço de terra com ele. Todos juntos desmataram a área, cavaram um buraco de sete metros de profundidade e começaram a procura. Estava formado um novo garimpo.
Batizado de Fofoca – que na linguagem do garimpeiro quer dizer notícia de descoberta de um ponto de ouro – este é o mais novo garimpo aberto na província aurífera criada em 1984 pelo então ministro das Minas e Energia, César Cals. Em 100 mil quilômetros quadrados estão espalhados 500 pontos de extração ligados pela Transgarimpeira, estrada de 180 quilômetros. Construída pela Caixa Econômica em 1986, a estrada está abandonada e sem manutenção. O abandono é o mesmo relegado ao garimpo. Nem a profissão de garimpeiro é reconhecida.
“Minha equipe e eu trabalhamos 24 horas por dia”, comenta Olho de Gato, no garimpo há duas décadas. Ele já passou por Serra Pelada, Guiana Francesa e Suriname. Rico não ficou, mas conseguiu um certo respeito no seu meio. “Olho de Gato é lerdo de manso”. Com o comentário, o nordestino Rosalino Pereira Serrano quer dizer que o colega é exímio conhecedor de seu ofício. Rosalino não atingiu o mesmo status de Olho de Gato, mas pelo menos já ganhou apelido: Boca Rica. A alcunha não poderia ser mais apropriada. Seis dos seus dentes são cobertos de ouro. “Quando fico blefado, tiro o ouro da boca e troco por dinheiro. Quando bamburro, guardo minha reserva na boca.”
Blefo e bamburro são termos que fazem parte da vida de qualquer garimpeiro. Das histórias contadas no garimpo, muitas são trágicas. É comum ouvir relatos de mortes por queda de avião nas cerca de 320 pistas próximas a Transgarimpeira. E também de roubo de ouro, prostituição, contaminação por mercúrio, reincidência de doenças como febre amarela, malária e hepatite. Mas nem só de tragédia e miséria vive o garimpeiro. Alguns poucos têm a sorte de alcançar a sonhada ascensão social.
“Já cheguei a encontrar uma média de 100 quilos por mês nos anos 80. Durante cinco anos, juntei cinco toneladas”, lembra, saudoso, o goiano Rui Barbosa de Mendonça, 59 anos. Na época, Rui era um dos dez pequenos mineradores mais ricos da região; hoje, pode se considerar, no máximo, um membro da classe média. Rui chegou a contratar dois mil garimpeiros e comprou seis aviões e um helicóptero. Independentemente de onde venham, eles têm uma característica em comum: quando bamburram, só pensam em gastar. Essa necessidade tem sua explicação. O garimpeiro fica meses trancado no mato e quando consegue algum dinheiro, corre para a cidade. Chega sem noção de preços. No garimpo, até o sexo é pago em pepitas.
Um garimpeiro mais extravagante chegou ao extremo de fazer um rabo com notas de dinheiro para passear pela cidade e ostentar a fortuna recém-adquirida. Quem presenciou a cena lembra que Chico Índio passava os dias desfilando e, de vez em quando, olhava para trás e exclamava: “Passei a vida inteira atrás de você, agora é você que vai me seguir.” Duas semanas depois, Chico morreu num acidente de carro.“Os garimpeiros estão ficando mais ordeiros. A oferta de ouro diminuiu e eles são obrigados a conter a ânsia de gastar”, avalia a vice-presidente da Associação dos Mineradores de Ouro do Tapajós, Célia Araújo Serique. A escassez do ouro na região preocupa os principais compradores do metal. A produção de Itaituba declarada entre janeiro e setembro foi de 2,16 toneladas, muito longe das 10,4 toneladas anuais produzidas no início da década.