Cooperativas
de garimpeiros constroem unidades de beneficiamento de matéria-prima
que aumenta em até sete vezes o valor do produto. A tonelada bruta de
minerais como feldspato, albita e mica, por exemplo, pode aumentar de R$
20 para R$ 125 com as unidades.
Garimpeiros
da Paraíba se organizaram em cooperativas para evitar atravessadores e
para valorizar seu produto. A tonelada bruta de minerais como feldspato,
albita e mica, por exemplo, pode aumentar de R$ 20 para R$ 125, depois
de passar por processo de beneficiamento (melhoramento) que será feito
na usina de beneficiamento de pegmatitos que está sendo construída pela
Coogarimpo, na cidade de Nova Palmeira.
A nova usina custará R$ 446 mil, que foram financiados pelo Programa
Empreendedor Paraíba. Outra unidade de beneficiamento será construída na
cidade de Pedra Lavrada, além de um centro de lapidação em Nova
Palmeira.
As cooperativas foram firmadas com ajuda do Sebrae e do governo da
Paraíba, como forma de legalizar a atividade e trazer mais segurança
para os trabalhadores.
Atualmente existem sete cooperativas que reúnem 600 garimpeiros de 17
municípios da Paraíba. De acordo com informações do Sebrae publicadas no
website PBAgora, cerca de 35 mil pessoas sobrevivem da exploração de
minérios das regiões do Curimatu, Seridó e Sabugi (PB).
Apesar disso, apenas 10% dos garimpeiros aderiram às cooperativas.
Segundo o gestor de projeto de Minerais do Sebrae, Marcos Magalhães,
ainda há uma resistência muito forte por parte dos garimpeiros em
participar das cooperativas.
“Passamos quatro anos para criar as cooperativas que temos hoje, mas
continuamos fazendo um trabalho de conscientização para que outros
garimpeiros saiam da ilegalidade e possam exercer a atividade de forma
mais segura e sem exploração de mão de obra barata”, disse Magalhães ao
site.
Os materiais extraídos pelos garimpeiros na região são utilizados na
indústria cerâmica, para a fabricação de pisos, louças sanitárias,
tintas e porcelanato.
Além de Pedra Lavrada e Nova Palmeira, a atividade é exercida nos
seguintes municípios: Juazeirinho, Junco do Seridó, Várzea, Assunção,
Tenório, Soledade, Seridó, Picuí, Frei Martinho, Cubati, Salgadinho, São
Mamede, São José do Sabugi, Santa Luzia e Damião.
Nesses municípios, são encontrados vários tipos de minérios, entre eles
estão feldspato, albita, mica, quartzo, citrino, água marinha, berilo e
gemas (pedras semipreciosas).
“A indústria da mineração é boa porque não depende de chuvas, pode ser
explorada o ano inteiro. Temos três regiões ricas em minerais no estado e
o setor está começando a crescer com o cooperativismo. Estamos no rumo
certo”, disse Marcos Magalhães.
O centro de lapidação, que foi construído em Nova Palmeira é destinado a
fabricação de bijuterias finas, utilizando pedras como quartzo, turmalina, safira, rubi, água marinha, granada, citrino e outros minerais extraídos da região.
Os recursos para a construção vieram do Banco Mundial e do Projeto
Cooperar. O centro deverá ser inaugurado ainda este ano e empregará 50
mulheres e dez jovens aprendizes que trabalharão nas confecções das
peças. Todas são filhas, esposas e familiares dos garimpeiros.
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