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Será, finalmente, a recuperação do ouro?
Após um ano de quedas o ouro começa uma inflexão que
pode ser o prenúncio de uma subida maior e contínua (veja o gráfico de
30 dias). Será possível que estejamos no momento da virada da mesa?
Como sempre tudo o que se fala sobre o futuro não passa de mera
especulação. Infelizmente ainda não temos a bola de cristal e, portanto,
não iremos tentar prever o imprevisível. Mas, é possível ler nas
entrelinhas do mercado e “sentir” as tendências. São essas tendências
que irão ditar o futuro de forma irreversível.
Aqui no Portal do Geólogo é o que fazemos: focar nos pontos fundamentais que são a causa das quedas e das subidas.
Um ponto importantíssimo, que não deve ser deixado de fora da equação é,
como sempre, a China. Os chineses não só criam as tendências como às
tornam realidade. E por isso ser uma verdade queremos dividir contigo
uma informação vital nesta equação: a China está dobrando a sua reserva
oficial de ouro! Em 2009 as reservas chinesas eram de 1.054 toneladas e
hoje já atingiram 2.170 toneladas, segundo Jeffrey Nichols o Diretor do
American Precious Metals Advisors. O Governo Chinês, que não reporta
desde 2009, se mantém calado.
Somente em 2013, a China que é a maior compradora de ouro do mundo, tendo superado a Índia, comprou 622 toneladas de ouro.
Isso nos faz perguntar: por que os chineses estão calados enquanto
realizam imensas compras de ouro? A resposta é simples. Eles estão
comprando barato em um momento que o ouro tem a maior queda em décadas.
Neste caso, cutucar o leão com vara curta, ou em outras palavras,
informar ao mercado que a China teve um aumento dramático de suas
reservas de ouro, só pode fazer somente uma coisa: uma rápida subida no
preço do ouro e isso não deve interessar aos compradores no momento.
Você não concorda?
Talvez os chineses ainda não querem que essa subida ocorra. Afinal eles
são os maiores consumidores e compradores do metal do planeta o que
significa que, em algum momento, muito próximo, a queda será revertida e
o ouro voltará a brilhar. Ninguém compra tanto, de forma sub-reptícia,
sem ter um único objetivo: o aumento dos preços e a adição de riquezas. É
isso que os chineses estão fazendo.
Pense nisso e se posicione!
O uso de plantas de cracking na produção de terras-raras faz Molycorp aumentar produção
A Molycorp é a dona da Mountain Pass, uma mina a céu aberto na
Califórnia que já foi a maior produtora de terras-raras do mundo.
Trata-se de um carbonatito com 8% de óxidos de terras-raras,
principalmente na forma de bastnesita. A bastnesita era separada por
flotação e o concentrado sofria calcinação e lixiviação ácida que gera
um concentrado de cério. Os demais elementos eram concentrados através
de processos químicos e de extração por solventes.
Esses métodos, usados pela Molycorp, tem uma recuperação bastante baixa o
que obrigou a empresa a implantar uma planta de cracking onde o minério
é processado em vários estágios de extração química que aumentará a
recuperação para 90% e reduz os custos operacionais. A primeira planta
de cracking entrou em produção no mês passado e os resultados indicam um
forte crescimento da produção de Mountain Pass. Em função da nova
planta a empresa deverá produzir 23.000t de óxidos de terras-raras em
2014. Quase 50% dessa produção será de óxido de cério que não tem a
mesma importância econômica dos demais elementos do Grupo das
Terras-Raras. Isso obriga a Molycorp a desenvolver tecnologias e novos
usos para o elemento.
A importância da mineração no Canadá
Quando se fala da mineração existe uma tendência de relacioná-la a problemas e não ao crescimento da qualidade de vida.
Isso não é uma verdade. A mineração é uma peça fundamental no crescimento econômico de muitos países, inclusive, o Brasil.
O Canadá, por exemplo, é um dos melhores países do mundo quando o
assunto é qualidade de vida e a distribuição de renda. Com apenas 35
milhões de habitantes e uma área 16% maior do que a do Brasil e um PIB
de 1,5 trilhão de dólares, ele tem a mineração como um dos seus
principais pilares de sustentação.
Até pouco tempo atrás não se sabia a verdadeira dimensão da mineração no
Canadá até que a Associação dos Mineradores Canadense produziu um
relatório que desvenda a relação da mineração com os vários segmentos da
economia. A mineração está totalmente interligada com as indústrias
canadenses sendo peça fundamental na economia do país.
Veja abaixo alguns pontos que comprovam a importância da mineração no Canadá:
- 1 em 41 Canadenses é empregado pela mineração ou empresa ligada à mineração
-a mineração contribui com $61 bilhões de dólares para o PIB Canadense.
Quarenta por cento desse valor vem das junior companies.
-mais de 20% das exportações canadenses vem da mineração
-um empregado da mineração recebe um salário médio de R$3.800,00 por semana. Salário maior do que a maioria dos outros setores.
-A Bolsa de Toronto que praticamente é controlada pela mineração, fez 70% do dos financiamentos e IPOs do mundo em 2012
Esses fatos mostram, de forma indubitável, a enorme importância da mineração e das junior companies no Canadá.
No futuro imediato estima-se que será a mineração uma das maiores
responsáveis pelo emprego de novos funcionários e pelo crescimento da
infraestrutura canadense.
Diamantes: Braúna recebe licença prévia
O kimberlito Braúna é um dos 22 corpos kimberlíticos descoberto pela De
Beers na Bahia. Eles são hipoabissais do tipo 2 com flogopita de idade
Proterozóica. A história mostra que esses kimberlitos passaram por
várias empresas, que pouco fizeram para coloca-los em produção. A última
a abandonar a área foi a Vaaldiam Resources.
Somente agora a Lipari Mineração está em vias de colocar em produção o
Braúna 03 o maior dos 22 encontrados. A Lipari será a primeira
mineradora de diamantes em rocha primária do Brasil e da América do Sul.
Segundo os estudos o B3 tem 1.781.706 quilates de recursos indicados e
926.401 quilates inferidos. A empresa planeja produzir a partir de 2015,
em mina a céu aberto, uma média de 225.000 quilates por ano.
No dia 25 a Lipari recebeu a LP, licença prévia que é a aprovação do
estudo de impacto ambiental EIA/RIMA. A mina terá uma vida útil de 7
anos.
Mergulhada em dívidas Petrobras vê sua imagem deteriorar
A situação da Petrobras é complicada. Com seu valor de
mercado em queda constante nos últimos meses, sem ter como recuperar as
perdas e mergulhada na maior dívida do mundo de mais de meio trilhão de reais ,
a empresa tenta se equilibrar em uma corda bamba impossível. Some-se a
esse cenário um ano eleitoral onde o Governo não deve optar por um
reajuste real da gasolina e veremos que as chances da petroleira
reverter essa fase horrível se tornam ainda menores.
Conforme a boa e velha lei de Murphy, quando não pode piorar aí mesmo
que piora, o mais recente problema surgiu com a declaração da
Halliburton de que a Petrobras não conseguirá atingir as suas metas de
perfurações para compensar as perdas decorrentes do combustível
subsidiado.
Esta declaração atingiu o mercado que, em rápida resposta, vendeu mais ações o que desvalorizou mais ainda a Petrobras.
Será um bom momento para comprar? Ou o melhor é vender e partir para um ativo menos complicado?
Alguns bancos, como o Merril Lynch, já estão comprando grandes lotes de
Petrobras acreditando que o fundo do poço esteja perto. Outros, no
entanto, acreditam que o buraco é bem mais embaixo. Esses preconizam que
o dólar pode subir acima de R$2,60 o que seria um verdadeiro desastre
para a Petrobras que continua importando, cada vez mais, petróleo.
O que se vê é um caso clássico de lógica circular onde a Petrobras não
investe mais por não ter dinheiro e não tem dinheiro por não ter
investido mais, ficando a mercê de uma política governamental demagógica
e ao sabor dos movimentos especulativos da bolsa.
Sabemos que em momento de crise o dinheiro anda escasso e guardado a
sete chaves em investimentos de pouco risco. Apesar dos riscos inerentes
à bolsa achamos que é hora de sair da casca e, para variar, ganhar um
retorno positivo nos próximos dias. Veja o que nós acreditamos que pode
ocorrer. Ou melhor, por que eu estou colocando minhas fichas na Vale.
Nos últimos meses a Vale vendeu ativos, cortou custos, demitiu, fechou,
pagou dívidas, mudou estratégias, fez tudo certo e...nada aconteceu. As
suas ações despencam desde novembro do ano passado. Eu sei que você vai
argumentar e tentar explicar o motivo desta queda. Mas, a verdade é que
o motivo não é técnico, mas sim humano.
A mesma situação aconteceu com as suas grande rivais, BHP Billiton e Rio
Tinto, mas, com elas o mercado reagiu de forma menos emocional e essas
empresas mostram um desempenho muito superior ao da Vale neste período.
O mercado é assim mesmo. É emocional. O efeito manada é, frequentemente,
mais importantes do que o hard data, do que os números frios. Se o
mercado fosse controlado por computadores, prevê-lo seria a coisa mais
fácil do mundo. Basta olhar as tendências e os balanços e, voilà: o
lucro seria certo. Mas não é assim que as coisas andam.
Ocorre, que quando o comprador e vendedor são seres humanos, outros
parâmetros entram em jogo e, então, a previsão vira uma coisa do outro
mundo. Até um gato consegue prever melhor do que os experts, como vimos
em matéria publicada aqui no Portal do Geólogo. A complexidade é tamanha
que torna a previsão da bolsa, na maioria dos momentos, um exercício
aleatório. Existem, literalmente, milhares de trabalhos científicos e
até prêmio Nobel calcados em algoritmos e gráficos que nos ajudam a
prever o desempenho de uma ação no futuro. Os matemáticos usam
probabilidades, a teoria do caos, os efeitos bullwipp, efeitos borboleta
e muitos outros. Tudo fica fácil quando a explicação é o passado. Mas
prever o futuro é para poucos, muito poucos. Mesmo assim existem
momentos em que tudo conspira para um único resultado.
É o caso da Vale. Ela tem que subir e subir nos próximos dias.
A ação da Vale está valendo hoje $26,68: um preço irresistível. É claro que ela pode ainda cair, mas não vai cair muito mais.
Tudo leva a crer que veremos o efeito W acontecendo em poucos dias. Ou
seja, prepare-se para uma subida rápida e persistente que deve ocorrer
já nas próximas duas semanas. Essa subida irá reverter as quedas dos
últimos meses. Ou seja, vai dar para ganhar algum dinheiro com a Vale. Por que acreditamos nisso? Vamos recapitular:
-Preço da ação muito baixo, empresa sólida e fazendo o dever de casa, o
mundo em crescimento com as grandes potências, todas, recuperando-se da
prolongada crise. Em cima dessa argumentação coloque a China, que está
investindo maciçamente em urbanização e deve continuar comprando minério
de ferro como em 2013. Essa conjuntura deve manter os preços do minério
de ferro dentro de um patamar estável o que vai viabilizar a maioria
dos grandes investimentos que estão sendo feitos hoje.
Não é a toa que vemos com muito otimismo o futuro do minério de ferro
nos próximos anos e com ele o futuro da Vale, que está colocando a Serra
Sul e suas 90 milhões de toneladas adicionais de minério de ferro no
mercado por ano. Tudo isso com um dos menores custos operacionais por
tonelada do mundo. Acredite, quando o assunto é ferro a Vale é um
animal! Essas vendas adicionais irão causar uma enorme alavancagem
nas finanças da empresa. Mesmo com o níquel e Simandou a perigo a
mineradora vai decolar em 2014. Se você não é avesso a risco está aí uma
boa aposta para 2014.
Portanto, prepare-se para mais um rally. Aperte o cinto, sucessos e bons lucros.
Há 30 anos o Tapajós foi assombrado por notícias sobre uma possível contaminação
por mercúrio. Na época muito se falou e o nome Minamata era uma constante. O
desastre da Baia de Minamata foi causado por contaminação de mercúrio orgânico,
a partir de indústrias que lançaram líquidos contaminados no mar. Foi o
metilmercúrio, assimilado pelos peixes que envenenou e matou centenas de
pescadores.
A quase histeria coletiva da época, no Brasil, se devia, inicialmente, a
elevados índices de concentração de mercúrio obtidos em análises químicas de
sedimentos do Tapajós.
Posteriormente ficamos sabendo que muitas interpretações estavam calcadas em
erros laboratoriais. O mercúrio analisado era o mercúrio total (metálico somado ao orgânico somado
ao mercúrio inorgânico). Ora, todo o bom entendedor sabe que uma geologia como a
do Tapajós deve ter uma quantidade natural de mercúrio inorgânico, que não é
venenoso, e ocorre em rochas associadas ao ouro. Em certos locais esse mercúrio
pode atingir concentrações elevadíssimas de vários ppm, que se fossem de
mercúrio orgânico poderiam, realmente, causar uma outra Minamata.
Consequentemente, qualquer estudo a ser considerado deve ser focado no mercúrio
danoso, o metilmercúrio que deve ser discriminado nas análises efetuadas.
A contaminação pelo mercúrio ocorre quando os garimpeiros perdem o mercúrio
metálico usado na recuperação do ouro dos garimpos. Parte do mercúrio é
vaporizado quando o garimpeiro tenta concentrar o ouro a partir do amálgama (veja as fotos).
Acredito que foi esse vapor de mercúrio o principal agente contaminador em toda
a região do Tapajós.
O vapor de mercúrio foi espalhado pelo vento sendo aspirado por praticamente todos que estavam
nas proximidades, ou seja: a maioria das centenas de milhares, talvez milhões de
garimpeiros e demais habitantes do Tapajós desde a descoberta do ouro em 1958.
No início Santarém foi o principal centro do ouro e da contaminação por vapor.
Depois, gradativamente Santarém foi substituída por Itaituba que se tornou o
polo comprador e fundidor de ouro de todo o Tapajós. Bem mais tarde as cidades
do norte do Mato Grosso passaram também a ter o ar poluído pela queima do ouro
amalgamado nos garimpos. No
garimpo o mercúrio metálico vaporizado é, eventualmente precipitado e arrastado para as drenagens
onde pode ser
transformado em mercúrio orgânico, solúvel, e, então ser assimilado por peixes que
irão contaminar as pessoas que os consumirem. O mesmo ocorre com o mercúrio
perdido na lavra do ouro em processos obsoletos de garimpagem.
Esses peixes podem levar a
contaminação a distâncias consideráveis dos centros garimpeiros e devem ser
adequadamente estudados para que tenhamos a correta extensão do fato.
Estudos sobre os níveis de mercúrio em peixes da bacia do Tapajós, que foram
conduzidos na década de 90 mostraram que, nas regiões próximas aos garimpos, os
peixes tinham uma concentração elevada do metal. Em alguns casos peixes
coletados a centenas de quilômetros também se mostraram anômalos para mercúrio.
É importante lembrar que praticamente toda a população do Tapajós
já foi
exposta, várias vezes na sua vida, aos vapores de mercúrio derivados da queima
do ouro em garimpos, nas vilas e nas grandes cidades da região como Itaituba e
Santarém.
Quem não se lembra do cheiro característico da queima do ouro?
Se esse for o seu caso, como é o meu, tenha certeza que você sofreu algum grau
de contaminação por vapor de mercúrio no passado.
Em vilas e cidades como Itaituba e Santarém onde toneladas e toneladas de ouro
amalgamado foram compradas, processadas, queimadas e fundidas em centenas de lojas de compra e
laboratórios clandestinos é de se esperar que uma boa parte da população, que
vivia ou ainda vive nas proximidades, foi ou está sendo contaminada pelos vapores de mercúrio. Itaituba, por
exemplo, tinha inúmeras compras de ouro espalhadas pelo centro e subúrbios onde os maçaricos
jamais paravam de queimar o ouro amalgamado despejando toneladas de mercúrio
vaporizado no ar da cidade. Sem perceber milhares de pessoas foram contaminadas.
Quantas vezes foram feitas inspeções por agentes da saúde especializados no
assunto nestas lojas e fundidoras? Será que elas não continuam despejando o
vapor tóxico no ar da cidade?
Acima Uma fundição de ouro dentro de um bairro
residencial de Itaituba. Muitas dessas estiveram funcionando por décadas
sem o mínimo de controle.
Essa contaminação pode ser constatada em análises das unhas, cabelos e sangue. O
mercúrio ficará com a pessoa até a sua morte. Ou seja: não adianta tentar
interpretar a contaminação do meio ambiente pelo mercúrio contido nas pessoas
pois essas podem ter sido contaminadas a milhares de quilômetros de ondem vivem.
Se quisermos entender o risco das pessoas e do meio ambiente o caminho
é analisar os peixes pois esses serão os vetores da contaminação. Dizer que um
cidadão de Itaituba ou Santarém com mercúrio elevado nos fios de cabelo é
decorrente de uma contaminação por peixes é, muito provavelmente, uma afirmativa errada.
Os novos estudos, se existirem, devem ser focados nos peixes da região pois serão
esses que irão mostrar o nível de poluição que está afetando o habitante do
Tapajós hoje.
A boa notícia é que, nos últimos anos, muito se fez para evitar a contaminação do mercúrio. Capelas
foram instaladas em quase todas as compras de ouro e garimpos o que reduz
significativamente a contaminação. A maioria dos garimpos de balsas foi banida
dos grandes rios e houve, também, uma retração dos demais garimpos de ouro na
região com as quedas dos preços do metal. Esses fatos, em conjunto com a maior
conscientização dos garimpeiros, que hoje estão mais protegidos, devem ter
contribuído para uma queda significativa na contaminação regional.
Na semana passada, um grupo de cidadãos do Tapajós encaminhou uma petição ao
Governador do Pará para iniciar mais uma pesquisa que possa comprovar o real
risco de contaminação que eles estão sendo submetidos.
Essa pesquisa, no nosso entender, deveria ser feita sistematicamente nos
pescados que alimentam Itaituba e Santarém e outras vilas importantes da região,
sem nenhuma interrupção enquanto existirem os garimpos de ouro, com os
resultados sendo constantemente divulgados em um site apropriado. Isso deve ser
um trabalho de monitoramento feito pela saúde pública.
Da mesma forma deve ser monitorado, constantemente, as instalações de compra e
fundição de ouro em todas as regiões com ênfase nas áreas urbanas e populosas
como Itaituba e Santarém pois elas, provavelmente, serão os principais vetores
da contaminação dos cidadãos hoje. esses estudos devem ser expandidos para todas
as regiões produtoras de ouro do Brasil.
A doença DE Minamata é causada pelo envenenamento pelo mercúrio e pode
ser muito perigosa levando à morte. Em alguns casos a doença demora
décadas para se manifestar.
Os principais sintomas da doença de Minamata são:
-falta de coordenação muscular
-problemas ao andar
-problemas na visão
-problemas auditivos
-tremores
-fraqueza muscular
-movimento não intencional dos olhos
Busca por vida abaixo da capa de gelo na Antártica é paralisada
Os glaciologistas da Antártica tiveram, neste final de ano, uma péssima
notícia. O projeto de sondagem em andamento no lago subglacial Ellsworth
foi paralisado graças a problemas na sondagem. A tecnologia de sondagem
utilizada, que usa água quente para penetrar no gelo, não permitiu
atravessar a espessa camada de gelo que capeia o lago subglacial.
Acredita-se que demorará anos até que eles tenham um equipamento capaz
de atravessar o gelo e coletar as amostras de água do lago.
O Lago Ellsworth é um dos muitos lagos totalmente cobertos por gelo, que
estão isolados a milhões de anos da superfície. Os geólogos e
cientistas acreditam que eles devem abrigar formas de vida ainda
desconhecidas do homem. O projeto foi planejado por uma década e custou
12 milhões de dólares e, agora, teve que ser paralisado para desgraça
dos pesquisadores. Durante a fase inicial foram feitos estudos de radar
que mostram um lago de 15km com 156m de profundidade coberto por uma
camada de gelo de 3.000m de espessura.
Mas nem tudo está perdido.
Em 2012, cientistas russos conseguiram sondar e amostrar a água do Lago
Vostok, também coberto pelo gelo, usando uma sonda a querosene. No
entanto, as amostras foram contaminadas por bactérias superficiais e os
estudos feitos pela equipe russa estão sendo contestados e desmerecidos
por cientistas ocidentais. Ocorre que nem tudo recuperado pela sondagem
foi de vida microbiana e, com certeza, os seres multicelulares não foram
introduzidos por contaminação.
O Lago Vostok, (veja o diagrama) que foi selado pelo gelo a 15 milhões
de anos, se mantém líquido por atividade geotérmica na sua porção mais
profunda. As amostras coletadas durante a sondagem mostram vários
organismos, que ainda estão sendo estudados, como fungos, bactérias,
artrópodes, pulgas dágua e moluscos. Os cientistas russos acreditam que
ainda existem peixes vivos no lago coberto por 3.700m de gelo. Diagrama por: Shtarkman et al.
Será que a Coréia do Norte vai virar, de cabeça para baixo, o mercado mundial de terras-raras?
As notícias vindas de Jongjiu na Coréia do Norte estão
deixando muitos americanos de cabelo em pé. Os Estados Unidos precisam
das terras-raras para a sua indústria bélica, seus smartfones, TVs,
mísseis, imãs de alta performance, catalizadores e para se manter a
frente da tecnologia mundial.
A descoberta de o que está sendo chamado de o maior jazimento de
terras-raras do mundo com um potencial de 6 bilhões de toneladas ou de
65 trilhões de dólares de valor pode mudar completamente o cenário das
TR do mundo. Se esse depósito for confirmado ele terá seis vezes mais
terras-raras do que a China que já controla 95% da produção e das
reservas mundiais.
A empresa das Ilhas Virgens a SRE Minerals Limited tem uma joint venture
com o Governo da Coréia do Norte para a exploração dessas terras-raras.
No momento ainda não foram feitos os estudos definitivos de cálculos de
reservas que certifiquem o tamanho real dos depósitos. Portanto os
números falados ainda são especulativos mas tudo leva a crer que os
jazimentos de Jongju sejam fora de escala. O que a SER Minerals publica é
que o alvo tem um potencial para 6,02 bilhões de toneladas de minério
com 216,2 milhões de toneladas contidas de TREO (total de óxidos de
terras-raras) conforme abaixo:
-664.9 Mt @ >9.00% TREO,
-634.0 Mt @ >5.70 ≤ 9.00% TREO,
-2.077 Bt @ >3.97 ≤ 5.70% TREO,
-340.4 Mt @ >1.35 ≤ 3.97% TREO,
-2.339 Bt @ ≤1.35% TREO
Um jazimento dessa proporção ainda não havia nem sido sonhado.
Em abril de 2014 começam os 96.000m de sondagem que serão seguidos por
mais 120.000m da fase 2 que irão criar uma certificação no padrão Jorc,
aceito internacionalmente. O interessante é que ainda existem vários
outros alvos que poderão aumentar ainda mais os recursos coreanos.
Se esse jazimento for confirmado e entrar em produção é possível que a
China seja fortalecida nessa equação. Afinal a China é o único país a
sustentar, auxiliar e proteger a Coréia do Norte nos últimas décadas.
Além disso é a China que detém a tecnologia e o mercado mundial das TR o
que a Coréia do Norte, um país pobre e de baixa tecnologia, está longe
de ter.
É complexa a situação da SER Minerals que ficará pressionada entre a
Coreia do Norte e a China. Possivelmente a SRE Minerals Limited e a
Pacific Century serão engolidas pelas estratégias políticas que irão
ditar todos os passos do projeto à distribuição das TR em Jongju.
A empresa tem a concessão por 25 anos e poderá colocar uma refinaria como parte do negócio.
Aço e o Japão: houve uma época...
Houve uma época que o Japão era um dos maiores produtores de aço do
mundo e que o Brasil era o seu maior fornecedor. Foi nessa época que a
Vale se estabeleceu como uma grande mineradora e exportadora de minério
de ferro.
Essa época passou e hoje, para comparação, a China produziu em 2013,
nada mais nada menos do que, sete vezes mais aço do que o Japão. Em 2013
o mundo todo produziu 1,6 bilhões de toneladas de aço e a China, a
maior produtora, foi responsável por 48% desse montante. Foram 780
milhões de toneladas de aço produzidos em 2013, 7,2% acima da produção
de 2012.
Números maiúsculos que mostram que a revolução chinesa continua em andamento.
O Chairman da Sumitomo Metal Corp Shoji Muneoka diz que a China está
aumentando a sua produção acima da demanda mundial. Enquanto isso o
Japão está paralisado em 100 milhões de toneladas de aço nos últimos 20
anos uma evidente prova de que a economia japonesa já estabilizou.
Mas nem tudo está perdido na indústria do aço japonês. Apesar de uma
produção equivalente a 7% do mercado mundial o aço japonês tem vantagens
competitivas pela qualidade e por produtos com grande valor agregado.
Essa diferença compensa, parcialmente, o não crescimento da indústria.
Os japoneses encontraram nichos onde eles tem pouca competição. Eles
estão concentrando em placas de ferro especiais para a indústria
automobilística e criando novas plantas na Tailândia e México, além de
expandir algumas plantas antigas como a Yawata Works no Japão. É devido a
essa vantagem competitiva, dentro de um nicho de mercado, que os
japoneses acreditam estar livres da competição das siderúrgicas chinesas
nos próximos 5 anos, afirma o Presidente da Kobe Steel Hiroya Kawasaki.
Nós achamos que o Sr. Kawasaki está um pouco otimista demais quando o
assunto é aço e China. Os chineses já mostraram inúmeras vezes, que
eles, quando querem, podem mudar e quebrar todos os paradigmas. Vamos
aguardar. Foto: wudli
First Quantum vai investir US$6,4 bilhões no Cobre Panamá
O Projeto Cobre Panamá, um enorme cobre pórfiro, localizado a 120 km de
Panama City, tem um total de 4,2 bilhões de toneladas com 0,35% Cu, e
traços de ouro, prata e molibdênio. Trata-se de um corpo granodiorítico
afetado por um stockwork e intensa alteração hidrotermal. A zona de
alteração afeta o granodiorito e as encaixantes vulcânicas formando um
corpo de 9.000m x 4.500m.
A canadense First Quantum, que comprou em 2013 o controle do Projeto
Cobre Panamá da Inmet Mining, informa seus planos de investir um CAPEX
de US$6,4 bilhões. O mina deverá ter uma capacidade de 70 milhões de
toneladas por ano nos primeiros dez anos passando para 100 milhões de
toneladas até o final da vida útil, em 2050.
A empresa está investindo em outros 4 projetos de cobre, níquel, ouro,
zinco e PGM em locais distintos como a Zâmbia, Peru e Panamá.
Petra Diamonds recupera diamante azul raro
A mineradora Petra Diamonds recuperou em sua mina de Cullinan na África
do Sul um raro diamante azul de 29,6 quilates. Espera-se que os preços
deste diamante lapidado irá valer em torno de 3 milhões de dólares o
quilate. A mina de Cullinan lavra o kimberlito de Premier que é
conhecido por ter produzido o mais famoso diamante do mundo Cullinan.
Este diamante, também azul, foi descoberto em 1905 e tinha 3.106
quilates. Hoje, lapidado, o Cullinan está em Londres na Coroa Inglesa. A
mina já produziu outros diamantes importantes como a Estrela de
Josephine que foi vendido por 9,49 milhões de dólares em 2008.
Indonésia sob pressão
Depois de a Indonésia banir as exportações de minério bruto todos
acreditavam que os concentrados estariam livres para serem exportados, o
que não iria penalizar tanto o país. No entanto, novas taxas sobre a
exportação de concentrados paralisaram, também, a exportação destes.
Desde que as novas regras foram anunciadas, ninguém exportou um quilo de
concentrado, o que coloca em enorme risco as metas do Governo
Indonésio. A mineração é uma das principais fontes de renda da Indonésia
e os concentrados de cobre exportados pela Freeport-McMoran e Newmont
são os mais importantes da pauta de exportação.
O aumento progressivo dos impostos sobre a exportação fez as mineradoras
pararem de exportar e sentar na mesa de negociação com os
representantes do Governo. As novas regras levam em conta os teores dos
concentrados de cobre, ferro, zinco, manganês, ilmenita e chumbo, que
devem ser certificados e taxados diferentemente. As taxas são elevadas e
proibitivas dizem os mineradores.
No caso dos minérios brutos, como o minério de níquel laterítico (foto) e
a bauxita, produtos importantes na cesta dos exportados, não haverá
nenhuma solução intermediária. As minas serão fechadas até que sejam
implantadas plantas de concentração. Neste período, que pode levar
vários anos, o país não irá arrecadar e o desemprego irá aumentar.
Em breve, quando a poeira baixar, e o país contabilizar enormes
prejuízos, é possível que essas novas regras sejam revistas e que uma
solução intermediária seja encontrada.
O misterioso caso da Gold Stone Mining
Nesta terça-feira, dia 14, um press release informou
ao mundo que uma mineradora chinesa, a Gold Stone Mining, estava
lançando um hostile takeover sobre a Allied Nevada Gold Corp. Neste
caso, a Gold Stone Mining estaria investindo 780 milhões de dólares na
compra de uma empresa que tem o valor de mercado de 500 milhões, o que
iria alavancar as ações da Nevada, a empresa alvo. E foi exatamente isso
que aconteceu, a Nevada subiu no primeiro dia 7% e continuou subindo
até hoje, mais de 60%, graças a Gold Stone a aos analistas que colocaram
a ação da Nevada como buy.
A Gold Stone Mining, segundo o que se falava, era uma grande mineradora
chinesa, registrada em Hong Kong, que tinha 3 minas de ouro na China e
que valia 15 bilhões de dólares.
Após a subida imediata das ações da Nevada o mercado recebeu um outro
press release dizendo que a Gold Stone Mining pedia desculpas mas a
notícia da aquisição hostil tinha sido feita em erro sem um
aconselhamento adequado.
Neste momento, muitos investidores sentindo o cheiro de tramoia,
começaram a pesquisar sobre a misteriosa empresa de mineração. As
notícias foram perturbadoras: ninguém sabia nada sobre a Gold Stone. A
conclusão óbvia é de que um ou mais acionistas da Nevada falsificaram o
press release e alavancaram uma alta artificial. Essa teoria ainda não
foi provada.
Apesar de tudo muitos ainda acreditam que por trás dessa história, que
nos cheira muito mal, existe um fundo de verdade e, até hoje, as ações
da Nevada, que tentou se eximir do imbróglio em carta aberta para a Gold
Stone, continuam subindo como no gráfico ao lado. Ontem ela fechou em
$5,29, uma alta de sessenta por cento em 1 mês...
Terras-raras: Estados Unidos tenta, mas ainda não consegue reduzir a dependência da China
Apesar de ser uma questão estratégica e de grande importância, a
produção americana de Terras-Raras não cresce na velocidade que o país
quer. Muito pelo contrário, todas as grandes descobertas estão
acontecendo na China ou, agora, na Coréia do Norte, uma inimiga
declarada dos EUA.
Quem controla as TR também controla os metais que são os pilares da
indústria de alta tecnologia que permite a revolução dos celulares, das
TVs, dos armamentos ultramodernos, dos jatos de alta performance,
catalizadores, lasers, sistemas de controle de mísseis, satélites,
comunicação e dos imãs de terras-raras, fundamentais em várias
indústrias inclusive na mineração. Para um país como os EUA ser
totalmente dependente de TR produzidas pela China e Coréia do Norte é um
risco simplesmente enorme que deve ser evitado de qualquer forma. Uma
possível solução para essa vulnerabilidade pode vir de um novo jazimento
descoberto nos EUA que contém 5 dos TR mais críticos como o európio,
neodímio, itérbio, praseodímio e o disprósio. Esse depósito chama-se
Bear Lodge, que, para ser realmente importante terá que produzir,
também, o ítrio entre os seus principais subprodutos.
Enquanto isso, do outro lado do mundo os chineses continuam,
inexoravelmente, controlando tudo quando o assunto é terras-raras. Em
2013 as exportações aumentaram 38,3%. O país exportou nada menos do que
22.493t de TR. Segundo um relatório interno dos Estados Unidos, em 2010 a
demanda mundial para os terras-raras era de 136.100 com uma produção
mundial de 136.600t. Prevê-se que a demanda cresça, em 2015, para
210.000t.
E o Brasil? Podemos entrar nesse jogo e ter uma produção importante?
Nós temos a geologia favorável e as Terras raras no Brasil vem sendo
faladas e propagadas por muitas décadas. Nas décadas de 60-70 foram as
areias monazíticas que fizeram manchetes. O Brasil até teve uma
produção modesta de TR provinda das monazitas de aluviões marinhos.
Posteriormente os grandes complexos carbonatíticos de Araxá, Catalão,
Poços de Caldas, Mato Preto, Salitre e vários outros existentes
principalmente em Minas e Goiás foram identificados como possíveis
fontes de TR. Todos com grandes quantidades de TR. Na Amazônia,
permanece o Complexo de Seis Lagos totalmente abandonado apesar de
enormes reservas de nióbio e terras raras. Aluviões marinhos ou até
mesmo fluviais como os de Pitinga que tem cassiterita e xenotima também
podem fornecer quantidades expressivas de TR.
Como se vê bem sabemos onde estão as nossas TR, mas, em nenhum caso,
temos uma mina onde as TR são o principal produto. Em alguns casos como
em Catalão os teores de TR são elevadíssimos atingindo 10%. Apesar de
depósitos grandes e ricos mesmo assim as nossas terras raras continuam
no chão a espera de investimentos, tecnologia e de vontade política.
Até quando?
Há 'potencial para produzir uma pedra polida de grande valor', diz o grupo. Petra Diamonds diz que diamantes azuis são os mais cobiçados.
Diamante azul foi encontrado em mina na África do Sul. (Foto: AFP PHOTO/PETRA DIAMONDS LIMITED/Philip Mostert)
Um diamante azul de 29,6 quilates, avaliado em milhões de dólares, foi
encontrado na semana passada na mina de Cullinan, perto de Pretória,
anunciou nesta terça-feira (21) a empresa Petra Diamonds, que qualificou
a pedra de "excepcional".
"A pedra é de um azul intenso notável, com uma saturação, um tom e uma
clareza extraordinárias, e conta com o potencial para produzir uma pedra
polida de grande valor", comemorou, em um comunicado, o grupo
britânico, que explora a mina sul-africana desde 2008.
A empresa foi evasiva no que diz respeito ao valor exato que sua nova
descoberta poderia alcançar, lembrando que os diamantes azuis são os
mais cobiçados.
"Estamos realmente entusiasmados com o potencial deste diamante",
declarou a porta-voz do grupo, Cathy Malins, à AFP, lembrando que um
diamante azul de 25,5 quilates foi vendido, em abril de 2013, por US$
16,9 milhões.
O maior diamante do mundo - o "Cullinan" -, uma pedra de 3.106
quilates, foi descoberto na mina de Cullinam, em 1905. Foi talhado em
seguida e dois de seus fragmentos mais impressionantes fazem parte das
joias da coroa britânica.
China cresce 2,67% a mais do que o previsto em 2013
O PIB Chinês cresceu, em 2013, 7,7% ao invés dos 7,5% previsto. Neste
período foram criados 10 milhões de empregos, um número estonteante e a
inflação foi mantida em 2,6%. Esses números apontam para um 2014 similar
ou melhor do que 2013 com uma possível recuperação das commodities e da
mineração como um todo.
Por que talvez estejamos vendo, finalmente, a recuperação do ouro?
Após um ano de quedas o ouro começa uma inflexão que
pode ser o prenúncio de uma subida maior e contínua (veja o gráfico de
30 dias). Será possível que estejamos no momento da virada da mesa?
Como sempre tudo o que se fala sobre o futuro não passa de mera
especulação. Infelizmente ainda não temos a bola de cristal e, portanto,
não iremos tentar prever o imprevisível. Mas, é possível ler nas
entrelinhas do mercado e “sentir” as tendências. São essas tendências
que irão ditar o futuro de forma irreversível.
Aqui no Portal do Geólogo é o que fazemos: focar nos pontos fundamentais que são a causa das quedas e das subidas.
Um ponto importantíssimo, que não deve ser deixado de fora da equação é,
como sempre, a China. Os chineses não só criam as tendências como às
tornam realidade. E por isso ser uma verdade queremos dividir contigo
uma informação vital nesta equação: a China está dobrando a sua reserva
oficial de ouro! Em 2009 as reservas chinesas eram de 1.054 toneladas e
hoje já atingiram 2.170 toneladas, segundo Jeffrey Nichols o Diretor do
American Precious Metals Advisors. O Governo Chinês, que não reporta
desde 2009, se mantém calado.
Somente em 2013, a China que é a maior compradora de ouro do mundo, tendo superado a Índia, comprou 622 toneladas de ouro.
Isso nos faz perguntar: por que os chineses estão calados enquanto
realizam imensas compras de ouro? A resposta é simples. Eles estão
comprando barato em um momento que o ouro tem a maior queda em décadas.
Neste caso, cutucar o leão com vara curta, ou em outras palavras,
informar ao mercado que a China teve um aumento dramático de suas
reservas de ouro, só pode fazer somente uma coisa: uma rápida subida no
preço do ouro e isso não deve interessar aos compradores no momento.
Você não concorda?
Talvez os chineses ainda não querem que essa subida ocorra. Afinal eles
são os maiores consumidores e compradores do metal do planeta o que
significa que, em algum momento, muito próximo, a queda será revertida e
o ouro voltará a brilhar. Ninguém compra tanto, de forma sub-reptícia,
sem ter um único objetivo: o aumento dos preços e a adição de riquezas. É
isso que os chineses estão fazendo.
Pense nisso e se posicione!
inguém
chega ao ouro apenas olhando o Rio Madeira do barranco. Vá de
Classimpeiro e ‘bamburre’ numa boa. Todas as semanas ele ‘fofoca’ a
melhor dica para você não ‘blefar’. Saiba o que acontece nas currutelas
de Rondônia e do Brasil, lendo O Garimpeiro” – dizia o anúncio do jornal. Além dessa seção fixa também saíam anúncios individuais.
A publicidade nas edições desse
semanário porto-velhense fazia parte do êxito do efervescente comércio
do ouro em 1985, tempos em que o País conhecia o governo da “Nova
República”, pós-morte do presidente Tancredo Neves.
Para bamburrar, apoite com segurança na Fortaleza do Povo – de Altamiro Passos.
Garimpeiro
comprando na Cibrama não fica blefado – Companhia Industrial Brasileira
de Madeira (Lambris, assoalhos, rodapés, pranchas, forros, vigas e
tábuas – Estrada da Cascalheira s/nº, telefones 2213365 e 2213275).
Compra
de ouro do Tião – Venha tomar um refrigerante e negociar o seu ouro na
melhor oferta da cidade: Avenida Sete de Setembro 1.326, ao lado do
Pastel Quente. O melhor negócio é com o Camelo – Vá procurá-lo na Rua
Henrique Dias 456, Telefones 2219849 e 2219183, em Porto Velho. Era
um jornal artesanal composto em linotipo e impresso a quente (com
chumbo derretido), que divulgava informações do setor mineral e defendia
a classe extrativista mais nômade da Amazônia, tanto constituída por
garimpeiros quanto por balseiros e dragueiros que migravam para todos os
quadrantes onde havia notícia de fofoca (ocorrência de ouro). Cutucava
sempre as “grandes onças” multinacionais que haviam se instalado em
Rondônia nos tempos da cassiterita, e também as novas, que estavam
chegando.
Criado pelo geólogo Djalma Lacerda, então presidente da
Companhia de Mineração de Rondônia, teve suas edições confiadas a mim e
aos colegas Nelson Severino, Carlos Gilberto Alves e Jorcêne Martínez.
No começo, seu João Leandro Barbosa, o Perigoso – que a todos chamava de
Perigozinho – nos levava de carro toda a semana para Cacoal, a 500 km,
onde o jornal era impresso na gráfica da Tribuna Popular, de Adair Perin.
Outros anunciantes daquele período e seus respectivos slogans:
– Rua Campos Sales 984); Zé Lobato (Com a cotação do dia pagamos o melhor preço de Rondônia – Avenida Sete de Setembro 1.180).
Dragas
Gondim Indústria e Comércio (Fabricação, montagem e manutenção de
barcos, rebocadores, silos, dragas de todos os tamanhos – Com grande
profundidade. Peneiração de areia e garimpo, 512053 e 511112).
Antonio Barbudo (Ouro e metais preciosos – Paga o melhor preço da praça – Avenida Sete de Setembro 1.059).
Advogada
Lindinalva Laranjeiras (Garimpeiro, o endereço é este: Rua Campos Sales
1.591, Areal) Lindinalva e Nilton Dantas eram advogados do jornal.
L.J.R.
Comércio Golden de Ouro (A diferença das outras casas está no preço que
pagamos; comprove – Rua Campos Sales 934, telefone 2212590).
Não adianta descer a Sete para tentar o melhor. Você vai voltar e vender para o Manuel. É o que paga melhor.
L.F.P. Barreto Comércio de Ouro – Avenida Sete de Setembro, esquina com Rua Marechal Deodoro 1.264, telefone 2219144).
R.V. Coelho (Compra ouro de garimpo e ouro velho – Avenida Sete de Setembro 1.181).
Já
os hotéis esnobavam seus apartamentos com ar condicionado, frigobar,
telefone, TV, restaurantes, pratos italianos, frutos do mar etc. Um
deles, o Rondon Palace Hotel, “inteiramente familiar”, não arriscava se
dizer o melhor. No anúncio colocava: “com prestações de serviço quase
perfeitas.”
Outros hotéis que prestigiavam o jornal: Azteca, Boa
Viagem, Guaporé Palace, Jordan, Los Andes, Nunes, Planalto, São João,
Sebma, Tia Carmem, Vitória, Samaúma, Cuiabano, Iara e Libra. Em
Ariquemes: Horla, Hotel Ariquemes, Jocemel, Rio Branco e Rio Madeira.
Em
Jaru: Bar e Hotel Paraná. Costa Marques: Hotel Vale do Guaporé.
Guajará-Mirim: Fênix Palace Hotel e Hotel Mini Estrela. Ouro Preto do
Oeste: Hotel Ouro Preto. Ji-Paraná: Hotel Guanabara, Hotel Itamaraty,
Hotel Sol Nascente, Hotel Transcontinental. Rolim de Moura: Hotel e
Comercial Dalla Vecchia. Cacoal: Tarcisbel, Hotel Amazonas e Cacoal
Palace Hotel.
Pimenta Bueno: Hotel Céus de Rondônia, Hotel
Piritiba Palace. Cerejeiras: Hotel Real. Colorado do Oeste: Fenícia
Palace Hotel e Hotel Restaurante do Toninho. Vilhena: Aripuanã Hotel,
Diplomata Hotel, Hotel Campinense, Hotel Mirage, Hotel Primavera, Hotel e
Restaurante Colorado e Vilhena Palace Hotel.
Mais anunciantes:
Casa
Cruzeiro do Sul – antigo grupo Zé Arara (Compramos ouro pelo melhor
preço: Rua General Osório, ao lado da Magriff); Pescaça Sociedade
Comercial Ltda. (Armas, munições e artigos de pesca – Avenida Campos
Sales 2247, telefone 2211871).
Sobral Magazine (Aqui, quem manda é
o freguês – Ande na moda, passe na Sobral e se atualize – O ponto chic
da capital –Edifício Rio Madeira, loja e sobreloja).
Agroindustrial
e Mineradora Camelo Ltda. (Motobombas, grupos geradores, motores de
pôpa, motores diesel e todo equipamento para garimpo – Rua Henrique Dias
456).
Hectare Empreendimentos Imobiliários Ltda. (Diretores:
Ramalho e Barreto – A nova opção de negócios de imóveis no Estado,
2218296).
Motomaq (Possui todo material para equipar dragas e
balsas, como também para tratamento de ouro, além de uma linha completa
para mergulho – Rua D. Pedro II 1378, com filiais em Mutumparaná e
Guajará-Mirim).
A vegetacao muda o tempo todo. Sao muito cenários diferente ao longo da mesma estrada
A foto está de cabeça pra baixo ou não?
A Transamazonica dos meus sonhos
A maior árvore que ja vi na vida.
Cruzar o Brasiil pelas areias Jalapao ao coraçao da floresta Amazonica é
preciso ter os dois pés no chao. E de preferecia que sejam dois mittas
E09.
Entrada do Parque
Itaituba a Jacareacanga
Itaituba tem seu passado recente ligado ao garimpo. Nos
anos 80 havia em Itaituba 60 mil garimpeiros trabalhando nos garimpos
da cidade. As histórias de riqueza são muitas. Os homens que mais
enriqueceram com o garimpo foram Zezao do Abacaxi (Dono do garimpo do
abacaxi) e o Zé Arara. O dinheiro era tanto que Zezao fez uma festa
de quinze anos para sua filha reunindo 700 pessoas. Tudo do bom e do
melhor. Para animar a festa chamou o Grupo Polegar que estava no auge da
fama. Zé Arara tinha um jatinho com pista de pouso particular
asfaltada. Às vezes pegava a família e ia almoçar em um bom restaurante
de São Paulo, depois voltava. Vinham mulheres do Brasil todo para trabalhar no km 7 onde ficavam as boates. Havia
17 boates e mais de 400 mulheres, tudo de primeira linha. Algumas
depois eram vistas em capas de revistas ou no carnaval do Rio. Foram as
que mais ganharam com o garimpo.
Logo que se sai de Itaituba em direção a Apui há a Reserva Nacional da Amazônia. Que lugar! O lugar mais espetacular que já vi na vida. Você se sente na casa de Deus. É
como se ele conduzi-se você lentamente. Há uma paz muito grande.
Arvores muito alta. Pássaros cantando o tempo todo. Há um cheiro de
vegetação. É como se estivesse acontecendo um grande espetáculo e só
você fosse à platéia e o teatro fosse todo seu. Você pode ver a
apresentação na velocidade que quiser, pode pedir pra repetir e pode
voltar atrás e ver de novo. Sentia-me leve, completo e em paz com Deus.
Abençoado por poder estar ali. Fui tocando lentamente sem capacete e sem
velocidade. Apenas vendo, ouvindo e sentindo. Extasiado Obrigado meu Deus por esse dia.
Agnaldo
Timóteo
Na década de 1980, Itaituba (a 890 quilômetros de Belém)
era uma espécie de Dodge City brasileira - muito ouro e uma lei
de artigo único: calibre 38. Calcula-se que, por baixo, havia coisa
de 120 mil garimpeiros emburacados floresta adentro. Circulava pelo mapa
local cerca de 3,5 toneladas de ouro por mês. A cidade vivia um
orgasmo permanente e ganhar dinheiro era tão fácil quanto
morrer. O improvisado aeroporto da cidade chegou a contabilizar 382 pousos
num único dia - metade do fluxo atual de Congonhas (SP).
Responsáveis por manter toda aquela doideira em movimento,
os pilotos eram os que mais lucravam. "Costumava viajar com
um saco cheio de dinheiro", lembra o piloto Clinger Borges
do Vale, que chegou a transportar, em seu monomotor, artistas do
naipe de Agnaldo Timóteo e Raul Seixas nas turnês pelos
garimpos. Os donos dos aviões eram sempre garimpeiros para
quem a sorte lhes estampara sorriso de ouro. Foi o caso de Zé
Arara, um piauiense analfabeto dono de uma quinzena de aviões,
entre eles um Lear Jet que usava para ir pessoalmente, manhã
cedinho, à sua Parnaíba natal comprar a carne-de-sol
que comeria no almoço, na volta a Itaituba. Outro que voou
para Zé Arara foi o lendário comandante Rogério
Maconha (veja seu depoimento a seguir).
Bem, agora não é boa hora para lembranças.
O monomotor pilotado por Luís Feltrin está para fazer
sua primeira parada e é preciso atenção. A
pista aparece apenas quando já se está em cima dela.
Tanto essa como a maioria só têm uma estrada para pouso,
o que complica se o vento for de cauda. A descida até que
não foi das piores. Parte da carga é rapidamente descarregada
e seguirá seu trajeto no "jegue". Jegue, entenda-se,
é um veículo tradicional dos garimpos, feito de um
motor diesel e alguma carcaça disponível. É
bem feio, mas é capaz de rodar três dias com cinco
litros desse combustível - e isso, ali, o pessoal acha bem
bonito. Primeira remessa entregue, hora de levantar vôo -
e mais alguns apuros - até as paradas seguintes.
Cinco corpos
Antes do GPS, a aviação de garimpo era praticamente
uma roleta-russa. Sobrevivia-se na sorte. "Um dia, prestes
a levantar vôo, assisti à chegada de cinco corpos de
pilotos mortos na véspera", relembra, no ar, o sempre
inoportuno Feltrin. É verdade que, com tanto dinheiro em
circulação, ninguém gostava de perder tempo
fazendo manutenção de avião ou de pista. Usavam-se
clareiras mínimas, de cerca de 200 metros, até em
curvas ou em subidas. Nada disso, no entanto, importava - a coisa
era a grana. "Antes do GPS, a aviação
de garimpo era praticamente uma roleta-russa. Sobrevivia-se na sorte"
A situação, hoje, é a que conhecemos.
Com a queda da euforia, vários pilotos abandonaram a região.
Uns foram parar na aviação comercial ou executiva.
Outros, procurando manter o padrão de vida conquistado no
auge do garimpo, partiram em busca de um novo Eldorado - o "ouro
branco" da Colômbia. Os que ainda insistem em permanecer
voando pelo garimpo o fazem por alguma paixão sobrevivente.
"Além de saber quem são seus passageiros,
aqui você voa e sente o peso do avião na mão",
explica Armando Palla Júnior, que continua resistindo a ofertas
de trabalho em companhias de aviação. Graças
a ele e outros persistentes pilotos de garimpo, Zé do Rifle
receberá seus remédios, a boate terá suas meninas,
Raimundo Nonato, sua carta, e o Negão do Curuá será
finalmente levado para o hospital que tentará recolocar para
dentro seu bucho escancarado, cortesia do terçado de Francisco
- que vai embarcar no próximo vôo para explicar ao
delegado o motivo da briga. Sorte que os monomotores continuam no
ar.
1. Comércio
de outro no garimpo de Água Branca (PA).
2. Atenção, preparar para o pouso: clareiras de apenas 200m.
3. às vezes, vai aos trancos mesmo.
4. O piloto Clinger, com a jaqueta que ganhou do "patrão"
Raul Seixas numa turnê que o músico fez pela região:
"Eu viajava com um saco de dinheiro".
A cidade foi chamada de último
faroeste brasileiro, a capital dos garimpos. No auge da febre do ouro,
Itaituba recebia hordas de gente vinda de todos os cantos do país. Vinte
toneladas de ouro por ano chegaram a ser extraídos dos garimpos do Alto
Tapajós no fim dos anos 80.
Mesmo com a decadência da mineração no rio do ouro, eles não perderam a
esperança. Dos mais de 700 garimpos, só 200 ainda estão em
funcionamento. A produção não chega a três ou quatro toneladas por ano.
Zé Arara é o mais lendário garimpeiro do Tapajós. Na década de 60, foi o
garimpeiro mais famoso da Amazônia. Ele formou um império, no município
de Itaituba, de aviões, mansões, fazendas, muito dinheiro, tudo tirado
do ouro. Aí veio a crise e ele teve que recomeçar tudo.
“Antes da crise fui o único brasileiro que vendeu na faixa de 40
toneladas de ouro ao governo brasileiro”, conta ele. Zé Arara perdeu
muito, mas nunca foi um garimpeiro de alma livre, capaz de gastar em uma
noite, com mulheres e bebida, tudo o que levou meses para ganhar.
Ao contrário, ele construiu um
patrimônio. “Além de ter um jato, tinha 15 aviões pequenos e quatro
bandeirantes”, ressalta. Um problema com o jato em Itaituba fez com que
Zé Arara trasladasse o avião de volta para a fábrica, em Nova York.
“O avião explodiu no ar. Morreram dois tripulantes, dois comandantes e
dois mecânicos. Para eu desenrolar esse rolo e não ser preso nos Estados
Unidos, tive que gastar 200 quilos de ouro”, conta o garimpeiro.
Desde então, ele está sem sair do garimpo. São onze anos pagando
dívidas. “Não devo mais, agora estou lutando para reerguer nosso
negócio”, conta. Zé Arara se diz dono de 23 mil hectares de terra, toda a
área do garimpo de Patrocínio. Mesmo assim, os moradores criaram uma
associação e querem transformar a região em uma comunidade.
Zé Arara se sente ameaçado. “Temo até pela minha segurança. Hoje, estou
recomeçando aos 70 anos”, ele diz. O garimpo não é mais como antes. Das
dez mil pessoas que buscavam ouro em Patrocínio só restam duas mil.
Não dá mais para tirar ouro com a mão, diz coronel
Sebastião Curió chegou ao garimpo em 1980 e
coordenou a extração de ouro com mão de ferro. Hoje, acompanha de longe
a mecanização
Aos 75 anos, o coronel Sebastião Rodrigues de Moura conhece
como poucos as agruras de Serra Pelada. Há exatos 30 anos, Curió, como é
conhecido, chegou pela primeira vez na região, como enviado do governo
federal para coordenar a corrida pelo ouro. Durante três anos, baixou
regras rigorosas para controlar a turba de mais de 100 mil homens que
tentavam bamburrar – ou enriquecer, na gíria dos garimpeiros – e viu
sair 42 toneladas de ouro da mina. Quando foi deputado federal, aprovou
um projeto de lei para estender por mais cinco anos o garimpo e foi
prefeito de Curionópolis, município do qual Serra Pelada é um distrito e
cujo nome foi dado em sua homenagem.
Durante três anos, o coronel Sebastião Curió coordenou com mão de ferro o garimpo em Serra Pelada
Com a experiência de três décadas em Serra Pelada, Curió tem uma
certeza: não dá mais para tirar ouro com as mãos como nos velhos tempos.
Por isso, é a favor da mecanização da mina, processo que terá início em
maio, quando o governo deverá conceder a licença de lavra para a Serra
Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), joint venture entre
a mineradora canadense Colossus e a Coomigasp, a Cooperativa de
Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada. “Nessa nova fase de Serra
Pelada nenhum garimpeiro vai enriquecer”, disse ao iG o coronel Curió.
“Mas, como acionistas da empresa, eles têm uma boa perspectiva para
melhorar a qualidade de vida”.
De sua casa em Brasília, Curió, que antes de chegar a Serra Pelada
havia combatido a guerrilha do Araguaia, falou sobre a mecanização da
mina e fala dos tempos em que comandava os garimpeiros. Acompanhe os
principais trechos da entrevista: iG: Como o senhor foi parar em Serra Pelada?
Sebastião Curió: Por causa de uma busca e apreensão que fiz com o Zé
Arara, o maior comprador de ouro da região. Trouxe o material apreendido
e fiz uma apresentação para o ministro da Fazenda, o presidente da
Caixa Econômica, vários generais e representantes do presidente da
República, João Figueiredo. Contei o que estava acontecendo em Serra
Pelada e, depois dessa palestra, foi determinado que a exclusividade de
compra do ouro fosse dada para a Caixa Econômica e que eu fosse o
coordenador do garimpo. iG: Em que condições o senhor encontrou a região?
Curió: Havia uma corrida do ouro e milhares de garimpeiros chegavam
diariamente em Serra Pelada. Cheguei no dia 2 de maio de 1980, e o
povoado devia ter uma população de 40 mil pessoas. Ao chegar, falei que
meu objetivo era evitar desvios, contrabando e coordenar a exploração.
Trouxe alguns benefícios. Entre outras coisas, cortei o percentual que
eles pagavam ao Genésio, o suposto dono da propriedade, um posseiro que
cobrava taxa de 20% da produção dos garimpeiros.
iG: Por que o senhor proibiu a entrada de mulheres em Serra Pelada? Curió: Muitos dizem que foi discriminação, mas não é verdade.
Eram muitos homens e a presença das mulheres causaria muitas mortes por
noite. Além das mulheres, proibi jogo de azar, bebida alcoólica e o uso
ostensivo de armas. Recebi uma ordem de Brasília para desarmar todo
mundo. Mas não dava para desarmar 60 mil homens com apenas 16 policiais.
iG: E se alguém não respeitasse as regras?
Curió: Quem não tinha carteirinha da Receita Federal (naquela época
ainda não existia a cooperativa) era colocado num avião e mandado embora
do garimpo. Eram os chamados furões. Brigões e ladrões também eram
expulsos de Serra Pelada. iG: Como era o relacionamento com os garimpeiros?
Curió: Excelente. Montávamos um telão com lençóis brancos e 40 mil
homens assistiam a filmes à noite. Quando decidi que iria hastear a
bandeira nacional todas as manhãs, convidei todo mundo para assistir.
Cerca de 30 mil homens apareceram. Quando começou a tocar o hino e
coloquei a mão no peito, percebi que os garimpeiros fizeram a mesma
coisa. Toda dia pela manhã, 40 mil homens hasteavam a bandeira e
cantavam o hino nacional. Era um espetáculo de civismo. iG: O senhor viu muita gente enriquecer em Serra Pelada?
Curió: Muita. Tem um caso engraçado. Estava no meu barraco de lona e vi
um tumulto na pista de pouso. Tinha um monte de garimpeiro correndo
atrás de um cara. Quando ele se aproximou de mim, pude ver que fumava um
charuto de notas de Cr$ 1 mil. Além disso, tinha uma cauda parecida com
as usadas em pipas, mas feita de notas de Cr$ 1 mil ao invés de
plástico. O garimpeiro parou perto de mim e gritou: ‘bamburrei
(enriqueci, na gíria local), meu chefe’. Perguntei o que era aquele rabo
e ele falou: ‘sempre andei atrás do dinheiro. Agora o dinheiro anda
atrás de mim’. Ao todo, colocamos 42 toneladas de ouro nos cofres do
Banco Central. iG: Mas os garimpeiros não viviam numa situação muito degradante?
Curió: Muita gente me pergunta se os formigas (carregadores de sacos)
não viviam num sistema semi-escravo. Eles carregavam sacos com cinco,
seis, oito pás de cascalho, mas ganhavam de cinco a seis salários
mínimos por mês. Era a mão de obra não especializada mais bem remunerada
do País. iG: Por que o senhor resolveu se candidatar a deputado federal?
Curió: Não tive escolha. Em 1982, recebi ordem da presidência da
República para me candidatar a deputado. Um compadre acha que fizeram
isso para me tirar do garimpo. Quando saí de lá desligaram as bombas que
puxavam a água, a cava encheu e acabou a exploração. Fui
estrategicamente retirado de Serra Pelada. iG: Por que o senhor acha que fizeram isso?
Curió: Para que Serra Pelada não funcionasse. Eleito deputado, recebi a
orientação para voltar à Serra Pelada para dizer aos garimpeiros que o
garimpo havia terminado. Fiz o oposto. Em 1984, apresentei um projeto de
lei para prorrogar o garimpo por cinco anos, criei a cooperativa dos
garimpeiros de Serra Pelada. Deixei de ser deputado e os garimpeiros
pediram que eu fosse presidente da cooperativa. Aceitei, mas estava numa
situação muito difícil porque já não tinha o apoio do governo. iG: O senhor é a favor da mecanização de Serra Pelada? Curió: Sou. A lavra manual tornou-se impossível, o ouro pode
ser encontrado a 150 metros abaixo do solo. Não dá mais para tirar com a
mão. iG: Se a mecanização é boa, por que ela não aconteceu
antes, como na época em que o senhor foi presidente da cooperativa dos
garimpeiros?
Curió: Quando era presidente da cooperativa, pedi o alvará de lavra
industrial de empresa de mineração. Ou seja, a cooperativa passou a ser
cooperativa de mineração dos garimpeiros de serra pelada, deixou de ser
só dos garimpeiros. Se não tivesse feito essa mudança, ela não poderia
fazer um convênio com uma empresa como a Colossus. iG: Os garimpeiros que ficaram em Serra Pelada acreditam
que saíram perdendo com o acordo fechado com a Colossus. O que o senhor
acha disso?
Curió: Muitos têm razão. O problema é que a cooperativa não teria
condições de industrializar a mina. Tem de ter uma empresa de porte da
Colossus para realizar o trabalho. O que é perigoso é a cooperativa
perder os direitos minerais e administrativos. Consta que a diretoria da
cooperativa assinou um contrato com uma cláusula passando os direitos
para a Colossus. É isso que preocupa uma parcela dos garimpeiros. iG: Algumas pessoas acreditam que Serra Pelada só produziu miséria. O senhor acha que agora ela vai produzir riqueza?
Curió: Se o acordo funcionar direito, o garimpeiro deixa de ser um
sonhador para ser um cotista, um acionista. Ele vai receber um
percentual do lucro da mineração de acordo com o número de cotas que ele
tem. É uma boa perspectiva.