Poucas
pessoas, durante a sua vida, conseguem perseguir objetivos com grande
intensidade, sem perder o foco, amalgamando o conhecimento científico com as
ideias e os dados de uma longa e extenuante pesquisa ao longo do tempo, em uma
cruzada épica, em busca de respostas.
O Frank
Guardia, um geólogo canadense, que morou no Brasil, criador de empresas e
descobridor de jazidas e oportunidades é uma dessas pessoas.
Nestas
últimas décadas, Frank embarcou em uma viagem solo, na busca de dados que possam
comprovar a sua grande convicção: muito do que se vê e se propaga da geologia
nada mais é do que o efeito direto dos impactos de meteoritos.
Frank
está certo!
É só
olharmos para o nosso satélite, a Lua, e veremos uma superfície coberta por
milhões de cicatrizes de impactos de meteoritos. Na Lua essas crateras estão
ainda preservadas, pois lá não existe a erosão química e física que a atmosfera
e as águas aqui na Terra ocasionam. É lógico que a Terra, por ser mais antiga e
muito maior que a Lua, recebeu um número bastante superior de impactos diretos
de meteoritos que devem ter ocasionado imensas modificações geológicas ao longo
dos tempos.
Eu sei
que esse é um assunto por demais conhecido de todos. Afinal, quem não conhece, e
fala, sobre as extinções dos dinossauros causadas, provavelmente, pelo imenso
impacto de um meteorito que atingiu a Terra no Cretáceo, possivelmente onde hoje
é o Golfo do México?
Esse impacto foi o responsável pela
extinção em massa de quase ¾ de todas as plantas e seres vivos do planeta
incluindo os dinossauros é claro.
O que
não se fala é sobre o efeito cumulativo de milhões de impactos de meteoritos e
sobre as quatrilhões (isso mesmo, números com mais de 15 zeros) de toneladas de
material terrestre que foram pulverizadas e ejetadas na atmosfera cobrindo
enormes regiões adjacentes ao impacto: o ejecta.
Pouco se
fala sobre a formação de imensos mares de lava que cobriram continentes e foram
derivados de grandes impactos, ou sobre enormes pedaços da Terra que foram
lançados ao espaço sideral, após impactos catastróficos, como o que gerou a
própria Lua.
Esta
relação de causa e efeito, entre os impactos e a geologia Terrestre, ainda é uma
das áreas cinza do nosso conhecimento e é onde Frank Guardia excede. Ele
investiu décadas em viagens, pesquisas e reconhecimentos geológicos sempre em
busca das evidências geológicas que possam iluminar essa área. Se um dia o campo
da geologia dos impactos de meteoritos se solidificar não podemos esquecer de
Guardia, que chegou a ser ridicularizado por muitos colegas por estar,
simplesmente, à frente de sua época.
Para que
você possa ter uma ideia sobre a enormidade do problema vamos fazer uma
comparação entre a Terra e a Lua.
A
inspeção da Lua mostra gigantescas crateras, como a Aitken, com 2.500km de
diâmetro e 13km de profundidade. É só calcular e veremos que o impacto da Aitken
deslocou mais de 25 milhões de quilômetros cúbicos de material. É como abrir uma
cratera de 2.900m de profundidade em todo o Brasil. Isso causado por apenas um
meteorito...
Os
números dos grandes impactos são simplesmente enormes e a Terra teve, nos
últimos 4,5 bilhões de anos, incontáveis impactos que ejetaram muitos
quatrilhões de toneladas que
cobriram praticamente toda a superfície do planeta várias vezes,
que foram processadas pelo intemperismo terrestre, se transformando, aos
poucos, em sedimentos e em rochas metamórficas e ígneas no interminável ciclo
geológico. A real influência desse processo de redistribuição de rochas e de
homogeneização da crosta terrestre nunca será totalmente entendida.
Frank
está certo. A influência dos meteoritos na geologia da Terra é simplesmente
enorme, muito maior do que a geologia ensinada nas Universidades propaga.
A ele o
nosso reconhecimento e respeito.
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