Golpe na exportação ilegal de diamantes
Operação Quilate, da Polícia Federal, desarticula quadrilha que agia em Minas Gerais e São Paulo. Onze pessoas são presas
Diamantes extraídos em Frutal (Triângulo Mineiro), Coramandel (Alto Paranaíba) e Diamantina (Vale do Jequitinhonha) chegam às maiores bolsas de joias do mundo – Israel e Bélgica – graças ao contrabando. A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem aOperação Quilate e desarticulou uma organização criminosa internacional que atuava em São Paulo e Minas Gerais. Cerca de 140 policiais foram envolvidos para realizar a prisão de 11 pessoas: uma em São Paulo, uma em Frutal, três em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e seis em Franca (SP), onde funcionava a base da quadrilha. Pelo menos três eram estrangeiros, dois de Israel e outro da Bélgica. Oito integrantes do grupo foram presos em flagrante. Entre os bens apreendidos, veículos esporte e de luxo, dinheiro em espécie (R$ 600 mil e US$ 10 mil em uma única casa), aparelhos para lapidação e pelo menos 90 pedras em valores estimados em R$ 1 milhão.
“Eles captam as pedras em Diamantina, Coromandel e Frutal e levam para Franca. Lá, lapidam e vendem para o exterior, principalmente pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos. Seguem para a América Central, Europa e Oriente Médio”, disse o delegado da PF em Ribeirão Preto, Edson Geraldo de Souza. Segundo ele, “os principais alvos foram presos, e, sem esses elos, o esquema não voltará a funcionar”, garantiu. Os crimes praticados pelo grupo são usurpação de bens minerais pertencentes à União, receptação, formação de quadrilha, contrabando e crime contra o sistema financeiro nacional. As penas somadas podem chegar a 30 anos de prisão. A representação da Interpol no Brasil foi comunicada para providências relacionadas ao cumprimento no exterior de ordem de prisão de estrangeiro que seria integrante do grupo.
A operação mostra a resistência do mercado ilegal de pedras, do qual Minas Gerais se mantém na rota. Matéria exclusiva do jornal Estado de Minas, publicada em junho, mostra, contudo, que grupos tentam ganhar espaço em meio a essa competição desleal. Quarenta e quatro quilates de diamantes extraídos do rico subsolo de Coromandel, município de 27 mil habitantes, desembarcaram na Antuérpia, na Bélgica, em meados de maio, vendidos por US$ 350 mil. O volume e o valor pareciam insignificantes – e são, num mercado mundial que movimenta US$ 120 bilhões anuais –, mas o negócio carregava significado maior. Foi a primeira vez que uma cooperativa de garimpeiros de Minas – no caso, a Cooperativa de Garimpeiros de Coromandel (Coopergac) – exportou diamantes de forma absolutamente legal, cumprindo normas fiscais e ambientais e seguindo o Certificado Kimberley, exigido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para evitar pedras contrabandeadas ou extraídas em áreas de conflito. Os planos são maiores: entrar na Bolsa de Diamantes de Israel, que só perde para a belga, com movimentação de US$ 10 bilhões anuais.
A Operação Quilate também traz à memória a Operação Carbono, realizada em 2006. A quadrilha desbaratada naquela época mantinha ligações com a máfia libanesa, grupos terroristas internacionais e guerrilheiros africanos. Seis pessoas foram presas. Entre elas, estava Hassan Ahmad, um dos maiores certificadores de diamantes do estado. Sozinho, ele respondeu em 2004 pelo comércio de 83,68% de toda a produção da gema em Minas e movimentou cerca de US$ 11,7 milhões na exportação da pedra. Isso sem ter direito oficial de explorar uma única área produtora de diamante sequer.
A Operação Quilate também traz à memória a Operação Carbono, realizada em 2006. A quadrilha desbaratada naquela época mantinha ligações com a máfia libanesa, grupos terroristas internacionais e guerrilheiros africanos. Seis pessoas foram presas. Entre elas, estava Hassan Ahmad, um dos maiores certificadores de diamantes do estado. Sozinho, ele respondeu em 2004 pelo comércio de 83,68% de toda a produção da gema em Minas e movimentou cerca de US$ 11,7 milhões na exportação da pedra. Isso sem ter direito oficial de explorar uma única área produtora de diamante sequer.
MINERODUTOAção civil pública apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal, em BH, pede a suspensão das obras do mineroduto já parcialmente licenciadas à AngloFerrous Brasil, para escoamento da produção prevista na reserva adquirida pela empresa em Conceição do Mato Dentro, Região Central de Minas. O mineroduto liga a mina ao Porto de Açu, em São João da Barra (RJ). Para o MPF, o empreendimento é interligado, mas passou por processo fragmentado de licenciamento, o que seria irregular. A Anglo Ferrous informou que desconhece a ação e, portanto, não se pronunciaria.
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