sábado, 16 de novembro de 2013

Potássio do Brasil confirma projeto na Amazônia

Potássio do Brasil confirma projeto na Amazônia


A Potássio do Brasil, controlada pelo grupo canadense Forbes & Manhattan, banco de capital fechado que desenvolve projetos internacionais de mineração, confirmou que pretende investir US$ 2 bilhões em um projeto de exploração de potássio na Amazônia.
Básico para adubos, o potássio tem poucas fontes viáveis de exploração no Brasil, que atende a mais de 90% da demanda dos produtores com importações. Assim, dezenas de empresas, a maioria de pequeno porte, realiza pesquisas no país em busca de oportunidades, principalmente em Sergipe e no Amazonas.
O projeto da Potássio do Brasil está na etapa inicial e ainda terá que obter seu licenciamento ambiental, o que poderá ser uma tarefa difícil, de acordo com ambientalistas. Helio Diniz, presidente empresa, confia que o projeto não deverá ter problemas nesta frente, uma vez que a área já é desmatada e ocupada por pasto.
Um relatório técnico do projeto está em elaboração e a expectativa da empresa é entrar com pedido de lavra no início de 2014. Na mesma época, deverá ser apresentada a requisição de licença ambiental prévia. A jazida é na região de Autazes, no Estado do Amazonas.
As reservas de minério, segundo a empresa, contêm mais de 500 milhões de toneladas e teores acima de 30% de cloreto de potássio. A empresa contratou a alemã Ercosplan para realizar uma auditoria independente para a validação das reservas. Os resultados devem sair neste mês.
As pesquisas de campo começaram em 2009. A Potássio do Brasil já investiu R$ 110 milhões, e informa que executou mais de 30 mil metros de sondagens, com 34 furos concluídos. O objetivo é que a operação comercial comece em quatro anos.
Segundo a empresa, as características técnicas da jazida permitem estimar que os custos operacionais serão de US$ 85 por tonelada de minério lavrado e processado. A produção anual é prevista em 2 milhões de toneladas de cloreto de potássio.
Conforme já informou o Valor, o Brasil ainda está longe de reduzir sua dependência externa de potássio. Só um projeto - o Taquari-Vassouras, da Vale, em Sergipe - está em produção em escala comercial, mas a mina que o abastece deverá chegar à exaustão nesta década.
O grupo canadense Forbes & Manhattan, que controla a empresa, também é dono da companhia Belo Sun, que está à frente de um polêmico projeto de lavra de ouro na região de Altamira, a menos de 20 quilômetros da barragem de Belo Monte, usina em obras no rio Xingu (PA).
Os dois projetos têm seus processos de licenciamento tocados por secretarias estaduais de meio ambiente. No Pará, o Ministério Público Federal pediu que o Ibama, órgão federal, assumisse o licenciamento da mina de ouro, dada a sua complexidade e sinergia com a hidrelétrica. Até agora, porém, o licenciamento permanece na esfera estadual.



Belo Sun espera aprovação para explorar mina de ouro no Xingu Compartilhar

Belo Sun espera aprovação para explorar mina de ouro no Xingu


BRASÍLIA  -  A canadense Belo Sun está segura de que obterá a aprovação de seu projeto de exploração de ouro nas margens do rio Xingu, ao lado da área onde é construída a usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
Na próxima segunda-feira, membros do Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema) do Pará devem votar pela liberação ou não da licença prévia ambiental do empreendimento.  A decisão do Coema é etapa necessária para que o projeto da Belo Sun consiga sua licença prévia.
Apesar do posicionamento contrário ao empreendimento assumido por dois promotores do Ministério Público Estadual (MPE), a empresa está certa de que obterá a maioria de votos favoráveis ao projeto. Ao todo, o Coema conta com 12 membros.
A evidência de que a empresa já conta com a aprovação do Coema consta de uma carta encaminhada à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) na última terça-feira. No documento, a empresa pede à Sema que, independentemente das objeções feitas pelo Ministério Público Estadual, dê andamento à audiência, para que todos os membros apresentem os seus votos no próximo dia 18. A empresa chega a sinalizar ainda que, mesmo que a Sema venha a aceitar um pedido de vistas feito pelo MPE – o que retardaria o processo – que dê possibilidade de os membros do Coema apresentarem seus votos.
Reportagem publicada hoje pelo Valor revela que os promotores de justiça Eliane Moreira e Nilton Gurjão das Chagas tentam barrar o licenciamento do projeto.
No ofício enviado à secretaria, a Belo Sun rebate todas as acusações de irregularidades feitas pelos promotores do MPE e sustenta que seguiu rigorosamente tudo aquilo que está previsto em lei. Uma das irregularidades apontadas pelos promotores diz respeito à competência pelo licenciamento do projeto, o qual, segundo eles, deveria ser realizad o pelo Ibama, e não pela secretaria estadual do Pará. 
O próprio Ibama, no entanto, já argumentou que, por lei, não tem competência para licenciar o projeto, dadas as suas condições de localização e impacto.
Os possíveis impactos nas comunidades indígenas também fazem parte das advertências feitas pelos promotores. A Belo Sun alega, porém, que o projeto Volta Grande não está localizado em terras indígenas e tampouco dentro da área mínima de 10 km de distância das aldeias, o que caracterizaria impacto indireto.
Segundo a empresa, a própria Fundação Nacional do Índio (Funai) já teria reconhecido que a terra indígena mais próxima (Paquiçamba) está localizada a 12,5 km de distância . A terra indígena Arara da Volta Grande estaria a 16,5 km do local.
Para o Ministério Público Federal (MPF) no Pará, não há consenso quanto à distância exata da mina d a Belo Sun em relação à terra indígena Paquiçamba, a mais próxima. “O licenciador fala em 10,7 Km; o Instituto Socioambienta l afirma que a distância é de 9,6 Km; os indígenas da aldeia Muratu reafirmam a distância de 9,6 Km; a Funai afirma a distância é de 12 Km e o empreendedor reafirma que a distância é de 12 Km. Dessa controvérsia, a única certeza que resta é a necessidade da precaução”, diz o MPF.
A votação dos membros do Coema será feita com base em pareceres técnico e jurídico elaborados por técnicos da Secretaria do Meio Ambiente. Ambos os documentos atestam a viabilidade do projeto Volta Grande. Se obtiver aprovação pelo Coema, a licença prévia dependerá apenas de aprovação final pela diretoria da Sema.
A canadense Belo Sun pertence ao grupo Forbes&Manhattan, banco de capital fechado que desenvolve projetos de mineração. Seu plano é investir US$ 1,1 bilhão na extração e beneficiamento de ouro em Senador José Porfírio, município vizinho de Altamira. A produção prevista é de 4.684 quilos de ouro por ano. Em sua página na internet, a Belo Sun afirma que está à frente do “maior projeto de exploração de ouro do Brasil”.



O Brasil "bruto e profundo"

O Brasil "bruto e profundo"


Divulgação / Divulgação
Cazarré e Andrade em "Serra Pelada": um filme "sofisticado", segundo Dhalia, "pela reconstituição de época e pela complexidade de execução de cenas, principalmente as de ação"
Cada fotograma de "Serra Pelada", o quinto longa-metragem de Heitor Dhalia, tem uma razão de ser, trazendo um conflito que ajuda a empurrar a história para a frente. Com cenas registradas por múltiplas câmeras e cortes rápidos, a estrutura narrativa é pulsante, dispensando momentos de transição e, muitas vezes, saltando no tempo. Essas características ajudam a obra, essencialmente masculina e violenta, a evocar um gênero no qual o cinema brasileiro tem pouca tradição: o filme de ação. "O ritmo nervoso nasce no roteiro e depois ganha corpo na montagem", conta Dhalia, que assume a vocação comercial ("no melhor sentido da palavra") do filme com lançamento marcado para o dia 18 nas telas brasileiras. Distribuído pela Warner Bros, "Serra Pelada" já desponta como candidato a blockbuster do cinema nacional em 2013. "É uma história de ambição, traições e amores ambientada num Brasil que está desaparecendo, o Brasil bruto e profundo."
Exibido na quinta-feira no Odeon Petrobras, no encerramento da 15ª edição do Festival do Rio, "Serra Pelada" resgata o frenesi do maior garimpo a céu aberto da idade moderna, seguindo os passos de dois homens atraídos pelo sonho de riqueza nos anos 1980. Saídos da imaginação de Dhalia e de sua mulher, Vera Egito, o roteiro escrito a quatro mãos segue os passos dos amigos Juliano (interpretado por Juliano Cazarré) e Joaquim (Julio Andrade). A dupla deixa o Rio para enriquecer (ou "bamburrar", como eles dizem na linguagem local) no Morro da Babilônia, onde foram encontradas as maiores pepitas de ouro na época. A dupla se dá bem na cratera cavada no sudeste do Pará - eternizada pelas lentes do fotógrafo Sebastião Salgado em 1986, com as imagens panorâmicas dos longos cordões humanos (como se fossem formigas) subindo e descendo as encostas e as escadas improvisadas, com sacos de barro nas costas.
O violento Juliano, ex-pugilista, acaba seduzido pelo dinheiro e pelo poder, tornando-se um temido gângster no garimpo. Já o amigo Joaquim, professor, só quer ganhar dinheiro suficiente para poder voltar para casa, onde a mulher o espera, grávida. Estremecida pelo comportamento intempestivo de Juliano, a amizade da dupla é abalada ainda mais quando Lindo Rico (Wagner Moura, também coprodutor do filme) se aproxima de Joaquim. Por inveja de Juliano, Lindo Rico passa a envenenar a relação dos amigos, na esperança de tomar o lugar do gângster. Juliano ainda perde a cabeça pela bela Tereza (Sophie Charlotte), noiva de Carvalho, um fazendeiro rico e poderoso vivido por Matheus Nachtergaele.
"Embora tenha grande apelo popular, por ser um faroeste moderno ambientado no calor da Amazônia e embalado por música brega, o filme é extremamente sofisticado. Não só pela estrutura narrativa, mas pela reconstituição de época e pela complexidade de execução de cenas, principalmente as de ação, com tiroteios e perseguições automobilísticas", diz Dhalia, também conhecido por "Nina" (2004), "O Cheiro do Ralo" (2006), "À Deriva" (2009) e "12 Horas" (2012). "Espero que todas essas qualidades façam 'Serra Pelada' dialogar com o público. Ainda assim, não dá para prever qual será a bilheteria, já que cada filme tem um carma a cumprir", completa. O diretor gastou cerca de R$ 10 milhões no longa.
Claudio Belli/Valor
"É uma história de ambição, traições e amores ambientada num Brasil que está desaparecendo", define Dhalia (acima, no set de filmagem)
A equipe rodou "Serra Pelada" em algumas locações no Pará, mas a maioria das cenas foi realizada no Estado de São Paulo. "Não filmamos mais na Região Norte em função da logística, da falta de infraestrutura no local e por não conseguirmos autorização de mineradora atual (o grupo canadense Colossus Minerals) para rodar na cava. Além disso, a vila de Serra Pelada de hoje já não se parece com o que era naquele período do garimpo", conta a produtora Tatiana Quintella, sócia de Dhalia na Paranoïd Filmes, aberta em 2009, em São Paulo. Todos esses fatores levaram a produção a reconstruir a mina em Mogi das Cruzes e a vila dos garimpeiros em uma fazenda em Paulínia. Muitos trabalhadores deixavam boa parte do dinheiro que ganhavam com o ouro nesse vilarejo, tomado de mercearias, biroscas que vendiam bebidas alcoólicas e prostíbulos (constituídos de homossexuais batizados de "Marias", já que a presença de mulheres foi proibida durante muito tempo no garimpo).
"Serra Pelada" foi concebido por Dhalia como um filme "genuinamente nacional, feito para funcionar no Brasil". Mas o diretor não descarta o seu interesse pelo mercado internacional, levando em conta o fascínio que o tema poderá exercer sobre a plateia estrangeira. "Trata-se de um capítulo exótico e significativo da história do Brasil que o público no exterior nunca viu nas telas", afirma o cineasta nascido no Rio, criado em Pernambuco e radicado em São Paulo. O longa já tem um agente de vendas internacional, a Celluloid Dreams.
"Serra Pelada" foi o primeiro filme nacional de Dhalia depois da experiência "complicada" na filmagem de "12 Horas" em Hollywood, com a atriz Amanda Seyfried encabeçando o elenco. "Foi um trabalho complexo por causa da grande interferência dos produtores. Queria filmar nos Estados Unidos, mas hoje percebo que não se pode fazer isso a qualquer custo. Não dá para passar um ano dedicado a um filme sobre o qual você não tem todo controle." Apesar da frustração com o primeiro filme em inglês, ele poderá voltar aos EUA para desenvolver outro. "Desde que eu negocie mais liberdade criativa antes de assinar o próximo contrato." Embora ele venha discutindo várias propostas de filmes com o seu agente em Los Angeles, nenhum título foi definido ainda. "Hollywood é como um cassino de apostas. Um projeto pode virar realidade ou cair no esquecimento de uma hora para outra."
Enquanto aguarda o melhor momento para voltar à indústria americana, Dhalia já começou a desenvolver o seu próximo filme brasileiro: "Bando de Dois". "Será mais uma produção calcada no universo masculino, violenta e do gênero de Velho Oeste. Dessa vez, com foco no cangaço", conta, referindo-se ao projeto que será uma adaptação da história em quadrinhos homônima de Danilo Beyruth, publicada em 2010 pela editora Zarabatana. Os protagonistas Tinhoso e Caveira de Boi formam uma dupla de cangaceiros que representam os únicos sobreviventes de um bando de 20 homens exterminado pelo Tenente Honório. Sua missão é encontrar as cabeças decepadas dos companheiros, antes que sejam exibidas como troféus pelo inimigo. "É uma boa premissa para um filme", diz Dhalia.



Temporada de leilões de joias está aquecida

Temporada de leilões de joias está aquecida


AP / AP
O diamante Pink Star, de 59,6 quilates e montado em um anel, foi comprado por Isaac Wolf, um talhador de diamantes de Nova York, por US$ 83,2 milhões
O diamante mais caro da história foi vendido ontem à noite por US$ 83,2 milhões. A pedra cor de rosa de 59,6 quilates fez parte do mais bem sucedido leilão de joias feito pela Sotheby's. Em duas horas e meia, as vendas somaram US$ 199,5 milhões.
O diamante Pink Star (ou estrela rosa), o maior até hoje colocado à venda, com 59,6 quilates e considerado um verdadeiro tesouro, ficou apenas cinco minutos em oferta para ser vendido por um preço recorde. O comprador, acompanhado de um assistente na sala repleta do elegante hotel Beau Rivage, é Isaac Wolf, um famoso talhador de diamante de Nova York. Ele anunciou que vai rebatizar o diamante de "sonho cor de rosa". A penúltima pessoa que apresentou lance foi representado pela presidente da Sotheby's na Ásia e que falava ao telefone em mandarim com o colecionador, ou seja, um chinês perdeu.
O preço da transação foi bem superior à estimativa de US$ 60 milhões e bateu de longe o recorde anterior de US$ 46,2 milhões pela venda do diamante Graff Pink, de 24,78 quilates, ocorrida em 2010 também em Genebra.
O leilão de ontem marcou a semana de "preços loucos" em Genebra. Mulheres elegantes exibiam joias caríssimas nos dedos, sem causar inveja ao que estava em venda. O leilão foi encerrado com a música do filme "A Pantera Cor de Rosa", de Blake Edwards, e aplausos de colecionadores. Muitas ofertas foram feitas pela internet ou por telefone.
Sotheby's anunciou também a maior venda de joias da história, totalizando US$ 199,5 milhões, mostrando que o mercado está quente. Houve recorde para um broche em diamante da Van Cleef & e Arpells for US$ 10,5 milhões. Uma safira de 114,7 quilates foi vendida por US$ 7,1 milhões, três vezes mais que a estimativa.
"O mercado está cada vez mais internacionalizado e os colecionadores sabem o que é realmente bom", disse David Bennett, diretor de Sotheby's, comemorando com champagne rosé.
O Pink Star foi talhado de um diamante bruto de 132,5 quilates descoberto na África em 1999 pela multinacional sul-africana De Beers. Segundo Sotheby's, foram necessários dois anos para talhar e polir essa pedra. Os diamantes de cor são muito mais raros que os diamantes brancos. O preço de venda ontem à noite é maior do que os US$ 60 milhões que uma princesa saudita pagou recentemente por uma mansão na área nobre de Genebra.
Os recordes se sucederam esta semana em Genebra. A cidade atrai compradores do mundo inteiro para leilões de vinhos raros, relógios e joias frequentemente raras. Na terça-feira, a Christie's, a casa de leilão concorrente, vendeu o maior diamante laranja do mundo, de 14,82 quilates, por US$ 35,5 milhões. Foi um recorde mundial por quilate e considerado um preço fenomenal pela empresa.
Para Christie's, há quem compre diamante para investir numa verdadeira paixão. Mas o mercado é cada vez mais amplo. Em uma noite, nesta semana, a Christie's vendeu US$ 125 milhões de pedras preciosas, desde esmeraldas da Colômbia a rubis da Birmânia (Myanmar). Christie's, diz que suas vendas no primeiro semestre totalizaram US$ 3,68 bilhões. Em 2012, no mundo, somou US$ 6,27 bilhoes, o maior volume na história da empresa.
A Suíça não cobra TVA, imposto sobre valor agregado, sobre joias vendidas no país a um estrangeiro, o que permite atrair as grandes vendas nos leilões de diamantes e outras pedras preciosas que ocorrem uma vez por ano em Genebra. Para analistas, são esses leilões que dão substância ao mercado.
Genebra é também local central para comércio de diamantes pela mesma razão: o regime fiscal favorável. A cidade de Calvino tornou-se o segundo centro de diamante da Europa, depois de Anvers (Bélgica). As peças chegam de diferentes regiões, é feita a triagem, mostra-se aos clientes, ofertas sao feitas e logo reexpedidas para outros lugares no mundo. Também a joia pode ser estocada sem pagamento de taxa, até que encontre um comprador no mercado internacional.
Mas a opacidade do mundo do diamante começa a ser contestada, diante da suspeita de exploração ilegal, destruição do meio ambiente. As joias colocadas em leilão têm como origem apenas "África", por exemplo, sem rastreabilidade. Joalheiros retrucam que as peças são certificadas pelo processo de Kimberley, estabelecido em 2003, para impedir movimentos militares de financiar suas guerras com a venda de diamantes.
A pressão sobre a relojoaria de luxo está aumentando.



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

ESMERALDAS NO BRASIL

ESMERALDA
As esmeraldas transparentes, de puro verde, são muito raras e podem ser mais valiosas que o
diamante.
A esmeralda geralmente é lapidada em um tipo facetado próprio, cuja coroa tem seção retangular ou
quadrada, com os cantos e a mesa cortados (biselados), com oito lados em degraus inclinados. Neste
tipo de lapidação a coroa apresenta 24 facetas mais a faceta da mesa perfazendo um total de 25
facetas acima da cintura, o culote também exibe 25 abaixo da cintura. A forma geral da pedra pode
ser retangular, oblonga, losangular, triangular, quadrada ou condiforme.
Algumas esmeraldas são utilizadas para a confecção de esmeralda sintética, a partir de várias
sementes colocadas em autoclaves.
As esmeraldas de mais baixa qualidade e/ou berilos, juntamente com sua rocha encaixante, tem sido
usada em artesanato mineral, para a confecção de “máscaras” e estatuetas.
Muitas amostras de mais baixa qualidade gemológica tem sido adquiridas por universidades
(objetivando seu uso em estudos de inclusões minerais, identificação de defeitos, etc.), museus e
colecionadores.

DEPÓSITOS DE ESMERALDA NO BRASIL 
As esmeraldas são formadas por processo hidrotermal associado ao magma e metamorfismo. Ocorre 
em rochas graníticas, drusas ou pegmatitos e seus arredores. Também podem ocorrer em xistos. 
Quase nã
o ocorrem em aluviões,. As jazidas secundárias são apenas de meteorização (CASSEDANNE, 
1991). 
A JAZIDA DE CARNAÍBA (BA) foi, durante anos, o principal produtor brasileiro, sendo extraídas a 
cada ano toneladas de esmeraldas de qualidade bastante variável. Os pegmatitos divergem de um 
grande batólito granítico que fez intrusão em rochas ultrabásicas (lavradas nas vizinhanças para 
cromita). O conjunto, de idade pré-cambriana média, é anarquicamente lavrado por milhares de 
garimpeiros. Quartzo, apatita, schorl e um pouco de scheelita, molibdenita e alexandrita estão 
associados a esmeralda (CASSEDANNE, 1991). 
A JAZIDA DE SOCOTÓ (BA) fica a NNE das minas de cromita de Campo Formoso e a 50km a NE da 
mina de Carnaíba, numa seqüência muito inclinada de gnaisses, quartzitos e talco-xis¬tos associados 
a serpentinitos e atravessada por delgados pegmatitos graníticos (Cesta do Povo, Mamona). Como em 
Carnaíba, a esmeralda é encontrada no sludito. Estão associados: schorl e morião, com pouco 
crisoberilo, alexandrita, molibdenita e fenacita (CASSEDANNE, 1991).. No GARIMPO SANTA TEREZINHA DE GOIÁS (GO) os leitos de talco-xistos, com espessura de 
alguns decímetros a vários metros, encaixados em quartzo e sericita-talco-clorita-xistos, são ricos em 
esmeraldas, ocorrendo sempre em pequenos cristais. Os xistos foram dobrados em grandes anticlinais 
submeridianas com vergência geral para leste e cujos eixos mergulham para norte. Há várias áreas de 
garimpagem (Trechos Velho, Novo, do Zé Maria, do Netinho) onde a exploração das diversas lentes de 
talco-xistos se realiza por poços profundos (CASSEDANNE, 1991). 
Estudos ópticos, de difração de raios X e de microssonda eletrônica revelaram que a esmeralda de 
Santa Terezinha de Goiás contém uma grande variedade de inclusões cristalinaA MINA BELMONT, ou de ITABIRA, está localizada num complexo de xistos com intercalações de 
rochas ultrabásicas alteradas, recortado por pegmatitos. O conjunto, incluído em gnaisses, está muito 
dobrado, com planos axiais NNE-SSW e mergulho para oeste. As esmeraldas ocorrem num xisto 
alterado róseo que contém também um pouco de alexandrita e crisoberilo. (CASSEDANNE, 1991).s, destacando-se por 
ordem de abundância, a cromita, os carbonatos (dolomita e calcita), o talco, a flogopita, a pirita, a 
patronita, o quartzo, a barita, o berilo e a ferropargasita. As inclusões fluidas constituem uma feição 
notável dessa esmeralda, especialmente quando observadas sob aumentos maiores, podendo-se 
afirmar que estão presentes praticamente em todos os espécimes estudados. Essas inclusões 
possuem uma, duas ou três fases distintas, mostrando uma grande variedade de formas e uma certa 
variação nos conteúdos presentes nas cavidades.”
A jazida de Salininha, município de Pilão Arcado (BA), cujas esmeraldas são coloridas pelo vanádio, 
está recoberta pelas águas da barragem de Sobradinho. Relacionava-se a um pegmatito cortando 
talco-xistos (CASSEDANNE, 1991).. 
As outras jazidas brasileiras de esmeralda são de pouca importância e freqüentemente de interesse 
histórico (CASSEDANNE, 1991).: 
Minas Gerais (Santana dos Ferros), 
Bahia (Brumado, Açude Socego, Serra dos Pombos), 
Ceará (Tauá), 
Goiás (Porangatu, Mara Rosa, Pela Ema, Pirenópolis, Fazenda das Lages).