domingo, 1 de novembro de 2015

Quais são os metais mais preciosos que existem?

Quais são os metais mais preciosos que existem?




Platina, ouro, paládio, irídio e prata. "Eles são considerados preciosos porque são raros na natureza e não se oxidam, ou seja, não se deterioram", explica o engenheiro Claudemiro Bolfarini, da Universidade Federal de São Carlos. A principal razão para o quinteto precioso não se deteriorar facilmente é que platina, ouro, paládio, irídio e prata são encontrados puros na natureza, o que não acontece com metais comuns como o ferro. "O ferro é encontrado na natureza na forma de óxido de ferro. Na indústria, retiram o oxigênio para deixá-lo puro, mas ele acaba se ligando ao oxigênio do ar e assim fica com o aspecto ‘enferrujado’", diz Claudemiro. Outra característica que distingue os metais preciosos é a maleabilidade: eles podem ser derretidos e assumir formatos variados. Daí a razão porque são usados fartamente nas joalherias. O bronze, apesar de aparecer logo após o ouro e a prata nos quadros de medalhas de competições esportivas, não é precioso - é uma liga metálica de cobre e estanho e custa cerca de 10 reais por quilo. Mais valiosos são o irídio e o paládio. Apesar de pouco conhecidos, também vêm sendo considerados metais preciosos e começam a aparecer mais nos catálogos de joalherias.

Mina de valor
Além de serem usados em jóias, metais preciosos também têm usos industriais
PLATINA

SÍMBOLO - PT

PREÇO - US$ 1 132 por troy*

USO - Empregado como condutor elétrico, como catalisador e na confecção de material cirúrgico e de laboratório, além de cadinhos (espécie de vaso ultra-resistente) usados em indústrias de vidro

OURO

SÍMBOLO - AU

PREÇO - US$ 1,233,1 por troy*

USO - Usado em próteses dentárias, refletores de luz infravermelha, vidros coloridos e até em alguns medicamentos contra o câncer

PRATA

SÍMBOLO - AG

PREÇO - US$ 13,64 por troy*

USO - Usado como material para solda em radiadores de automóveis e em reatores nucleares

IRÍDIO

SÍMBOLO - IR

PREÇO - US$ 400 por troy*

USO - Costuma ser misturado a outros metais (principalmente a platina) para formar ligas metálicas mais duras e resistentes

PALÁDIO

SÍMBOLO - PD

PREÇO - US$ 326 por troy*

USO - Empregado em catalisadores automotivos, aparelhos eletrônicos e em próteses dentárias

*1 troy equivale a 31,1035 gramas e é a unidade internacional usada para medir metais preciosos. Preços fornecidos pelo Departamento Nacional de Produção Mineral do Ministério das Minas e Energia

Detectorismo - Desenterrando a história do centro-oeste

Detectorismo - Desenterrando a história do centro-oeste
     Além de minhas aventuras atrás das antigas minas de ouro da região de Pitangui, costumo também praticar um outro hobby, o detectorismo. Esta prática consiste em utilizar um detector de metais para encontrar objetos que se encontram enterrados e, no meu caso, que tenham valor histórico. Muitos encaram estes aparelhos como ferramentas para encontrar possíveis tesouros, é a primeira coisa que vem à cabeça da maioria das pessoas, mas depois de anos nesta atividade posso afirmar que a possibilidade de se encontrar alguma coisa de valor é remota, tendo em vista que estamos sempre diante de lendas e histórias sem fundamento. Quanto ao ouro bruto (pepitas), ele exige detectores específicos de custo muito alto, tendo em vista a ocorrência deste metal em terrenos muito mineralizados.
     Para a pesquisa em nossa região o ideal são os detectores do tipo rastreador, os quais são mais fáceis de operar. A profundidade alcançada vai depender do tipo de aparelho, mas a maioria tem alcance máximo de 40cm, isto dependendo do tamanho do objeto enterrado. Alguns detectores podem alcançar 1,5m. O uso de um acessório denominado pinpointer facilita bastante no momento de cavar, pois possuem a capacidade de localizarem mais precisamente o objeto quando a terra já está revolvida. Uma boa ferramenta de cavar é fundamental.


Detector do tipo rastreador

     Na região de Pitangui as pesquisas podem ser feitas nos locais onde existiram sedes de antigas fazendas. Pesquisas em locais onde ainda existe habitação são complicadas devido a alta contaminação do solo com lixo. Um excelente campo de pesquisa é o local onde existiu a primeira fábrica de tecidos do Brumado, fundada em 1873. Com a mudança da fábrica para a parte mais alta uma quantidade muito grande de material ficou enterrada no terreno encharcado. Infelizmente o dono do terreno tem se mostrado pouco cooperativo.


Peças da antiga fábrica do Brumado (já doadas ao IHP) - Foto: Vandeir Santos

    No último dia 19/09, sexta, aproveitei minha ida ao Centro Cultural de Pompéu e no retorno passamos pelo Pompéu Velho no local onde existiu o casarão da Joaquina do Pompéu, na companhia de Judith Viegas (descendente de Joaquina) e de Angélica Xavier. Com a cana colhida e o local limpo tive a oportunidade de encontrar diversos objetos que um dia fizeram parte da estrutura da sede.


Peças encontradas no Pompéu Velho - Foto: Vandeir Alves    



Suporte de metal, moeda de 40 réis, puxador de gaveta, uma aliança de cobre
 e um pedaço de tacho de cobre - Foto: Vandeir Santos



Pesquisando no Pompéu Velho - Foto: Judith Viegas

      O coordenador do Centro Cultural Dona Joaquina do Pompéu, Hugo de Castro, já foi comunicado dos achados e em breve será oficializada a entrega das peças ao museu de Pompéu.


Peças encontradas na região de Pitangui - Foto: Vandeir Santos



Moedas de 5 centavos de Real encontradas no pé do Jequitibá próximo
 a "Estrada Real" - Foto: Vandeir Santos

     Caso algum leitor deste blog saiba de algum lugar que tenha potencial histórico, por favor nos comunique para que possamos verificar se existem peças que possam ser interessantes ao futuro museu de Pitangui. DISPENSO LENDAS A RESPEITO DE TACHOS DE OURO, PANELAS/GARRAFAS COM MOEDAS DE OURO, ETC.

     Abaixo o link para um vídeo onde eu e Cláudio Faria fazemos uma sátira das lendas pitanguienses a respeito de tesouros enterrados.




Fatos & Boatos a respeito dos "Tesouros" de Pitangui

Fatos & Boatos a respeito dos "Tesouros" de Pitangui

Dos sentimentos humanos talvez o mais transformador seja o da cobiça, a história da humanidade nos traz inúmeros exemplos do que o homem já foi capaz de fazer para satisfazer seu desejo de riqueza e poder. A própria história de Pitangui tem seus exemplos, seja nos conflitos do século XVIII ou nas disputas políticas nos fins do século XIX. Foram disputas por algo concreto, lutou-se por um objetivo sabido e factível. Mas o que dizer de empenhar esforços atrás de um “tesouro” do qual praticamente nada se sabe, muito menos se realmente existe?

Nas minhas pesquisas em busca das diversas minas abandonadas de Pitangui, onde quero deixar claro que sempre busquei a riqueza histórica do município nunca me iludindo com a possibilidade de riqueza material, me deparei com um relato um tanto quanto curioso, a existência de uma carta que traria informações a respeito de um tesouro guardado em uma antiga mina. Diz a tradição oral que tal “tesouro” seria o espólio de um rico minerador que, estando enfermo, resolve partir para Portugal atrás de melhores recursos e sentindo que não teria condições de regresso, resolve escrever uma carta ao filho onde através de informações codificadas define o local exato da mina onde teria guardado toda a sua fortuna composta de cerca de 10 arrobas de ouro! Se considerarmos a grama do ouro a R$70,00 este “tesouro” representaria hoje o total de R$ 10.500.000,00 (dez milhões e quinhentos mil reais).

Esta carta teria chegado a Pitangui mas o herdeiro não teria sido encontrado. Por volta de 1920 esta carta estava nas mãos de um tal Joaquim Cesar da fazenda do Saco (esta fazenda realmente existiu) que a mostrou a um tal Juquinha Cecílio que era ferreiro e uma espécie de conselheiro local, estando presente naquele momento o Sr. João Moreno, este leu a carta e em 1969 teria registrado em cartório aquilo que seria o resumo do relato, sendo este resumo o que chegou aos nossos dias pois a carta na íntegra teria sido passada ao Sr. Oscar Aleixo que se mudou para Belo Horizonte onde veio a falecer. Não se soube mais desta carta.

O resumo diz o seguinte:

“DECLARAÇÃO PRESTADA PELO SR. JOÃO MORENO EM 6 DE NOVEMBRO DE 1.969.”

“Diz ele o seguinte: - Que quando veio para Pitangui, no ano de 1.920 mais ou menos, estava rapazinho e freqüentava muito a casa do Sr. Juquinha Cecílio (ferreiro), pois estava namorando a Cecília, com a qual é casado, que certo dia apareceu lá um tal de JOAQUIM CÉZAR, morador da fazenda do Saco, mostrando para seu futuro sogro uma carta, já toda amarelada pelo tempo, que depois de lida, foi passada para ele, a qual relatava mais ou menos assim: -

(A CARTA ERA DE UM PORTUGUÊS ESCREVENDO DE PORTUGAL A SEU FILHO EM PITANGUI)

Meu querido filho João.

Tenho vida para poucos dias, DESCUBRA A BOCA DA MINA, QUE ESTÁ TAPADA DE PEDRA E TERRA SOCADA, tem FERRAMENTAS DE VALORES e mais ou menos de 10 a 11 arrobas de ouro, a BOCA DA MINA ESTÁ NA PONTA DA SERRA, “OLHO DO SOL”.

___________________________________________________________________________________



A carta acima aludida, foi entregue mais tarde ao Sr. Oscar Aleixo (falecido), que era na época Coletor Federal em Pitangui.”


Não se sabe baseado em que outra informação um número expressivo de pitanguienses, acreditando no conteúdo da carta, se embrenharam na encosta da serra da Cruz do Monte e ali a golpes de picaretas foram em busca do tesouro deixado pelo minerador. Neste ponto são agregados ao relato um sem número de situações inexplicáveis tais como empurrões sofridos sem que ninguém estivesse perto do aventureiro escavador, ventanias em dias de clima estável e apagamento espontâneo da vela daqueles que se dispunham em uma aventura noturna pelo local e houve ainda quem me afirmasse que alguns se valeram de videntes, macumbeiros, pais-de-santo e todo tipo de “receptores do além” para conseguir encontrar o tal “tesouro”.

Acreditando ser a história fantasiosa demais, solicitei a Ricardo Lobato, que já havia me passado a cópia do resumo, que me levasse ao local no que fui atendido prontamente com a maior boa vontade. Paramos o carro no entroncamento da “Estrada Real” com a estrada da Cruz do Monte, justamente no local onde se localiza a placa indicativa daquela via histórica. Entramos na mata uns 5 metros acima e após percorrermos cerca de 40 metros nos deparamos com profundos cortes no relevo da serra, uma área com cerca de 60m2 de escavações. Nos dirigimos um pouco mais para a direita, contornando os cortes, e chegamos ao local onde se diz que até um ex-prefeito do município foi atrás de sua possível independência financeira. Trata-se de um buraco junto a uma encosta rochosa com cerca de 1,5 metro de profundidade e com duas pedras grandes na base, acredita-se que a boca da mina esteja por detrás destas duas pedras. As coordenadas obtidas com o GPS são: S 190 39’ 49.1” e WO 440 54’42.7” .


É admirável o trabalho feito no local, considerando-se que se trata de um terreno pedregoso e de difícil escavação, nota-se que foram dias de trabalho árduo para se encontrar apenas pedras e provavelmente carrapatos. Conta-se que contrataram o Lução, folclórica figura pitanguiense, para remover as pedras e numa atitude mais racional que a dos seus contratantes se eximiu daquela responsabilidade, longe de seus delírios etílicos foi capaz de perceber que estava ali apenas alimentando uma lenda pitanguiense.

A única coisa que posso afirmar com absoluta certeza é que meu detector de metais, que geralmente fica paranóico com o alto teor de ferro do solo pitanguiense, não emitiu um único sinal qualquer. Teria o meu aparelho encontrado um solo absolutamente estéril ou sofrido interferência do além?

Especial agradecimento ao Sr. Ricardo Lobato pelo fornecimento da cópia da carta e pela boa vontade em me acompanhar até o local.

Fatos & Boatos a respeito dos "tesouros" de Pitangui" - Parte 2.2

Fatos & Boatos a respeito dos "tesouros" de Pitangui" - Parte 2.2

Nesta postagem, Vandeir Santos nos apresenta a segunda parte da matéria sobre a presença de uma equipe de geólogos alemães e brasileiros em Pitangui, na primeira metade da década de 1970. A postagem é enriquecida com fotos cedidas por José da Costa Caldas, o nosso "Mano Caldas".



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O que me chamou a atenção nesta história, e que me levou a elaborar esta matéria, foram os “causos” que se contam a respeito da presença dos técnicos e do helicóptero em Pitangui e, lógico, eu logo fiquei curioso para saber o que é fato e o que é boato no que diz respeito ao trabalho que os “alemães” realizaram na cidade.
Helicóptero pousado no heliporto montado na pista de pouso
do bairro Chapadão com a sonda HEM ao seu lado.
Foto: Mano Caldas


Nos boatos entram como objetivo das pesquisas as 40 arrobas de ouro de Alexandre Afonso, as 10 arrobas do minerador português escondidas na serra da Cruz do Monte, mais umas tantas arrobas que estariam escondidas debaixo de uma igreja da cidade, tachos de ouro escondidos por escravos, um enorme tesouro em forma de minerais que estaria no subsolo da cidade e do qual a população jamais poderia imaginar o tamanho, enfim, todo tipo de tesouro que a fértil mentalidade dos pitanguienses conseguiu inventar. Como se não bastasse, o uso, pelo helicópetro, da igreja matriz como referência geográfica (não existia GPS na época e ele pairava por alguns instantes sobre a igreja) fez com que alguns sugerissem que aquilo era alguma artimanha maquiavélica contra o padre Guerino! Quanto a questão da existência de material radioativo, bem, parte é boato e parte é fato como veremos na terceira parte deste trabalho.

Esta matéria era um objetivo antigo, mas não havia fontes confiáveis, foi então que, em uma noite no Escritório (antigo Bitoca) o Mano Caldas me chama para que eu fosse até a sua casa ver umas coisas das quais eu iria gostar muito. Não perdendo tempo fui ver do que se tratava e de dentro de uma caixa me saem várias fotos do famoso helicóptero e nas bordas das fotos a data “dez 73”. Era o que faltava, uma referência confiável. O próximo passo foi vasculhar os jornais daquele ano e mediante o encontro das matérias tomei conhecimento do órgão responsável pelas pesquisas: DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral. Depois de pesquisas pela internet fui pessoalmente ao DNPM onde eu tive em mãos os diversos relatórios de pesquisas daquela época. Estava desfeito o mistério, ali se encontrava toda informação a respeito do que realmente foi encontrado em Pitangui.


Técnicos preparando o helicópetro para mais uma viagem.
Foto: Mano Caldas


O helicóptero não era uma máquina milagrosa que descobria qual era o mineral que havia no subsolo, ele apenas detectava qual área emitia uma resposta eletromagnética maior, identificada a região, uma equipe ia por terra e fazia os furos no solo, retirava o material e mandava para laboratórios de análise geológica. No município de Pitangui foram identificadas algumas áreas que foram prospectadas e os resultados foram os seguintes:

Na serra de Antimes que se situa a uns 8 km “atrás” de Brumado:

PPM - Parte por milhão = gton



Áreas próximas ao Rio Pará (abaixo do Velho da Taipa e Pontal):



Em amostras retiradas de uma área de ocorrência de quartzo aurífero situada nos fundos do Chapadão obteve-se como elemento principal o Silício e como secundários o Alumínio, Ferro, Potássio, Tungstênio, Titânio, Cobre e Cálcio.

Como pode ser observado, nada de extraordinário foi encontrado no subsolo de Pitangui, existe sim uma grande variedade de minerais, mas nem sempre se encontram concentrados a ponto de justificar o investimento necessário a sua extração e beneficiamento. Em uma determinada parte de um dos relatórios (são vários), ainda é mencionado a extração de Itabirito e hematita (minério de ferro) na década de 50 em uma região situada 4 Km abaixo do Velho da Taipa, a direita do Rio Pará. A extração foi descontinuada devido à baixa concentração de ferro no minério. Ainda são comentados outros recursos minerais como o cristal de quartzo (já comentado aqui no blog), calcáreo, caolim e agalmatolito (pirofilita).

No fim de novembro de 1973 o helicóptero encerra suas atividades em Pitangui, a primeira área no Brasil a ser pesquisada por ele, nos anos seguintes seria utilizado em várias regiões do território nacional, sendo o responsável pela descoberta de importantes recursos minerais. Em 1979 o Departamento Nacional de Pesquisas Minerais resolveu encerrar as atividades de aerogeofísica e a aeronave foi repassada ao Centro Técnico Aeroespacial (CTA).

 Helicóptero com a sonda HEM suspensa.
Foto: Mano Caldas

Fontes: Relatório de Reconhecimento Geológico-Geoquímico – Pitangui – Papagaios – Pequi Minas Gerais, Detalhamento Aerogeofísico por Helicóptero – Área de Pitangui – Minas Gerais e Detalhamento Geofísico de Anomalias HEM – Pitangui – Minas Gerais. Todos elaborados pela DNPM.

A busca pelo tesouro continua

A busca pelo tesouro continua

Dia 08 de outubro participei de gravações para um programa da TV Record sobre os tesouros perdidos de Pitangui, mais especificamente o tesouro da carta do português, tema já retratado em matéria do dia 26 de julho de 2011

Ao aprofundar na história para conseguir mais argumentos para a matéria me deparei com um documento muito interessante. Trata-se de um contrato registrado em cartório no ano de 1957 onde os sócios Geraldo Cecílio dos Santos, José Timóteo de Souza, José Moreno dos Santos, José Megale e Benedito Fernandes acertam as condições de divisão do que eventualmente fosse encontrado nas escavações que seriam realizadas nas terras do casal Francisco Gabriel de Castro Campos, sua mulher D. Judite de Abreu e Silva.

Cabeçalho do contrato

“Contrato de sociedade de pesquisa de ouro, cristal e outro qualquer minério que fazem e assinam Francisco Gabriel de Castro Campos, sua mulher D. Judite de Abreu e Silva, Geraldo Cecílio dos Santos, José Timóteo de Souza, José Moreno dos Santos, José Megale e Benedito Fernandes na forma abaixo. Francisco Gabriel de Castro Campos, sua mulher D. Judite de Abreu e Silva, brasileiros, casados, proprietários, residentes e domiciliados nesta cidade, Geraldo Cecílio dos Santos, José Timóteo de Souza, José Moreno dos Santos, José Megale e Benedito Fernandes, todos brasileiros, casados e domiciliados nesta cidade, pelo presente contrato contratam uma sociedade para pesquisa de ouro, cristal ou outro qualquer minério que for encontrado nos terrenos das chácaras Lava-pés, Caruru, Córrego Seco e mais terrenos nas confrontações de Córrego Seco e Caruru, sítios no distrito desta cidade e de propriedade dos primeiros contratantes sob as cláusulas e condições seguintes: 1ª) Os primeiros contratantes garantem aos segundos contratantes o direito de pesquisarem nos terrenos de sua propriedade acima descritos, ouro, cristal ou outro qualquer minério que nos ditos terrenos forem encontrados, sem trazer-lhes embaraços ou dificuldades para o referido fim, ficando com o direito de porem uma pessoa para fiscalização do serviço, o qual será apresentado por escrito aos segundos contratantes. 2ª) O ouro, cristal ou outro qualquer minério que for encontrado nas pesquisas nos terrenos a que se refere este contrato será dividido em sete quotas iguais, cabendo uma a cada um dos contratantes e uma, se não gasta, será no fim dividida ou gasta de acordo com os contratantes. 3ª) O valor deste contrato é de 10.000,00 (dez mil cruzeiros) e o prazo do contrato é de um ano a contar da data de sua assinatura, data em que poderá ser reformado ou prorrogado se assim se resolverem. 4ª) Os segundos contratantes Srs. Geraldo Cecílio dos Santos, José Timóteo de Souza, José Moreno dos Santos, José Megale e Benedito Fernandes se comprometem a fazer a pesquisa com seus próprios serviços não admitindo nenhuma pessoa nas pesquisas a não ser os contratantes, e todas as despesas feitas com o serviço das pesquisas, como todos os riscos de acidente ou vida dos pesquisadores correrá por suas próprias contas, uma vez que serão eles próprios os executores e dirigentes dos serviços, ficando os primeiros contratantes isentos de despesas e responsabilidades de acidentes. 5ª) Quaisquer objetos como ferramentas antigas que forem encontradas nas escavações e que ainda tenham valor serão divididas entre os contratantes em quotas iguais. 6ª) Terminados os serviços os segundos contratantes se comprometem a encher os buracos que forem abertos nas pesquisas, não deixando nenhum aberto. Ficam os segundos contratantes autorizados a levantar nos referidos terrenos uma tolda ou rancho que lhes sirva de agasalho durante o tempo das pesquisas. 7ª) Por assim terem combinado, passam o presente contrato em três vias e os assinam com duas testemunhas, Pitangui, 02 de fevereiro de 1957. Francisco Gabriel de Castro Campos, Judite de Abreu e Silva, Geraldo Cecílio dos Santos, José Timóteo de Souza, José Moreno dos Santos, José Megale e Benedito Fernandes. Testemunhas Hildebrando Duarte, Lydio Lopes Cançado. Firma reconhecida pela 2ª Tabeliã da Comarca, Lydia Lopes Cançado. Selado com CR$51,50 de selos federais, inclusive a taxa de caducação e saúde. Nada mais conferi está exato. Apontado no Protocolo A-2, sob nº 3.832, em nome do apresentante, Sr. José Moreno dos Santos, aos doze dias do mês de fevereiro de mil novecentos e cinquenta e sete. Eu Maria Elvira Bahia, Oficial do Registro de Títulos, Documentos e Pessoas Jurídicas, subscrevi e assino. Maria Elvira Bahia.”

É interessante observar que 4 homens de idade tenham levado a coisa tão a sério a ponto de registrar em cartório a forma como a qual o tesouro seria dividido. Em preços atuais estamos falando em R$150.000.000,00, cento e cinquenta milhões de reais!


Eu no local escavado pelos sócios 

É possível que o local tenha sido escolhido em virtude dos sócios terem encontrado uma pedra que teria o mapa da tal mina onde estaria escondido o tesouro. A pedra foi levada para a cidade para ser melhor estudada, mas perceberam que ela só indicava a localização se estivesse no seu local de origem. Retornaram com a pedra mas não conseguiram encontrar o local de onde foi retirada e para não voltar com o peso para trás a deixaram no alto da serra. Pouco antes de seu falecimento José Megale levou o genro Reynaldo e lhe mostrou a tal pedra. Fomos com o Reynaldo no local mas ele não se lembrou mais de onde havia visto a pedra uma vez que a região mudou muito.




Alguém quer se aventurar a ficar rico? As coordenadas são S 19º39’49.1” e WO 44º54’42.7” mas não se esqueça da minha comissão, rsrsrsrsr.



 

Vandeir Santos