Garimpo marcou história de Itaituba
"Coméricio
de ouro representa mais da metade da economia da cidade"
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A diversidade do Vale do Rio
Tapajós foi um dos grandes responsáveis pela ocupação de Itaituba, que hoje
ostenta títulos como Cidade Pepita e Província Mineral. A história de cada
morador do município tem uma passagem pelo garimpo, algumas bem-sucedidas,
outras nem tanto. Maria de Lourdes Linhares da Silva viveu as duas experiências.
Ainda mocinha, deixou o Maranhão rumo a Itaituba para trabalhar no garimpo,
onde o irmão já estava há algum tempo. Não tinha ideia do que era uma mina de
extração de ouro. Ao chegar no local, foi encaminhada para uma casa de prostituição.
Por sorte, foi resgatada pelo irmão, que queria enviá-la de volta para o
Maranhão.
Mas Maria de Lourdes bateu o pé e encontrou uma forma de ganhar dinheiro:
cozinhava, lavava e passava para os garimpeiros. Em troca recebia ouro. “Juntei
150 gramas (de ouro), fui para Manaus, comprei várias mercadorias e comecei a
vender no garimpo.” Aos poucos, montou uma loja para atender os trabalhadores.
“Com o dinheiro, comprei terra e casa em Itaituba”, conta ela.
Personagens como Maria de Lourdes
estão espalhados por todos os cantos de
Itaituba. Nem todos, no entanto, gostam de falar do garimpo. Muitos fizeram do
ouro o trampolim para negócios mais sólidos. Viraram donos de empresas de
aviões, comércio e restaurantes. Muitos garimpeiros, no entanto, continuam sem
dinheiro e sem patrimônio. Reinvestiram tudo na exploração de ouro, sonhando em
fazer uma fortuna que até hoje não veio.
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Na cidade do ouro, as
caminhonetes (nacionais e importadas) - sonho de consumo de muitos brasileiros
- representam 30% dos automóveis e comerciais leves. Os moradores dizem que
muitos não têm casa própria, mas têm uma
caminhonete “traçada” (com tração nas quatro rodas). Uma Hilux 2016, por
exemplo, está na casa de R$ 89 mil.
Hoje a mineração e o comércio de
ouro representam mais da metade da economia de Itaituba, por onde circulam entre 400 e 800 quilos do metal
por mês. “Infelizmente, uma parte vem do garimpo ilegal”, afirma o presidente
da Associação Nacional do Ouro (Anore), Dirceu Frederico.
fonte: Estadão Economia.
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