Rondônia: perspectivas promissoras para o setor estanífero
“O setor estanífero nacional vem sentindo a falta de planejamento e de investimentos em pesquisa mineral, desde a década de 1990, o que gerou a necessidade de prospecção de novas reservas e a reavaliação de reservas já conhecidas que, por diversas razões, foram abandonadas”, analisa.
Nesse contexto, a Província Estanífera de Rondônia, acena com grandes perspectivas para novas oportunidades para investimentos. Ainda nesse segmento, Airton Nogueira salienta o papel significativo das fundições de estanho dos municípios de Ariquemes e Campo Novo de Rondônia, que transformam a totalidade da cassiterita produzida no Estado em estanho com alto grau de pureza.
Oportunidades e investimentosDentro desse cenário, o nióbio tem tido boa oportunidade de exploração, além de rochas ornamentais, cobre, ouro, diamante, manganês, estanho, wolframita, topázio, ametista e columbita.
“Existem casos concretos de investimentos para produção de manganês, na região de Espigão do Oeste e Alvorada do Oeste, e de cassiterita, na região de Rio Crespo, Ariquemes, Campo Novo e Porto Velho, na região de São Lourenço”, informa.
O ouro, da região do Rio Madeira (leito e terraços), também tem proporcionado a produtores ligados ao cooperativismo mineral investimentos mais seguros, graças à outorga de permissões de lavra garimpeiras, que até então não existiam na região.
O Grupo Santa Elina e a Canamera são dois exemplos de empresas que estão investindo na pesquisa de diamantes. Somente na região dos municípios de Espigão D’Oeste e Pimenta Bueno, mais de 40 corpos kimberlíticos já foram mapeados e são alvos de estudo por esses grupos.
A empresa Metalmig Mineração pretende investir, em 2009, US$ 6,5 milhões nas áreas de wolframita e cassiterita, em Rondônia. São três plantas móveis alimentadas através de desmonte hidráulico, que operarão no setor Cachoeirinha, na Flona Jamari, assim como uma planta com capacidade de 15.000 m3/mês, em Oriente Novo. A empresa, segundo Nogueira, também pretende investir na reavaliação da reserva e na montagem de uma planta com capacidade para 20 mil m3/mês para lavrar minério primário no Setor Liberdade. A lavra será executada a céu aberto, através de desmonte mecânico e com utilização de explosivos.
A Rio Madeira, a partir de maio de 2008, já investiu cerca de R$ 4 milhões, para produzir 2,5 t mensais de manganês, no projeto do Morro do Florêncio, que fica no município de Espigão D’Oeste. Esse projeto está em fase de requerimento de lavra.
Prioridades
As prioridades atuais para o Estado, segundo o chefe do DNPM, são para o estanho, columbita, wolframita, ouro, diamante e agregados para a construção civil. “É de se destacar que, com a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e de Jirau, no Rio Madeira, o setor da construção civil reaqueceu e vem exigindo novos investimentos para extração de agregados. Por esse mesmo motivo, também será instalada uma fábrica de cimento em Porto Velho, pelo Grupo Votorantim, que, além de atender à demanda dessas obras, também suprirá os mercados de Rondônia e Acre e de países limítrofes”, salienta Nogueira.
Parte da matéria-prima, constituída dos argilo-minerais que compõem o cimento, deverá ser extraída em Rondônia. Para tanto, a Votorantim requereu diversas áreas de pesquisa, sendo que o relatório final de duas delas já foi apresentado.
Alguns investimentos na área energética, como linha de transmissão, vêm possibilitando as instalações e o melhoramento dos métodos de beneficiamento de minério, como no caso da cassiterita, minério primário encontrado no garimpo de Bom Futuro e na região de Rio Crespo.
O melhoramento da malha viária estadual, também é outro atrativo. Grande parte do Estado é servida por linhas e travessões do Incra, distanciados de 5 km em 5 km, facilitando a pesquisa mineral. Há incentivos fiscais tributários para exportação de granito como pedra ornamental. Outro ponto positivo, segundo Nogueira, é a rapidez na liberação dos licenciamentos ambientais por parte do órgão de meio ambiente estadual.
PropostaCom base no exemplo específico dos diamantes da Terra Indígena Roosevelt, ele acredita que o governo brasileiro deveria instituir naquelas terras a Reserva Nacional do Diamante. Essa iniciativa permitiria que o próprio governo viesse a conhecer melhor suas reais potencialidades, antes mesmo que o Congresso Nacional viesse a decidir sobre como deve ser autorizada a pesquisa mineral e a lavra em terras indígenas. “Nesse sentido, é imperativo que se tenha uma área como modelo de estudo ambiental, geológico e gemológico e de que tipo de empreendimento seria possível para conciliar sua viabilidade e sustentabilidade com os interesses dos povos indígenas”, explica o técnico.
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