domingo, 29 de junho de 2014

Unidade de beneficiamento valoriza em 600% produção de garimpeiros

Unidade de beneficiamento valoriza em 600% produção de garimpeiros
Cooperativas de garimpeiros constroem unidades de beneficiamento de matéria-prima que aumenta em até sete vezes o valor do produto. A tonelada bruta de minerais como feldspato, albita e mica, por exemplo, pode aumentar de R$ 20 para R$ 125 com as unidades.
Garimpeiros da Paraíba se organizaram em cooperativas para evitar atravessadores e para valorizar seu produto. A tonelada bruta de minerais como feldspato, albita e mica, por exemplo, pode aumentar de R$ 20 para R$ 125, depois de passar por processo de beneficiamento (melhoramento) que será feito na usina de beneficiamento de pegmatitos que está sendo construída pela Coogarimpo, na cidade de Nova Palmeira.
A nova usina custará R$ 446 mil, que foram financiados pelo Programa Empreendedor Paraíba. Outra unidade de beneficiamento será construída na cidade de Pedra Lavrada, além de um centro de lapidação em Nova Palmeira. As cooperativas foram firmadas com ajuda do Sebrae e do governo da Paraíba, como forma de legalizar a atividade e trazer mais segurança para os trabalhadores. Atualmente existem sete cooperativas que reúnem 600 garimpeiros de 17 municípios da Paraíba. De acordo com informações do Sebrae publicadas no website PBAgora, cerca de 35 mil pessoas sobrevivem da exploração de minérios das regiões do Curimatu, Seridó e Sabugi (PB). Apesar disso, apenas 10% dos garimpeiros aderiram às cooperativas. Segundo o gestor de projeto de Minerais do Sebrae, Marcos Magalhães, ainda há uma resistência muito forte por parte dos garimpeiros em participar das cooperativas. “Passamos quatro anos para criar as cooperativas que temos hoje, mas continuamos fazendo um trabalho de conscientização para que outros garimpeiros saiam da ilegalidade e possam exercer a atividade de forma mais segura e sem exploração de mão de obra barata”, disse Magalhães ao site. Os materiais extraídos pelos garimpeiros na região são utilizados na indústria cerâmica, para a fabricação de pisos, louças sanitárias, tintas e porcelanato. Além de Pedra Lavrada e Nova Palmeira, a atividade é exercida nos seguintes municípios: Juazeirinho, Junco do Seridó, Várzea, Assunção, Tenório, Soledade, Seridó, Picuí, Frei Martinho, Cubati, Salgadinho, São Mamede, São José do Sabugi, Santa Luzia e Damião. Nesses municípios, são encontrados vários tipos de minérios, entre eles estão feldspato, albita, mica, quartzo, citrino, água marinha, berilo e gemas (pedras semipreciosas). “A indústria da mineração é boa porque não depende de chuvas, pode ser explorada o ano inteiro. Temos três regiões ricas em minerais no estado e o setor está começando a crescer com o cooperativismo. Estamos no rumo certo”, disse Marcos Magalhães. O centro de lapidação, que foi construído em Nova Palmeira é destinado a fabricação de bijuterias finas, utilizando pedras como quartzo, turmalina, safira, rubi, água marinha, granada, citrino e outros minerais extraídos da região. Os recursos para a construção vieram do Banco Mundial e do Projeto Cooperar. O centro deverá ser inaugurado ainda este ano e empregará 50 mulheres e dez jovens aprendizes que trabalharão nas confecções das peças. Todas são filhas, esposas e familiares dos garimpeiros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário