domingo, 16 de março de 2014

Terras-raras: Estados Unidos e o resto do mundo lutam para acabar com monopólio chinês


Terras-raras: Estados Unidos e o resto do mundo lutam para acabar com monopólio chinês. Novas descobertas poderão mudar este cenário em breve
Os elementos do grupo terras-raras são 17. Os mais importantes, do ponto de vista econômico/estratégico, são, em torno, de 5. São os 5 elementos mais pesados deste grupo e, por total infelicidade dos americanos, esses cinco são, quase que exclusivamente, controlados pela China. Já os elementos disprósio, térbio, európio, neodímio e ítrio, não tão críticos, estão presentes como subprodutos, em varias jazidas americanas.
Mas, esses não são os elementos TR que o mercado de celulares, TVs de tela plana, geradores eólicos, imãs de alto poder, equipamentos eletrônicos de última geração, consome. O mundo está, literalmente, de joelhos quando o assunto são os terras-raras pesados. Somente os Japoneses, grandes consumidores, ainda tem uma participação neste mercado por terem muitas das principais patentes, o que, aliás, está sendo contestado pela China em uma nova batalha judicial.
Enquanto o mundo se debate asfixiado pela total dependência dos terras-raras os chineses vêm mantendo uma estratégia de alimentar os mercados a conta-gotas: eles estão gradualmente diminuindo a sua produção anual.
Em 2010 os chineses forneceram 97,6% do mercado mundial, mas em 2013 essa participação caiu para 92,1% . Uma queda significativa que pode significar uma retomada dos americanos na batalha dos TR.

Segundo o Instituto de Geociências da Alemanha, 4,2% dos terras-raras produzidas no mundo, em 2013, vem das minas americanas e 2,3% das russas.
Como sempre, quando um único grupo controla um bem mineral, a exploração e pesquisa mineral é ampliada e, logo, as descobertas minerais começam a ocorrer ao redor do mundo.

É o que está ocorrendo, para desespero dos chineses. Nestes últimos anos 440 depósitos minerais com terras-raras foram descobertos. O maior e mais significativo, pelo menos segundo a mídia, é o imenso jazimento que a SRE Minerals fez na Coréia do Norte, que pode conter 216,2 milhões de óxidos totais de terras-raras, uma monstruosidade, considerando que a demanda mundial é de 140.000 toneladas por ano...
Vai sobrar terras-raras...
Aqui no Brasil a pesquisa feita, como sempre, por junior companies está trazendo novas e importantes descobertas de jazimentos de terras-raras. É o caso da Mining Ventures que planeja a construção de uma planta de beneficiamento de terras-raras no seu projeto de Minaçu em Goiás. A ideia é fornecer concentrados de óxidos de TR ainda em 2016.
Se estas descobertas se confirmarem e esses jazimentos entrarem em produção, nos próximos anos veremos uma revolução nos preços e na oferta dos terras-raras.
Quem vai ganhar essa batalha serão aqueles mineradores capazes de produzir com o menor custo do que os chineses conseguem produzir nas suas minas de Baotou, na província de Jiangxi que é a fonte de 95% das TR do mundo.

 Esse será um feito dificílimo, pois os chineses não “lavram” os terras-raras, mas sim os garimpam, usando métodos baratos, com mão de obra intensiva, sem maiores preocupações com o meio ambiente o que resulta em custos baixíssimos, difíceis de serem igualados pelas minas ocidentais, que seguem padrões técnico-ambientais rigorosos. Mesmo assim, o que irá definir essa queda de braço será a política global e a disponibilidade dos elementos e não necessariamente os seus preços. Em breve veremos a nova revolução dos terras-raras que, com certeza, trará produtos mais baratos para todos nós, os consumidores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário